O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
sábado, 28 de março de 2009
NÃO SEI POR ONDE VOU, SÓ SEI QUE NÃO VOU POR AÍ!
O desenvolvimento sustentado deste, ou de qualquer outro concelho, tal como a recuperação da economia mundial hoje em dia, constitui um paradigma para o qual contribuirão um sem número de circunstâncias, meios e valências cuja receita ninguém, pelos vistos, domina.
Com segurança apenas sabemos que processos que se arrastam por anos, pelos autênticos labirintos de complexos procedimentos, e de papéis, em acentuada opacidade e que desembocam no arbítrio das decisões, são absoluta e definitivamente incompatíveis com o desenvolvimento, qualquer que ele seja, politico, administrativo, económico ou humano.
Vícios desta natureza acarretam, incidências negativas de ordem económica e financeira, e por consequência de ordem fiscal, desgaste material e psicológico, quer dos cidadãos em geral, quer dos agentes económicos.
A degradação da imagem do Município é apenas um dos seus males menores.
Este modelo, tão antigo e tão actual em Silves, esgotou-se há muito, nos cânones e, se dúvidas existissem sobre os efeitos aberrantes desta concepção do poder e do exercício do mesmo, ai está Armação de Pêra como resultado paradigmático da sua natureza abortiva.
Bastará referir para ilustração as décadas decorridas para aprovação do plano de pormenor, necessárias à permissão das múltiplas atrocidades urbanísticas verificadas,
tantas vezes com recurso à violação ou mera fuga aos procedimentos legais,determinando o adiamento de investimentos até ao desespero ou à desistência pura e simples, ou o desaproveitamento ou mau aproveitamento dos fundos comunitários como se fossemos uma economia florescente sem necessidade de qualquer apoio que a catapultasse para o desenvolvimento.
A tudo um pouco, fomos e vamos assistindo...
Mesmo que não conheçamos bem o que queremos, sempre teremos a obrigação de conhecermos muito bem o que não queremos...
A crise da governabilidade que é de há muito patente em Silves resulta da evidente incapacidade desta gestão autárquica para responder aos problemas que lhes são submetidos.
E a incapacidade da gestão autárquica para responder aos problemas com que tem de conviver, resulta antes de mais da ausência absoluta de uma politica, muito mais do que de meios – que também são imprescindíveis – .
Ter uma politica, neste deserto de ideias, importa ter um caldo de cultura politica que as ligue, em harmonia, até à sinergia (convergência das partes de um todo que concorrem para um mesmo resultado; efeito resultante da acção de vários agentes que actuam da mesma forma, cujo valor é superior ao valor do conjunto desses agentes, se actuassem individualmente.).
OOO
Hoje as atribuições das autarquias são muito vastas e a sua intervenção estende-se por várias áreas que vão desde a mobilidade à gestão ambiental, da gestão de resíduos às estratégias de ordenamento do território, da habitação ao desenvolvimento económico, etc.
E, se é certo que lhes são atribuídas, pela lei, competências para prosseguirem aquelas múltiplas atribuições, não é menos certo que muito difícil e só excepcionalmente as exercem à altura das necessidades e dos elevados objectivos para que uma e outras lhes são concedidas.
A falta de meios financeiros é a razão mais invocada para se ficarem habitualmente pelas boas intenções e sempre muito aquém dos propósitos que legalmente lhes estão confiados.
Mas a verdade passa mais perto da ignorância sobre a verdadeira natureza e valores da actividade politica, senão mesmo pelo absoluto alheamento sobre os seus mais elevados fins, do que da falta de meios financeiros para implementar as politicas.
De facto, o caminho de uma politica virtuosa cede habitualmente à pequena politica, à fidelização das clientelas, ao pagamento dos tributos invariavelmente à custa do erário público, tendentes à conservação dos privilégios de classe (politica).
A gestão da Dr.ª Isabel Soares em nada foge a esta regra geral!
Os actores e os grupos sociais deste concelho estão cada vez mais reticentes face às lógicas do comando hierárquico, e da imposição de (des)valores, educador ou de tutor do social na lógica de imposição por um ente coercivo, dada a sua flagrante dessintonia com regras e normas de comportamento assentes na interacção social.
Sabendo que o comando hierárquico integra a paleta dos instrumentos de direcção política, não a esgota, nem constitui verdadeiramente um valor se não coabitar com outras lógicas de intervenção pública.
