O grupo de activistas Acção Directa usou a sua página no Facebook para reagir às críticas de que tem sido alvo. Em causa está uma campanha em defesa dos caracóis, um petisco muito apreciado pelos portugueses nesta altura do ano.
A associação defende no Facebook que “estes animais sentem e por tal sofrem nas circunstâncias em que são instrumentalizados”. A campanha foi muito partilhada nas redes sociais – uns defendendo-a, outros ridicularizando-a.
“Só tenho uma coisa a dizer: atrasados mentais. Ah e outra coisa: Mudem de fornecedor porque a que vocês andam a fumar deve estar estragada” e “Isto é gente que come calhaus da calçada e mesmo assim não podem ter fungos...” são alguns dos comentários divulgados na página da Acção Directa.
“Infelizmente muito do feedback que obtivemos foi-nos dado de forma violenta, agressiva, ameaçadora e profundamente ignorante. Sabemos que esse é um claro sinal da eficiência da nossa iniciativa mas sabemos também que muitos dos activistas que deram a cara por esta campanha foram vítimas de comentários vários, impregnados de baixo nível e má educação. Este tipo de campanha veicula o respeito por todos os animais e, incompreensivelmente numa parte da população, está a gerar a antítese daquilo que defendemos. Questionamos como pode a defesa de um animal gerar uma onda de tanto ódio?! Todavia, a nossa página é “A nossa Casa” por isso não toleramos o tipo de linguagem que tem aqui sido proliferada”, escreve o grupo de activistas na sua página oficial naquela rede social.
“Pedimos desculpa a todos os activistas que participaram e especialmente a quem nos apoia. Pretendemos proteger quem connosco luta, por isso estamos também a apagar certos comentários e a proceder ao bloqueio e denúncia de muitas das pessoas que comentaram ofensivamente. Contamos com a vossa paciência e compreensão, este tipo de acção torna-se bastante polémica, especialmente por ainda vivermos numa sociedade retrógrada e discriminatória. No entanto, a vulnerabilidade a que possamos estar sujeitos é positivamente contrabalançada pela repercussão que podemos alcançar e estamos, assim, mais motivados a continuar com a nossa campanha. Manteremos a publicação das inúmeras fotos que temos em nossa posse e daremos continuidade à mesma sempre que nos for possível. Estamos também a planear uma próxima acção no âmbito desta campanha”, acrescentaram.
“Lembrem-se que isto não é sobre nós. É sobre os animais não-humanos que defendemos e pelos quais damos a nossa cara. É sobre Libertação Animal, seja ela humana ou não-humana. Somos todos animais. E com a certeza que nenhum de nós deve ser explorado e instrumentalizado, continuaremos a lutar até todos os animais serem livres”, conclui o grupo.
Joana Marques Alves in: ”Sol” 03/06/2015
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
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