O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 26 de agosto de 2007

ENQUANTO OS RESPONSÁVEIS PERMANECEM COMO BURROS A OLHAR UM PALÁCIO

PATRIMÓNIO CULTURAL ADIADO:MAIS UM ACTIVO ESBANJADO?

A aposta em sectores estratégicos da economia – como é o caso do turismo – revelar-se-á, a médio prazo, um excelente investimento económico.

O Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT) – apresentado em Dezembro de 2005, aposta na criação em Portugal uma “cultura nacional de turismo” apoiada em cinco eixos fundamentais: territórios, destinos e produtos; marcas e mercados; qualificação dos recursos; distribuição e comercialização; inovação e conhecimento.

O reforço do investimento no sector do turismo implica planear a captação de turistas, isto é, saber atrair determinado tipo de clientela e, sobretudo, condicionar essa atractividade. Face à reduzida dimensão territorial do nosso país, temos interesse em atrair, sobretudo, um turismo que não seja massificado. Mas os turistas com um forte poder de compra são mais exigentes na qualidade dos serviços, procurando nos destinos eleitos maior diversidade de oferta cultural e patrimonial.

Cada vez mais, um pouco por todo o mundo, a oferta de produtos relacionados com a cultura e o património histórico e paisagístico tem maior procura turistica e atenção dos Estados.

O Algarve não pode nem deve passar à margem duma estratégia desta natureza.

O Algarve é a região onde a pressão urbanística sentida a partir da década de sessenta, com a descoberta da nova fonte de riqueza do “turismo de sol e praia”, deu início a um processo rápido de destruição de património cultural e paisagístico.

A falta de sensibilidade para as questões patrimoniais, os interesses imobiliários, a indiferença das autarquias em lhes fazer frente e, sobretudo, a falta de visão estratégica dos vários actores, que não têm sabido compreender que os seus empreendimentos, assim como o desenvolvimento sustentado dos seus concelhos a prazo, passa também pela preservação e integração do património natural e cultural envolvente, estes actores continuam a ser responsáveis pela destruição do riquíssimo património da região.

Estácio da Veiga iniciou desde muito cedo a investigação científica arqueológica no Algarve, os primeiros trabalhos sistemáticos tiveram lugar no final do século XIX, mas infelizmente o marasmo da arqueologia portuguesa ao longo de boa parte do século XX e a pressão urbanística que o Algarve começou a sentir a partir dos anos sessenta, iriam destruir muitos dos sítios, que se contavam por muitas centenas, identificados até então.

Do ponto de vista arqueológico, o Algarve é uma das regiões mais ricas do País, possuindo, uma carta arqueológica desde o século XIX. Actualmente conhecem-se mais de 1700 sítios arqueológicos na região, ainda que muitos deles já tenham sido destruídos ou não apresentem potencial assinalável para a investigação e/ou valorização.

Armação de Pêra não escapou a este destino citando-se o exemplo da destruição do poço nora existente ao fundo da rua Rainha Santa, onde foi construído o actual mercado, o qual se afirmava como um elemento essencial à compreensão da identidade do espaço rural da vila.

A própria Fortaleza um monumento classificado que segundo alguns autores estará implantada sobre as ruínas de um primeiro estabelecimento romano, ou mesmo pré-romano. Inventariando-se ainda a probabilidade de ter sido edificada sobre um castelo, da Baixa Idade Média, numa altura de plena organização do território do recentemente conquistado reino do Algarve. Sem qualquer evidência de épocas tão recuadas, o imóvel que hoje se pode observar é um produto da Idade Moderna, edificado ao longo de três fases fundamentais, a primeira das quais remontando ao tempo de D. João III, pelos meados do século XVI.

Em qualquer caso, encontra-se hoje rodeada de construções de péssimo gosto arquitectónico, de altura e volumetria excessiva e com construções abarracadas junto à muralha, servindo muitas vezes de parque de estacionamento, ficando exemplarmente patente a importância cultural que lhe têm concedido os responsáveis.

A intervenção no casco mais antigo da vila de Armação tem sido um desastre. O Município ao promover uma “renovação” urbana de critérios duvidosos, com os resultados que saltam à vista de todos, destruiu o património construído em vez de promover a sua reabilitação, sem procurar manter quer as tipologias, quer as áreas de construção existentes.