De facto uma nova forma de governar deve constituir, necessariamente um processo de coordenação de actores, de grupos sociais, de instituições, em ordem a atingir objectivos discutidos e definidos colectivamente.
Daí que seja imprescindível assegurar a representação oficial dos interesses dos cidadãos através do reconhecimento de direitos concretos de participação dos seus representantes, melhorando e modificando, se necessário, a colaboração entre as instituições existentes, a fim de garantir uma transparência, uma eficácia e uma obrigação acrescida de prestar contas.
Estimular e formar novos laços de parceria, contratualização e ligações transversais que permitam uma melhor organização da sociedade e uma melhor taxa de realização dos projectos reformadores só é atingível dando curso a uma nova concepção do poder e da governação.
No concreto, só mediante uma cultura politica que reconheça e adopte estas concepções emergentes, se poderão atingir medidas de simplificação de procedimentos, uma nova cultura organizacional, apologética de uma disciplina de rigor, cumprimento e serviço público nos dirigentes e funcionários.
Os cidadãos-eleitores-contribuintes-consumidores-utentes deste concelho, aspirando a uma gestão moderna e tendente ao desenvolvimento sustentável, não se podem acomodar ao gesto formal e esporádico, como é o voto que acontece de quatro em quatro anos.
É necessário aperfeiçoar a dinâmica de participação da sociedade civil nas decisões e no acompanhamento da vida pública.
Ninguém pode continuar com as mesmas condutas (alheamento) e esperar, legitimamente, diferentes resultados!
A democracia, face aos desafios da actualidade, só pode ser cada vez mais proactiva e intervencionista, senão não é democracia!
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segunda-feira, 23 de março de 2009
TRANSPARÊNCIA: A ISABEL VAI MAL! E NÓS?
As tecnologias da informação, facilitadoras do acesso à informação, são um instrumento eficiente duma Administração Aberta, e logo, podem ser grandes aliadas do cidadão, dos seus poderes e deveres e por conseguinte de uma sociedade mais cooperante, solidária e justa!
Na verdade o cidadão é muitas vezes apodado pelos reaccionários de ser estruturalmente alheio à coisa pública.
Mas, ainda que assim fosse, não seria sempre dever da Administração pública fazer a pedagogia da participação através do cumprimento das suas obrigações de informação tendente ao conhecimento generalizado do público sobre as acções da máquina autárquica?
Esperar ter a participação dos cidadãos enquanto actores eficientes e independentes, sem implementar as boas práticas da transparência democrática, não nos parece de quem anseia honestamente tal participação.
Daquilo, ninguém de bom senso e minimamente informado parece ter dúvidas!
Já da bondade da utilização desse extraordinário instrumento que as tecnologias da informação constituem, e do desejo de participação dos cidadãos, o mesmo não se poderá dizer. Senão vejamos:
Ao consultarmos o portal da Câmara de Silves torna-se evidente que a despesa pública realizada não se encontra ao serviço da divulgação da informação e, muito menos da participação e muito menos ainda da pedagogia da participação.
Se por um lado existem algumas funcionalidades como a “consulta em rede”, por outro a maior parte delas não estão disponíveis para consulta ou aquelas que estão não acrescentam nada em sede de gestão transparente e participada!
Estamos quase no fim do primeiro trimestre de 2009 e a última acta disponibilizada referente à reunião de Câmara é de 4 de Junho de 2008. Já no que às actas das reuniões da Assembleia Municipal diz respeito, a última tem a data de 29 de Janeiro de 2008.
Porque insiste a Dr.ª Isabel Soares em conservar na sua administração o modelo antigo e burocrático em vez de adoptar um modelo de Administração Pública transparente e participado, como aliás é seu dever, constitucionalmente consagrado, utilizando, por exemplo, para isso, de forma sistemática, competente e eficiente as novas tecnologias?
Porque não!
A gestão pública, que deve promover uma abertura e acesso às informações sobre as finanças, o Plano de Actividades e Orçamento, o Relatório e Contas, assim como outras decisões que afectam o dia-a-dia a nossa vida, em Silves, não só não as pratica, como nem tem consciência da importância da sua omissão.
De facto, a transparência é a única forma de impedir que determinados actos da administração pública estejam viciados ou mascarados, permitindo à população conhecer de que forma os seus representantes estão a gerir a “coisa pública”, e se estão a obedecer aos princípios básicos de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade.
Mas um modelo de gestão pública que privilegie uma relação com a sociedade baseada na livre e transparente circulação de informações, na publicitação dos actos administrativos e no controlo social das acções da administração, não é comprovadamente o que Isabel Soares procura!
