O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

UMA DERRADEIRA BEATA PARA CATILINA

SEGUNDO A REVISTA “Visão” de 8-03-07, terá o Estado arrecadado 1,4 mil milhões de Euros, em 2006, à conta dos fumadores.
Mais informa que 80% do preço de mercado do tabaco são imposto!

Ainda para nos dar uma noção do que se pode fazer com esse montante mensurável para o orçamento da República, mas verdadeiramente incomensurável para o cidadão comum, refere que aquela quantia permite suportar o investimento em que importa o TGV entre as cidades do Porto e Vigo!

Já exprimimos a nossa opinião acerca da hipocrisia que representam as medidas moralistas de saúde pública, mantendo-se a legalidade do consumo do tabaco e da sua produção. Não quisemos deixar de evidenciar com a publicação desta notícia, a importância orçamental desta receita, o que confirma a fundamentação da nossa opinião através deste exemplo que vale por mil palavras.
Não o fazemos por considerar que os fumadores não tenham esta consciência. Mas reforçar esta nota evidencia, uma vez mais, a natureza da medida: hipócrita!

CONTA-SE QUE o Dr. Salazar – agora tão na moda -, teria rejeitado a introdução da Coca Cola no mercado português, mediante a elaboração de um raciocínio elementar, mais ou menos traduzido nos seguintes termos: “Ou este produto (coca-cola) é aquilo que consta do rótulo (referindo-se à caféina) e não interessa, ou não é o que consta do rótulo, logo não interessa!”.
A lógica salazarista e do seu poder, sendo causa quer das violações dos direitos humanos, civis e politicos que implícita e explicitamente apostolou, implicou, justificou e aplicou, quer da esterilização da sociedade civil, entendida esta enquanto mobilização, organização e acção dos grupos de interesses, da participação social, colectiva e individual, a qualquer nível, da qual objectivamente é responsável, no que dizia respeito àquilo que não reunia os favores da sua eleição, era letal.

O TABACO SENDO TUDO AQUILO que dele dizem – do que parece não restarem dúvidas – seria um justo destinatário de uma decisão ponderada com base numa lógica do tipo salazarista!
E, sal(es) e azar(es) à parte, só uma decisão dessa natureza obteria o respeito dos fumadores em geral!
Como assim não será, considero compaginável com a lógica do sistema e a hipocrisia das suas emanações legais, a desobediência civil!

Aliás, ainda fazendo referencia àquela revista semanal, a qual citando o Ministério da saúde informa que 53% dos Portugueses não tencionam abdicar do vício por causa da nova lei que se antevê vir a proibir o fumo em espaços fechados, com menos de 100 metros quadrados.
O que é de prever, com a esperança que o vício possa ajudar a fazer o que a educação cívica ainda não pôde: a resistência cívica a medidas legais ou não, que sejam, entre outras, inexigíveis, como é o caso, por imoralidade.

UM ÚLTIMO COMENTÁRIO sobre a desfocagem típica da realidade virtual em que os políticos se movem de que é exemplo bem patente o numero de metros quadrados dos estabelecimentos onde será possível fumar: 100 metros quadrados.
É certo que competiria à ARESP (associação das empresas de restauração) saber e dizer qual a percentagem de estabelecimentos com essa área ou maior, o que, tanto quanto sei, não fez. Nós arriscamos: nem 25% do número de estabelecimentos!
Em que pais julgam esses senhores que estão? Em que economia pensam estar?

É só mais um exemplo da prepotência da ignorância e do abuso da legitimidade democrática tão bem evidenciada em leis bem mais preocupantes como aquelas que sustentam a atribuição de valores patrimoniais (valores virtuais) a imóveis, muito para além dos valores do mercado (valores reais) sobre os quais os cidadãos-contribuintes-proprietários terão de pagar as mais valias da venda que realizam ou de pagar o IMT na compra que efectuam abaixo desse valor irreal.

Em que país julgam esses senhores que estão? Em que economia pensam estar? Que interpretação fazem estes senhores do sistema democrático?
Até quando oh Catilina abusarás da nossa paciência?

