Reabilitar o Casino pode ser mais uma obra pífia que consagre a supremacia da “aura mediocritas”, e arrisca-se a sê-lo (o concurso público lançado em Abril de 2006 com vista à reabilitação do edifício, dizia destinar-se o mesmo a restaurante/bar, gelataria), ou, inversamente, um acto de bom senso, de cultura, de boa aplicação dos dinheiros públicos (despesa virtuosa), de bom investimento em sentido amplo, de satisfação de necessidades óbvias, e porque não, um verdadeiro acto de amor à terra !
Com os dados que dispomos, a vocação do imóvel para restaurante/bar/gelataria e o preço base do concurso lançado: 400.000,00 Euros (grosso modo o valor despendido com a realização da última Feira Medial em Silves), temos razões de sobra para temer o pior: mais uma obra do regime soarista visando fins eleitoralistas, a entronização do Kitch, a soberania do vazio, o malbaratar dos dinheiros públicos pela inconsequência dos fins em vista, o investimento público visando a exploração privada em concorrência desleal com os investidores privados, a frustração do interesse público pelo desvirtuamento dos fins do estado, a frustração dos interesses económicos e culturais patentes de Armação, do concelho e do Pais, através da prescindibilidade diletante de um recurso único da Vila, com vocação histórica para contribuir para a satisfação desses mesmos interesses.
Todos eles condimentos estruturantes da suspeita! Mesmo sem especular sobre interesses recônditos que lhe poderão estar na base, os quais, desconhecendo, prescindimos, por absoluta desnecessidade dos mesmos para, num plano lógico, levarmos a água ao moinho a que nos propomos.
A reabilitação do Casino deverá, naturalmente, começar pelo restauro do edifício, em respeito pelo seu projecto original, expurgando-o do resultado de um conjunto de intervenções avulsas que ao longo dos tempos insistiram em diminui-lo.
Imóvel de inegável interesse e harmoniosa integração na paisagem, bem justificaria a classificação como de interesse municipal, dada a expressão que é do advento da vocação turística da terra e atenta a sua importância relativa na Vila.
Admite-se que, em resultado das novas valências que poderá reunir (por exemplo: um auditório), possa ser objecto de intervenção mais profunda, desde que em coerência ou contraste harmonioso com o projecto original.
O aproveitamento do subsolo do jardim, não prejudicando a sua existência, e não colidindo com a traça do edifício poderia gerar um recurso de espaço disponível de grande valia.
Mesmo no projecto inicial existem espaços que se destinaram a exploração privada como a tabacaria e cabeleireiro que hoje poderiam reverter ao serviço das valências que se justificam, uma vez que a variedade e maturidade da oferta do mercado entretanto alcançada os torna dispensáveis.
Um concurso de ideias direccionado a arquitectos poderia ser lançado, discutido e implementado, resultando em beneficio do imóvel e das suas valências futuras. E não resultando, a contratação de arquitecto(a) de reconhecida competência constituiria uma despesa estruturante, virtuosa e plenamente justificada.
Naturalmente que precedido de um concurso de ideias e discussão pública sobre as futuras valências daquele Ex libris.
Quanto a estas, e sem qualquer revivalismo lemechas, estamos em crer que a multidisciplinaridade prevista inicialmente em face da oferta elementar que a terra oferecia, bem poderia constituir um ponto de partida sólido para a reabilitação deste espaço público de cultura, de lazer e de entretenimento.
Na verdade o projecto inicial visando o entretenimento: sala de baile e espectáculos de music hall, visava também o lazer: jogo, leitura, esplanada com vista soberba sobre a baía de Armação, dada a sua localização e implantação, como os serviços: a restauração o posto de turismo, tabacaria, cabeleireiro.
Estas vertentes podiam, hoje, ser objecto de ampliação, quer adicionando-lhes maior profundidade, quer aportando-lhes novas perspectivas.
Naturalmente que numa sociedade democrática não existem os condicionamentos da época que limitavam ou reduziam a expressão da cultura ao “corridinho”. Dai que o contributo de experiências recentes, relativas ao livro e às artes, deva ser conservado, embora gerido de forma mais dinâmica, interessante e complementada.
A pintura é uma arte cada vez mais popular, quer nos criadores quer no público em geral e conceder-lhe no espaço do Casino um lugar cativo parece-nos de fácil implementação. O mesmo se diga relativamente a outras artes, como a fotografia, o artesanato, exposições itinerantes, lançamentos, etc.
O livro, por seu turno, sobretudo numa Vila que não dispõe de livraria ou biblioteca, parece-nos de primordial importância, neste Pais que na Europa representa um onde menos se lê.
As empresas distribuidores (as que promovem as feiras do livro) dispõem de fundos abundantes e cremos que não seria dificil contar com a sua colaboração durante todo o ano. O modelo da oferta teria de sofrer profundas alterações tendentes ao aliciamento pela leitura em espaço agradável e culturalmente dinâmico do um tipo novo já conhecido no mercado português.
O possível auditório poderia potenciar um vasto conjunto de iniciativas complementares que tornariam o Casino num pólo dinâmico de atracção de pessoas e difusão cultural e turística sérias.
Em termos de animação, constitua-se o Casino em projecto sério e competente e um espaço de liberdade e criatividade que os agentes culturais aparecerão empenhadamente visando a participação.
Em matéria de entretenimento o Casino continua a dispor de pista de dança/palco de espectáculos, atractivos que não perderam simpatizantes e a oferta da Vila, de todo, não os preenche.
Por último, mas não por fim, resta-nos o nó-górdio da questão: os serviços que um equipamento desta natureza tem de oferecer (a componente do desfrute da paisagem, em esplanada, potenciando a natureza de autêntico miradouro que lhe foi, e bem, atribuída no projecto inicial, carece de um serviço de bar complementar) e precisa de ter (a lógica que defendemos de espaço cultural dinâmico é hoje inseparável de serviços de bar e até de restauração por um lado e por outro a vertente mais lúdica do espaço de baile e espectáculo também não vivem sem um apoio dessa natureza).