Para a administração da Dr.ª Isabel Soares, aproximar-se de cada cidadão, é sinónimo de Carnaval e desfile, onde a sua presença é concedida como um bodo aos pobres.
Vai mal Isabel Soares! Disso já sabíamos!
Mas, continuarão os eleitores,designadamente através da abstenção, a ir mal, permitindo que ela seja eleita?
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domingo, 22 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
sexta-feira, 20 de março de 2009
FERNANDO PESSOA SOBRE A AMIZADE
"Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...nas cartas que trocaremos.Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo.... Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:"Quem são aquelas pessoas?" Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto! -"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente......Quando o nosso grupo estiver incompleto...reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.
E, entre lágrimas abraçar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo...Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades....
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"
Fernando Pessoa
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quarta-feira, 18 de março de 2009
A TIRANIA DA BELEZA INDUSTRIAL E O REVIRALHO
A autêntica tirania que os conceitos cinematográficos e publicitários de beleza objectivamente representam, justifica uma profunda reflexão sobre o fenómeno, atenta a influência que determina em todos nós.
Contra a corrente remam muitos livres-pensadores, por esse mundo fora. Outras ópticas que merecem ponderação, e sobretudo divulgação...
Na verdade, as indústrias que definem os padrões físicos que condicionam e influenciam, milhões de mulheres e homens, contam com biliões de dollares para o efeito, enquanto que as vozes que apelam por outras concepções mais profundas da beleza e os valores subjacentes, se limitam a pregar aos peixes...
Paulo Coelho é, nesta matéria, um dos que remam contra a maré. Só por isso, já merece a nossa simpatia e a divulgação neste sitio.
Conheçamos a sua opinião:
Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.
Não temos a menor ideia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.
As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheiinhas, femininas... . Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fracção de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem.
Suas modas são rectas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.
Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.
A maquilhagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.
As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas.. Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam connosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.
É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulémica e nervosa logo procura uma amante cheiinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.
Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objectiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.
As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.
Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em Setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboreia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.
Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa's... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!
A beleza é tudo isto.
Paulo Coelho
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terça-feira, 17 de março de 2009
METAMORFOSE DOS VALORES E DESVALORES
Um tipo vestindo jeans, t-shirt e boné, encosta-se junto à entrada de uma estação de metro, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora "rush" matinal.
Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos transeuntes.
Ninguém conhecia a sua identidade. Tratava-se do músico Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, que ai executava peças musicais consagradas, tocando um instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, cujo valor está estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Joshua Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a 'bagatela' de 1000 dólares cada.
A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar rápido, copo de café na mão, telemóvel ao ouvido, crachá balançando no pescoço, absolutamente indiferentes ao som do violino.
A iniciativa foi posta em prática pelo jornal “The Washington Post” e consistia em lançar um debate sobre VALOR, CONTEXTO e ARTE.
De entre outras conclusões possíveis, uma ressaltou: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num determinado contexto.
No caso concreto, Joshua Bell era uma obra de arte sem moldura.
Um artefacto de luxo sem etiqueta de glamour.
Entre centenas, senão milhares de pessoas, que por ali passaram, somente uma mulher reconheceu a música e o músico...
O sistema de desenvolvimento que constitui o modelo generalizado que nos tem formatado, pelo menos ao ocidente dito civilizado e que tende a generalizar-se enquanto conceito modelar, para os países emergentes, comporta em si, senão os germes da sua própria autodestruição, da qual a crise que vivemos actualmente é evidência suficiente e cabal, como os germes da própria adulteração do homem, desde logo pela conversão dos desvalores – excrescências deste modelo de desenvolvimento – em valores, a promoção do acessório ao estatuto de essencial, a degenerescência dos valores até à sua autêntica subalternidade.
Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos transeuntes.
Ninguém conhecia a sua identidade. Tratava-se do músico Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, que ai executava peças musicais consagradas, tocando um instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, cujo valor está estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Joshua Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a 'bagatela' de 1000 dólares cada.
A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar rápido, copo de café na mão, telemóvel ao ouvido, crachá balançando no pescoço, absolutamente indiferentes ao som do violino.
A iniciativa foi posta em prática pelo jornal “The Washington Post” e consistia em lançar um debate sobre VALOR, CONTEXTO e ARTE.
De entre outras conclusões possíveis, uma ressaltou: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num determinado contexto.
No caso concreto, Joshua Bell era uma obra de arte sem moldura.
