O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
domingo, 31 de dezembro de 2006
sábado, 30 de dezembro de 2006
Corredores da política concelhia na blogesfera
Caro Concidadão e Snr Carneiro Jacinto, Temos acompanhado atentamente o seu blog (http://servirsilves.blogs.sapo.pt/) e, sobre algumas das intervenções gostaria de dar a nossa opinião. Começo pelos comentários a “Nove belas sugestões”: Percorre algumas das intervenções anónimas, o “Português no seu melhor”, na faceta comum do insulto puro e duro e muito provavelmente sem qualquer fundamento, em resultado de uma vertigem de acidez que historicamente é explicável pela produção dos ácidos estomacais em excesso relativamente ao volume de alimentos que tem para digerir. Numa palavra a pobreza! A pobreza que começou por ser essencialmente material, a qual por ter sido sistémica integrou o espiritual. No nosso entender, permita-nos a sugestão, não deverá: premiar o insulto com a condescendência da resposta! Ironicamente, ainda sugerimos que crie um espaço no seu blog para insultos, uma vez que estes, não carecendo de uma atenção especial, carecem no entanto de um tratamento adequado e, em época de separação dos lixos, será bom dar o exemplo. Quantas gerações serão necessárias para a aquisição, mais ou menos generalizada, da consciência cívica, da elevação da intervenção na coisa pública, da relevância da participação? Por outro lado, não apreciámos parte do conteúdo da sua última postagem! Achámos redutor e simplista o raciocínio expresso quanto ao facto da Presidente se ter socorrido de advogados de Lisboa para a assistirem no caso Viga D’Ouro, colocando como contraponto o dever de ter optado pelos juristas da CMS. Será que o meu concidadão Carneiro Jacinto quando tem uma gripe consulta ou serve-se dos préstimos de um ortopedista? Este, perdoe-nos a franqueza, é o tipo de intervenção politica que, não sendo um “chavão da propaganda politica nacional”, é, sem duvida um familiar muito próximo. Na verdade, a credibilidade da alternativa, conquista-se, permita-nos, com elevação. Caso contrário estará a concorrer no mesmo campeonato! Se calhar, permita-nos uma vez mais, com todo o respeito, seria melhor averiguar se deverá ser o erário público que terá suportar os custos de defesa da Senhora Presidente, sabendo-se que a responsabilidade criminal é individual! Quanto à restante matéria de despesas, mordomias, despesas de gabinete e avenças várias, estamos consigo, mas, perdoe-nos novamente, só depois de as revelar tornando-as públicas. A um jornalista será despiciendo dizer que um politico deve fazer afirmações fundadas. E divulgar opinião contundente sem exibir os fundamentos apesar de provavelmente os ter será de jornalista, não de quem quer alterar/melhorar a prática politica. Quando lhe falámos da “caça às bruxas”, defendíamos o primado do estado de direito com o respeito absoluto pelos direitos individuais os quais não podem ser ameaçados em função de uma qualquer espúria conjuntura politica, exactamente como no massacre social/cultural do MacCarthismo.
REPORTAGEM
O cidadão que se auto intitula de " O Rebola" e se confessa sem-abrigo, farto de procurar um jardim em Armação de Pêra, decidiu manifestar publicamente a sua frustração.
Meu caro Rebola, a generalidade da população de Armação estará certamente consigo. Nós estamos!
Se se candidatar e prometer com seriedade fazer um jardim em Armação de Pêra, não precisará de apelar ao voto, pois ganhará certamente qualquer eleição.
O nosso blog apreciou a sua atitude de cidadania chamando à atenção para um défice importante na terra. Na verdade, nem parece que a Vila tem a sua actividade económica quase exclusivamente centrada no turismo. Turismo este cada vez mais, no outono-inverno, da terceira idade. Apreciamos também a esperança demonstrada no pedido...De facto, se tivesse pedido mais um prédio, seria mais certo obter atendimento!