Foram vários os casos de explorações de insucesso. Melhor, não é conhecida, nos cinquenta anos de existência do Casino, uma exploração que tivesse tido sucesso suficiente que lhe permitisse manter-se. Mesmo a primeira (do conhecido Snr. Simões), que durou anos, acabou por socobrar em situação de insolvência de facto e daí a desistência.
A sazonalidade é um mal que os armacenenses conhecem bem e do qual não tem conseguido livrar-se.
É certo que também constitui um desafio! Mas pareçe-nos que a resposta a esse desafio tem sido a teimosia em continuar a investir baseados na esperança de que a economia da Vila mude por obra e graça do Divino Espírito Santo, o qual tem andado ocupado com problemas mais importantes e tem deixado os armacenenses à sua sorte e arte.
A autarquia por seu turno tem revelado parca imaginação e ainda menor vontade de alterar o que quer que seja, quando não mesmo bloqueia as limitadas vias do desenvolvimento da Vila.
Não pode portanto um projecto desta dimensão pública contar credivelmente com investidores privados sem ter um mercado bastante que durante o ano se sustente, numa lógica privada, e remunere o investimento.
Não pretendendo arrastar o estado para se ocupar deste tipo de equipamentos, não podemos, parece-nos, prescindir de um conjunto de meios de que o mesmo dispõe e disponibiliza ao mercado, no pressuposto que se destinariam a prosseguir objectivos que também são do estado.
Por isso, um projecto desta natureza, podia e devia contar com os proveito de outras vertentes da despesa pública, estruturais e estruturantes, e de âmbito nacional.
As iniciativas dos governos enfermam muitas vezes das melhores intenções, dotando-as de meios financeiros substanciais. E, na maior parte das vezes ficam-se pelas intenções porque os responsáveis nos escalões intermédios não desenvolvem um trabalho tendente a potenciá-las, nem os destinatários as conhecem ou conhecendo-as não agem, ou agindo esbarram com a burocracia que tudo esfuma, até a própria sobrevivência, em aberrante e suicidário prejuízo efectivo das populações e da economia em geral. Enfim, muitas das vezes os meios existem e pura e simplesmente não são aproveitados. É, quanto a nós um dos grandes problemas da despesa pública!
Falamos naturalmente de uma iniciativa da autarquia tendente a trabalhar em parceria com as várias entidades existentes no concelho, na região, ou mesmo no Pais, para assim conseguirem desenvolver projectos que promovam o desenvolvimento integrado e sustentado.
Para o Casino, uma das novas valências que poderia/deveria ser implementada é a da formação e reciclagem profissionais para activos e jovens nas áreas da hotelaria e turismo.
Desenvolver parcerias com o IEFP, com a escola EB 2,3 Dr. António da Costa Contreiras e mesmo outras escolas públicas e privadas do concelho ou região para que no Casino funcionasse a componente prática da formação de cursos de cozinha, doçaria tradicional, mesa e bar, animação, áreas reconhecidamente deficitárias em Armação de Pêra e no Algarve.
A gastronomia é cada vez mais uma vertente turística de relevância significativa. O movimento internacional da slow food é disso demonstração cabal, bem como a consagração da dieta mediterrânica como património mundial. A gastronomia portuguesa, a sua variedade e qualidade constituem um recurso nacional a potenciar. No âmbito da mesma, também a doçaria tem uma expressão singular, pelo que o destaque destes verdadeiros trunfos incumbe a qualquer estratégia turística de fundo.
As feiras de gastronomia, vinhos, queijos e de doçaria conventual e regional abundam por esse pais fora dando-nos razão.
Porque não estabelecer no Casino de Armação de Pêra a sua “feitoria” no Algarve? Quando até se sabe que os guias turísticos têm tão poucos programas, no Algarve, para oferecer/vender aos seus clientes!
A prestação dos serviços complementares e necessários aos conteúdos que o Casino centralizaria e dinamizaria teria uma função turística patente a qual, neste particular, deveria pautar a sua prestação pela qualidade exemplar da gastronomia regional cuja formação e difusão se impõem numa Vila, num Concelho e num Pais que têm no turismo o seu petróleo!
Na sua medida, com meios disponíveis, o Casino poderia constituir um exemplo de parceria e cooperação entre várias fontes de recursos públicos, no interesse da sociedade civil, da cultura e da economia da Vila, do concelho e do Pais.
Assim as “elites” politicas no governo da Autarquia tenham a visão, a vontade e estejam à altura de tão elevados mas realizáveis propósitos!
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
CASINO de ARMAÇÃO DE PÊRA : “O MONO IMITA O SEU DONO” (II)
Diz o provérbio popular que: “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.
Este saber secular condensado, da experiência feito e que constitui objectivamente um sistema de respostas a situações concretas, cede habitualmente à mediocridade dos personagens, que o tolhe, não deixando que se cumpra a pendularidade da sua assertividade.
A C.M.Silves, entidade que parece ser a actual responsável por este equipamento, tem-se mantido absolutamente indiferente e de facto igual a si própria, quer face à importância relativa do imóvel, o qual, quanto a nós, bem merecia a classificação de: “de interesse municipal”, chegou a lançar um concurso público para o seu restauro, tendo por base uma ideia do mesmo e para o mesmo que, uma vez totalmente desconhecida do público em geral e dos armacenenses em particular, bem pode ser qualificada de uma verdadeira pérola de vácuo.
Perdoe-se-nos o cepticismo, mas suspeitamos que: “O mono imita o seu dono”!
Entretanto, o Casino continua a degradar-se, e à mercê do vandalismo, sem que a Câmara Munipal de Silves tome quaisquer medidas sérias e credíveis, necessárias a cumprir a vocação do edifício e com ela um novo entendimento do que deve ser uma politica de turismo e se se quiser, por estar tão em voga, uma politica de fomento da receita que esta terra, este concelho e este Pais, tanto necessitam.
Muito pelo contrário, como se pode observar nas fotos juntas, a degradação é mesmo promovida pelas próprias estruturas executivas locais, como a Junta e a Câmara, dando lugar à colagem de cartazes promocionais das suas realizações folclóricas, em pleno alçado principal acentuando a tónica de abandono.
