O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sábado, 25 de junho de 2011

Presunção e água benta, cada um toma a que quer!

Antes de mais por uma razão de bom senso, atentas a complexidade e delicadeza da situação económico-financeira que vivemos, temos o dever de conceder ao Governo eleito o gozo da presunção de seriedade e empenho na condução das contas públicas com zelo, competência, dedicação aos interesses de Portugal e dos Portugueses.

Temos também, por princípio, o dever de cooperar com o governo em tudo o que vise a reforma e o saneamento daquela situação, dentro dos limites permitidos pela sustentabilidade da economia de Portugal e dos Portugueses.

A presunção de que goza o governo pelas razões mencionadas e o dever de cooperação a que, no plano dos princípios e dentro dos limites estipulados, estamos adstritos, podem, conjugados, mover montanhas, ou pelo contrário não serem suficientes para pegar uma gata pelo rabo...

Este governo goza de per se de uma vantagem da qual todos os anteriores gozaram por algum tempo: tomou posse há muito poucos dias. É portanto ainda possível esperar lisura na sua conduta, transparência nos processos, clareza e verdade na comunicação, empenho na busca de equilíbrio nas decisões, equidade no tratamento das situações iguais, proporcionalidade e adequação nos sacrifícios que serão necessariamente impostos, inovação e ousadia na reforma do estado, imaginação e inteligência nas decisões com consequências na economia, firmeza na regulação das actividades financeiras e uma gestão espartana de elevada competência e rigor, na execução da despesa pública.

É capaz de ser demais o que ainda é possível esperar. É provável que este governo não seja capaz de atingir todos estes desideratos. Mas será sempre possível agir com elevação de propósitos, no respeito dos princípios e valores e em lealdade com os cidadãos.
Se agir assim o Governo, inovando, poderá não satisfazer todas as necessidades, mas a nobreza das suas funções tornar-se-á evidente para todos.

Por isso, a questão que para já se coloca é a de saber por quanto tempo mais este governo, perante um cidadão medianamente atento e bem intencionado, gozará destas expectativas? Por quanto tempo mais permanecerá em “estado de graça”?

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