O jardim do nosso descontentamento é uma ambição antiga da população e uma frustração evidente! Quantos mandatos mais terão de decorrer até que alguém de Silves entenda da necessidade de um espaço verde proporcional à actual dimensão da Vila? De um espaço lúdico para as crianças? De uma brecha no Betão?
Meu caro Rebola, a generalidade da população de Armação estará certamente consigo. Nós estamos!
Se se candidatar e prometer com seriedade fazer um jardim em Armação de Pêra, não precisará de apelar ao voto, pois ganhará certamente qualquer eleição.
O nosso blog apreciou a sua atitude de cidadania chamando à atenção para um défice importante na terra. Na verdade, nem parece que a Vila tem a sua actividade económica quase exclusivamente centrada no turismo. Turismo este cada vez mais, no outono-inverno, da terceira idade. Apreciamos também a esperança demonstrada no pedido...De facto, se tivesse pedido mais um prédio, seria mais certo obter atendimento!
O jardim do nosso descontentamento é uma ambição antiga da população e uma frustração evidente! Quantos mandatos mais terão de decorrer até que alguém de Silves entenda da necessidade de um espaço verde proporcional à actual dimensão da Vila? De um espaço lúdico para as crianças? De uma brecha no Betão?
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quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
HISTÓRIA
Fortaleza d’S. Antº d’Pera - Fortaleza de Armação de Pêra
A existência de muitos e bons ancoradouros ao longo da costa algarvia facilitaram os contactos marítimos da região com o exterior mas expunham-na a frequentes incursões de piratas ou corsários.
Desde longa data se sentiu a necessidade de se levantarem meios de defesa, tornando-se mais evidente na segunda metade do século XVI quando o reino perdeu a sua influência no Norte de Africa.
Durante o período de dominação Filipina os responsáveis pela governação tiveram de reforçar a defesa da costa para resistir aos ataques de corsários mouriscos ou europeus e para garantir a segurança das populações e das trocas comerciais com o exterior.
Após a restauração da Independência tornou-se indispensável reforçar a defesa da costa, por causa dos ataques eminentes de piratas e corsários provenientes do Norte de Africa, da Turquia, e de vários pontos da Europa.
Compreende-se por isso o teor do extracto de um documento enviado aos capitães-mores das cidades e vilas do reino de 3 de Julho de 1658.
Por carta de Sua Majestade que Deos guarde… me manda que todos os lugares marítimos deste Reyno se esteia com todo o cuidado e vigilância por quando Olanda tem saído dez Fragatas de Guerra a infestar esta costa… (Carta dos Governadores do Algarve p.253)
Esta preocupação contribuiu para o levantamento de novas fortificações ao longo da costa algarvia, do qual faz parte Armação de Pêra.
Adaptado de “O Algarve da antiguidade aos nossos dias”: Elementos para a sua história/Coord. Maria da Graça Marques – Edições Colibri – Lisboa, Abril de 1999
IMAGENS:
VASCONCELOS, José de Sande, 1730-1808
Mappa da configuração de todas as praças fortalezas e baterias do reyno do Algarve [Material cartográfico] / Joze de Sande Vascos.. - 44 plantas : manuscritas, color. ; 57x50 cm http://purl.pt/762.
- Este atlas terá sido elaborado, provavelmente, em 1788, em conformidade com: Brabo, F. A. D. (2004) "José de Sande Vasconcelos: engenheiro militar e cartógrafo no Algarve nos finais do séc. XVIII". Stilus, nº 6-7 (Jan.-Dez.), pp. 145-176
A existência de muitos e bons ancoradouros ao longo da costa algarvia facilitaram os contactos marítimos da região com o exterior mas expunham-na a frequentes incursões de piratas ou corsários.
Desde longa data se sentiu a necessidade de se levantarem meios de defesa, tornando-se mais evidente na segunda metade do século XVI quando o reino perdeu a sua influência no Norte de Africa.
Durante o período de dominação Filipina os responsáveis pela governação tiveram de reforçar a defesa da costa para resistir aos ataques de corsários mouriscos ou europeus e para garantir a segurança das populações e das trocas comerciais com o exterior.