Recordamos para ilustração, as declarações de Isabel Soares perante o Jornal Barlavento, em 2005, que não podemos deixar de reproduzir:
«Não queremos ficar mais temo à espera, aquele espaço tem que ser devolvido à população e a quem passa férias em Armação de Pêra»
«No Verão de 2006, já estará tudo um espectáculo»
Declarações carregadas de um dinamismo de quem tudo pode e faz, mas também eivadas da leviandade de quem muito promete e nada cumpre.
Provavelmente o problema, sem prejuízo das dificuldades financeiras que sendo grandes não impedem o dispêndio de montantes exorbitantes em festas e romarias de cunho efémero, ou as enormes ineficiências da estrutura que gere, são as ideias. Ou melhor a falta delas!
Nesta e noutras sedes, a cultura democrática dos responsáveis, pode fazer a diferença!
Mas, no caso concreto, os défices nesta matéria são patentes. Um concurso de ideias, que poderia fazer a diferença é um instrumento que as lideranças autocráticas não sabem, não podem ou não querem usar.
Na realidade, a Dra Isabel Soares é mais dada a relacionar-se com súbditos, no centro de outras dinâmicas não dialécticas do tipo feira medieval, devidamente adereçada da condição de rainha que não é mas que faz o seu modelo de acção politica, do que com cidadãos plenos, actores da história e não sujeitos da mesma.
Mas, como já referíamos em post de Janeiro de 2007, a reabilitação do Casino bem poderia constituir um bom ponto de partida para outra, de muito maior rasgo e dimensão que é a da reabilitação de Armação de Pêra.
Se as ideias estão em baixa, como suspeitamos, e sem prejuizo de um concurso de ideias que consideramos adequadíssimo, bem como da promoção de uma discussão pública sobre o destino daquele ex libris de Armação de Pêra, que se impõe, não resistimos em partilhar com os visitantes do blog, uma que, sem prejuizo de qualquer outra com mérito, nos pareçe adequada.
Esboçá-la-emos no próximo post. Até lá então!
(continua)
Este saber secular condensado, da experiência feito e que constitui objectivamente um sistema de respostas a situações concretas, cede habitualmente à mediocridade dos personagens, que o tolhe, não deixando que se cumpra a pendularidade da sua assertividade.
A C.M.Silves, entidade que parece ser a actual responsável por este equipamento, tem-se mantido absolutamente indiferente e de facto igual a si própria, quer face à importância relativa do imóvel, o qual, quanto a nós, bem merecia a classificação de: “de interesse municipal”, chegou a lançar um concurso público para o seu restauro, tendo por base uma ideia do mesmo e para o mesmo que, uma vez totalmente desconhecida do público em geral e dos armacenenses em particular, bem pode ser qualificada de uma verdadeira pérola de vácuo.
Perdoe-se-nos o cepticismo, mas suspeitamos que: “O mono imita o seu dono”!
Entretanto, o Casino continua a degradar-se, e à mercê do vandalismo, sem que a Câmara Munipal de Silves tome quaisquer medidas sérias e credíveis, necessárias a cumprir a vocação do edifício e com ela um novo entendimento do que deve ser uma politica de turismo e se se quiser, por estar tão em voga, uma politica de fomento da receita que esta terra, este concelho e este Pais, tanto necessitam.
Muito pelo contrário, como se pode observar nas fotos juntas, a degradação é mesmo promovida pelas próprias estruturas executivas locais, como a Junta e a Câmara, dando lugar à colagem de cartazes promocionais das suas realizações folclóricas, em pleno alçado principal acentuando a tónica de abandono.
Se a nossa edil tivesse alguma ideia para Armação de Pêra, zelando pelos interesses de quem cá vive e nos visita, como pelos interesses da receita que tanta falta lhe faz, em vez de, qual disco riscado, repetir promessas vãs em quem já ninguém acredita, certamente hoje aquela infraestrutura estaria ao serviço de todos, da economia da Vila e do Concelho, integrada num projecto de futuro que as mesmas acautelasse.
Recordamos para ilustração, as declarações de Isabel Soares perante o Jornal Barlavento, em 2005, que não podemos deixar de reproduzir:
«Não queremos ficar mais temo à espera, aquele espaço tem que ser devolvido à população e a quem passa férias em Armação de Pêra»
«No Verão de 2006, já estará tudo um espectáculo»
Declarações carregadas de um dinamismo de quem tudo pode e faz, mas também eivadas da leviandade de quem muito promete e nada cumpre.
Provavelmente o problema, sem prejuízo das dificuldades financeiras que sendo grandes não impedem o dispêndio de montantes exorbitantes em festas e romarias de cunho efémero, ou as enormes ineficiências da estrutura que gere, são as ideias. Ou melhor a falta delas!
Nesta e noutras sedes, a cultura democrática dos responsáveis, pode fazer a diferença!
Mas, no caso concreto, os défices nesta matéria são patentes. Um concurso de ideias, que poderia fazer a diferença é um instrumento que as lideranças autocráticas não sabem, não podem ou não querem usar.
Na realidade, a Dra Isabel Soares é mais dada a relacionar-se com súbditos, no centro de outras dinâmicas não dialécticas do tipo feira medieval, devidamente adereçada da condição de rainha que não é mas que faz o seu modelo de acção politica, do que com cidadãos plenos, actores da história e não sujeitos da mesma.
Mas, como já referíamos em post de Janeiro de 2007, a reabilitação do Casino bem poderia constituir um bom ponto de partida para outra, de muito maior rasgo e dimensão que é a da reabilitação de Armação de Pêra.
Se as ideias estão em baixa, como suspeitamos, e sem prejuizo de um concurso de ideias que consideramos adequadíssimo, bem como da promoção de uma discussão pública sobre o destino daquele ex libris de Armação de Pêra, que se impõe, não resistimos em partilhar com os visitantes do blog, uma que, sem prejuizo de qualquer outra com mérito, nos pareçe adequada.
Esboçá-la-emos no próximo post. Até lá então!
