Mensagem do Secretário Geral da ONU
Todos os anos, mais de 800 mil crianças com menos de 5 anos morrem de diarreia desnecessariamente, mais do que uma criança por minuto. Inúmeras outras adocem gravemente, sofrendo consequências de saúde e de desenvolvimento a longo prazo. A falta de saneamento e de higiene são a causa principal. Em todo o mundo, perto de 2,5 mil milhões de pessoas não gozam dos benefícios de um saneamento adequado. Mais de um mil milhões defecam a céu aberto. Devemos quebrar os tabus e tornar o saneamento para todos uma prioridade do desenvolvimento global.
Esta primeira celebração oficial do Dia Mundial das Instalações Sanitárias pelas Nações Unidas é uma oportunidade para destacar este tópico importante. O saneamento é fundamental para a saúde humana e ambiental. É essencial para o desenvolvimento sustentável, dignidade e para a existência de oportunidades. A fraca qualidade da água e de saneamento custam cerca de 260 mil milhões de dólares por ano aos países em desenvolvimento, cerca de 1,5 por cento do seu Produto Interno Bruto. Por outro lado, cada dólar investido pode trazer cinco vezes mais de retorno por manter a população saudável e produtiva. Quando as escolas oferecem casas de banho decentes, há mais 11 por cento de raparigas a frequentá-las. Quando as mulheres têm acesso a uma retrete privada, são menos vulneráveis a sofrer agressões.
Apesar dos argumentos de cariz moral e económico para promover o saneamento, o progresso tem sido reduzido e muito lento. É por isso que este ano pus em curso o Apelo à Ação sobre o Saneamento com o objetivo de pôr fim à defecação a céu aberto até 2025 e para continuar o trabalho de iniciativas já existentes, tais como a aliança Saneamento e Água para Todos e a iniciativa “Saneamento Sustentável: Campanha Quinquenal até 2015”, ano em que se atinge o prazo para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio.
Falta-nos percorrer um longo caminho para alcançar a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio de reduzir para metade a proporção de pessoas sem saneamento básico adequado. Temos urgentemente de redobrar os nossos esforços e trabalhar em conjunto para obter resultados rápidos e tangíveis. Ao olhar para além de 2015, é essencial que o saneamento seja colocado no âmago do quadro de desenvolvimento pós-2015. As soluções não têm que ser caras ou de cariz tecnológico. Existem vários modelos de sucesso que podem ser replicados e aumentados. Devemos também trabalhar para educar as comunidades em risco e mudar as perceções culturais e práticas de longa data que não têm lugar no mundo moderno.
Ao trabalhar em conjunto – e por ter uma discussão franca e aberta sobre a importância das casas de banho e do saneamento – podemos melhorar a saúde e o bem-estar de um terço da família humana. Esse é o objetivo do Dia Mundial do Saneamento.
1 comentário:
A ÁGUA
Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.
Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da rasca
tira o cheiro a bacalhau da lasca
que bebe o homem que bebe o cão
que lava a xoxa e o berbigão.
Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava das guelras ao caralho
Meus senhores aqui está a água
que rega as rosas e os manjericos
que lava o bidé, lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber às fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.
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