O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Estado satisfeito! Galp rica! Consumidor roto!

A recente movimentação dos cidadãos-consumidores no sentido da abstenção de abastecimento de combustíveis nos postos Galp e BP, é, para além de justificada, motivo de esperança e “corre o risco”, a ter suficiente adesão e disciplina, de ter sucesso!
Conhecemos directamente um caso de grande eficiência e eficácia da sociedade civil alemã, o qual passamos a descrever:
A Shell lá para os anos 90, tinha uma plataforma de exploração petrolífera no Mar do Norte a qual sofreu um acidente, fazendo-a desde logo adornar e posteriormente afundar-se.
Evacuadas as pessoas e analisado o problema a Shell concluiu que seria muito mais caro evitar o afundamento e proceder às reparações necessárias que criar uma nova plataforma.
Em coerência com esta conclusão decidiram deixar a plataforma afundar-se.
Na Alemanha, conhecida esta decisão pelos meios de comunicação, gerou-se um movimento espontâneo de cidadania o qual, face ao crime ambiental que tal decisão determinaria, decidiu boicotar o consumo dos combustíveis aos postos da Shell.
O resultado importou, durante a primeira semana, na redução de 50% nas vendas, naquele que era o maior mercado da Shell.
Como consequência aquela companhia resolveu rever a decisão inicial invertendo-a imediatamente e promovendo a reparação e recuperação da plataforma acidentada.

Este exemplo é demonstrativo do poder da cidadania e da sociedade civil quando se determina a influenciar o rumo dos acontecimentos, tantas vezes determinados por decisões que ponderam exclusivamente interesses egoísticos, como se cada um desses decisores vivesse isolado no planeta, apesar de se sustentar, crescer e desenvolver-se inevitavelmente com todos os cidadãos-consumidores-utentes-contribuintes.

Em Portugal os recentes aumentos determinaram já, segundo o próprio responsável das Finanças, numa redução do consumo, na ordem dos 6%.

É obra!
É certo que, provavelmente, parte desta redução resultará mesmo de hábitos de consumo mais contidos, motivados por razões económicas, mas não duvidamos que parte desta redução constitui uma punição clara dos consumidores, face à nebulosa que constituem as explicações dadas sobre a formulação do preço, a ausência comprometedora de noticias da entidade reguladora e sobretudo o facto de ninguém esclarecer com total transparência a questão do custo do crude em dólares e os efeitos cambiais vantajosos da depreciação desta moeda face ao Euro.

Porque será que ninguém responde claramente sobre o facto do crude nos custar hoje o mesmo que nos custava em 2004, apesar do aumento do preço em dólares, por virtude do pagamento em Euros?
E, assim sendo, como se justificam estes aumentos sistemáticos nos combustíveis?
Já para não falar dos acordos especiais com Angola e agora Venezuela, dois dos três fornecedores de Portugal (o outro é o Brasil), que estabelecem preços políticos, abaixo do mercado, que nos beneficiam!

Ou será que os bons negócios são só para a Petrogal (que já não é nossa) e para a receita fiscal, ficando o consumidor sempre com a pior parte?

Aparentemente vamos muito mal, Portugal!

APELO DE CONSUMIDORES

Transcrevemos aqui um apelo de cidadãos-consumidores que viaja pela Internet e que um visitante amigo nos remeteu com o pedido de publicação:

“Na sequência da entrevista concedida pelo Presidente do Automóvel Club de Portugal, soubemos que cinco (5) dias sem abastecer combustível na GALP conduz a uma quebra de receitas da empresa em milhões de Euros.

Está nas mãos dos consumidores punir as grandes petrolíferas GALP, BP e REPSOL, as maiores de Portugal, com a quebra das suas receitas, se, nos próximos quinze (15) dias as privilegiarmos com a nossa ausência.

Mesmo que não baixem os preços, o que se poderá verificar face à quebra de receita de milhões de euros que tal medida implicaria, constituirá sempre uma sério correctivo no único sítio onde lhes dói: o bolso!