Após a restauração da Independência tornou-se indispensável reforçar a defesa da costa, por causa dos ataques eminentes de piratas e corsários provenientes do Norte de Africa, da Turquia, e de vários pontos da Europa.
Compreende-se por isso o teor do extracto de um documento enviado aos capitães-mores das cidades e vilas do reino de 3 de Julho de 1658.
Por carta de Sua Majestade que Deos guarde… me manda que todos os lugares marítimos deste Reyno se esteia com todo o cuidado e vigilância por quando Olanda tem saído dez Fragatas de Guerra a infestar esta costa… (Carta dos Governadores do Algarve p.253)
Esta preocupação contribuiu para o levantamento de novas fortificações ao longo da costa algarvia, do qual faz parte Armação de Pêra.
Adaptado de “O Algarve da antiguidade aos nossos dias”: Elementos para a sua história/Coord. Maria da Graça Marques – Edições Colibri – Lisboa, Abril de 1999
IMAGENS:
VASCONCELOS, José de Sande, 1730-1808
Mappa da configuração de todas as praças fortalezas e baterias do reyno do Algarve [Material cartográfico] / Joze de Sande Vascos.. - 44 plantas : manuscritas, color. ; 57x50 cm http://purl.pt/762.
- Este atlas terá sido elaborado, provavelmente, em 1788, em conformidade com: Brabo, F. A. D. (2004) "José de Sande Vasconcelos: engenheiro militar e cartógrafo no Algarve nos finais do séc. XVIII". Stilus, nº 6-7 (Jan.-Dez.), pp. 145-176
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terça-feira, 26 de dezembro de 2006
REPORTAGEM
Os animais, cada vez mais reconhecidos como "humanoides" e tratados como tais, por virtude da sua susceptibilidade para a companhia, os afectos, a fidelidade, sem que com tais atributos percam a sua personalidade, são cada vez mais insubstituiveis no contexto de solidão para o que este sistema de desenvolvimento remete, inexoravelmente, o homem.
Ter animais é, por conseguinte, já quase uma necessidade! Porém, ter animais é também uma responsabilidade para com o próprio animal em primeiro lugar e para com os outros, os ditos racionais.
A higiene, ela própria, não é um exclusivo do homem, mas também daqueles que têm o homem como responsável. É o caso dos animais de companhia!
Outros municipios, como é o caso do de Almada, de entre outros, sensibiliza a população à higiene pública no que aos animais diz respeito, disponibilizando meios para o levantamento dos seus excrementos depositados na via pública.
Será um bom exemplo a seguir, por todas as razões de higiene e conforto públicos, acrescidas das razões especificas duma economia quase exclusivamente vocacionada para o turismo e dele absolutamente dependente, como é o caso de Armação de Pêra.
Uma sugestão que fica para a gestão autárquica, um dever que a mesma tarda a cumprir, um direito dos que usam a via pública, uma oportunidade de investir no futuro.
Ajude o blog http://armacaodepera.blospot.com, a denunciar evidências que considere motivo de reportagem, quer através de mera comunicação escrita, quer fotograficamente, mesmo sem qualquer comentário! Um convite para a participação...
Ter animais é, por conseguinte, já quase uma necessidade! Porém, ter animais é também uma responsabilidade para com o próprio animal em primeiro lugar e para com os outros, os ditos racionais.
A higiene, ela própria, não é um exclusivo do homem, mas também daqueles que têm o homem como responsável. É o caso dos animais de companhia!
Outros municipios, como é o caso do de Almada, de entre outros, sensibiliza a população à higiene pública no que aos animais diz respeito, disponibilizando meios para o levantamento dos seus excrementos depositados na via pública.
Será um bom exemplo a seguir, por todas as razões de higiene e conforto públicos, acrescidas das razões especificas duma economia quase exclusivamente vocacionada para o turismo e dele absolutamente dependente, como é o caso de Armação de Pêra.
Uma sugestão que fica para a gestão autárquica, um dever que a mesma tarda a cumprir, um direito dos que usam a via pública, uma oportunidade de investir no futuro.
