O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
domingo, 26 de fevereiro de 2017
Educação para a Cidadania desde o pré-escolar, segundo o Expresso
Segundo o Jornal Expresso de 25 de Fevereiro, os temas da Educação para a Cidadania serão incluídos, de forma obrigatória, no horário lectivo dos alunos, logo a partir do pré-escolar, o que terá sido antecipado àquele jornal pelo secretário de Estado para a Cidadania e Igualdade.
Ainda segundo a mesma fonte o regresso desta área faz parte de uma mudança mais alargada dos curriculos que está a ser preparada pelo Ministério da Educação e que recupera algumas ideias da reorganização curricular de 2001.
Dizemos nós: Mais vale tarde, que nunca!
Na verdade se a única forma de virmos algum dia a ter uma sociedade melhor, passa pela educação generalizada dos cidadãos, a única forma de não voltarmos a ter dirigentes que, apesar de eleitos, garantam um mínimo de fidelidade ao Estado de Direito com programas para propôr aos respectivos eleitorados e práticas subsequêntes pós eleição, igualmente sintonizados com esses valores e princípios, é exactamente dar-lhes eleitorados de cidadãos-eleitores, instruidos e não iliterados em politica, direitos, obrigações, valores e princípios que consubstanciem um grau de exigência, sustentável, muito superior ao actual.
É essencial que a educação para a cidadania seja implementada do pré-escolar ao ultimo ano da licenciatura! Para sempre!
Ainda segundo a mesma fonte o regresso desta área faz parte de uma mudança mais alargada dos curriculos que está a ser preparada pelo Ministério da Educação e que recupera algumas ideias da reorganização curricular de 2001.
Dizemos nós: Mais vale tarde, que nunca!
Na verdade se a única forma de virmos algum dia a ter uma sociedade melhor, passa pela educação generalizada dos cidadãos, a única forma de não voltarmos a ter dirigentes que, apesar de eleitos, garantam um mínimo de fidelidade ao Estado de Direito com programas para propôr aos respectivos eleitorados e práticas subsequêntes pós eleição, igualmente sintonizados com esses valores e princípios, é exactamente dar-lhes eleitorados de cidadãos-eleitores, instruidos e não iliterados em politica, direitos, obrigações, valores e princípios que consubstanciem um grau de exigência, sustentável, muito superior ao actual.
É essencial que a educação para a cidadania seja implementada do pré-escolar ao ultimo ano da licenciatura! Para sempre!
sábado, 25 de fevereiro de 2017
Só 2,1 milhões acabarão com as cheias em Armação de Pêra
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Sem cerimónias, os residentes lá foram dizendo de sua justiça.
Câmara Municipal de Silves assumiu o compromisso de implementar a solução apresentada pelo engenheiro José Saldanha Matos, perante muitos residentes já cansados das inundações
A solução prevista no Plano de Drenagem
de Armação de Pêra custará aos cofres da Câmara Municipal de Silves um total de
2,1 milhões de euros, mas o investimento assegura o término das cheias que
aquela povoação tem sofrido nos últimos anos.
Apresentado na sexta-feira, 10 de
fevereiro, na sede do «Armacenenses», o plano desenhado pela equipa do
engenheiro José Saldanha Matos e Filipa Ferreira, de propósito para a
autarquia, acabará com os problemas de residentes e comerciantes mais afetados
nas Ruas dos Pescadores, Alentejo e Manuel Arriaga, perto da frente de mar e a
oeste da Ribeira de Alcantarilha.
Com a sessão cheia de populares, Rosa
Palma, presidente da Câmara Municipal de Silves desafiou os presentes a
contarem quais os problemas que sentem na pele com as inundações e, a opinarem
sobre o que acreditam ser a causa das subidas súbitas do nível da água cada vez
que chove com alguma intensidade.
«Haverá aqui uma falta de ordenamento,
devido ao que foi edificado, e agora temos um problema em mãos. Vamos
cingir-nos a três grandes artérias que são as Ruas Manuel de Arriaga, dos
Pescadores e do Alentejo. São alvo de situações atípicas com chuvas repentinas,
com grande pluviosidade, que levam a que não haja o escoamento da água pelos
meios existentes nessas vias», ao que acresce estarem na zona baixa, afirmou a
autarca em jeito de introdução.
Quem despoletou o processo foi o
engenheiro Pedro Coelho, da Divisão de Ambiente e Urbanismo da Câmara Municipal
de Silves, disse ainda Rosa Palma, antes de dar a palavra à população.
