O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O ALGARVE QUE SE AFUNDA E O (lamentável)CONTRIBUTO DE SILVES

O turismo é o nosso petróleo e o nosso petróleo está a arder, consumindo-se pelo desperdício resultante da inconsequência económica e social das suas valências!

O turismo representa pelo menos 45 % do PIB regional e 60% do emprego, um peso elevado e incontornável nas contas regionais.
O caso do Algarve é paradigmático, no contexto nacional, a nível do alojamento hoteleiro, têm tido um peso significativo.

No entanto, ao longo da década 1995-2005, não obstante o aumento da oferta hoteleira, observou-se uma diminuição da expressão algarvia no conjunto da oferta nacional (de 40% em 1995 para 38% em 2004).

Verifica-se que o aumento da oferta hoteleira não foi acompanhado pelo crescimento da procura, no volume de dormidas. O peso do Algarve neste contexto, diminuiu de 47% para 39% naquele período. Em termos absolutos cresceu cerca de cinco vezes menos que a média nacional.

É assim bem patente a tendência de perda de competitividade da região, o que deve preocupar e estimular os agentes do turismo algarvio, a inverter este cenário.
Não sabemos em que medida, mas o nosso concelho contribui evidentemente com a sua quota parte para aqueles números e para a queda da importância relativa do Algarve, no contexto nacional.

A ausência de uma estratégia concertada para o concelho de Silves e especialmente para Armação de Pêra, que têm a sua actividade especialmente concentrada no binómio “Sol e praia”, trabalhando essencialmente para o mercado nacional, agravada pela degradação ambiental e do património histórico, com uma fortíssima pressão urbanística, continua a gerar perdas graves de atractividade.

A procura continua a ser muito sazonal concentrada em dois ou três meses no ano.

A oferta de produtos turísticos complementares em Armação de Pêra é praticamente inexistente, uma vez que se resume a um “comboio” que passeia os turistas por ruas incaracterísticas.

A politica verdadeiramente suicidaria consubstanciada pela insistência dos responsáveis Municipais na aprovação de mais urbanizações, massificando a Vila até à exaustão, sem atenderem à capacidade da praia e equipamentos, pressionando cada vez mais a natureza, destruindo a biodiversidade e os valores naturais, só pode ter um fim triste.

A concorrência de outros destinos turísticos, mais preservados e baratos, ainda constitui um factor acelerador daquele mesmo fim que não desejamos nem de cujas consequências a nossa pobre economia tem condições de ser destinatária sem consequências gravíssimas.

O turismo é uma actividade fundamental para a sobrevivência da nossa economia e do bem-estar que, apesar de tudo, nos proporciona. Sucede é que, se queremos ter futuro sustentável, as políticas têm de mudar.

O investimento público prometido, já que o privado não parece realmente ser capaz de alterar o que quer que seja, não pode ser adiado mais uma vez.

A requalificação urbana do espaço público é urgente e não pode ser uma promessa mais uma vez adiada para as calendas.

A pedonalização da frente de mar de Armação de Pêra é um exemplo dum investimento necessário ao nosso desenvolvimento e que tem sido, despudoradamente, adiado de ano para ano.

A Sr.º Presidente da Câmara Dr.ª Isabel Soares afirmou que o projecto se encontra “feito”. Não temos razões objectivas para duvidar. Mas será que um projecto estruturante como este não merece ser discutido com os interessados – os cidadãos-utentes-comerciantes-habitantes-contribuintes-eleitores -?

Mesmo sem alguma vez nos ter pedido opinião, não prescindimos de reclamar um investimento que se reproduza e que permita o desenvolvimento integrado e sustentável de outras actividades.

Um investimento que, servindo para qualificar o espaço, também deverá ser impulsionador de actividades culturais, da formação profissional, do comércio tradicional e especializado.

O plano plurianual de investimento para 2008 prevê dois milhões de euros de investimento para este ano e quatro milhões para 2009. Mas ficámos a saber pela leitura da acta de reunião de câmara de 16 de Abril de 2008, que será um projecto que vai esperar pela candidatura ao QREN!

SABEM O QUE ISTO QUER DIZER?

Quer dizer que as nossas expectativas vão ficar mais uma vez adiadas e as promessas eleitorais uma vez mais, escandalosamente, por cumprir!
Pensarão estes Senhores que alguma vez terão diferentes resultados, continuando a fazer as mesmas coisas?

11 comentários:

Anónimo disse...

Judiciária investiga Câmara de Silves


Suspeitas. Presidente da autarquia garante desconhecer processo

Vários funcionários e um antigo vereador da CDU foram ontem ouvidos

Vários funcionários da Câmara Municipal de Silves foram, ontem, ouvidos pela Polícia Judiciária (PJ), alguns dos quais no posto da GNR, bem como o antigo vereador da CDU, Marcos Jóia. Segundo apurou o DN, o caso estará relacionado com um polémico processo relativo a alegadas irregularidades na cedência do antigo matadouro, em 2006, a uma associação cultural criada na altura naquele concelho, apesar de estar previsto num protocolo da autarquia a atribuição desse espaço a outra entidade.

