A situação que se vive no concelho a propósito da questão da rede de Muito Alta Tensão, justifica a expressão do direito à indignação, neste nosso sítio. Porque constitui um caso de extraordinária importância! Desde logo pelo risco em que coloca a população directamente afectada em sede de saúde pública. Depois pelos impactes à paisagem, ao património arqueológico e turistico e, patrimonialmente às propriedades dos visados. Depois pela mobilização popular que determinou, um autêntico episódio de participação, resistência civica e cidadania. Depois pela evidência do “crime” de infidelidade tipico dos representantes -eleitos que agem em oposição a interesses sérios dos seus representados-eleitores, frustrando expectativas legitimas e fundadas de zelo pelos seus direitos. Logo de seguida pelo “crime” de abandono e descaminho ao património cultural, histórico e paisagistico de um pais que tem e pretende continuar a ter, como principal fonte de riqueza o turismo. São pesados impates na economia do concelho e do País.
De seguida estas acções perpretadas quer a nivel local quer central., são bom exemplo da promiscuidade entre estes poderes, independentemente das cores partidárias em presença, quando se trata de conluiar interesses adversos aos das populações. Exibiu este caso ainda, só por mais uma vez, a conhecida e sempre negada, manipulação da informação da RTP 1 e TVI, uma vez que captou imagens dos factos e não os noticiou, em claro beneficio,da imagem pública, mistificada, do governo, e em deterimento de um direito fundamental dos cidadãos à informação, abonando formas atipicas de verdadeira censura. Ainda constitui um excelente exemplo da relatividade do direito no nosso pais e da precaridade dos principios constitutivos do Estado de Direito que dizemos ser: Quer pela violação escandalosa de principios constitucionalis como o da propriedade privada (artº 62º da CRP), quer pela cooperação não menos escandalosa das próprias forças de segurança a quem incumbe defender a propriedade privada, ameaçando o respeito que devem gerar na comunidade, quer pelo desprezo (do poder local e central) pelos procedimentos legais tendentes à expropriação ou posse administrativa, violando uns não sei quantos principios legais que ornamentam o Código do Procedimento Administrativo. Mas a matéria exemplar não se esgota por aqui! Ainda representa, politicamente, uma verdadeira traição da gestão da autarquia face à população do concelho em geral e em particular aos directamente visados! Na verdade comunicar o traçado da linha de Muito Alta Tensão às Juntas respectivas três meses depois da sua publicação em Diário da República, esgotado que se encontrava o prazo para as populações contestarem o traçado, não pode ter outra qualificação.! Como de igual forma deve ser qualificado o licenciamento, puro e simples, da obra! O Governo da Autarquia, sabemos onde esteve, mas onde estava a Oposição? Não nos parece também que a oposição eleita tenha dado boa conta das responsabilidades que tem, enquanto representante das populações, na Câmara. Se algum dos vereadores não executivos promover uma queixa ao IGAT da C.M.S., hoje, não fará mais que a sua obrigação, nesta fase dos acontecimentos. Mas, em fases anteriores de todos estes factos, o que fizeram os senhores Veradores, para impedir, contrariar ou obstar ao normal decurso dos acontecimentos, até se revelarem como se encontram? Por outro lado, quanto ao estudo do impacte ambiental,: quer exista e tenha sido sonegado ao conhecimento público, quer exista, não tenha estado disponivel para o conhecimento público por se ter extraviado, quer não exista, pura e simplesmente, é também motivo de profunda reflexão: Será que estes senhores (do poder local e central) continuam mesmo, irresponsavelmente, a pensar que o ambiente é uma questão que uns chatos fundamentalistas trazem à colação só para dificultar o pretenso desenvolvimento? Bom, se assim for é grave! Grave por ser revelador de uma ausência de sensibilidade dos governantes da autarquia sobre esta questão, a qual encontrando-se na ordem do dia, constitui uma ameaça séria, a prazo, à existência da humanidade e hoje, no mundo civilizado uma prioridade de qualquer responsável esclarecido. Poderá ser trágicamente grave se o aludido estudo foi dolosamente sonegado ao conhecimento público, porque, assim sendo, revelaria mais, um sem número de omissões, inqualificáveís, dos deveres dos eleitos para com os cidadãos-eleitores!
