O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 23 de setembro de 2007

UM ESCLARECIMENTO QUE É DEVIDO

O nosso post sobre muito altas tensões e traições suscitou reparos por parte de dois cidadãos cuja actividade politica respeitamos.
Respeitamos e desse respeito temos dado devida conta em diversas intervenções sobre a politica concelhia, neste sitio.

Para que não restem dúvidas, sabemos, porque lemos nos blogues daqueles cidadãos, que a questão de Vale de Fuzeiros tem sido objecto das suas preocupações e bandeira de várias acções, desencadeadas na defesa das populações atingidas pelo abuso e pelo abandono.
Por isso e pela sua solidariedade activa e empenhada só podemos, todos, fazer-lhes inteira justiça.

Chamámos à colação o candidato à diferença para o governo de Silves, António Carneiro Jacinto, por virtude das questões que quanto a nós são transversais na sociedade portuguesa, suscitadas pela questão do traçado da linha de muito alta tensão, desprezando interesses locais cuja tutela incumbiria, em primeiro lugar à Câmara Municipal de Silves e por via da sua negligencia ou dolo, dela se tornaram vitimas.

Trata-se de uma questão de sobeja importância e de uma oportunidade para expôr a materialidade em que assenta a diferença da acção politica a que se propõe. Uma politica de principios e não de oportunidades, não colide com a escolha acutilante da oportunidade para evidenciar os principios, porque é preciso comunicar eficientemente a sua proposta aos cidadãos-eleitores.

Ora, o meio de comunicação que o candidato tem priveligiado até ao momento tem sido o seu blog. Por seu intermédio sabemos que tem tido contactos com cidadãos de algumas freguesias do concelho, desconhecendo o teor politico das mesmas e pela leitura dos meios de comunicação convencionais verificamos que ainda não se quis apresentar ao grande público.

Sucede que, naquele blog - pelo menos nós não encontrámos - um esclarecimento cabal da situação: quer na descrição factual e cronológica dos factos, das omissões, negligencias ou dolo, em termos de constituir uma informação consistente sobre a qual os cidadãos possam ponderar uma opinião fundada, já que não têm outro modo de o fazer.

O mesmo se diga quanto ao blog do Vereador.

Temos lido informação avulsa e dispersa, habitualmente misturada com muita outra, toda ela apontando para a culpada e muito pouca para a culpa ou para a metedologia da culpa.

O que defendemos, sem prejuizo da propaganda que sempre pautará a acção politica é que a comunicação seja cristalina.

Não podemos fomentar a participação com êxito sem que os cidadãos tenham a certeza, constantemente comprovada, de que a sua participação ou a sua abstenção farão diferença. E daí o nosso constante apelo ao respeitom pelas suas inteligências.
É que, muitas questões que se colocam à colectividade parecem abstratas ao cidadão. E, não acedendo à sua compreensão, o cidadão pensa que é fatal a sua exclusão das decisões.

Assim, se por um lado, quer o candidato quer o Vereador têm o dever de não só denunciar mais uma incompetência, uma negligência uma acção dolosa, o nepotismo (o que aliás fazem habitualmente e em coerência com o papel que publicamente assumiram), por outro, têm o dever de comunicar com eficiência e detalhe a compreensão que têm dos factos que conhecem, aos seus representados, como qualquer mandatário ao seu mandante.

Claro que ainda lhes sobra o dever de agir, só limitado pelas suas próprias competências e meios, tipico de um bonnus pater familiae.

Para ilustrar o que defendo: ainda hoje não sei quem licenciou a obra?

A propósito de comunicação cristalina tenho a confessar que o “ruido” também conspurcou a eficiência da minha comunicação.
De facto, quando me referia à Oposição institucional, qual lapso sintomático, assumi implicitamente o Dr. Manuel Ramos no outro lado da barricada, onde é habitual ser encontrado, não sentado nas poltronas da Câmara.
Do erro, apresento desde já as minhas desculpas.

14 comentários:

Anónimo disse...

Mandar é servir. A Sr.ª Presidente da Câmara está ao serviço da comunidade, não quer isto dizer que deva estar às suas ordens: estas não são muitas vezes senão a expressão de seus caprichos ou fantasias, quando não são o fruto de sugestões estranhas, mais ou menos interessadas.

Com razão, deve dizer-se que a Dr.ª Isabel Soares deve ser o intérprete do bem comum; não significa isto, porém, que deva ser o intérprete da vontade geral. Esta, dadas as variações de sensibilidade próprias da psicologia das multidões, não é muitas vezes outra coisa senão a inconstante opinião pública, em frequente contradição com o verdadeiro bem superior do conjunto.

Anónimo disse...

O Sr. am muito atento refere que a Sr.ª Presidente Isabel Soares não deve estar à ordem dos caprichos ou das fantasias dos munícipes, sobretudo quando os mesmos constituem uma verdadeira contradição com o interesse público!!! Nada mais correcto!

Mas será que não terá sido a própria Dr.ª Isabel Soares, fazendo um uso exponencial de alguma demagogia, quem se aprisionou nos caprichos e fantasias dos munícipes, ao dar e vender falsas promessas?!?

Já agora, uma vez que a Dr.ª Isabel Soares é interprete do bem comum, esclareça-me qual é o bem comum ou interesse público que aquele comboio fantasma que vagueia por Armação de Pêra visa prosseguir?

Ou senão, onde é que sobressaí o bem comum quando se promove a construção desenfreada em Armação de Pêra ao arrepio dos mais elementares princípios legais do direito do urbanismo, princípios esses de direito público que tutelam a legalidade urbanistica e o interesse público?!??

