O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sexta-feira, 28 de março de 2014

A minha Despesa é má. A tua Despesa é boa. Assim vamos longe!...


Passos Coelho contratou uma empresa, em regime de outsourcing, para assegurar o 
atendimento telefónico na residência oficial do primeiro-ministro por 25,1 mil euros. 
Isto apesar de ter no seu gabinete dez secretárias pessoais, nove auxiliares, e 12 
pessoas a prestar apoio técnico-administrativo em São Bento.

O contrato, assinado no dia 6 de Dezembro com a empresa We Promote - Outsourcing e 
Serviços, Lda. mas só publicado no dia 5 de Fevereiro no portal Base dos contratos 
públicos, inclui "designadamente as funções de atendimento telefónico, gestão, 
registo e encaminhamento de chamadas".

O gabinete do primeiro-ministro fundamenta a necessidade deste ajuste directo com 
"a ausência de recursos próprios".
O prazo do contrato é de um ano mas pode ser renovado por idêntico período 
"mediante aviso prévio por parte do gabinete de Passos Coelho.

Este já é o terceiro contrato celebrado pelo gabinete do primeiro-ministro com a 
empresa. O primeiro foi assinado no dia 4 de Fevereiro de 2012 por 10,4 mil euros e 
tinha um prazo de nove meses. O segundo foi celebrado a 15 de Janeiro de 2013 mas 
já por um prazo de 11 meses e 15 dias e por 12,5 mil euros. A justificação para 
adjudicar directamente com esta empresa foi sempre a mesma: "ausência de recursos 
próprios".

O i questionou o gabinete do primeiro--ministro sobre as razões que levaram a a
 contratar esta empresa, tendo em conta que o próprio gabinete já tem um número 
considerável de secretárias/assistentes mas até à hora de fecho desta edição não obteve 
qualquer resposta.

O i questionou ainda por que razão não recrutaram funcionários no grupo da 
mobilidade especial, evitando assim o recurso a uma empresa externa, mas também 
ficou sem resposta. Recorde-se que o governo lançou um programa de rescisões 
amigáveis destinado aos 213 mil trabalhadores com funções administrativas a auxiliares. 
Ao programa, que terminou a 30 de Novembro, recorreram cerca de 2600 funcionários.

EMPRESA-MÃE LIGADA AO LUXEMBURGO A We Promote é uma sociedade por quotas que 
tem por objecto a prestação de "serviços em geral, formação profissional, relações 
públicas, promoções, outsourcing, assistência a congressos e similares". Constituída em 
Fevereiro de 1996, a empresa é detida pela Sociedade Comercial Silvas (Primos), S.A., 
uma empresa de "compra e venda de bens imobiliários", que, por sua vez, é controlada 
pela Finanter Incorporation, uma empresa com sede no Luxemburgo. 
(Jornal I – 10.02.2014)

Sem comentários:

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

Visite as Grutas

Visite as Grutas
Património Natural

Algarve