(continua)
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quarta-feira, 27 de agosto de 2008
CASINO DE ARMAÇÃO DE PÊRA : PASSADO DE FORTUNA, FUTURO DE AZAR?
Pela mão do industrial Gregório Nunes Mascarenhas Netto funcionou até meados da década de quarenta em Armação de Pêra o primeiro casino que se situava, grosseiramente, no actual quarteirão delimitado pela Av. Sá Carneiro e pelo Beco do Casino Velho.
Naturalmente criado para entretenimento dos que afortunadamente tinham possibilidades de veranearem, ou simplesmente dispor de férias para veraneio, podendo viajar e alojar-se em Armação de Pêra, os quais eram realmente muito poucos, constituiu expressão de uma visão turística de futuro e da dimensão de empreendedor do seu fundador.
O futuro chegaria porém aquela Armação de Pêra, de forma abrupta e tal como outros imóveis antigos, depositários de algum interesse histórico e arquitectónico para a Vila, veio aquele a dar lugar a edifícios de habitação incaracterísticos, sendo certo que neste caso, o imóvel, sem qualquer uso a quando da sua demolição, se encontrava em avançado estado de degradação e abandono absoluto.
Mas o bom exemplo não caiu em saco roto!
Na verdade o grupo de armacenenses que liderou o processo de consagração definitiva da vocação turística de Armação, traçando-lhe a nova dimensão e organização urbanas, não descurou a restauração de um espaço lúdico que repusesse as melhores vivências da sua juventude no Casino Velho, colocando-o no centro da sua obra de desenvolvimento, com a qualidade de uma aposta clara, dimensão para as necessidades que se anteviam, localização soberba e multidisciplinaridade que o entroncamento de uma economia em estádio de desenvolvimento pouco mais que medieval com o desenvolvimento europeu do pós guerra, aconselhava, frutos de uma politica que, nesta sede, foi esclarecidamente estratégica.
Foi assim, em 1958, inaugurado o novo casino, o qual funcionou sem interrupções até ao final da década de setenta.
Infelizmente o desenvolvimento do processo democrático não satisfez, então como ainda hoje, todas as necessidades da sociedade portuguesa, muitas delas com raízes ancestrais, na ignorância, no analfabetismo, na iliteracia, na miséria, e muito menos em prazo que evitasse um conjunto estonteante de asneiras grossas que ameaçaram e ameaçam o porvir de Armação.
O que foi facto foi que a entidade responsável pelo Casino, não sabendo, nem na altura, nem hoje, definir para esta infra-estrutura um destino consentâneo com os novos tempos, em razão da ausência total de uma estratégia consistente para o turismo e economias local e nacional, responsabilidade que bem pode partilhar com o executivo local como com o nacional, abandonou-o à progressiva degradação.
Apontamos a incompetência e a irresponsabilidade como tendo sido as principais razões do abandono. No entanto, para alguns armacenenses mais radicais a opinião é diversa. Para esses, depois de fechado, em ruínas, servindo de latrina pública e frequentado pela marginalidade, seria mais fácil justificar junto da população a sua transformação em mais um edifício de apartamentos como esteve na cabeça de muitos “patos bravos” que ajudaram a desvirtuar completamente esta vila.
Vamos lá saber quem terá razão? Certo é que não tivera sido a intervenção do Dr. Jorge Sampaio na altura Presidente da República e provavelmente hoje não estaríamos uma vez mais a escrever um post sobre o Casino de Armação de Pêra.
A intervenção daquele amigo de Armação de Pêra, voltou a colocar o Casino no mapa e motivou a que fossem efectuadas algumas adaptações, permitindo que ai funcionasse o GAT, um paliativo para tapar os olhos aos armanceneses e um adiamento criminoso de uma politica consistente para o turismo – o principal exportador português – e do desenvolvimento sustentado de Armação de Pe(d)ra.
(continua)
Naturalmente criado para entretenimento dos que afortunadamente tinham possibilidades de veranearem, ou simplesmente dispor de férias para veraneio, podendo viajar e alojar-se em Armação de Pêra, os quais eram realmente muito poucos, constituiu expressão de uma visão turística de futuro e da dimensão de empreendedor do seu fundador.
O futuro chegaria porém aquela Armação de Pêra, de forma abrupta e tal como outros imóveis antigos, depositários de algum interesse histórico e arquitectónico para a Vila, veio aquele a dar lugar a edifícios de habitação incaracterísticos, sendo certo que neste caso, o imóvel, sem qualquer uso a quando da sua demolição, se encontrava em avançado estado de degradação e abandono absoluto.
Mas o bom exemplo não caiu em saco roto!
Na verdade o grupo de armacenenses que liderou o processo de consagração definitiva da vocação turística de Armação, traçando-lhe a nova dimensão e organização urbanas, não descurou a restauração de um espaço lúdico que repusesse as melhores vivências da sua juventude no Casino Velho, colocando-o no centro da sua obra de desenvolvimento, com a qualidade de uma aposta clara, dimensão para as necessidades que se anteviam, localização soberba e multidisciplinaridade que o entroncamento de uma economia em estádio de desenvolvimento pouco mais que medieval com o desenvolvimento europeu do pós guerra, aconselhava, frutos de uma politica que, nesta sede, foi esclarecidamente estratégica.
Foi assim, em 1958, inaugurado o novo casino, o qual funcionou sem interrupções até ao final da década de setenta.
Infelizmente o desenvolvimento do processo democrático não satisfez, então como ainda hoje, todas as necessidades da sociedade portuguesa, muitas delas com raízes ancestrais, na ignorância, no analfabetismo, na iliteracia, na miséria, e muito menos em prazo que evitasse um conjunto estonteante de asneiras grossas que ameaçaram e ameaçam o porvir de Armação.
O que foi facto foi que a entidade responsável pelo Casino, não sabendo, nem na altura, nem hoje, definir para esta infra-estrutura um destino consentâneo com os novos tempos, em razão da ausência total de uma estratégia consistente para o turismo e economias local e nacional, responsabilidade que bem pode partilhar com o executivo local como com o nacional, abandonou-o à progressiva degradação.