Eles têm de conhecer a desaprovação do consumidor!”

6 comentários:

Anónimo disse...

Com o pagamento desregrado de horas extra aos seus funcionários ela não só garante os votos necessários para a sua reeleição, como os ajuda a vencer a crise do aumento dos combustíveis.
Nem todas as organizações se podem dar ao luxo de subsidiar os seus funcionários com 600 litros de combustível por ano.
A Santa Isabel lá continua a fazer “milagres” com o nosso dinheiro, agora se entende para onde vai o dinheiro recebido através do IMI e do IMT é queimado nos escapes das viaturas dos funcionários.

Anónimo disse...

Henrique

Estás feito ao bife, agora com o boicote é que fechas o negócio.

Anónimo disse...

Caro Ferreira de Oliveira

Essa de convocar à pressa uma reunião com os quadros da GALP com o objectivo arranjarem argumentos que justifiquem os aumentos brutais no preço dos combustíveis, é mesmo tua ou foi ideia de um dos teus “magníficos” administradores.
A argumentação no sentido de mais um aumento teve unanimidade, outra coisa não era de esperar, toda aquela malta não se preocupa com o aumento, pois todos eles têm carro, gasolina de borla e ordenados bem chorudos, este ano os aumentos ai por casa foram superiores a 10%, não te esqueças que um milhão de portugueses são mesmo pobres e os outros para lá caminham.

Recomendo-te que faças uma reunião com os quadros mas desta vez para analisarem onde podem optimizar a exploração, olha que se a malta se zanga a sério com a GALP só vais perder negócio, os accionistas não te vão perdoar e ainda levas um par de patins.

Anónimo disse...

O Sr Camacho mete os funcionários da câmara de Silves todos no mesmo saco.
Infelizmente a maioria dos funcionários não recebem além do seu magro ordenado.

Anónimo disse...

Mo�o tu tens � dor de cotovelo ou de c...

Anónimo disse...

Isto só vem calar as bocas sujas

presidente da Câmara de Silves foi ilibada do crime de abuso de poder de que estava indiciada no âmbito do caso da Sociedade de Instrução e Recreio de S. Marcos da Serra e Associação Terras de Santa Maria, tendo a Relação de Évora confirmado a decisão de não pronunciar a autarca.


O tribunal considerou, aliás, que Isabel Soares "agiu somente na defesa dos interesses legítimos do município e que a sua acção teve como preocupação o interesse público e o benefício da população" de S. Marcos da Serra.

O caso remonta a 2005, quando foi inaugurado naquela localidade o Centro de Apoio para a Educação ao Longo da Vida, a funcionar numa sala do edifício da Sociedade, mediante um protocolo com a Associação Terras de Santa Maria e a autarquia. Esta procedeu a obras de recuperação de todo o imóvel, sendo a contrapartida a cedência do direito de superfície da referida sala. Outra sala seria destinada à Terras de Santa Maria.

Segundo Isabel Soares, "o problema ocorreu quando, após as obras – das quais a Sociedade e a Associação se desinteressaram, tendo mesmo as chaves do edifício sido entregues aos responsáveis da autarquia – decidi abrir a sala que fora consignada à Câmara para ali realizar um curso de enchidos, de três meses, destinado à criaçãodenovos postos de emprego em S. Marcos".

O acto foi considerado abuso de poder pelas duas entidades e deu azo a um processo instaurado pelo Ministério Público. "Não nos conformámos e pedimos abertura de instrução. O Tribunal de Portimão considerou não haver razão para pronúncia mas o MP recorreu e o caso subiu à Relação, que agoraconfirmoua decisão", adiantou a autarca.

Em juízo ficou ainda demonstrado que as chaves do imóvel "foram entregues aos responsáveis da Sociedade". A Câmara encerrou o Centro de Apoio para a Educação ao Longo da Vida , situação que se mantém até à presente data.

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