A salvaguarda do património edificado não se pode cingir exclusivamente ao núcleo histórico de Silves – cidade mas deve ser estendida a todos os núcleos mais antigos e com valor patrimonial.

O adiamento da reabilitação do casino de Armação de Pêra é outro exemplo da inexistência de uma estratégia, o que leva a que um imóvel de qualidade e com uma carga sentimental elevada para muitos dos residentes e turistas, não seja objecto de um projecto de reabilitação bem pensado, assistindo-se mais uma vez à ineficácia da autarquia para a gestão património, que é de todos e que necessita de ser valorizado.

As instalações que vagaram na fortaleza não tem ainda destino, e fala-se na possibilidade da instalação de um “museu”.

Na década 90 foram criados 21 museus no Algarve a maioria dos quais pelas autarquias a que pertencem 69% dos núcleos museológicos.

Mas os espaços museológicos têm sido criados sem qualquer critério ou integrados num plano regional, surgindo antes pela espontânea vontade das entidades. Esperemos que não seja mais um museu “faz-de-conta”.

Apesar do forte incremento da investigação arqueológica nos últimos anos no Algarve, pode dizer-se que, grosso modo, esses trabalhos têm incidido sobretudo na inventariação e na salvaguarda dos vestígios, sendo pouco frequentes os estudos tendentes à valorização do Património Arqueológico. O seu estudo e publicação continua por fazer, o que decorre essencialmente de uma enorme falta de formação e escassez ou mesmo ausência de pessoal técnico qualificado.

Daqui resulta em grande parte que, em matéria de conservação e restauro do Património, não há uma acção concertada. Pode-se mesmo dizer que a conservação e restauro do Património em geral se pautam pela ausência de uma política estruturante e globalizante.

O Património arqueológico e construído, salvo raras excepções, não tem tido um investimento e valorização capazes de forma a se integrarem plenamente nos circuitos turísticos da região.

Infelizmente as iniciativas existentes têm na generalidade pouco profissionalismo e surgem completamente desenquadradas. É necessário coordenar estes dois sectores, para se poder explorar turisticamente a componente cultural que, na próxima década e segundo alguns estudos, registará um aumento significativo. Os turistas que visitam o Algarve são oriundos de mercados emissores com uma grande apetência para o turismo cultural.

É necessário promover um conjunto de acções para inverter o quadro actual, nomeadamente incentivando os agentes ou empresas promotoras de turismo cultural e de circuitos turístico-cultural, para que articulem com os promotores turísticos da região as suas actividades.

A alteração deste quadro implica necessariamente uma grande coordenação que só será possível criando uma Agência Regional para a Gestão e Divulgação do Património, com a incumbência da gestão de todo o património do Algarve, depositária e coordenadora de todos os recursos humanos e materiais actualmente afectos às autarquias.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

O ATUM FUNDADOR


Na origem do nome desta terra encontra-se uma variante da actividade piscatória, a qual, segundo alguns investigadores, remonta ao tempo de D. Diniz (O Lavrador) e terá sido trazida por Sicilianos e Genoveses, para fazer carreira em Portugal até há cerca de quarenta anos – ano da última grande campanha do Arraial Ferreira Neto, em Tavira - registada pela RTP, pelas mãos do realizdor Helder Mendes.

Em 1898 existiam na costa algarvia dezoito armações; em 1937, eram já só seis ; e 1968 terá sido o ano daquela última campanha. As imagens registadas são de um interesse inegável, mas, não dispondo das mesmas, socorremo-nos de um texto descritivo da actividade cujo interesse literário e pictórico nos transporta para tempos idos, e para o acontecimento com uma precisão cirurgica, envolvendo-nos na vivência do autor, e permitindo-nos navegar pela nostalgia de tempos outros. Conservámos deliberadamente o portugês da época, na busca de uma maior autenticidade impressiva. Venham daí…

A PESCA DO ATUM, NOS IDOS DE 1944

Abril. A manobra dramática da pesca do atum no Mar de Cobalto e Safira do Algarve. O peixe, em grossos cardumes, faz a sua peregrinação annual para desovar no Mediterrâneo azul. E a manobra feroz tem como prólogo a benção das rêdes, dos aprestos de pesca, e dos barcos, chalupas e calões – as grandes falúas de prôa erguida. É o momento do “Benedictio Novae Navis”, o ritual Católico.