Apontamos a incompetência e a irresponsabilidade como tendo sido as principais razões do abandono. No entanto, para alguns armacenenses mais radicais a opinião é diversa. Para esses, depois de fechado, em ruínas, servindo de latrina pública e frequentado pela marginalidade, seria mais fácil justificar junto da população a sua transformação em mais um edifício de apartamentos como esteve na cabeça de muitos “patos bravos” que ajudaram a desvirtuar completamente esta vila.
Vamos lá saber quem terá razão? Certo é que não tivera sido a intervenção do Dr. Jorge Sampaio na altura Presidente da República e provavelmente hoje não estaríamos uma vez mais a escrever um post sobre o Casino de Armação de Pêra.
A intervenção daquele amigo de Armação de Pêra, voltou a colocar o Casino no mapa e motivou a que fossem efectuadas algumas adaptações, permitindo que ai funcionasse o GAT, um paliativo para tapar os olhos aos armanceneses e um adiamento criminoso de uma politica consistente para o turismo – o principal exportador português – e do desenvolvimento sustentado de Armação de Pe(d)ra.
(continua)
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sábado, 23 de agosto de 2008
There is no business like showbusiness!
O Turismo dos Cheiros…A LIXO E A ESGOTO!
O CUSTO para o orçamento concelhio da realização da Feira Medieval em Silves é paradigmático sobre a natureza da politica soarista da imagem da forma e do espectáculo visando exclusivamente a promoção pessoal da sua primeira responsável: Isabel Soares. Senão vejamos:
O MONTANTE oficial de 210 mil euros, é tido por todos os observadores como claramente inferior ao real. Para uns, a cifra não deverá ser inferior a 400 mil euros, para outros, mais moderados, não deverá haver ultrapassado os 350 mil euros.
Para todos (burros medievais incluídos), o número oficial – 210 mil euros – não pode corresponder á verdade!
SE O ORÇAMENTO mirrado da CMS, “suado de estopinhas”, que “não pode com uma gata pelo rabo” não deveria, no pressuposto de uma gestão responsável de recuperação da sua saúde financeira, ser onerado com realizações lúdicas cujos orçamentos ultrapassassem os limites da modéstia, deveria, por outro lado, ainda que com sacrifício, esforçar-se por fazer face a necessidades essenciais e estruturais da economia, bem como do ambiente ( e da própria saúde pública ) num concelho cuja principal actividade económica, quer queiram, quer não, continua a ser o turismo.
Falamos, continuamos a falar do LIXO!
Na verdade a recolha ineficiente do lixo continua a caracterizar as vias públicas de Armação de Pêra, mas também as de Silves, como facilmente se pode desfrutar durante a tal Feira Medieval.
Mas não só!
DE FACTO, basta uma pequena deslocação pelo interior do concelho e verificamos que a Chancela de Isabel Soares neste particular que é o LIXO é uma constante!
EM ARMAÇÃO, a situação é agravada pelos esgotos a céu aberto, que os armacenenses conhecem de ginjeira e, recentemente os jornais O Barlavento e o Correio da Manhã confirmaram para o mundo, através de noticiário abundante e frequente.
O QUE QUER AFINAL ISABEL SOARES, quando dispõe de 350 mil euros, na versão mais contida, para festas e romarias cuja único real beneficiário é o seu curriculum populista e não dispõe de um avo que seja para mais papeleiras e contentores de lixo para o seu concelho?
Quando sabemos que com menos de metade desse valor poderia adquirir “paletes” desses equipamentos que conduziriam a uma eficiência plena em termos de contenção de odores e zelo estético no concelho em geral e em Armação de Pêra em particular, onde exige aos proprietários taxas de IMI como se aquela se tratasse de uma localidade de luxo?
TÃO SÓ POR QUERER aproveitar-se do orçamento do Concelho em beneficio da sua notoriedade politica! Por isso não está, claramente, ao serviço dos interesses do Concelho e da resolução dos seus problemas, mas evidentemente prosseguindo uma lógica de campanha – sempre que possível – em beneficio da sua popularidade, visando objectivamente o próximo resultado nas urnas, seduzindo os eleitores de curta memória.
RECOLHENDO O ESSENCIAL DA RECEITA AUTÁRQUICA EM ARMAÇÃO, É EM SILVES QUE A ESBANJA!
Não podemos dizer que é original, nem que é estúpida! Neste negócio do “showbussiness” ganha mais quem mais diverte o público! A nossa Presidente conhece bem o texto e representa bem o seu papel!
O RIGOR, a competência, a prevalência do interesse geral, a responsabilidade histórica, são questões de somenos, desprezíveis e desprezadas.
Resta-nos a interpretação dos verdadeiros “gatos fedorentos” desta Vila que nos asseguram que o lixo e os esgotos a céu aberto se destinam a prosseguir a politica de Isabel Soares no que ao turismo dos Cheiros diz respeito.
A nossa Edil, em entrevista à TV Algarve, referiu o seu empenhamento na aposta no turismo dos Cheiros, uma ideia ousada, inovadora e, em si, interessante para o interior Algarvio.
Será que a sua versão para o litoral são os Cheiros do LIXO E DOS ESGOTOS??????
That's all folks!!!
O CUSTO para o orçamento concelhio da realização da Feira Medieval em Silves é paradigmático sobre a natureza da politica soarista da imagem da forma e do espectáculo visando exclusivamente a promoção pessoal da sua primeira responsável: Isabel Soares. Senão vejamos:
O MONTANTE oficial de 210 mil euros, é tido por todos os observadores como claramente inferior ao real. Para uns, a cifra não deverá ser inferior a 400 mil euros, para outros, mais moderados, não deverá haver ultrapassado os 350 mil euros.
Para todos (burros medievais incluídos), o número oficial – 210 mil euros – não pode corresponder á verdade!
SE O ORÇAMENTO mirrado da CMS, “suado de estopinhas”, que “não pode com uma gata pelo rabo” não deveria, no pressuposto de uma gestão responsável de recuperação da sua saúde financeira, ser onerado com realizações lúdicas cujos orçamentos ultrapassassem os limites da modéstia, deveria, por outro lado, ainda que com sacrifício, esforçar-se por fazer face a necessidades essenciais e estruturais da economia, bem como do ambiente ( e da própria saúde pública ) num concelho cuja principal actividade económica, quer queiram, quer não, continua a ser o turismo.