Ajude o blog http://armacaodepera.blospot.com, a denunciar evidências que considere motivo de reportagem, quer através de mera comunicação escrita, quer fotograficamente, mesmo sem qualquer comentário! Um convite para a participação...
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sábado, 23 de dezembro de 2006
NOSTALGIA
Armação de Pêra 1944, uma visão ingénua mas naturalista...
ARMAÇÃO DE PERA
Sensivelmente a meio da orla da costa algarvia, a praia de Armação de Pera constitue, por isso mesmo, marca obrigatória no roteiro turístico da província.
Não pertence, pode dizer-se a nenhuma das zonas em que o litoral do Algarve se divide – barlavento e sotavento. E, como a virtude está no meio, basta-lhe a posição natural para a distinguir, como estância balnear, de todas as suas congéneres.
Nela se misturam, harmonicamente, a areia e a rocha, o sol e a sombra, a duna e a planura. A alvura do amontuado urbano, preguiçosamente debruçada sobre o mar, não se esconde surrateiramente nas curvas dos rochedos, como sucede a outros amontuados algarvios da costa. Cresce na planura e nele estende os mimosos braços, mostrando-se, ao peregrino, clara e limpa, na sua graciosa modéstia…
A escarpa, a ocidente, abruptae gigante, de recorte majestoso e altaneio, é soberbo pormenor da paisagem do conjunto. Materializou-se ali em alto e compacto miradouro e destinou-se, talvez, a deslumbrar os olhos do viajante aventureiro através do oiro do areal que se estende para leste, na distância…
Se não fora o arranjo caprichoso da perspectiva – a própria alma da praia – poucos se disporiam a procurá-la. As suas excepcionais condições naturais diminuem consideravelmente – se é que não eliminam por completo – algumas deficiências que se lhe notam e são apenas da responsabilidade dos homens. A luminosidade dos poentes, única nêste recanto do litoral, vibrando na retina até noite alta, relega para segundo plano a falta de luz artificial…A brancura fresca do mar chega a matar a sêde.
Mas as condições de vida da praia, hoje algo diferentes das de tempos que ainda não vão longe, estão em via de melhorar bastante.
Está em construção um ramal de estradas que há-de ligar a povoação à visinha freguesia de Porches e projecta-se a construção de uma pensão modelar, a expensas de um grupo de amigos da praia. O resto surgirá, como corolário.
Parece-nos, assim, que um futuro melhor está reservado a Armação de Pera, praia que, mesmo nas actuais circunstâncias, é das mais concorridas do Algarve.
Moura Lopes
ARMAÇÃO DE PERA
Sensivelmente a meio da orla da costa algarvia, a praia de Armação de Pera constitue, por isso mesmo, marca obrigatória no roteiro turístico da província.
Não pertence, pode dizer-se a nenhuma das zonas em que o litoral do Algarve se divide – barlavento e sotavento. E, como a virtude está no meio, basta-lhe a posição natural para a distinguir, como estância balnear, de todas as suas congéneres.
Nela se misturam, harmonicamente, a areia e a rocha, o sol e a sombra, a duna e a planura. A alvura do amontuado urbano, preguiçosamente debruçada sobre o mar, não se esconde surrateiramente nas curvas dos rochedos, como sucede a outros amontuados algarvios da costa. Cresce na planura e nele estende os mimosos braços, mostrando-se, ao peregrino, clara e limpa, na sua graciosa modéstia…
A escarpa, a ocidente, abruptae gigante, de recorte majestoso e altaneio, é soberbo pormenor da paisagem do conjunto. Materializou-se ali em alto e compacto miradouro e destinou-se, talvez, a deslumbrar os olhos do viajante aventureiro através do oiro do areal que se estende para leste, na distância…
Se não fora o arranjo caprichoso da perspectiva – a própria alma da praia – poucos se disporiam a procurá-la. As suas excepcionais condições naturais diminuem consideravelmente – se é que não eliminam por completo – algumas deficiências que se lhe notam e são apenas da responsabilidade dos homens. A luminosidade dos poentes, única nêste recanto do litoral, vibrando na retina até noite alta, relega para segundo plano a falta de luz artificial…A brancura fresca do mar chega a matar a sêde.