Um artefacto de luxo sem etiqueta de glamour.
Entre centenas, senão milhares de pessoas, que por ali passaram, somente uma mulher reconheceu a música e o músico...
O sistema de desenvolvimento que constitui o modelo generalizado que nos tem formatado, pelo menos ao ocidente dito civilizado e que tende a generalizar-se enquanto conceito modelar, para os países emergentes, comporta em si, senão os germes da sua própria autodestruição, da qual a crise que vivemos actualmente é evidência suficiente e cabal, como os germes da própria adulteração do homem, desde logo pela conversão dos desvalores – excrescências deste modelo de desenvolvimento – em valores, a promoção do acessório ao estatuto de essencial, a degenerescência dos valores até à sua autêntica subalternidade.
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sábado, 14 de março de 2009
DIREITOS DO CIDADÃO-CONSUMIDOR: DIA MUNDIAL!
Amanhã, 15 de Março, celebra-se, um pouco por todo o lado, o Dia Mundial dos Direitos dos Consumidores.
Nem todos se recordarão que foi em 15 de Março de 1962 que o então Presidente dos Estados Unidos da América, John Fritzgerald Kennedy, de boa memória, instituiu o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, através de mensagem especial enviada ao Congresso Americano sobre a protecção dos interesses dos consumidores, inaugurando a conceptualização dos direitos do consumidor ou pelo menos, o que não foi pouco, colocando esta temática na agenda politica mundial.
Não fosse ter contribuído, ao longo do seu curto mandato, com tantos outros avanços em outros tantos domínios, que só por isso já teria um lugar na História.
Decorridos 47 anos sobre aquele facto politico, a batalha pelos direitos dos consumidores encontra-se, cada vez mais, na ordem do dia.
A “maior crise económica de sempre” segundo alguns, contribuiu muito acentuadamente para uma revisão atenta dos direitos dos consumidores em qualquer domínio, mas muito particularmente no que aos produtos financeiros diz respeito.
Dos activos tóxicos à usura de tudo se pode encontrar nos produtos financeiros e a crise se teve algum mérito, foi o de exibir à saciedade, de como foram sendo feitos os lucros da Banca, em geral.
Algumas medidas têm sido tomadas, por iniciativa do governo Sócrates (regras para o arredondamento das taxas de juro e, recentemente, o regime das taxas máximas para os diferentes tipos de contratos de crédito ao consumo, que pretendem prevenir a usura) duma assertividade ímpar no que à defesa dos consumidores diz respeito.
Bom seria que, no que depende em exclusividade do Estado, o governo actuasse com tanta assertividade!
Na verdade vemos o poder dos consumidores como vertente de outros mais amplos que são os poderes de cidadania. E, tal como neste caso, os consumidores, sendo o elo mais forte da cadeia económica (por deterem o poder de decisão da compra), são ainda o elo mais frágil daquela, como muito bem conclui Maria Luísa Vasconcelos. Daí a imperatividade, quase paternalística, na defesa dos seus direitos, a que o legislador vai dando corpo, gerindo consequências, o que torna bem evidente a fragilidade do estatuto dos mesmos, dizemos nós.
Neste combate e sem prejuízo do bom caminho percorrido, os cidadãos vão contando com o poder legislativo, o qual vai agindo, a uma velocidade tímida, a reboque dos acontecimentos, em incipiente conformidade com os poderes que lhe são conferidos pela sociedade civil.
No entanto, diferentemente dos diversos destinatários das medidas de defesa dos consumidores, como agora a Banca, que com maior ou menor dificuldade se tem de conformar, com o Estado a coisa "fia mais fino" pois esperar que o Estado se auto flagele, impondo-se aquilo que os cidadãos não lhe exigem, nem sequer lhe pedem com vigor, será como que...acreditar no Pai Natal.
Nem todos se recordarão que foi em 15 de Março de 1962 que o então Presidente dos Estados Unidos da América, John Fritzgerald Kennedy, de boa memória, instituiu o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, através de mensagem especial enviada ao Congresso Americano sobre a protecção dos interesses dos consumidores, inaugurando a conceptualização dos direitos do consumidor ou pelo menos, o que não foi pouco, colocando esta temática na agenda politica mundial.
Não fosse ter contribuído, ao longo do seu curto mandato, com tantos outros avanços em outros tantos domínios, que só por isso já teria um lugar na História.
Decorridos 47 anos sobre aquele facto politico, a batalha pelos direitos dos consumidores encontra-se, cada vez mais, na ordem do dia.