Tôda a equipagem – a campanha – está presente: o mandador, o escrivão, o preguiceiro, e os companheiros com as mulheres e os filhos. Vem também o cura com suas vestes sacerdotais. Descobre-se. Os homens e as mulheres alinham-se sôbre as rêdes. O sacerdote diz o “Benedictio Novae Navis”. E, quando êle segura o hissope, moços e velhos ajoelham e cantam a “Salve Regina” acompanhados pelo orgão do mar. Logo que os aprestos da pesca estão no seu lugar a equipagem divide-se em dois grupos: o giro do mar e o giro da terra.

O grupo do mar sob a direcção do preguiceiro vigia a aproximação do peixe. E, por meio de redes móveis, chamados atalhos, condu-lo para o bucho, uma espécie de prisão de rêdes suspensa na água. É quando há já bastantes prisioneiros – atum, bonitos, cachorretas ou atuns pequenos – o grupo do mar dá sinal ao grupo de terra.

Êste, comandado pelo chefe da equipagem, faz vela em direcção aos aprestos com dezenas de canôas e falúas. E com suas próprias embarcações, arranja em volta da prisão uma arena semelhante à das corridas de touros e todos se preparam para a luta. E todos se dispõem a combater.

Mal o cardume passa da prisão à rêde circular na qual se procederá ao sangrento sacrificio da pesca, o chefe ordena que se aperte o cêrco. Içam-se as amarras que levantam a rêde já cheia de peixe cercado em abundância. É nêste quadro que começa a pesca. É nêste momento que a luta toma corpo e côr. É nêste transe que o combate define a sua amplidão e o seu caracter.

Vamos! Vamos! – Grita o mestre da equipagem em voz imperiosa.

Os camaradas, velhos lobos do mar, batidos pelos anos e pelas tempestades e jóvens hercúleos queimados pelos ventos, cabeças descobertas, peito e braços nús, sob o céu azul que palpita sôbre o cimo das vagas, puxam os cabos, içam a rêde.

O peixe levado assim na rêde, obrigado a subir em massa à flôr da àgua, começa a aparecer, a riscar a superficie inquieta do mar. Primeiro é uma barbatana, um leque aberto, diamante cortando o espelho glauco em ondelações. Depois é um dorso brilhante de aço velho que foge, extremecendo, no interior das ondas.

A seguir são dois, dez, vinte corpos que por sua vez se mostram e escondem. E ainda outros dez, mais vinte, aqui, ali, novos leques surgindo, novos corpos que desaparecem e surgem à superficie, rasgando a onda, fugindo alucinados, cruzando-se, entrecruzando-se. Com a agitação da vaga espumante, com o redobrar do esforço dos pescadores, crescem também as vozes da equipagem.

Agora já não é sòmente o chefe que estimula o reboque dos cabos; são também os espectadores, de pé, nas canôas. São os pescadores a bordo das barcas, todos a gritar, vomitando imprecações, rindo, à espera do combate eminente. O peixe está à vista. Á flôr da água é uma sarabanda de vertigem, um turbilhão e uma catarata, uma desaturada dansa de serpentinas na qual as escamas de prata, as barbatanas em leque, e as caudas em crescente se fundem e se confundem, se chocam e entrechocam com as cordas amarradas às barcas de maneira a manter a rêde içada, os pescadores tomam os arpões e firmam-nos nos punhos com baraços de esparto. E agora podemos baptizar a pesca do atum com o nome de corrida de touros maritima. A arena, que em certas aldeias se compõe de carros de bois ligados uns aos outros, é aqui formada por barcas e falúas unidas umas às outras em volta da rêde. Mas em vez de um touro perseguido a golpes de lança tornado furioso pelas bandarilhas, de tal maneira em uso nas diversões populares, são dezenas, centenas de animais que revolteiam na arena. E então a corrida atinge proporções delirantes. É uma corrida e uma batalha. É trabalho e massacre. É a cobiça e a valentia. É o perigo e a barbarie, tudo em ponto grande, enorme, formidável! Os pescadores, de pé a bordo das barcas constantemente em dansa macabra, atiram o arpão aqui, acolá. E todos, de todos os barcos, de todos os lados em clamores de Saturnal, lançam as suas armas, rápidas como o relâmpago, acertando no alvo como bèsteiros..