Mas as condições de vida da praia, hoje algo diferentes das de tempos que ainda não vão longe, estão em via de melhorar bastante.
Está em construção um ramal de estradas que há-de ligar a povoação à visinha freguesia de Porches e projecta-se a construção de uma pensão modelar, a expensas de um grupo de amigos da praia. O resto surgirá, como corolário.
Parece-nos, assim, que um futuro melhor está reservado a Armação de Pera, praia que, mesmo nas actuais circunstâncias, é das mais concorridas do Algarve.
Moura Lopes
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terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Junta de Turismo 1965 - Verso de João Lúcio
Que bom seria poder regressar ao passado e sentir novamente esta apaixonada visão do Algarve…repensar e agir todo o processo urbanístico e natural, bem como o desenvolvimento de uma forma sustentada, a fim de proporcionar a todos (naturais desta região, frequentadores, veraneantes, turistas, e afins) uma melhor qualidade de vida, rentabilizando urbanística, ecológica e humanamente, todas as potencialidades que esta região oferecia, e que ainda pode oferecer caso todos nós (Poder Local, Regional, Nacional; todos os Algarvios e Portugueses, nomeadamente através da participação cívica) rumemos nesse sentido! A esperança e a paixão continuam nos nossos corações, é preciso agir, para que nunca esmoreça!
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terça-feira, 21 de novembro de 2006
CARTA ABERTA À SENHORA PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SILVES
Exemplar da carta remetida via CTT em 16 de Agosto de 2004, a qual, até à data da publicação da mesma neste blog, não obteve qualquer resposta.
Mantendo-se todas as razões de fundo que a motivaram, resolveu a remetente torná-la pública por esta via, visando a participação como cidadã na construção de uma sociedade melhor:
Maria João Roxo
Exma Senhora Presidente da Câmara Municipal de Silves
Exma Senhora Presidente,
Sou cidadã nacional, veraneante habitual em Armação de Pêra e amiga de longa data desta Vila e do seu património natural. É nessa tripla qualidade que me dirijo a V.Exa., a mais elevada representante da população do concelho de Silves, no sentido de contribuir com a minha intervenção na coisa pública, através da presente reclamação, exercendo um direito de cidadania, o qual, segundo muitos, pela sua omissão justificam a insipiência da nossa sociedade civil em ordem a prosseguir um seu desiderato, ié, o de vigilante atenta do cumprimento rigoroso dos mandatos conferidos nos processos eleitorais e com isso explicam muitos outros males, incapacidades e inconsistências da nossa sociedade, geradoras da frustração e depressão generalizadas das populações, bem como do atraso económico estrutural do País.
Na busca da objectividade, apesar do teor ideológico da introdução, centro a minha reclamação na gestão da remoção do lixo depositado nos respectivos contentores e da limpeza das ruas, nesta Vila de Armação de Pêra, sobretudo durante o verão, mais especificamente no decurso do mês de Agosto (o que conheço melhor), bem como da pendular execução das obras públicas de forma a que nunca estejam concluídas antes do período de veraneio, deixando a Vila em situação de "estaleiro" permanente.
Para o caso de V.Exa. não ter conhecimento, no que não se pode conceder, do estado calamitoso em que se encontram habitualmente os pontos de lixo, donde também se propaga um cheiro nauseabundo e do estado deplorável em que as diversas ruas se encontram do ponto de vista da limpeza, devo informar essa Câmara que o mesmo é, nos tempos que correm, indigno de um subúrbio, só concebível em país do terceiro mundo. É-me licito concluir que se encontra arredado das preocupações da Câmara a que V.Exa. preside, curar de dotar esta Vila das condições elementares necessárias a apetrechar e muito menos a potenciar turisticamente, em sintonia com as exigências de um consumidor médio, o activo natural que esta praia, há longos anos, evidencia claramente.