A “maior crise económica de sempre” segundo alguns, contribuiu muito acentuadamente para uma revisão atenta dos direitos dos consumidores em qualquer domínio, mas muito particularmente no que aos produtos financeiros diz respeito.
Dos activos tóxicos à usura de tudo se pode encontrar nos produtos financeiros e a crise se teve algum mérito, foi o de exibir à saciedade, de como foram sendo feitos os lucros da Banca, em geral.
Algumas medidas têm sido tomadas, por iniciativa do governo Sócrates (regras para o arredondamento das taxas de juro e, recentemente, o regime das taxas máximas para os diferentes tipos de contratos de crédito ao consumo, que pretendem prevenir a usura) duma assertividade ímpar no que à defesa dos consumidores diz respeito.
Bom seria que, no que depende em exclusividade do Estado, o governo actuasse com tanta assertividade!
Na verdade vemos o poder dos consumidores como vertente de outros mais amplos que são os poderes de cidadania. E, tal como neste caso, os consumidores, sendo o elo mais forte da cadeia económica (por deterem o poder de decisão da compra), são ainda o elo mais frágil daquela, como muito bem conclui Maria Luísa Vasconcelos. Daí a imperatividade, quase paternalística, na defesa dos seus direitos, a que o legislador vai dando corpo, gerindo consequências, o que torna bem evidente a fragilidade do estatuto dos mesmos, dizemos nós.
Neste combate e sem prejuízo do bom caminho percorrido, os cidadãos vão contando com o poder legislativo, o qual vai agindo, a uma velocidade tímida, a reboque dos acontecimentos, em incipiente conformidade com os poderes que lhe são conferidos pela sociedade civil.
No entanto, diferentemente dos diversos destinatários das medidas de defesa dos consumidores, como agora a Banca, que com maior ou menor dificuldade se tem de conformar, com o Estado a coisa "fia mais fino" pois esperar que o Estado se auto flagele, impondo-se aquilo que os cidadãos não lhe exigem, nem sequer lhe pedem com vigor, será como que...acreditar no Pai Natal.
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quinta-feira, 12 de março de 2009
NÃO DESPERDIÇAR A ÁGUA QUE PODEMOS VIR A BEBER!
Como referimos no texto que postamos em Janeiro com o título “Água e Impostos: Remendos não são soluções”a poupança de água impõe-se, entre outras razões, pelo interesse económico imediato dos cidadãos - consumidores, expresso na factura que nos é apresentada mensalmente pela Câmara de Silves.
Infelizmente, mas expectavelmente, não se vê a Câmara de Silves tomar as medidas necessárias para promover internamente e junto dos seus clientes a redução dos consumos de água!
Por isso, voltamos a dar mais alguns conselhos sobre a forma de pouparmos mais umas dezenas de euros no final do ano, tornando-nos interpretes da inevitável mudança de comportamentos, designadamente implementando na nossa habitação medidas relativamente acessíveis tendentes a reduzir os consumos.
Os banhos e duches representam cerca de 39% do consumo médio diário de água numa habitação, existe por isso um potencial de poupança significativo se implementarmos medidas que reduzam o volume gasto em cada utilização, sem sacrificar o nosso conforto ou higiene.
Os principais factores que influenciam o consumo associado ao duche são o caudal do chuveiro, a duração do duche e o número de duches por dia do agregado familiar.
O caudal do chuveiro depende da pressão da água à chegada ao dispositivo e do equipamento utilizado para aquecer a água (esquentador, termo acumulador ou caldeira mural). O caudal de água quente é frequentemente inferior ao de água fria, para o mesmo grau de abertura da torneira, devido a limitação do débito do sistema de aquecimento de água. Modelos de esquentador comuns têm caudais entre 10 e 11 litros por minuto.
Para avaliar qual o caudal debitado pelo chuveiro existente numa habitação basta efectuar um teste simples em que se enche um recipiente de volume conhecido (por exemplo um balde de 10 litros) e se mede o tempo de enchimento.
Se o caudal for menor ou igual a 10 litros por minuto, trata-se de um dispositivo eficiente.
Se o caudal for superior a 10 litros por minuto, a substituição do chuveiro por um modelo mais eficiente é aconselhável e permite poupar água e dinheiro!
O que podemos fazer para pouparmos água sem sacrificarmos o nosso conforto e contribuir simultaneamente para a melhoria do ambiente.