Dado o pré caos ambiental que vivemos, não tardará muito para que acções destas constituam verdadeiro crime contra os interesses da humanidade! Por outro lado ainda, justifica-se especular sobre a origem dos factos: será que a motivação do poder central, ao não promover a alternativa mais a norte, a qual, segundo os visados, impede, no essencial, os impactes na saúde pública, na paisagem, nos percursos turisticos arqueológicos, etc., consiste em poupar uns tostões, zelando pela virtualmente parcinoniosa aplicação dos nossos impostos, quando sabemos que eles são tão frequentemente mal aplicados e outras vezes malbaratados? Na verdade, pensamos que a questão residirá em poupar alguns milhares de euros, pois não nos parece plausível que a motivação resida numa perseguição odiosa àquelas populações, embora, a manter-se o traçado, venha a redundar no mesmo. Se assim é, e estamos em crer que sim, toda esta novela ainda se apresenta de forma mais tristemente ridicula, deprimentemente terceiromundista, claramente inaceitável e civilizacionalmente intolerável. Não podemos ainda concluir este levantamento de responsabilidades sem chamar à colação a prestação do candidato assumido e ainda não sufragado: António Carneiro Jacinto! Consideramos que os factos em causa justificariam uma intervenção mais enérgica, uma presença mais evidente e categórica, uma participação mais activa. Se se pretender, os factos, a gravidade das ameaças e ofensas a direitos e interesses legitimos, a negligência, a irresponsabilidade das acções e omissões da Senhora Dra Isabel Soares, justificariam um tratamento politico muito maior e mais consistente, tendente a expôr os profundos défices democráticos deste governo da Autarquia que aquele pretende assumir.
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
sábado, 22 de setembro de 2007
ALTA TENSÃO EM MESSINES, MUITO ALTA TRAIÇÃO EM SILVES…
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15 comentários:
Cada vez me convenço mais que o nosso concelho bateu no fundo por causa da incompetência e arrogância da Dr.ª Isabel Soares... mas também por causa do deixar andar da Oposição, que se revela mal preparada ou mal acessorada para enfrentar o Regime Soarista e que, por outras vezes, desperta tardiamente para as calinadas cometidas por quem lidera o executivo camarário!
De qualquer forma, e não obstante tudo o que lhes tem sucedido, os cidadãos de Vale Fuzeiros tem sido um exemplo de dignidade e de seriedade, na forma como tem lutado praticamente sozinhos pela defesa do seu bem estar e qualidade de vida... constituem indubitavelmente um bom exemplo aos outros munícipes como se pode ser participativo na defesa dos seus interesses privados e públicos e na demanda da responsabilização de quem toma decisões que os afecta ilegalmente ...
Sobre a linha de muita alta tensão a instalar em Vale Fuseiros lembro-me de ter lido um texto no blogue do Sr.º Dr. Carneiro Jacinto.
Colocava-se em bicos de pés e tentava convencer os Silvenses mais incautos, que com os conhecimentos e amizades que ele teria com os políticos de Lisboa tudo resolveria se viesse a ser eleito presidente da Câmara.
Veja-se o que aconteceu com Vale Fuzeiros mesmo o seu grande amigo Dr. José Penedos deixou-o ficar mal visto e a linha afinal não foi mudada de sítio.
Ainda não é presidente e já começou a falhar naquilo que promete.
A culpa dos imbróglios em que ele se mete, será só dele, ou os “assessores falhados” também terão a sua quota-parte de responsabilidade?
Pelo que me pude aperceber a oposição não teve conhecimento em tempo útil para fazer contestação.
A senhora tinha metido o projecto na gaveta e deu-lhe descaminho. Assim não vale.
Este pais assim muito dificilmente irá a algum lado.
Continuam a tratar o povo com atrasados mentais.
E ainda se conseguem eleger estas alimárias.
O mestre Am Muito Atento fala, fala e muito... mas o que é que interessa para aqui o Carneiro Jacinto!? Por acaso, será ele o Presidente da REN? Será ele o Presidente da Câmara de Silves? Será ele vereador da oposição na Câmara? Ele não passa de um candidato a eleições, o minimo que pode fazer é o mesmo que qualquer cidadão pro-activo e interessado pode, que é denunciar as ilegalidades que foram cometidas nesse processo da linha de alta tensão onde reina mais uma vez a falta de transparência, a obscuridão e os prejudicados são sempre os mesmos, os municipes...
Por outro lado, pelo que pude reparar no blog do Sr. Carneiro Jacinto, consta um comentário de agradecimento da Comissão de Moradores de Vale Fuzeiros!
Ademais, com as promessas não cumpridas dos candidatos a presidente podemos nós bem, agora com as promessas de quem está no poder e nos mente constantemente, falhando consecutivamente no cumprimento das suas promessas, é que já não há pachorra!!!