Sem cerimónias, os residentes lá foram dizendo de sua justiça.
«Fiquei surpresa quando identificaram as
ruas a intervencionar, porque vivo na Rua Bartolomeu Dias há 40 anos e desde
que me conheço que aquela rua tem cheias. Já a minha avó chorava que lhe
entrava água em casa», começou por afirmar uma residente. Assinalou que,
talvez, esta artéria encha primeiro que outras duas das mencionadas pela edil.
Aliás, relembrou que, no passado, no final dessa via, «havia um pontão, que era
para onde a água escoava», sendo depois direcionada para o rio. E nessa altura,
os homens, como o seu avô, saiam de casa com enxadas para «abrir o rio».
Maria de Jesus diz notar que a cada ano
que passa há mais água e que, é natural, pois onde antes havia campo, agora
existem prédios. Esta moradora contou que não pode «ir descansada a lado
nenhum, porque não é preciso muita chuva para aquela zona encher toda». O
cenário só não é pior, porque foi feito um prédio com garagem perto, que enche
quando chove. «Têm de ir os bombeiros bombear água para fora», descreveu.
Mas o problema não afeta apenas
residentes. Uma moradora na Rua do Alentejo explicou que tem um espaço
comercial e, «desde que fizeram a marginal, entra água no estabelecimento».
Outro dos alertas que deram à
presidente é que, quando há cheias e circulam carros nessas vias, a água é
empurrada contra portas de habitações acabando por entrar.
Já o presidente da Junta de Freguesia
de Armação de Pêra Ricardo Pinto mostrou–se satisfeito pela participação das
pessoas, assegurando que da parte dos autarcas, por vezes, há um sentimento de
«impotência» quando a população busca socorro e não conseguem «fazer nada».
Relatou que uma das primeiras perguntas que lhe fazem quando estas situações
acontecem é se o rio está aberto. Garante que tem estado «sempre aberto».
Segue-se a questão sobre a limpeza das sarjetas. Ricardo Pinto assegura «pode
acontecer uma situação ou outra em que não estejam muito bem limpas, mas
normalmente estão».
Das três soluções estudadas, apenas uma funcionará
Após um debate participado, os
especialistas desta área explicaram à população que encontraram três soluções
para este problemas, sendo que duas não seriam as mais adequadas.
A primeira e a mais barata, segundo
Filipa Ferreira, seria a beneficiação da descarga, que consistia na reposição
da válvula de maré, intervindo na interface entre a válvula de drenagem e o
rio, mas a equipa chegou à conclusão que não servia. A segunda hipótese,
conforme explicou na apresentação, é das que a maioria das pessoas não gosta,
porque gera mais despesa. Seria a bombagem. «Chegamos à conclusão que tinha que
ter estas características» e, neste caso, apresentaram duas variantes que
apenas diferiam no local onde seria colocada a bomba.
A resolução apresentada prevê a
realização do «mínimo das infraestruturas essenciais com capacidade suficiente
e adequada», explicou. Ou seja, os coletores têm agora 300 milímetros de
diâmetro e devem passar a 1000/1600. «O que propomos também é, na interface
entre coletores e o atual sistema de drenagem, que passa por baixo dos prédios
se tape, mas não se retire», para que possa ser utilizado em caso de urgência
ou se for necessário realizar alguma obra junto ao novo sistema, esclareceu.
«Assim, são construídas válvulas de
seccionamento que obturam, mas permitem voltar a ativar», disse. Primeiro
pensaram colocar uma estação elevatória enterrada no cruzamento das Ruas do
Alentejo e das Redes, mas a falta de espaço levou a que esta esteja prevista
para o estacionamento da praia. «Obriga a fazer mais uns metros de coletor»,
mas depois terá uma conduta gravítica que fará a descarga da água no rio,
adiantou.
Neste caso, os geradores podem ser
colocados sem transtornos, escondidos num casa ou abrigo, pois todo o sistema
elétrico tem que ficar à superfície. No entanto, segundo Filipa Ferreira, «a
Câmara Municipal de Silves está a estudar um projeto de reabilitação total,
podendo estes equipamentos ser integrados em termos ambientais e
arquitetónicos».
A garantia, devido à proximidade do mar
é que este sistema não será afetado pela maré, pois existe uma válvula que
empurra a água bombeada, mas que não permite que esta abra quando há subida da
maré.
Esta estação elevatória terá capacidade
para bombear 2400 litros de água por segundo, estando ainda previsto o
aproveitamento da capacidade da válvula existente, através da instalação de um
coletor.
