O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
A MÉDICA E A PROSTITUTA!
A Maria era médica...
Isto não é para rir...
A Maria era uma jovem médica infecciologista que vivia num prédio de apartamentos. Fazia muitas noites no hospital e, portanto, era vista frequentemente pelos vizinhos a sair ao final da tarde e a voltar toda rebentada de manhã.
A pouco e pouco, a Maria foi notando que todos os dias se assomavam à janela mais e mais pessoas, que olhavam para ela com um ar discriminatório e cochichavam entre si.
Os dias foram passando e era cada vez maior a vizinhança que vinha à janela. A certa altura já todas as varandas se enchiam de gente cada vez que a Maria entrava ou saía de casa.
Certo dia, a dona Alberta do rés-do-chão, que era uma daquelas velhotas coscuvilheiras bem espevitadas, perguntou à Maria quando a viu chegar a casa de manhã:
- Oh menina... Desculpe a minha pergunta, mas a menina por acaso é médica?
- Não. Sou prostituta. Porquê?
- Ah pronto! Já estou mais descansada! É que estava aqui cheia de medo que fosse médica e andasse a trazer o coronavírus aqui para o prédio!
A velha virou-se para a restante vizinhança e gritou bem alto:
- Falso alarme! É puta!
Ouviu-se um grande suspiro de alívio pela rua, à medida que toda a gente voltava para dentro de casa, continuando as suas vidas como se nada se tivesse passado.
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