Acho injusto acusar os vereadores da Oposição de não terem actuado no respeitante à "linha de muito alta tensão". Quem leu com atenção as actas das reuniões no "blogue do vereador", vê que assim não é, ou não foi, porque os representantes dos dois partidos que formam a Oposição manifestaram-se repetidas vezes a esse respeito. Podem não ter conseguido aquilo que pretendiam, porque não têm a maioria. Mas que não se calaram é verdade...
Não calar é fundamental e certamente que o povo do concelho em geral e o de Vale de Fuzeiros em particular, agradecerão.
Agora não parece é que o caso que é escandaloso tenha sido trazido ao conhecimento público com o dramatismo que se justifica.Todos fomos sendo habituados a tentar(muitas vezes só a parecer que se tenta), e não fomos educados a fazer.
Sabemos que vários deputados do PS e PC e Verdes questionaram a Presidenta, mas tudo se passa numa lógica burocrática de cumprir calendário. Os politicos têm outros meios de intervenção na sociedade que não utilizaram à exaustão.É isso que esperamos de quem elegemos, sobretudo em matérias tão graves como esta para as populações.Ou não?
As palavras que não são seguidas de factos não servem para nada
Se as ilegalidades são assim tantas porque não se juntam os partidos da oposição e o candidato independente da oposição numa associação que reuna meios para fazer uma avença com um bom advogado administrativista de Lisboa para pôr a Câmara de Silves sistemáticamente em tribunal???????
O Dr. Carneiro Jacinto podia pedir ajuda ao Prof. Freitas do Amaral ou para o ajudar ou para lhe recomendar um perito em direito administrativo.
Será que não aprenderam nada com o tunel do Santana Lopes e com o advogado do Bloco de Esquerda?
Neste caso de Vale de Fuzeiros justificava-se.
Caro concidadão,
Se no essencial concordo com o que diz no seu texto, não posso senão protestar quando afirma "...mas onde estava a Oposição? Não nos parece também que a oposição eleita tenha dado boa conta das responsabilidades que tem, enquanto representante das populações, na Câmara."
A Oposição, meu caro senhor, pelo menos no que a mim diz respeito, tem estado ao lado dos munícipes que protestam. Foi assim hoje, no buzinão de Silves, foi no outro dia nas Passadeiras quando se implantava a sapata de suporte para mais um poste de alta tensão. Lá tenho estado eu e o presidente da Junta de Freguesia de Messines, o srº José Vítor. Até agora não vi mais nenhum "político" por essas bandas (excepção feita ao presidente da Junta de Silves no buzinão de hoje). O senhor que agora escreve, e outros, escrevem de cátedra. Mais, posso dizer-lhe que fui o primeiro a consultar o processo da REN na Câmara ( basta perguntar a alguém que trabalhe no SIG) ainda ninguém falava disto, e possuo desde há muito comigo cópia do Resumo Não Técnico de Estudo de Impacte Ambiental porque o procurei, não o pedi(não, não é o que despareceu dos serviços autárquicos!). Sobre o assunto tomei também, em reuniões de câmara, variadas vezes posição, assim como no blogue de que sou responsável. Não tenho responsabilidades por ser minoria; o poder que detenho é aquele que os eleitores me deram, no qual o senhor se inclui. De todo este processo guardo duas certezas: a primeira é que a responsabilidade da situação a que se chegou é, por inteiro, desta incompetente maioria partidária que nos governa; segundo, que há quem muito fale, mas quando se trata de dar a cara, então, assobie para o ar.
Os meus cumprimentos.
Manuel Ramos
Vereador da "Oposição"
A minha posição relativamente ao problema de Vale Fuzeiros foi a que qualquer cidadão de bem devia assumir. Quando tomei conhecimento do problema interessei-me pelo assunto e desenvolvi diversos contactos, nomeadamente com a administração da REN e designadamente o seu Presidente para tentar reverter a situação criada. Fi-lo em estreita ligação com David Coulson e a Comissão de Moradores de Vale Fuzeiros e conseguimos, desde logo, que a obra parasse. A partir daí conseguimos uma nova vitória: a REN encomendou à empresa Ecosistema, um estudo de um traçado alternativo sugerido por David Coulson. O estudo transformou-se em proposta enviada à Agência Portuguesa do Ambiente. A Agência colocou à discussão pública o novo traçado.
No momento em que escrevo uma comissão de avaliação prepara-se para começar a analisar a nova proposta de traçado e os comentários sobre ela feitos por diversos organismos. Entidades como a CCDR, IPAR, a Comissão de Moradores de Vale Fuzeiros entre outros enviaram o seu parecer concordante para a APA. Mais uma vez a Câmara Municipal de Silves não se pronunciou em tempo útil.