• Devemos utilizar preferencialmente o duche em alternativa ao banho de imersão;
• Devemos tomar duches curtos, com um período de água corrente não superior a 5 minutos;
• Fechar a água do duche durante o período de ensaboamento;
• Recolher a água fria corrente até chegar a água quente à torneira, para posterior rega de plantas ou lavagens na habitação;
Admitindo que o utilizador demora em média 10 minutos no duche, a redução da duração de água corrente para 5 minutos, fechando a torneira enquanto se ensaboa ou reduzindo o tempo do duche, permite uma poupança potencial de 40 m³/ano/habitação, o que corresponde a uma eficiência potencial de 50%.
A implementação desta medida não implica tecnologia! Basta mudarmos comportamentos.
Em termos ambientais, esta medida apresenta benefícios evidentes ao nível da redução de volumes de água e de águas residuais e ao nível da redução de consumos de energia, não implicando quaisquer inconvenientes ambientais.
Bora lá?... tentar!
Infelizmente, mas expectavelmente, não se vê a Câmara de Silves tomar as medidas necessárias para promover internamente e junto dos seus clientes a redução dos consumos de água!
Por isso, voltamos a dar mais alguns conselhos sobre a forma de pouparmos mais umas dezenas de euros no final do ano, tornando-nos interpretes da inevitável mudança de comportamentos, designadamente implementando na nossa habitação medidas relativamente acessíveis tendentes a reduzir os consumos.
Os banhos e duches representam cerca de 39% do consumo médio diário de água numa habitação, existe por isso um potencial de poupança significativo se implementarmos medidas que reduzam o volume gasto em cada utilização, sem sacrificar o nosso conforto ou higiene.
Os principais factores que influenciam o consumo associado ao duche são o caudal do chuveiro, a duração do duche e o número de duches por dia do agregado familiar.
O caudal do chuveiro depende da pressão da água à chegada ao dispositivo e do equipamento utilizado para aquecer a água (esquentador, termo acumulador ou caldeira mural). O caudal de água quente é frequentemente inferior ao de água fria, para o mesmo grau de abertura da torneira, devido a limitação do débito do sistema de aquecimento de água. Modelos de esquentador comuns têm caudais entre 10 e 11 litros por minuto.
Para avaliar qual o caudal debitado pelo chuveiro existente numa habitação basta efectuar um teste simples em que se enche um recipiente de volume conhecido (por exemplo um balde de 10 litros) e se mede o tempo de enchimento.
Se o caudal for menor ou igual a 10 litros por minuto, trata-se de um dispositivo eficiente.
Se o caudal for superior a 10 litros por minuto, a substituição do chuveiro por um modelo mais eficiente é aconselhável e permite poupar água e dinheiro!
O que podemos fazer para pouparmos água sem sacrificarmos o nosso conforto e contribuir simultaneamente para a melhoria do ambiente.
• Devemos utilizar preferencialmente o duche em alternativa ao banho de imersão;
• Devemos tomar duches curtos, com um período de água corrente não superior a 5 minutos;
• Fechar a água do duche durante o período de ensaboamento;
• Recolher a água fria corrente até chegar a água quente à torneira, para posterior rega de plantas ou lavagens na habitação;
Admitindo que o utilizador demora em média 10 minutos no duche, a redução da duração de água corrente para 5 minutos, fechando a torneira enquanto se ensaboa ou reduzindo o tempo do duche, permite uma poupança potencial de 40 m³/ano/habitação, o que corresponde a uma eficiência potencial de 50%.
A implementação desta medida não implica tecnologia! Basta mudarmos comportamentos.
Em termos ambientais, esta medida apresenta benefícios evidentes ao nível da redução de volumes de água e de águas residuais e ao nível da redução de consumos de energia, não implicando quaisquer inconvenientes ambientais.
Bora lá?... tentar!
sexta-feira, 6 de março de 2009
VOTE PELA TERRA
Dia 28 de Março participe na primeira eleição global, entre a terra e o aquecimento global.
Em Portugal a Hora do Planeta vai acontecer entre as 20h30 e as 21h30 em Lisboa e já conta com a adesão do Cristo-Rei, Ponte 25 de Abril, Palácio de Belém, Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Padrão das Descobertas, Castelo de S. Jorge, Paços do Concelho, Museu da Electricidade e Centro Cultural de Belém.
Será que a Câmara de Silves e a nossa Junta de Freguesia, podendo, também vão aderir a esta iniciativa?
quinta-feira, 5 de março de 2009
domingo, 1 de março de 2009
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