Falamos, continuamos a falar do LIXO!
Na verdade a recolha ineficiente do lixo continua a caracterizar as vias públicas de Armação de Pêra, mas também as de Silves, como facilmente se pode desfrutar durante a tal Feira Medieval.
Mas não só!
DE FACTO, basta uma pequena deslocação pelo interior do concelho e verificamos que a Chancela de Isabel Soares neste particular que é o LIXO é uma constante!
EM ARMAÇÃO, a situação é agravada pelos esgotos a céu aberto, que os armacenenses conhecem de ginjeira e, recentemente os jornais O Barlavento e o Correio da Manhã confirmaram para o mundo, através de noticiário abundante e frequente.
O QUE QUER AFINAL ISABEL SOARES, quando dispõe de 350 mil euros, na versão mais contida, para festas e romarias cuja único real beneficiário é o seu curriculum populista e não dispõe de um avo que seja para mais papeleiras e contentores de lixo para o seu concelho?
Quando sabemos que com menos de metade desse valor poderia adquirir “paletes” desses equipamentos que conduziriam a uma eficiência plena em termos de contenção de odores e zelo estético no concelho em geral e em Armação de Pêra em particular, onde exige aos proprietários taxas de IMI como se aquela se tratasse de uma localidade de luxo?
TÃO SÓ POR QUERER aproveitar-se do orçamento do Concelho em beneficio da sua notoriedade politica! Por isso não está, claramente, ao serviço dos interesses do Concelho e da resolução dos seus problemas, mas evidentemente prosseguindo uma lógica de campanha – sempre que possível – em beneficio da sua popularidade, visando objectivamente o próximo resultado nas urnas, seduzindo os eleitores de curta memória.
RECOLHENDO O ESSENCIAL DA RECEITA AUTÁRQUICA EM ARMAÇÃO, É EM SILVES QUE A ESBANJA!
Não podemos dizer que é original, nem que é estúpida! Neste negócio do “showbussiness” ganha mais quem mais diverte o público! A nossa Presidente conhece bem o texto e representa bem o seu papel!
O RIGOR, a competência, a prevalência do interesse geral, a responsabilidade histórica, são questões de somenos, desprezíveis e desprezadas.
Resta-nos a interpretação dos verdadeiros “gatos fedorentos” desta Vila que nos asseguram que o lixo e os esgotos a céu aberto se destinam a prosseguir a politica de Isabel Soares no que ao turismo dos Cheiros diz respeito.
A nossa Edil, em entrevista à TV Algarve, referiu o seu empenhamento na aposta no turismo dos Cheiros, uma ideia ousada, inovadora e, em si, interessante para o interior Algarvio.
Será que a sua versão para o litoral são os Cheiros do LIXO E DOS ESGOTOS??????
That's all folks!!!
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domingo, 17 de agosto de 2008
ABISSUS ABISSUM
Um deprimente epílogo em forma de entrevista
O Senhor Arthur Ligne vai continuar a defender a gestão de Isabel Soares até que a Voz (de Silves) lhe doa. Qual misto de Rei Arthur e Sir Lancelot na defesa da sua Rainha, contra os Blog -dragões!
É a mais evidente conclusão, retirada da iniciativa de uma edição extra do seu jornal, cuja tiragem de 10.000 exemplares, ultrapassa o triplo da que lhe é habitual (3.000 exemplares).
Este investimento extraordinário, quer pelo numero de exemplares impressos, quer pela sua distribuição gratuita, é ilustrativo sobre o grande empenhamento deste orgão de, para uns, comunicação, para outros, intoxicação social, no sentido do esclarecimento de qual é realmente o sentido em que o seu Director entende a prestação de um serviço público de informação a que, teoricamente, se encontra adstrito.
É também patente, pelo triplo esforço, desmesurado, a sua militância e defesa intransigente da gestão autárquica de Isabel Soares.
Demonstrado ficou também que o entrevistador, que formulou perguntas que continham já as respostas, assumindo o odioso das mesmas e estendendo, como qualquer caloiro, a batina sobre a lama do chão à presidenta para que a mesma não sujasse os seus sapatinhos, limitando-se a confirmar o enunciado, revela-se mais soarista que a própria Isabel Soares, alcandorando-se, enfim, a correlegionário mais papista que o Papa!
Nunca tivemos a oportunidade de conhecer pessoalmente tal personagem, mas algo nos diz que ele nos conhece bem!
De facto, temos tido o acompanhamento sistemático de uma visitante, uma tal Adelina Capelo, personagem que, idolatrando a Dra Isabel Soares, é de um arrivismo exultante nos seus comentários, a qual, se não for criação do próprio, é pelo menos da mesma cepa sectária e oficiosa.
Face ao conteúdo desta entrevista (relatório para-inglês-ver), fez-nos vir a terreiro, embora apenas por duas ordens de razões: a tentativa de branqueamento das atrocidades de que Armação de Pêra é vitima por um lado e a tentativa de atribuir aos blogs um estatuto de marginalidade por outro, aliás, dois grãos-de-areia na engrenagem (de que Arthur Ligne, pelos vistos, faz parte) que tem conduzido a Dra Isabel Soares à convicção (virtual) de que ainda aspira a renoivar, ou, mais concretamente: a renovar o seu mandato.
Este fenómeno de natureza esquizoide parece ser comum aos políticos de qualquer dimensão, pelos vistos mesmo aos microscópicos, fazendo-nos recordar outros, de dimensão tristemente histórica, os quais, mesmo depois de efectivamente espoliados de qualquer poder, continuavam a dispor na mesa das operações militares, face aos generais que ainda os aturavam, de divisões e regimentos que já tinham colapsado havia muito tempo.
Os Blogs, passe a imodéstia, expressão da verdadeira oposição da sociedade civil não institucional, deixam, segundo informações que nos vão chegando, a Senhora Presidente completamente fora-de-controlo!