Têm-se escrito portanto, imensos disparates sobre esta matéria. Falando-se de um estudo de impacte ambiental que se perdeu e outras coisas que tais. Começou a misturar-se o problema de Vale de Fuzeiros com o da Bica, Abroteais e Vale Bravo que acordaram tarde para o problema.
Disto meu caro JJJ fiz o que devia, tenho perdido horas a tratar deste problema com o David Coulson e só descansarei quando o problema estiver resolvido. Nunca me quis pôr em bicos dos pés – o David Coulson é testemunha da minha atitude – e só agora presto estes esclarecimentos para que tudo fique claro.
ANTÓNIO CARNEIRO JACINTO
Só falta a Dr.ª Isabel Soares também vir exercer o seu Direito de Resposta... Talvez tenha delegado competências na brilhante Adelina Capelo...
Ora, atenta a "permissividade" e a "sonolência" da Dr.ª Isabel Soares e do seu executivo camarário, a REN começou a actuar no terreno ao estilo do "eu quero, posso e mando"! Como se a invocação do termo "Interesse Público", sem qualquer justificação ou fundamentação, fosse motivo para esmagar os interesses da população de Vale Fuzeiros...
Ao que parece, a REN alicerçou a sua posição através de um acto administrativo discricionário e vê-se agora obrigada a ponderar um traço alternativo que não estava nos seus planos... Para apimentar todo este imbróglio, e segundo as ultimas noticias, o Estudo de Impacte Ambiental relativo a este processo desapareceu...
Questiono, afinal de contas, quando é que aparece aqui a PLMJ, paga a peso de ouro pela Câmara Municipal de Silves, para resolver este imbróglio juridico?!??
Por mais de uma vez disse aqui que a Dr.ª Isabel Soares não me delegou qualquer competência para aqui exprimir as minhas opiniões.
Compreendo a que tem dificuldade em viver em democracia e que queriam ver expresso sempre uma opinião desfavorável à Sr.ª Presidente mas tenho a certeza que não é essa a opinião da maioria dos eleitores de Silves.
E quem não sente não é filha de boa gente, por aqui vou ficando enquanto me deixarem, exprimindo a minha opinião.
A Sr.ª Presidente faz muitas obras e a última inauguração foi a escola EB1 em Armação de Pêra, que bem falta aqui faz para as nossas crianças, quanto aos pormenores da falta de algum equipamento, fiquem descansados que rapidamente será solucionado.
O traçado da linha de electricidade é responsabilidade da REN que impõem um traçado ser ouvir ninguém, mas a Dr.ª Isabel Soares neste caso também está ao lado de quem mais sofre, contra um empresa que só pensa em dar mais lucro aos seus accionistas no final de cada ano.
Detesto Concorrência....
Esta Adelina começa a fazer-me sombra com o brilhantismo das suas intervenções....
O brilhantismo da Dona Adelina Capelo é similar ao do anterior Ministro da Informação do Regime Ditatorial de Sadam Hussein... mesmo com tudo a ruir à sua volta, lá continuava ele a proferir e a destilar absurdidades e barbaridades a ver se lograva enganar-se a ele mesmo e aos demais ouvintes!!! Na verdade, a Dona Adelina Capelo ou o seu mentor, são o exemplo de que vale tudo para desculpar as promessas não cumpridas e a incompetência demonstrada pela Dr.ª Isabel Soares para solucionar os gravosos problemas que afectam o nosso município...
Segundo a Dona Adelina Capelo, os pormenores que faltam solucionar relativamente à escola inaugurada pela Dr.ª Isabel Soares em Armação de Pêra serão rapidamente solucionados!!! Pergunto, tão rapidamente solucionados como a necessidade de se conceberem e criarem alguns espaços verdes em Armação de Pêra? como a necessidade de uma biblioteca e piscina municipal em Armação de Pêra? como a edificação do novo complexo desportivo para os Armacenenses? como a necessidade de novos equipamentos desportivos de uso colectivo compatíveis como o numero de habitantes de Armação de Pêra? tão rapidamente solucionado como a remodelação e a resolução do assunto do casino de Armação de Pêra?!? Como a remoção das sucatas e das lixeiras que abundam em Armação de Pêra?!?
A realização de promessas que se revelam constantemente não cumpridas constituem um acto de corrupção moral por parte do autor das mesmas!!!
Relativamente a Vale Fuzeiros, estamos perante o abuso de poder da REN e a complacência e inercia do executivo camarário para lhe fazer frente, vá se lá saber porquê?!?
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