Meu caro concidadão am muito atento, já chega de malabarismos retóricos, porque os armacenenses já estão fartos de tanta incompetência do executivo camarário quanto à resolução dos problemas que afectam incessantemente a vila de Armação de Pêra e que colocam em causa o interesse público, designadamente, o bem estar e a qualidade de vida dos munícipes que residem nessa vila, bem como dos cidadãos que nela passam férias ao longo do ano!

Anónimo disse...

Concordo com Rosseau, mas se me permite o que aqui se passa (e ai dou razão ao último post a comunicação não tem sido muito eficiente) é que o sucedido em Vale Fuzeiros parece ter resultado, no minimo, de uma incompetência da CMSilves.

Aqui não há fantasia ou interesse público que assista à Belinha.
O que há claramente é uma Presidente de Câmara que quando os assuntos ultrapassam a pequena politica e as inaugurações, revela-se muito longe de estar à altura das suas responsabilidades.
As populações que retirem dai as ilações que lhes aprouverem.

Anónimo disse...

Estou de acordo com o texto. Já tinha ouvido falar do assunto, percebi que era da eletricidade mas não sabia que havia tanta erresponsabilidade

Anónimo disse...

JJJ o seu post criou muita tensão no governo e na oposição.
Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele!

Anónimo disse...

Quando a Isabel Soares já cheira a mofo e a oposição cheira a formol, Silves tem que se lançar numa aventura espiritual na demanda de tempos fortes e espaços intensos.

Anónimo disse...

No fundo, no fundo, todos pensam que somos estupidos...

Anónimo disse...

O mofo só prolífera em ambientes quentes, húmidos e com pouca luminosidade, no concelho de Silves felizmente o Sol é abundante, a chuva é muito pouca e a câmara é transparente.
Pelo que se lhe cheira a mofo não é de Silves certamente, em Armação cheira a maresia e na serra cheia a campo.

Anónimo disse...

Adelinazinha, sabe onde é que a Câmara é transparente? Só na cúpula, que fica tão alta, tão alta, que ninguém lhe chega! Já experimentou, quando entra, olhar lá para o alto? Faça-o com cuidado, pra não entontecer! Aliás, já nem corre esse perigo!

Anónimo disse...

Eu dizia-lhe ao que cheira na serra, não fosse o respeito que tenho pelo JJJ...

Anónimo disse...

Adelina Capelo esse grande símbolo da hipocrisia Soarista...

Anónimo disse...

Verifico que alguns comentários põem em causa a legalidade de alguns actos relativos à aprovação de edifícios na freguesia de Armação de Pêra.

A autorização da construção baseia-se em preceitos um dos quais estatui que a apreciação do projecto de arquitectura incide sobre a sua conformidade com planos municipais de ordenamento no território, planos especiais de ordenamento do território, medidas preventivas, área de desenvolvimento urbano prioritário, área de construção prioritária, servidões administrativas, restrições de utilidade pública e quaisquer outras normas legais e regulamentares relativas ao aspecto exterior e a inserção urbana e paisagística das edificações, bem como sobre o uso proposto.

Como existe um plano director Municipal aprovado em Câmara e Assembleia Municipal e rectificado pelo Governo, todas as decisões são tomadas atendendo aos regulamentos aprovados.

Pelo que nunca foi desrespeitado o tão apregoado direito do Urbanismo.

Anónimo disse...

Meu caro Sr. Am Muito Atento, na minha modesta e humilde opinião, sou a considerar que a conclusão a que o Senhor chegou é sinal que anda muito desatento por Armação Pêra!!!

Meu caro Sr. Am Muito Atento, não basta a mera invocação formal de preceitos legais do RJEU ou do PDM de Silves (que ainda data de 1995 e conflitua com certas disposições legais do Regulamento Geral das Edificações Urbanas) para se concluir sem mais e de olhos vendados que as construções e edificações urbanísticas realizadas desenfreadamente em Armação de Pêra são um espelho da legalidade urbanística.

Em abono da verdade, dispenso-me de analisar ao pormenor os processos de autorização ou de licenciamento para construção ou edificação na Câmara de Silves, uma vez que basta passear pela vila de Armação de Pêra, para qualquer um de nós se aperceber que muitos dos princípios gerais do direito do urbanismo e do ambiente que norteiam grande parte das disposições legais dos diplomas acima identificados não passaram de letra morta na mente dos técnicos superiores e dos decisores políticos!!!

O mais incrível, é que a esta conclusão não cheguei só eu, mas também muitos outros munícipes e cidadãos que visitam a vila de Armação de Pêra, a qual, hoje em dia encontra-se completamente descaracterizada... perdeu as suas referências, as suas raízes, as suas origens...

Hoje, Armação de Pêra, urbanisticamente falando, é a desolação que se vê, com inevitáveis consequências nefastas ao nível da qualidade de vida dos seus habitantes....

A esta conclusão também chegou o anterior Presidente da República, o Dr. Jorge Sampaio que ficou perplexo e escandalizado perante aquilo que viu... construções sem fim, betão armado ao pontapé, sem um único espaço verde na vila... será este o reflexo da legalidade urbanística? Será este o expoente máximo do princípio da prossecução do interesse público?





chegou, ou seja, à não violação de quaisquer regras de direito do Urbanismo em Armação de Pêra,

Anónimo disse...

O conceito de desenvolvimento urbanistico de Armação de Pêra é lamentável, suicidário, aberrante, irresponsável e exemplo execrável de novo-riquismo cultural e estético da Senhora Presidenta.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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