No meio desta desordem a certeza do golpe é tal que o atum, apanhado em cheio pelo arpão e puxado por certos movimentos da corda ligada aos punhos do lançador, salta e cai na barca. No choque da queda o seu pêso e o balanço da embarcação obrigam frequentemente o arpoador a cair sôbre a prêsa. Dêste modo, uns a seguir aos outros, ao abater-se sôbre a sua vitima, recebem na face, nos braços e no peito, o jacto de sangue que lhes atravessou o dorso. E desta maneira, na alucinação desta fantástica corrida, vê-se continuamente, à direita e à esquerda, os arpoadores caindo nos barcos e voltar à matança, empunhando arpões, com as faces crispadas e pintalgadas de sangue, carniceiros horriveis de pesadêlo.

(In: Algarve – Guia Turístico – 1944. Autor: desconhecido)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Indignação

A propósito das nossas postagens: "O lixo é o nosso ambiente - I, II e III", recebemos de cidadãos que nos visitam, algumas fotografias, das quais seleccionámos aquelas que hoje apresentamos, agradecendo sinceramente o exemplo de participação e cidadanias que os moveu.





Entulho e abandono de veículos automovel na vía pública.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

A GESTÃO DO LIXO DECOMPOSTA

O Lixo é o nosso ambiente (III)

Com a constituição da ALGAR sistema multimunicipal para a gestão dos resíduos sólidos urbanos no Algarve a erradicação das lixeiras foi conseguida, no entanto os aterros sanitários, infra-estruturas construídas para esse fim ao receberem todo o tipo de lixo vão ficando com a sua vida muito reduzida.
A estratégia desenhada e a legislação nacional e comunitária vêm apontar para que os aterros se destinem apenas aos resíduos últimos – resíduos que já não podem ser sujeitos a operações de tratamento nas presentes condições técnicas e económicas-.
Tal facto implica a necessidade de todos os resíduos, previamente à sua deposição serem sujeitos a operações de valorização e tratamento.
Devendo por isso seguir-se uma hierarquia que deve atender ao seguinte:
* Prevenção;
* Reciclagem;
* Valorização orgânica e material;
* Valorização energética.
Felizmente que habitam em Armação de Pêra ou aqui vêm passar as suas férias muitos cidadãos sensibilizados e mobilizados, que aderiram aos esquemas de recolha selectiva e que assim pretendem contribuir para a sustentabilidade ambiental, social e económica.
Pese embora a responsabilidade de um grande número de cidadãos para a melhoria da qualidade ambiental e da saúde das populações, no sentido de garantir um desenvolvimento sustentável, as entidades competentes Município de Silves e a Algar não assumem essa responsabilidade.