Sempre dirão os profissionais da política de vistas curtas, teóricos e apologistas do conceito da "folga das costas" enquanto "o pau vai", sabendo-se que é certo que virá de novo, confrontados com uma realidade como a presente, que o número de eleitores duma Vila desta dimensão não justifica um investimento maior, ié, não rende nas urnas o que nelas se tem de investir, que os turistas não votam nos locais de veraneio!
Enganam-se perigosa e redondamente! Enganam-se em primeiro lugar porque o mandato que é conferido a um eleito por sufrágio universal e democrático não lhe permite tal ilação, economicista e redutora dos interesses substantivos em presença, das legítimas e tuteladas expectativas das populações nem um direito de tal natureza consta, quer das funções que são atribuídas aos eleitos, quer dos poderes que lhes são conferidos.
Enganam-se em segundo lugar porque um activo turístico releva para o País, muito para além do que releva para o Concelho onde se insere. Uma gestão míope dum activo dessa natureza prejudica muito menos o concelho que o País. Nem servirá de desculpa que o poder central não tenha do turismo o conceito de opção económica estrutural evidente, apesar da importância das receitas do mesmo para o nosso orçamentozito de mercearia europeia.
Ainda que assim fosse, face a um tal "abandono" a que o poder central, nesse pressuposto, teria votado um activo tão fundamental, qualquer responsável autárquico terá sempre de confrontar-se com a competência específica, de longos anos e da responsabilidade de diversas colorações politicas, de autarquias como Óbidos, Monsaraz, Marvão ou as algarvias Albufeira e Lagoa onde se encontra consagrada, na diversidade das suas especificidades, uma gestão consentânea com os interesses naturais, patrimoniais, enfim turísticos e económicos das respectivas regiões!
Enganam-se em terceiro lugar porque um património natural constitui um palco cujos espectadores ultrapassam em muito os eleitores do Concelho onde se insere. Na verdade um património natural não é, nunca, propriedade do concelho em que se insere, nem, algumas vezes, do próprio País que o abriga! Por conseguinte a gestão de um património natural e da sua economia envolvente terá de ser sempre tida como uma gestão de bens alheios!
Enganam-se ainda porque, muitas vezes, as receitas de um concelho onde um património de tal natureza se insere não são directamente proporcionais ao número dos seus eleitores. Enganam-se também, porque prosseguindo uma gestão negligente de um activo turístico de um concelho, muitas vezes o único ou o mais importante, assente numa concepção do tipo da imortalidade das condições naturais que Deus concedeu, perpetra-se um "crime"contra o património natural, contra a economia envolvente, contra as populações dela dependentes, contra os consumidores de tais bens e equipamentos, contra a economia e cultura nacionais!"Nuestros hermanos" ficar-lhes-ão eternamente gratos, recordando-os com saudade!
Enganam-se por conseguinte ao crer, especulando sobre o horizonte das suas concepções sobre gestão do interesse público, que algumas obras a implementar antes das eleições serão suficientes para que o povo eleitor em causa tudo esqueça e adira primariamente reagindo nas urnas com a resposta que lhes convirá. Enganam-se ainda se pensarem que, com uma politica míope que despreze os valores para só atender às oportunidades, a sua gestão algum dia rezará da história, porventura a sua principal preocupação.
Mas também se enganam redondamente se pensarem que, em resultado duma gestão da oportunidade, o povo lhes deverá ficar agradecido…Concluo solicitando a V.Exa que não se engane como os profissionais da manipulação da expressão da vontade popular e dos seus legítimos interesses e aspirações, teóricos da imutável natureza curta da memória dos eleitores e outras aleivosias congéneres a que me referi e que cure de dar instruções no sentido de não fazer sentir aos residentes e turistas de Armação de Pêra que vivem numa lixeira generalizada, bem como no sentido de que as obras públicas se iniciem, executem e terminem antes do inicio da época balnear, atenta a sua importância estrutural na economia da Vila, do Pais e dos direitos dos cidadãos.