Esta nova diligência da PJ foi, porém, desmentida, ao DN, pela presidente da edilidade, a social-democrata Isabel Soares, que esteve ausente da reunião camarária, durante a qual o seu substituto, Rogério Pinto, garantiu "desconhecer" qualquer presença de elementos policiais. De acordo com informações recolhidas pelo DN, esse e outro vereador, Domingos Garcia (igualmente do PSD), foram entretanto notificados para serem ouvidos, no próximo dia 13, na GNR de Silves, pela Judiciária.

A investigação surge na sequência de uma participação apresentada ao Ministério Público pelo Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves (CELAS), que recusa partilhar o edifício do antigo matadouro com a associação. Recorde-se que na altura em que a autarquia apresentou uma candidatura para a obtenção de fundos da União Europeia com vista à remodelação daquelas instalações, fê-lo com base no acordo estabelecido com o CELAS, ao qual caberia o direito de ocupar em exclusivo o referido espaço, o que acabou por não acontecer.

Por outro lado, o vereador socialista Fernando Serpa ameaça recusar assinar actas das reuniões camarárias ou até suspender o seu mandato se não tiver acesso aos documentos pedidos na câmara de Silves sobre a facturação de seis empresas de construção civil do concelho, relativa a várias empreitadas.

Existem suspeitas de que, tal como sucedeu em 2006, com a construtora Viga d'Ouro, cujo processo decorre na PJ em Lisboa, outras firmas tenham apresentado um conjunto de facturas com baixos valores de forma a dispensar concurso público. Há cerca de três meses, os vereadores do PS pediram a intervenção do Ministério do Público para apurar "se outras empresas credores da autarquia, em 2005, tinham práticas similares à sociedade Viga d'Ouro".

Anónimo disse...

Belinha desculpa lá voltar ao mesmo mas ao ler o comentário anterior verifico que nuvens negras te que continuam a atormentar.

Ainda não saíste de uma já estas metida noutra.

Fala com o Professor Bambo e vais ver que o teu kármico volta ao normal.

Anónimo disse...

A Belinha quer lá bem saber de Armação e da pedonalização. Ela quer é receita a qualquer custo para manter a sua gestão incompetente sem dar barraca.

João Soares disse...

QREN= betão...isto é que eu chamo um cancro, quase "fascismo".A ideia é um pouco forte, mas se calhar desperta mais mentalidades.

Anónimo disse...

Existindo apoios da comunidade para a execução das obras o município não deve aproveitar?

Anónimo disse...

O Municipio deve aproveitar todos os apoios existentes, mas do que se trata é de saber:
1- Em primeiro lugar se tem tido competencia para aproveitar todos os existentes e possiveis?
2- Em segundo, no caso da pedonalização da frente mar de Armação, não se pode é prometê-la há tantos anos(quando ainda nem havia Qren), usando-a como bandeira eleitoral há pelo menos 2 eleições e agora vir dizer-se que é o qren que a vai pagar.
3-Em terceiro, obras estruturais e de grande relevância cujo atraso ameaça sériamente a sustentabilidade da excelência do turismo - que é um imperativo nesta economia nacional tão débil e uma urgência na economia da região - devem ser realizadas o mais rapidamente possivel independentemente dos subsidios, pois estes tem um caracter excepcional e não são para sempre.O esforço dos cidadãos-contribuintes é suficiente para esse investimento.Se mesmo assim não houver dinheiro é porque a receita é mal aplicada e isso NÃO PODEMOS PERMITIR!

Anónimo disse...

Armação de Pêra querida madrasta,
Nas tuas ruas aprendi a correr
O dia que a vida me disser "BASTA"
Nos teus braços vou querer morrer.

Foste boa companheira,professora,
amiga e conselheira também
Este teu filho que te chora
Pois foste mais que uma Mãe

Saudades tenho dos teus caminhos
Das luzes,da brisa do Mar
De me sentar nos teus cantinhos
E em silêncio te Amar

Seràs sempre a minha Armação
Esteja eu onde estiver
Estaràs no meu coração
Até ao dia que eu morrer...

Anónimo disse...

Com essa poesia a Dona Isabel Soares vai verter umas lágrimas de crocodilo e segunda feira arrancam as obras!!! Este ano não há problema de lixo, porque a Adelina Capelo conseguiu que lhe fosse adjudicada em vários lotes a prestação dos serviços de recolha de lixo dos turistas... e eu que pensava que a Adelina era só blá blá

Anónimo disse...

Cá estão os provocadores do costume.
Sem ideias mas muito palavrosos.
A Drª Isabel Sores sabe bem o que faz, e pode contar mais uma vez com o apoio do povo de Armação.

Anónimo disse...

A Isabel Soares sabe bem o que desfaz e o que não faz, e já sabe que com o povo de Armação não contará certamente...

Anónimo disse...

Na beira-mar nada se cria, nada se transforma; tudo se enferruja.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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