Uma ambição nacional generalizada!
Um colunista de um semanário importante na micro realidade jornalística portuguesa teve a frontalidade de afirmar que Portugal é um Estado de Direito falhado.
Sustentou a sua conclusão no facto de o poder judicial, composto por titulares de um órgão de soberania, se comportarem como funcionários, reivindicando o direito de de sindicalizarem, ou desrespeitando a estrutura do edifício em que se aloja uma sociedade democrática, contestando e assim interferindo no poder legislativo que cria a legislação que têm o dever de aplicar, o que não lhes compete enquanto titulares de um poder diverso que é o de, sem contestarem de qualquer forma, aplicarem o direito criado pelos representantes do povo.
Em qualquer dos casos, de facto, estamos perante um anacronismo que habita o sistema.
Isto é, o que os criadores do sistema pretenderam, para os juízes, foi simplesmente serem titulares de um órgão de soberania com tanto poder e independência, como os demais: o executivo e o legislativo, tudo em ordem a contrariar o status quo donde vínhamos: a concentração destes três poderes no poder absoluto do Soberano.
Alguma coisa se passou entretanto!
O que terá feito esta gente pensar que tem o poder de, a coberto dos seus direitos de cidadania, pretender ter “sol na eira e chuva no nabal”?
Isto é, gozando dos privilégios de titulares um órgão de Soberania, para além dos privilégios do estatuto dos funcionários públicos ou equivalente o qual, só por si, já representa uma afronta aos restantes empregados por conta de outrem por via das vantagens comparativas que aquele estatuto tem em geral face ao estatuto destes, pretendem ainda gozar do estatuto reivindicativo dos empregados por conta de outrem, como se não integrassem um dos três poderes estruturais em que assenta o Estado democrático, perante quem aquele estatuto reivindicativo visaria ajustar direitos salariais, pela via da pressão e negociação.
Mais grave ainda, o que terá feito esta gente pensar que tem o poder de, a coberto dos seus direitos de cidadania, ter interferência legitima no resultado do exercício de funções do poder legislativo – a produção legislativa -.
O Presidente da República, eleito directamente pelos cidadãos, portanto com uma legitimidade democrática directa, não se dá ao luxo, porque não deve, nem pode, de fazer comentários segundo a sua real gana, a qualquer aspecto da vida nacional, designadamente sobre a produção legislativa.
Será que para se ser Presidente da República terá de se aceitar reverencialmente uma redução dos seus direitos e poderes de cidadania?
Não cremos que seja o caso!
Então o que conduzirá os magistrados a, a coberto do seus direitos de cidadãos, considerarem-se no direito de contestarem a bondade e com ela a legitimidade inquestionável, de certas leis?
Quanto a nós a resposta reside no facto de, realmente, não se assumirem como verdadeiros titulares de um órgão de Soberania!
O que, provavelmente, assenta no facto de não serem eleitos directa e democraticamente pelos cidadãos.
Na verdade, só assim se entende o escancarado desrespeito pelo poder legislativo, que emana do poder dos cidadãos elegerem directamente os seus mandatários para legislar.
Da Soberania conservam a autoridade, mas nenhuma outra imanência democrática.
Na verdade também só assim se entende a sua deriva sindicalista de empregados por conta de outrem.
A história e o direito atribuiram-lhes um poder que não têm, provavelmente, dimensão para exercer.
Este é um problema grave na sociedade democrática que conseguimos construir. Infelizmente não é privativo dos magistrados. É bem mais profundo e alargado.
Se calhar o jornalista, em desespero, não deixa de ter razão. O Estado português é, lamentavelmente, um Estado democrático ainda não falhado, dizemos nós, mas com muito do seu essencial por construir!
sábado, 31 de janeiro de 2009
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
FORTE COM OS FRACOS E FRACO COM OS FORTES...
Regra geral dos Governos de Portugal?
Em tempos de crise cumpre ser rigoroso, para além da normalidade!
Por isso não podemos deixar de revelar uma noticia da imprensa que causa alguma perplexidade.
"O preço médio aritmético na zona espanhola foi de 69,77 euros por megawatts/hora (MWh), enquanto na zona portuguesa ascendeu a 76,45 euros MWh."
De há muito que se questiona do real interesse para o cidadão-contribuinte-consumidor, da privatização da EDP.
Todos os dias, desde a sua privatização, o cidadão-consumidor assiste a aumentos sistemáticos da factura da electricidade e questiona acerca dos adiantamentos que faz áquela empresa milionária.
Todos os portugueses ficam contentes com os investimentos realizados por este grupo empresarial em matéria de energias renováveis, em Portugal e no estrangeiro, mas todos sabem também que ser consumidor da EDP não é sinónimo de ser accionista da EDP.