Se V.Exa entender deferir este pedido, o que antecipada e respeitosamente agradeço, será muito provavelmente surpreendida com o efeito pedagógico do exemplo, com o apoio do povo eleitor de Armação de Pêra, com a adesão daqueles que investem no mercado de Armação de Pêra e esperam o legitimo retorno, com a admiração daqueles que visitam Armação de Pêra e fazem da mesma seu destino de férias privilegiado, com o respeito das autarquias vizinhas que disputam profissionalmente os mercados que os turistas e investidores nacionais e internacionais constituem, com a compreensão pelas limitações com que, como todas as autarquias, Silves, certamente se debaterá, com a elevação do conceito de cargo público, com o agradecimento de todos e com uma maior harmonia entre administrandos e administrados em prol da justificação dos tributos, do desenvolvimento do concelho, do País e da satisfação do direito dos cidadãos à beleza natural e á estética, à higiene e limpeza públicas, enfim ao bem estar!
Armação de Pêra, 16 de Agosto de 2004
Pede e Espera Deferimento
Mantendo-se todas as razões de fundo que a motivaram, resolveu a remetente torná-la pública por esta via, visando a participação como cidadã na construção de uma sociedade melhor:
Maria João Roxo
Exma Senhora Presidente da Câmara Municipal de Silves
Exma Senhora Presidente,
Sou cidadã nacional, veraneante habitual em Armação de Pêra e amiga de longa data desta Vila e do seu património natural. É nessa tripla qualidade que me dirijo a V.Exa., a mais elevada representante da população do concelho de Silves, no sentido de contribuir com a minha intervenção na coisa pública, através da presente reclamação, exercendo um direito de cidadania, o qual, segundo muitos, pela sua omissão justificam a insipiência da nossa sociedade civil em ordem a prosseguir um seu desiderato, ié, o de vigilante atenta do cumprimento rigoroso dos mandatos conferidos nos processos eleitorais e com isso explicam muitos outros males, incapacidades e inconsistências da nossa sociedade, geradoras da frustração e depressão generalizadas das populações, bem como do atraso económico estrutural do País.
Na busca da objectividade, apesar do teor ideológico da introdução, centro a minha reclamação na gestão da remoção do lixo depositado nos respectivos contentores e da limpeza das ruas, nesta Vila de Armação de Pêra, sobretudo durante o verão, mais especificamente no decurso do mês de Agosto (o que conheço melhor), bem como da pendular execução das obras públicas de forma a que nunca estejam concluídas antes do período de veraneio, deixando a Vila em situação de "estaleiro" permanente.
Para o caso de V.Exa. não ter conhecimento, no que não se pode conceder, do estado calamitoso em que se encontram habitualmente os pontos de lixo, donde também se propaga um cheiro nauseabundo e do estado deplorável em que as diversas ruas se encontram do ponto de vista da limpeza, devo informar essa Câmara que o mesmo é, nos tempos que correm, indigno de um subúrbio, só concebível em país do terceiro mundo. É-me licito concluir que se encontra arredado das preocupações da Câmara a que V.Exa. preside, curar de dotar esta Vila das condições elementares necessárias a apetrechar e muito menos a potenciar turisticamente, em sintonia com as exigências de um consumidor médio, o activo natural que esta praia, há longos anos, evidencia claramente.
Sempre dirão os profissionais da política de vistas curtas, teóricos e apologistas do conceito da "folga das costas" enquanto "o pau vai", sabendo-se que é certo que virá de novo, confrontados com uma realidade como a presente, que o número de eleitores duma Vila desta dimensão não justifica um investimento maior, ié, não rende nas urnas o que nelas se tem de investir, que os turistas não votam nos locais de veraneio!
Enganam-se perigosa e redondamente! Enganam-se em primeiro lugar porque o mandato que é conferido a um eleito por sufrágio universal e democrático não lhe permite tal ilação, economicista e redutora dos interesses substantivos em presença, das legítimas e tuteladas expectativas das populações nem um direito de tal natureza consta, quer das funções que são atribuídas aos eleitos, quer dos poderes que lhes são conferidos.