Compreende-se! A avaliar pelo que as actas da Câmara deixam transparecer da sua cultura democrática, será fácil concluir sobre os estragos que causarão na sua sobranceria!
É que, na verdade, o conceito de expressão da sociedade civil da Senhora Presidente não vai além do triste modelo de vassalagem veiculado pela Voz de Silves, tão eloquentemente patente na edição extra que hoje comentamos. Para esse peditório não conte connosco, Senhora Presidente!
Por outro lado, quanto a Armação de Pêra, é uma vez mais deplorável a visão implícita que a presidente da edilidade tem da Vila e a patente ausência de estratégia ou sequer de uma ideia que ilustre uma politica.
Dificilmente o faria, uma vez que não a tem, nem nunca a teve!
Tem mesmo a desfaçatez de evidenciar os custos elevados que a população flutuante implica para a C.M.Silves.
Desonestidade intelectual a da edil que, propositadamente, oculta o facto, bem patente nas estatísticas, no orçamento Municipal e nos seus cofres, representado pelas receitas de Armação que são as mais elevadas do Concelho e largamente superavitárias no deve e haver!
Não deixa de ser curioso, pelo contraste, a invocada lógica relativa à despesa com a Feira Medieval e ao retorno, através da população flutuante que ela motiva, para a população de Silves.
Nem se dá ao trabalho de disfarçar os dois pesos e duas medidas que tem para tratar os cidadãos de Silves, em comparação com os de Armação. O concelho tem, pela gestão de Isabel Soares, cidadãos de primeira e de segunda categorias. Magister dixit!
Neste paradigma é acompanhada à viola, pelo seu condutor de entrevistas que refere a diferença ABISMAL entre a Armação que conheceu em 1975 e a de hoje!
Como que atribuindo à gestão soarista o esplendor dessa diferença. Diferença em betão naturalmente. Mas este, pelo menos em parte, constitui nas palavras de I.S., verdadeiro crime.
À parte que não constituirá crime, na sua concepção, esquecendo tratar-se aquele e este de investimento privado, cola a impressão digital da sua Rainha, a qual, apesar de “só” estar no poder há 11 anos, imputa despudoradamente às gestões anteriores a responsabilidade pela falta de planeamento e este por tudo o resto, como se o que tivesse feito nos seus mandatos não tivesse aprofundado a vertente “nouvelle riche” do tipo Brandoa até à degradação total do tecido urbano, sempre com falsas promessas de realizações eternamente adiadas e pequenos retoques de cosmética típicos da vertente Isaltada do seu mentor Isaltino.
Mais papista que o Papa, Arthur Ligne pretendia inculcar na resposta, através da pergunta, que Armação tinha tido uma evolução fulgurante digna de apreço e até de exclamação!
Mas o Papa, muito mais fino que o Papista, não alinhou no mote pois sabe bem que em Armação nunca ganhará uma eleição quem disser que está tudo maravilhoso. Pelo contrário, é politicamente correcto apontar genericamente as atrocidades urbanísticas e a sua “autoria para trás das costas”, e prometer tudo modificar, apesar das dificuldades financeiras, o que lhes permite conservar tudo na mesma.
Num ponto porém, honra deve ser feita a Arthur Ligne, ou ao seu lapso sintomático, pela cuidadosa escolha do termo ABISMAL, já que o mesmo tem origem na palavra ABISMO.
Tem sido, realmente, esse o percurso de Armação nos 32 anos que a testemunha Arthur Ligne tão bem caracterizou, sem qualquer má consciência autárquica, de facto.
Um percurso para o Abismo, cada vez mais profundo, da Praia Dourada à Lixeira Generalizada, como premonitóriamente os romanos ensinaram: ABISSUS ABISSUM (Abismo atrai abismo)!
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sábado, 16 de agosto de 2008
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
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terça-feira, 12 de agosto de 2008
sábado, 9 de agosto de 2008
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
A RONDA DOS PRISIONEIROS
é o que Isabel Soares tem para oferecer em Armação!
Justiça seja feita a Isabel Soares, pois, na verdade, não foi ela que iniciou a total descaracterização de Armação de Pêra. Limita-se a interpretar fidelissimamente o mau-gosto dos seus princípios, executando-o despudoradamente ao detalhe!
De facto, o mal vem de longe, lá para os idos de setenta, logo desde o seu início.
Tanto quanto a memória alcança, a saga da despersonalização começou logo com um atentado – demolição de um ex libris representativo da primeira vaga da procura turística no lugar de Armação de Pêra, então sito na freguesia de Alcantarilha- ditado certamente pela decadência de uma família burguesa que se terá visto forçada, por razões económicas ou hereditárias, a “embarcar” na, também, primeira vaga da especulação e massificação imobiliárias.
Com uma arquitectura característica de um novo-riquismo pretensioso, de gosto discutível, algo comum no microcosmo burguês da época – em permanente busca por uma nobreza que lhes escapava- pretendia representar um opulento castelo do Portugal dos Pequeninos, fronteiro ao mar, o qual, começando por intimidar o povo de Armação, veio, com o decurso do tempo, a cativá-lo a tal ponto que, com o seu desaparecimento, veio a chorá-lo sinceramente. Até hoje, com frequência!
Em seu lugar foi erigido um mamarracho cuja única característica positiva reside exactamente no facto de a sua volumetria – enorme para a época – não ter atingido a fronteira do intolerável, uma vez que o aproveitamento foi obtido no sentido da profundidade do lote, ao invés do que se foi obtendo, a partir de uns poucos anos mais tarde, em altura, com os resultados que estão à vista.
Hoje, depois da violação, sistemática de décadas, ao nosso direito à estética, assiste-se a um emaranhado labiríntico de betão a que se chama Vila, licenciado pela Autarquia de Silves, sem que para tanto alguma vez tenha revelado qualquer competência. Em países como a Dinamarca, um lugar com mais de 250 habitantes, é considerado uma cidade. Não com a mia das grandezas, mas por respeito ao facto histórico de se considerar civilização à sociedade que habitava uma cidade. Coisas da antiguidade que muitos gostam de preservar, não só por gostarem de história, mas por terem em elevado conceito o que é uma comunidade.
