Pela palavra escrita do Vereador da CDU, tomámos conhecimento do essencial da triste reunião havida na APA (Agência Portuguesa do Ambiente) com a presença de Isabel Soares, alguns Vereadores e elementos da Comissão de moradores de Vale Fuzeiros.
Ficou patente a forma como este assunto tem sido tratado, quer pelos responsáveis do Municipio, quer pela APA, quer pela REN.
Aliás tão tipica da forma como se trabalha na administração pública deste País.
O acção da administração, com excepção feita às batalhas que visam trazer o show off das grandes realizações, para o qual se mobilizam toda a sorte de vontades, energias, atalhos e autoridades (como a empresa na hora ou outras semelhantes), na mira da colheita dos beneficios politicos tão breves quanto possivel, é promovido à velocidade da marcha do caracol.
A essa velocidade de caracol, vão-se processando todos as etapes do levantamento dos projectos até à sua execução, absolutamente indiferentes à urgência das necessidades que visam colmatar.
Com a sua conclusão, percorridos os passos das formalidades legais, a premência da sua implementação é de tal forma asfixiante que não comporta qualquer suspensão ou reapreciação, mesmo que seja manifestos erros de projecto ou omissões relevantes, designadamente de interesses sérios das populações.
A marcha de caracol converte-se numa desenfreada corrida de galos. É um stress!….
Os funcionários, a quem incumbe a concepção e implementação das realizações, tem toda a sorte de justificações para satisfazerem o seu percurso à velocidade “caracolar” que a sua real gana determina. O interesse público, entretanto, aguarda civilizadamente a sua vez, na fila de todos os outros pequenos interesses particulares dos funcionários.
Os destinatários das realizações – os cidadãos -, vêem-se conformados a conhecer obrigatóriamente a pouca publicidade burocrática que o Estado promove e a reagir à mesma em prazo, habitualmente curto, como se de advogados administrativistas se tratassem, em plena ocupação profissional.
A legalidade complementar dos procedimentos é entendida como uma etapa formal, desprovida de qualquer conteudo politico, em sede de dever de adequação das medidas aos seus destinatários que as devem préviamente, conhecer, aceitar e aprovar.
Para o funcionalismo, cumpridas estas formalidades, estão cumpridos todos os seus deveres. Urge então encurtar todas as outras etapes – as do real interesse do público – .
O cidadão é tratado como um verdadeiro verbo de encher!
Os cidadãos, legitimos destinatários e conformadores do interesse público, passam a seus súbditos.
O interesse público transfigura-se e autonomiza-se num valor em si, apresentando-se como imutável e conformador da vontade dos cidadãos, seus instrumentos.
Não fora a aberração que esta lógica constitui e a frequência com que é projectada sobre os cidadãos e, acreditem, provocar-me-ia uma boa gargalhada, tamanho é o ridiculo que encerra!
Não é verdade, não é assim, não deve, pelo menos, ser assim!
Nem existe legalidade bem interpretada e devidamente enquadrada que possa sustentar tamanhos desmandos!
O conceito de interesse público, entendido no sentido excepcional que pode comportar (calamidade pública, guerra, etc.) a que estes senhores recorrem na mais vulgar das situações, como a presente, é, objectivamente uma traição aos cidadãos e ao sistema democrático que ansiamos por ver consolidado e, porque não, materializado!
Mas, apesar dos procedimentos da legalidade formal não corresponderem, em nosso entender, à publicitação suficiente das realizações que afectam populações e regiões, existem e compete aos Municipios estarem atentos aos mesmos, promoverem a sua divulgação, discussão e consulta aos mais directamente visados. È para isso que os elegemos e lhes asseguramos o salário!
Uma vez mais, não foi o que sucedeu e a responsável (local) só pode ser a Senhora Presidente da Câmara, a qual, embora tardiamente, parece ter acordado e mobilizado para patrocinar a defesa dos interesses aviltados.
Em qualquer dos casos, na órbita da administração central (ou quejandos), ou na da administração local, se mais nada ficar demonstrado, fica, pelo menos a confirmação daquilo que qualquer cidadão pensa sobre os funcionários que os nossos impostos sustentam: são indolentes, ignorantes e agem frequentemente dissociados dos interesses das populações, sem consciência que são nos interesses dos cidadãos e da sua gestão competente, parcimoniosa, profissional e democrática, que assenta a necessidade da sua contratação.
Caso contrário estariam no desemprego! Todos, qualquer que seja a natureza do seu vinculo!
Decorridos mais de trinta anos sobre o vinte e cinco de Abril, os portugueses em geral, mas os que tiveram consciência politica antes de Abril, em particular, não se encontram revistos no sistema politico vigente, não se consideram representados pelos seus pretensos mandatários politicos, não reconhecem responsabilidade histórica e competência na gestão dos seus dirigentes.
Os défices, democrático, orçamental e da economia, exibem hoje, a frustração de tantos quantos ousaram o voluntarismo, a participação, o sonho e atendem a eloquência do vazio dos cínicos dos cépticos e dos reacionários.