Enganam-se em segundo lugar porque um activo turístico releva para o País, muito para além do que releva para o Concelho onde se insere. Uma gestão míope dum activo dessa natureza prejudica muito menos o concelho que o País. Nem servirá de desculpa que o poder central não tenha do turismo o conceito de opção económica estrutural evidente, apesar da importância das receitas do mesmo para o nosso orçamentozito de mercearia europeia.
Ainda que assim fosse, face a um tal "abandono" a que o poder central, nesse pressuposto, teria votado um activo tão fundamental, qualquer responsável autárquico terá sempre de confrontar-se com a competência específica, de longos anos e da responsabilidade de diversas colorações politicas, de autarquias como Óbidos, Monsaraz, Marvão ou as algarvias Albufeira e Lagoa onde se encontra consagrada, na diversidade das suas especificidades, uma gestão consentânea com os interesses naturais, patrimoniais, enfim turísticos e económicos das respectivas regiões!
Enganam-se em terceiro lugar porque um património natural constitui um palco cujos espectadores ultrapassam em muito os eleitores do Concelho onde se insere. Na verdade um património natural não é, nunca, propriedade do concelho em que se insere, nem, algumas vezes, do próprio País que o abriga! Por conseguinte a gestão de um património natural e da sua economia envolvente terá de ser sempre tida como uma gestão de bens alheios!
Enganam-se ainda porque, muitas vezes, as receitas de um concelho onde um património de tal natureza se insere não são directamente proporcionais ao número dos seus eleitores. Enganam-se também, porque prosseguindo uma gestão negligente de um activo turístico de um concelho, muitas vezes o único ou o mais importante, assente numa concepção do tipo da imortalidade das condições naturais que Deus concedeu, perpetra-se um "crime"contra o património natural, contra a economia envolvente, contra as populações dela dependentes, contra os consumidores de tais bens e equipamentos, contra a economia e cultura nacionais!"Nuestros hermanos" ficar-lhes-ão eternamente gratos, recordando-os com saudade!
Enganam-se por conseguinte ao crer, especulando sobre o horizonte das suas concepções sobre gestão do interesse público, que algumas obras a implementar antes das eleições serão suficientes para que o povo eleitor em causa tudo esqueça e adira primariamente reagindo nas urnas com a resposta que lhes convirá. Enganam-se ainda se pensarem que, com uma politica míope que despreze os valores para só atender às oportunidades, a sua gestão algum dia rezará da história, porventura a sua principal preocupação.
Mas também se enganam redondamente se pensarem que, em resultado duma gestão da oportunidade, o povo lhes deverá ficar agradecido…Concluo solicitando a V.Exa que não se engane como os profissionais da manipulação da expressão da vontade popular e dos seus legítimos interesses e aspirações, teóricos da imutável natureza curta da memória dos eleitores e outras aleivosias congéneres a que me referi e que cure de dar instruções no sentido de não fazer sentir aos residentes e turistas de Armação de Pêra que vivem numa lixeira generalizada, bem como no sentido de que as obras públicas se iniciem, executem e terminem antes do inicio da época balnear, atenta a sua importância estrutural na economia da Vila, do Pais e dos direitos dos cidadãos.
Se V.Exa entender deferir este pedido, o que antecipada e respeitosamente agradeço, será muito provavelmente surpreendida com o efeito pedagógico do exemplo, com o apoio do povo eleitor de Armação de Pêra, com a adesão daqueles que investem no mercado de Armação de Pêra e esperam o legitimo retorno, com a admiração daqueles que visitam Armação de Pêra e fazem da mesma seu destino de férias privilegiado, com o respeito das autarquias vizinhas que disputam profissionalmente os mercados que os turistas e investidores nacionais e internacionais constituem, com a compreensão pelas limitações com que, como todas as autarquias, Silves, certamente se debaterá, com a elevação do conceito de cargo público, com o agradecimento de todos e com uma maior harmonia entre administrandos e administrados em prol da justificação dos tributos, do desenvolvimento do concelho, do País e da satisfação do direito dos cidadãos à beleza natural e á estética, à higiene e limpeza públicas, enfim ao bem estar!
Armação de Pêra, 16 de Agosto de 2004
Pede e Espera Deferimento
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