Por cá, as coisa são diferentes! Mais simples e mais bárbaras!
Aquilo que foi uma comunidade em Armação de Pêra, desapareceu há muito. A procura turística promoveu uma mudança drástica de paradigma para esta população. Trouxe algum desenvolvimento económico, que aportou consigo uma panóplia de desvalores que, uma vez adoptados, descaracterizaram substancialmente esta comunidade até ao seu verdadeiro desaparecimento enquanto tal.
A influência cultural da invasão do turismo, mal digerida, num espírito, cientificamente mal preparado por décadas de atavismo rural e repressão do Dr. Salazar, a libertação que Abril permitiu -assemelhando-se nos primeiros anos ao destapar de uma panela de pressão- os fundo europeus que nos fizeram crer que éramos uma economia europeia e rica, sem nada termos feito por isso, aceleraram a consolidação de um novo-riquismo cultural, pleno de desvalores promovidos a valores, devidamente acolitados pelas opções, de natureza idêntica, do poder politico local, conduziram à aberração que o lugar de Armação hoje é, do ponto de vista administrativo, politico, turístico e comunitário.
A verdadeira “Ronda dos Prisioneiros” que constitui a única oferta massificada da noite de Armação nestes meses de verão – o passeio da multidão de lá para cá e de cá para lá ao longo da marginal – é bem ilustrativa sobre o efeito da urbanização aberrante de Armação nas populações, fixa ou flutuante.
Na comunidade o efeito foi devastador, como qualquer observador meredianamente atento constata. No bem-estar do turista é igualmente patente pela falta de equipamentos que os espaços públicos representam, neste labirinto de betão e de mau-gosto, pela mão do homem inculcados nesta verdadeira pérola do património natural: A Baía de Armação de Pêra !
Isabel Soares não é, realmente, responsável pela degenerescência de Armação de Pêra, mas foi e é a mais sofisticada autora da sua eternização.
Justiça seja feita a Isabel Soares, pois, na verdade, não foi ela que iniciou a total descaracterização de Armação de Pêra. Limita-se a interpretar fidelissimamente o mau-gosto dos seus princípios, executando-o despudoradamente ao detalhe!
De facto, o mal vem de longe, lá para os idos de setenta, logo desde o seu início.
Tanto quanto a memória alcança, a saga da despersonalização começou logo com um atentado – demolição de um ex libris representativo da primeira vaga da procura turística no lugar de Armação de Pêra, então sito na freguesia de Alcantarilha- ditado certamente pela decadência de uma família burguesa que se terá visto forçada, por razões económicas ou hereditárias, a “embarcar” na, também, primeira vaga da especulação e massificação imobiliárias.
Com uma arquitectura característica de um novo-riquismo pretensioso, de gosto discutível, algo comum no microcosmo burguês da época – em permanente busca por uma nobreza que lhes escapava- pretendia representar um opulento castelo do Portugal dos Pequeninos, fronteiro ao mar, o qual, começando por intimidar o povo de Armação, veio, com o decurso do tempo, a cativá-lo a tal ponto que, com o seu desaparecimento, veio a chorá-lo sinceramente. Até hoje, com frequência!
Em seu lugar foi erigido um mamarracho cuja única característica positiva reside exactamente no facto de a sua volumetria – enorme para a época – não ter atingido a fronteira do intolerável, uma vez que o aproveitamento foi obtido no sentido da profundidade do lote, ao invés do que se foi obtendo, a partir de uns poucos anos mais tarde, em altura, com os resultados que estão à vista.
Hoje, depois da violação, sistemática de décadas, ao nosso direito à estética, assiste-se a um emaranhado labiríntico de betão a que se chama Vila, licenciado pela Autarquia de Silves, sem que para tanto alguma vez tenha revelado qualquer competência. Em países como a Dinamarca, um lugar com mais de 250 habitantes, é considerado uma cidade. Não com a mia das grandezas, mas por respeito ao facto histórico de se considerar civilização à sociedade que habitava uma cidade. Coisas da antiguidade que muitos gostam de preservar, não só por gostarem de história, mas por terem em elevado conceito o que é uma comunidade.
Por cá, as coisa são diferentes! Mais simples e mais bárbaras!
Aquilo que foi uma comunidade em Armação de Pêra, desapareceu há muito. A procura turística promoveu uma mudança drástica de paradigma para esta população. Trouxe algum desenvolvimento económico, que aportou consigo uma panóplia de desvalores que, uma vez adoptados, descaracterizaram substancialmente esta comunidade até ao seu verdadeiro desaparecimento enquanto tal.
A influência cultural da invasão do turismo, mal digerida, num espírito, cientificamente mal preparado por décadas de atavismo rural e repressão do Dr. Salazar, a libertação que Abril permitiu -assemelhando-se nos primeiros anos ao destapar de uma panela de pressão- os fundo europeus que nos fizeram crer que éramos uma economia europeia e rica, sem nada termos feito por isso, aceleraram a consolidação de um novo-riquismo cultural, pleno de desvalores promovidos a valores, devidamente acolitados pelas opções, de natureza idêntica, do poder politico local, conduziram à aberração que o lugar de Armação hoje é, do ponto de vista administrativo, politico, turístico e comunitário.
A verdadeira “Ronda dos Prisioneiros” que constitui a única oferta massificada da noite de Armação nestes meses de verão – o passeio da multidão de lá para cá e de cá para lá ao longo da marginal – é bem ilustrativa sobre o efeito da urbanização aberrante de Armação nas populações, fixa ou flutuante.
Na comunidade o efeito foi devastador, como qualquer observador meredianamente atento constata. No bem-estar do turista é igualmente patente pela falta de equipamentos que os espaços públicos representam, neste labirinto de betão e de mau-gosto, pela mão do homem inculcados nesta verdadeira pérola do património natural: A Baía de Armação de Pêra !
Isabel Soares não é, realmente, responsável pela degenerescência de Armação de Pêra, mas foi e é a mais sofisticada autora da sua eternização.
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