Este cenário, emocional e históricamente inesperado em Abril, deverá, segundo o nosso entendimento, constituir um desafio à participação, à cidadania militante, à mobilização da sociedade civil, a qual, por preceder o Estado, é a unica titular de todos os direitos que legitimamente o edificaram e sustentam, e também daqueles que o podem conformar, adequar e reformar.
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
domingo, 14 de outubro de 2007
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12 comentários:
Concordo com a maioria das considerações que faz neste texto, excepto na adjectivação que fez sobre a maneira de actuar no caso de Vale Fuzeiros da Sr.ª Presidente da Câmara.
A Dr.ª Isabel Soares sempre esteve em sintonia com a população do concelho.
O seu comentário sobre a sua actuação deve-se com certeza a má informação.
Quando aqui tem sido insinuada a ligação entre Adelina e Artur (o das linhas), eu tenho tido as minhas dúvidas. Hoje, porém, talvez por coincidência ou não, achei que o discurso poderia ser de qualquer um dos dois, pela defesa da presidente e pelo facto de pela primeira vez ela concordar com o que se diz no texto. Para lá do ataque a I.S., o restante é quase exclusivamente ataque ao funcionalismo (em relação a uns com toda a razão, a outros não tanto). Ora quem foi que há uns tempos, no "seu" "Jornal"(?), porque há quem lhe chame "pasquim", deixou os funcionários da Câmara pelas ruas da amargura, de rastos, com o que deles disse? Foi o Arturzinho! Com esta parte Adelina concorda: coincidência, ou talvez não!
Não gostaria de ver os funcionários assim tratados, visto que aqui se fez uma generalização, que não corresponde à verdade!
Parbéns pelo blogue.
Abraço
Paulo Amaral (Cruz Quebrada e Dafundo City)
Essa Adelina Capelo ... das duas uma ou é ignorante ou ceguinha! Não há pachora a "mulher"(???) deve ser ....!
Se a ideia é defender a Srª Isabal Soares ... faz exactamente o contrário. Oh amiga, mude de táctica porque o seu contributo não está a ajudar nada a 1ª dama. Ou melhor, continue a dizer essas porcarias porque a malta tá mesmo a ver que você deve fazer parte do Gabinete Pessoal...
Existem coisas que, para as saber, não basta tê-las aprendido.
Estimada Dona Adelina Capelo (ou Artur Ligne, conforme já ouvi dizer), considerando todos os comentários patéticos que ousa destilar neste blog para enfurecer as gentes de Armação de Pêra, sou a concluir que, no que respeita ao seu saber, tudo se resume a barbaridades grotescas que caracterizam bem a degradação da dignidade da pessoa humana em troca do tacho politico....
Fique descansado o Sr Beumarchais que as gentes de Armação de Pêra não se enfurecem!
Os Armacenenses são gente boa e respeitadora e além disso sabem reconhecer muito bem quem tem valor e é capaz de defender os seus interesses.
Se se enfurece com os meus comentários fico até muito contente, eles são dirigidos a gente como você que não são de cá, nem nunca se deram ao trabalho de conhecer os verdadeiros interesses dos Armacenenses.
Quanto a tachos já estamos conversados, se calhar necessita mais o Sr do que eu.
E ela (?...) a dar-lhe...
Realmente só a palavra PATÉTICO seria adequada. Você é mesmo de vistas curtas.
É a menina que personifica o verdadeiro "armacenense"? Bolas, não diga a ninguém quem é, porque eu conheço uns quantos ARMACENENSES (verdadeiros) que lhe cortavam o pio...
Américo
Venho por este meio emitir o seguinte comunicado:
Em virtude dos infelizes comentários que tenho feito neste blog, designadamente proferindo barbaridades e patetices, venho por este meio pedir as mais sinceras desculpas aos armacenenses e demais munícipes, remetendo-me ad eternum à minha insignificância...
Sem outro assunto de momento, e vergada à uma derrota pessoal indiscutível, despeço-me de V.as Ex.as...
Ele há gente capaz de tudo!
Como não conseguem fazer-me calar com argumentos válidos tentam agora descredibilizar-me fazendo comentários parvos assinando o meu nome.
Já uma vez um grosso fez um comentário no blog do candidato a candidato com comentários estapafúrdios assinando o meu nome.
Que vantagem tem estes mentirosos?
A mentira é como o azeite flutua à superfície da verdade!
Estes hipócritas respeitam as regras como se vêem as estrelas: ao longe.
Podem ficar descansados que não desisto, sua filha de gentes do mar e fomos deste pequenas habituadas a lutas mais renhidas não são estes comentários estúpidos que me fazem desistir.
Que pena não ser verdade, Adelina. Eu que já estava lavada em lágrimas. Mas estava a considerar que "ad eternum" era muito tempo para a sra. estar calada!
Era bom demais para ser verdade!!! Finalmente, quando tudo indiciava que o bom senso e a razoabilidade iria sobrepor-se ao ignorantismo senil, Dona Adelina Capelo resolve dar o dito por não dito, e volta a debitar patetices como só ela sabe!
Indubitavelmente, essa Adelina Capelo não passa de um fantoche de propaganda, uma figura grotesca e folclórica ao serviço do culto da rainha...
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