No seu site a ALGAR valorização e tratamento de Residuos Sólidos, SA, vangloriza-se por ocupar o segundo lugar no ranking nacional das empresas do grupo EGF, afirmando o seu empenho no desenvolvimento dessa actividade.
Mas no quadro que apresenta verificamos que o valor para o calculo da capitação em que se funda foi baseado exclusivamente na população residente.
Ora, como todos sabem o Algarve é destino de milhões de turistas/ano, logo o cálculo da capitação encontra-se viciado.
Assim, o cálculo correcto deveria ser o da população equivalente e não o da população residente.
Nestas circunstâncias o valor da capitação seria certamente muito menor, o que colocaria a ALGAR, provavelmente, no fundo da tabela, ficando muito àquem da meta constante da Directiva “Embalagens” que para 2011 é de 50 kg.
É também um facto que o número de habitantes por ecoponto é dos mais baixos do país mas a realidade que observamos no terreno pelo menos aqui em Armação de Pêra é a que está à vista de todos.
Os ecopontos estão sistematicamente cheios, obrigando os cidadãos a deixar o lixo no chão ou a utilizar os recipientes destinados a outros usos para colocar os resíduos que poderiam ser reciclados.
De facto a competência da gestão do lixo está em causa por várias razões:
1ª As exigências de salubridade e higiéne públicas não toleram as lixeiras semeadas pela Vila;
2ª Uma região turistica tem o dever acrescido de zelar pelas exemplares condicções de salubridade e higiéne do produto que promove e do qual vive a sua economia;
3ª A implantação de ecopontos carece de melhor localização e de maior número de recipientes, por familia de lixos, como é evidenciado nas fotos e o seu custo é reduzido;
Mas também a incompetência e o malbaratar dos dinheiros públicos fica patente:
4º Se existirem ecopontos em suficiente quantidade e boa localização, a separação dos lixos será mais eficiente;
5º Se existir uma boa separação a quantidade de lixo que se destina ao aterro será menor e, por conseguinte, importará em menores custos para o Municipio. Sim, porque o Municipio paga para colocar lixo no aterro.
6º Com a melhor separação os lixos recicláveis estes aumentam e, uma vez vendidos à Sociedade Ponto Verde, geram receita para a Autarquia.
Por fim, a Câmara porque não sabe ou não quer, podia, de uma cajadada matar vários coelhos:
a) Satisfazer direitos elementares dos cidadãos-contribuinte, como é seu dever;
b) Investir no produto turistico cuja gestão lhe incumbe, tratando de assegurar a sustentabilidade económica da Vila e do Municipio;
c) Reduzir despesa, por utilizar o aterro em menor tonelagem;
d) Aumentar a receita com mais lixo reciclável.
Uma evidência de merediana clareza!
Será que entre festas, inaugurações e folias a snra Presidente não poderia arranjar quem fizesse os minimos?

domingo, 5 de agosto de 2007

A Banhos no esterco …

( O Lixo é o nosso ambiente II)

Alguns visitantes tem-se-nos dirigido remetendo fotos sobre o estado deplorável dos locais reservados ao lixo em Armação de Pêra, de alguma forma dando corpo ao exercicio do direito à indignação patente na nossa penúltima postagem.

Um deles garantiu-nos mesmo que os responsáveis pelo pelouro do lixo na C.M.Silves, foram visitantes deste blog a esse propósito.

Se o foram, agradeçemos a visita, mas, infelizmente, não podemos agradeçer qualquer evolução no estado-de-sítio em que continuam os pontos de lixo, nalguns casos, irónicamente auto apelidados de pontos ecológicos!!! Nada mais cinico e demonstrativo das politicas da forma, da publicidade e da despesa em serviços de terceiros, sem qualquer conteudo material!

Sem prejuizo de acharmos que nenhum turista, nacional ou estrangeiro, é mais merecedor da higiéne pública e salubridade que os Armacenenses em Armação de Pêra, não podemos deixar de parafrasear um articulista do Jornal Expresso, quando afirma que os nossos turistas são um património nacional.

Nunca é demais dizer e gritar se necessário, que a C.M. de Silves e, nestes termos, necessáriamente a sua presidente, são incompetentes para gerir esta vila, cuja economia depende essencialmente do turismo.

Vila esta que, contribuindo mais que qualquer outra freguesia do concelho para a receita municipal, por ser classificada legalmente como local de turismo priveligiado, não é objecto de uma gestão municipal vocacionada para justificar e muito menos manter esse estatuto.

Porque, em qualquer dos casos a lei obriga os proprietários a pagar mais por terem a sua propriedade nesta zona pré definida, mas não obriga a Câmara de Silves a zelar por tal estatuto, nem sequer a preservá-lo.

Quando sabemos que o turismo, sendo muito útil às receitas de Silves, é igualmente muito importante para as receitas do País e a preservação da saude precária do mesmo e de muitos dos seus cidadãos.

Por isto, a Senhora Presidente Dra. Isabelita, não está sozinha no palco deste drama suicidário, está acompanhada pelo Chefe do Governo, cujas atenções estão também essencialmente dirigidas para a receita, permitindo a delapidação deste património – como de outros – como se este activo fosse autoregenerável e não careça de politicas consistentes e prioritárias.

Meus Senhores, com o lixo assim não vamos lá, nem PIN’s que nos salvem. E se não são capazes ao nivel do lixo, como querem que os cidadãos acreditem que o são aos outros niveis das governações? Perante esta evidência, só vos restará, no campeonato da dignidade e do dever de mandatários eleitos : a demissão!

Os cidadãos agradecerão empenhadamente!

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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Património Natural

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