Todos, portugueses e estrangeiros, constataram acerca do que a economia de mercado é capaz de produzir se não tiver regulação à altura das necessidades, bem como as suas profundas consequências, as quais sabemos onde começaram e ninguém sabe onde irão terminar.
Em Portugal já existe entidade reguladora para o mercado da energia, a qual se tem, aparentemente, preocupado exclusivamente com os interesses da EDP porquanto se constata que A DIFERENÇA DE PREÇO DA ELECTRICIDADE ENTRE O MERCADO ESPANHOL E O PORTUGUÊS É SUPERIOR EM MAIS DE DEZ POR CENTO (10%) EM DESFAVOR DO CONSUMIDOR PORTUGUÊS.
Será que a actividade da regulação em geral, até aqui frouxa e comprometida, e de tão má memória e consequências, persistirá no alinhamento pelos interesses exclusivos de uma das partes do mercado, por acaso a mais forte?
Será que a entidade reguladora não tendo levado por diante a intenção, que teve no passado recente, de pôr os consumidores todos a pagar os 12 milhões de euros do crédito mal parado gerado por dividas à EDP, tolera um preço para o consumidor português superior em 10% ao que um consumidor espanhol suporta, com vista a compensar os danos desse crédito mal parado?
Se o Governo se quiser ver livre da acusação de que é sistematicamente forte com os fracos e fraco com os fortes, será melhor agir rapidamente no que às entidades reguladoras diz respeito, o que, quanto a nós, constitui uma intervenção absolutamente necessária e verdadeiro esteio das medidas contra ciclo que pretende implementar.
Com uma vantagem. Nesta sede não precisa de gerar despesa, mas tão só legislar com competência, o que não será certamente dificil a avaliar pelos milhares de milhões de euros que despende com estudos e assessorias.
Em tempos de crise cumpre ser rigoroso, para além da normalidade!
Por isso não podemos deixar de revelar uma noticia da imprensa que causa alguma perplexidade.
"O preço médio aritmético na zona espanhola foi de 69,77 euros por megawatts/hora (MWh), enquanto na zona portuguesa ascendeu a 76,45 euros MWh."
De há muito que se questiona do real interesse para o cidadão-contribuinte-consumidor, da privatização da EDP.
Todos os dias, desde a sua privatização, o cidadão-consumidor assiste a aumentos sistemáticos da factura da electricidade e questiona acerca dos adiantamentos que faz áquela empresa milionária.
Todos os portugueses ficam contentes com os investimentos realizados por este grupo empresarial em matéria de energias renováveis, em Portugal e no estrangeiro, mas todos sabem também que ser consumidor da EDP não é sinónimo de ser accionista da EDP.
Todos, portugueses e estrangeiros, constataram acerca do que a economia de mercado é capaz de produzir se não tiver regulação à altura das necessidades, bem como as suas profundas consequências, as quais sabemos onde começaram e ninguém sabe onde irão terminar.
Em Portugal já existe entidade reguladora para o mercado da energia, a qual se tem, aparentemente, preocupado exclusivamente com os interesses da EDP porquanto se constata que A DIFERENÇA DE PREÇO DA ELECTRICIDADE ENTRE O MERCADO ESPANHOL E O PORTUGUÊS É SUPERIOR EM MAIS DE DEZ POR CENTO (10%) EM DESFAVOR DO CONSUMIDOR PORTUGUÊS.
Será que a actividade da regulação em geral, até aqui frouxa e comprometida, e de tão má memória e consequências, persistirá no alinhamento pelos interesses exclusivos de uma das partes do mercado, por acaso a mais forte?
Será que a entidade reguladora não tendo levado por diante a intenção, que teve no passado recente, de pôr os consumidores todos a pagar os 12 milhões de euros do crédito mal parado gerado por dividas à EDP, tolera um preço para o consumidor português superior em 10% ao que um consumidor espanhol suporta, com vista a compensar os danos desse crédito mal parado?
Se o Governo se quiser ver livre da acusação de que é sistematicamente forte com os fracos e fraco com os fortes, será melhor agir rapidamente no que às entidades reguladoras diz respeito, o que, quanto a nós, constitui uma intervenção absolutamente necessária e verdadeiro esteio das medidas contra ciclo que pretende implementar.
Com uma vantagem. Nesta sede não precisa de gerar despesa, mas tão só legislar com competência, o que não será certamente dificil a avaliar pelos milhares de milhões de euros que despende com estudos e assessorias.
sábado, 24 de janeiro de 2009
POR LÁ..., POR CÁ... E POR AQUI...
- POR LÁ...
Tal como em nós, o discurso do Presidente Obama tem suscitado rasgados e generalizados elogios, por virtude da substancialidade do seu conteúdo, nos mais diversos “opinion makers” nacionais. De José Saramago a Vital Moreira, de António Pinto Leite a Henrique Monteiro, passando por Miguel Sousa Tavares.