O investimento custará 1,5 milhão de
euros só para esta solução, pois há ainda outro problema assinalado junto à EB
2+3 António da Costa Contreiras, que custará mais de 400 mil euros.
O estabelecimento escolar foi
construído em cima da linha de água e os sistema de escoamento tem tubos de 500
milímetros de diâmetro que se tornam insuficientes, provocando inundações
naquela zona. A solução para este problema será, a curto e médio prazo, criar
um coletor «que ladeia a escola, reforçando o escoamento», podendo, no futuro,
ser construídas duas bacias de retenção (barragens secas) a montante. Esta
solução tem capacidade para as cheias centenárias, adiantou.
A curto prazo, até 2021 há obras
prioritárias identificadas que levam a maior fatia do investimento, mas a longo
prazo a equipa de especialistas referiu ainda que há que proceder ao cadastro
do sistema, criar um sistema de monitorização, com um sensor que mede o nível
da água, permitindo avisar as pessoas. Se der sinal quando não está a chover é
sinal que está obstruído. É necessário ainda reforçar os dispositivos de
escoamento, os sumidores e as sarjetas, exemplificaram.
José Matos Saldanha explicou ao
«barlavento» que o projeto de execução precisará de três meses para ser feito e
que a obra «nunca demorará menos de um ano» no terreno.
O projeto de execução avança já, mas o
resto depende ainda da «Câmara Municipal assegurar o financiamento,
candidatando-se a fundos e, conforme a possibilidade de angariação dos mesmos»,
demorará algum tempo a lançar concurso.
Questionada pelo «barlavento» Rosa
Palma admite que é um investimento pesado, mas que foram «colocadas
prioridades» que devem ser concretizadas. «Uma das prioridades é este problema
que aqui está e nós compromete–mo-nos com a população de que o iríamos
solucionar. Daí termos contratado este estudo a alguém que conhece as matérias
e que pode, efetivamente, apresentar soluções».
A presidente da autarquia de Silves
informou ainda a população de que, «neste interregno, já estão a ser
contactadas empresas para limpar os coletores, porque um dos problemas» que
Armação de Pêra tem é o depósito de sedimentos» nestes equipamentos. Tal como a
concentração de edificação, as alterações climáticas e a localização em zona
baixa, aliada à insuficiente dimensão das estruturas de escoamento, como
explicou o engenheiro José Saldanha Matos.
O estudo mostrou ainda aos residentes
que, no ponto crítico da chuvada, a altura da água atinge valores na ordem de
30 centímetros, e que após a intempérie, a água fica acumulada durante longos
períodos nas zonas de menor cota topográfica, em particular nas Ruas do
Alentejo e Pescadores. É um problema provocado pela construção de áreas urbanas
em leito de cheia também, com sistemas antigos, e obstruídos.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
Suécia queixa-se de receber demasiado dinheiro em impostos
País
teve o dobro do excedente orçamental previsto para 2016, devido ao acréscimo de
receita de impostos pagos a mais, voluntariamente. A razão está na remuneração
dada por este excesso, melhor que as ofertas dos bancos.
23 de fevereiro de
2017
A Suécia
está a enfrentar um problema: está a receber demasiado dinheiro relativo a
impostos. A questão não vem das elevadas taxas cobradas que, como noutros
países nórdicos, estão entre as mais elevadas do mundo. O problema é que os
suecos estão a pagar, de propósito, mais impostos do que são devidos.
A
explicação vem das regras fiscais locais. Os contribuintes têm uma espécie de
conta-corrente com o fisco, e todo o dinheiro que o Estado cobra a mais tem de
ser remunerado, a uma taxa anualizada de 0,56%. Com a forte queda das taxas de
juro, os investidores não encontram alternativas seguras que permitam um
rendimento interessante. Logo, vão reforçando os pagamentos de impostos e as
contas-correntes com o Estado, que fica com um custo acrescido na sua
remuneração. Na prática, muitos suecos estão a utilizar este mecanismo como uma
conta bancária e de investimento alternativa, que não era o propósito aquando
da sua criação.
As contas
públicas já não eram um problema para a Suécia, mas em 2016 o excedente
orçamental surpreendeu as autoridades: 8,5 mil milhões de euros de superávit,
mais do dobro do orçamentado. Desse valor, quase metade veio da receita
conseguida em pagamentos excessivos para as contas de impostos, segundo noticiou
o Financial Times.