14 comentários:

Anónimo disse...

Os seus posts tem sido por mim lidos e relidos com muito interesse.
Não posso concordar todavia com este, mesmo sendo fumador, como já vi que é, deve reconhecer que o tabaco provoca muitos males aos fumadores e não fumadores.
Não conheço em pormenor a lei que está a ser dicutida, mas olhe não me agrada nada ir a um restaurante e na mesa do lado estar algém a fumar e eu e outras pessoas a levar com o fumo.
Deve reconhcer que os fumadores são em menor número que os não fumadores, pelo que os direitos dos não fumadores devem ser reconhecidos.
Aguardo posts sobre Armação é que esta terra está cada vez pior e algém tem que fazer alguma coisa.

Anónimo disse...

Quêm é a Catilina?

Anónimo disse...

O povo Romano veio declarar Catalina inimigo público.
O mesmo deve fazer o povo Português e declarar o tabaco como inimigo público.

Jovem , fume a última beata, ainda está a tempo de perceber o que é ser saudável,fala quem já foi fumador.

Anónimo disse...

Será mesmo o tabaco o pior inimigo?
Não será a liberdade cerceada por quem invade tudo e todos com se fossemos marionetas trabalhadeiras?
Pensem nisso!

Anónimo disse...

Já sinto aqui a falta da Dona Adelina Capelo.......
Sempre nos informará que a Exmª. Presidente, Doutora Isabel Soares já estará a resolver o problema para bem dos municipes......
Saudosos cumprimentos para todo o blog e com especial destaque para a Dona Adelina Capelo.

Anónimo disse...

Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,e,conhecendo nosso medo,arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.

Eu Participo! disse...

É mesmo isso Francisco Franco!
É mesmo isso...

Anónimo disse...

Esta é para o anónimo
Existem duas maneiras de se ser feliz na vida, uma é fazer-se de idiota e outra é sê-lo

Anónimo disse...

E qual escolheu Dona Adelina ?

Anónimo disse...

Portugal é um pais de pequenos proprietários onde já há 1,6 fogos por habitante.
O Socrates ferrou-os bem com estas leis do património.
Deve ser ele que os vai acudir na reforma, para a qual as poupanças de cada um, tradicionalmente convertidas em imóveis,se dirigiam.
Agora éstas leis desincentivam à compra de imóveis porque o Socrates vai-nos acudir quando precisarmos na reforma.
Muito mal vai tudo isto porque o socrates na altura das reforma já cá não está, a poupança será cada vez mais pobre e lá vamos cantando e rindo a suportar o peso dos funcionários públicos.
O tabaco é só um exemplo do dinheiro que recebem e pouco fazem.
Pelos vistos em 3 ou 4 anos os fumadores podem pagar o tgv e eles ainda nos vão sobrecarregar com mais impostos.

Anónimo disse...

A memória é curta meu caro Jonas mas não foi o Sócrates que nos ferrou com esta lei foi o Santana.

Cabe aos municípios definir o valor da taxas a cobrar dentro de um determinado intervalo.

Se à frente dos detinos das nossas autarquias estiverem pessoas competentes e responsáveis, com esta lei e com a lei das finanças locais, podem tornar os seus concelhos em termos fiscais mais atrativos e assim atrair mais investimento e potenciar o desenvolvimento.

Eu estou de acordo que os impostos do luxo, vício e combustiveis devem ser os mais sobrecarregados.

Anónimo disse...

Ser pedra é fácil, difícil é ser vidraça

Anónimo disse...

Jonas
Os impostos são o preço que pagamos por uma sociedade civilizada.

Anónimo disse...

Ao anónimo que me respondeu: As sociedades não são civilizadas pelos impostos que pagam mas pela justa distribuição entre o que recebem de imposto e as regalias que cond«ferem ao povo.
Ora esse não é o caso de Portugal pois os impostos destinam-se a manter uma despesa em que os ordenados dos funcionários públicos em excesso consomem 95% da receita.
Assim não vamos lá, nem civilizados nem barbaros vamos é pobres e exauridos...

Correio para:

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