Se o
orçamento até ganha com isso, há problemas de financiamento e de gestão. Por um
lado, o Estado suporta juros mais elevados do que se fosse financiar-se aos
mercados, que estão a exigir taxas muito baixas para soberanos com a notação
sueca. Por outro lado, estas contas-correntes tendem a ter alguma volatilidade,
porque respondem à evolução das taxas de juro dos bancos centrais e a situação
nos mercados de obrigações e acções, que aumentam ou reduzem o incentivo para
aí investir o dinheiro. Dessa forma, o Governo tem dificuldade em prever quanto
do dinheiro colocado nessas contas continuará lá no médio e longo prazo, quanto
sairá de repente e quantos juros serão suportados com a permanência.
O
fenómeno é semelhante, segundo o FT, ao verificado na Suíça, que tal como a
Suécia tem um sistema de conta-corrente e tem juros negativos decretados pelo
seu banco central.
Suécia “revoltada” com Portugal por isentar de impostos pensionistas suecos
In: Observador,
24.02.2017
A ministra sueca das Finanças disse que manifestou o seu desacordo a
Mário Centeno em relação ao regime que isenta de tributação as reformas de
pensionistas estrangeiros com residência em Portugal.
A ministra sueca das Finanças disse que manifestou o seu desacordo a
Mário Centeno em relação ao regime que isenta de tributação as reformas de
pensionistas estrangeiros com residência em Portugal.
Numa entrevista ao jornal sueco Expressen, a governante sueca indica
que teve “uma conversa séria” com Mário Centeno sobre este assunto na última
reunião do Ecofin em Bruxelas e que esta preocupação foi recebida pelo ministro
português com “alguma compreensão”.
“Tive de ter uma conversa séria com o meu colega português sobre
este assunto na última noite em que lhe descrevi a revolta que há na Suécia
sobre como funciona” o regime criado em Portugal para atrair reformados
estrangeiros com pensões elevadas, concedendo-lhes uma isenção da tributação
destes rendimentos, afirmou Magdalena Andersson.
Para a ministra sueca, o que está em causa é uma situação em que “os
suecos tiram as suas reformas [da Suécia], muitas vezes de grande quantia,
completamente livres de impostos [quando vivem em Portugal]”.
Também à televisão SVT, Magdalena Andersson defendeu que as razões que
eventualmente levam os suecos a irem viver para Portugal não devem ser fiscais.
“Se se mudam para Portugal porque gostam de fado ou vinho verde ou
porque adoram o clima, então devem poder fazê-lo. Mas se se mudam só para
evitar o pagamento de impostos, então acho que devem olhar ao espelho e pensar
sobre se querem mesmo tomar essa decisão“, afirmou, acrescentando que “as
pessoas devem pagar impostos ou em Portugal ou na Suécia” e que “é inaceitável
que o sistema português não cobre impostos” a estes reformados.
Em setembro de 2009, o Governo aprovou o Código Fiscal do Investimento
em que criou um regime fiscal para os residentes não habituais em sede de
Imposto sobre o Rendimento de pessoas Singulares (IRS).
O objetivo era atrair para Portugal profissionais não residentes
qualificados em atividades consideradas de elevado valor acrescentado ou da
propriedade intelectual, industrial ou ‘know-how’ (por exemplo arquitetos,
médicos e professores universitários), mas também beneficiários de pensões
obtidas no estrangeiro.
A convenção para evitar a dupla tributação entre Portugal e a Suécia,
que segue a convenção-modelo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE) e que foi publicada em Diário da República em março de 2003,
estabelece que “as pensões e outras remunerações similares pagas a um residente
de um Estado contratante em consequência de um emprego anterior só podem ser
tributadas nesse Estado”.
Isto quer dizer que é o Estado de residência (neste caso, Portugal)
que tem o direito de tributar as pensões dos cidadãos suecos considerados
residentes não habituais no território português.
No entanto, com o regime de 2009, Portugal decidiu optar pelo método
da isenção, o que, na prática, faz com que estes rendimentos não sejam
tributados nem em Portugal nem na Suécia.
De acordo com este regime, um cidadão que seja considerado residente
não habitual pode ser tributado como tal (beneficiando do método da isenção)
durante 10 anos consecutivos a partir do ano da sua inscrição como residente em
território português, desde que seja aí considerado residente em cada um desses
anos.
A
Lusa questionou o Ministério das Finanças sobre esta matéria, nomeadamente
sobre qual a posição assumida por Mário Centeno junto da sua homóloga sueca,
mas até ao momento ainda não obteve resposta.
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