“Este discurso merece figurar doravante em qualquer antologia do republicanismo cívico.” diz Vital Moreira com entusiasmo e permita-se-nos, com total justeza!
“assente nos valores da liberdade e da igualdade, da responsabilidade individual e colectiva, do trabalho e da virtude, da convicção e da tolerância, do patriotismo e do universalismo, e por último (mas mais importante) da cidadania, essa palavra-chave dos discurso republicano de todos os tempos.”, continua aquele constitucionalista, no elogio sentido e na surpresa assumida.
Na verdade o repositório de princípios e opções (com destaque para a dicotomia segurança/ideais, decidindo claramente pela segunda) se por um lado é evidência da degradação a que a vida pública, a classe politica e económica, chegaram é por outro um compromisso-programa à face do qual o percurso da sua administração será avaliado e por isso mesmo um enunciado de esperança.
Sem o rigor de um cientista politico, não andaremos longe se dissermos que nenhum outro politico com responsabilidades governativas a este nível teve a coragem, sem embargo de alguns terem tido o propósito, de colocar a aparada tão elevada, sabendo de antemão que se propôs a ser avaliado ao nível a que colocou a fasquia!
Ingenuidade? Longe disso! Desespero? Certamente que a realidade que vai ter de gerir é provavelmente mais desesperante que aquilo que já nos parece!
Em qualquer dos casos e apesar do entusiasmo que gerou, serão nas medidas concretas que a sua administração tomar que se verão (ou não) os princípios aplicados.
Se o realismo não irá deixar de imperar, por exemplo em matéria de politica externa, o que é para já evidente é que Guantanamo e as suas vergonhas já começaram a ser tratados de acordo com os princípios de um Estado de Direito, o que se espera vir a prosseguir em harmonia com os mesmos.
A importância de um exemplo como este – a consolidar-se – não tem medida. Será de esperar que os lideres dos países democráticos, ajudados pela “ginástica” a que são obrigados pelos efeitos da crise, afinem o seu diapasão discursivo por Obama.
De ficar atento será sobre se o discurso mais substantivo, destes, a existir e daquele, tem tradução prática.
De Obama, que ousou trilhar este caminho novo, começamos por ver que tem expressão prática condizente, dos outros, esperamos que os ajustamentos, sinceros de preferência, se façam e que a sua concretização se processe em conformidade.
O mundo ficará melhor, o que os cidadãos agradecem!
- POR CÁ...
Em obediência aos mais sãos princípios da administração participativa ou tão só manifestação de incapacidade e desespero em conseguir implementar uma gestão eficiente na generalidade das autarquias, o SIMPLEX, permitirá vir-se a expor a qualidade da gestão autárquica on line, ao criar condições para os cidadãos participarem na gestão da sua rua.
Sem prejuízo de constituir uma medida de grande utilidade que visa a participação dos cidadãos e a melhoria da gestão pública, é por via da denuncia dos particulares relativas a incumprimentos, más práticas ou omissões das autarquias, isto é: colocando a nu as incompetências ou desleixo, que, pensa o SIMPLEX, se atingirá a diligência, a eficiência, a responsabilidade, enfim melhores condições de vida, naquilo que depende da Câmaras ou Juntas de Freguesia.
Sempre achámos que cada terra devia ter um blog! Na verdade a denuncia de anomalias, que a classe politica tantas vezes abomina, tem a virtualidade de trazer para a praça pública matérias que sendo de interesse público são tratadas habitualmente como se de concessões se tratassem, no sossego dos gabinetes com desdém e à velocidade do caracol, como se os destinatários: cidadãos-eleitores-contribuintes-utentes-consumidores, por serem beneficiários dessas mesmas medidas, devessem aguardá-las paciente e humildemente, como se de privilégios se tratassem.
“Pobres e mal agradecidos!” é um epíteto antigo no vocabulário nacional do poder para qualificar a “piolheira” (parafraseando Carlos I).
Ora, será para amenizar os efeitos destas tradições tão antigas quanto arreigadas na prática autárquica que o SIMPLEX pretende agora criar condições para expor publicamente a (in)competência das administrações autárquicas, visando a regeneração do sistema que os sucessivos governos não inspiram ou conseguem.
Os Blogues, pioneiros no desbravar da opacidade típica do poder, demonstraram tal ser possível e desejável. Constituindo assim um contributo inestimável para a eficiência, o desenvolvimento e a satisfação de direitos inalienáveis dos cidadãos, inspiraram o SIMPLEX o qual, pragmatica e implicitamente o reconheceu por esta via, adoptando aquele modelo de participação/exposição e pulverizando-o oficialmente, tentará pôr esta rapaziada na ordem.
Estes instrumentos seriam muito mais saborosos se tivessem sido impostos de baixo para cima e não de cima para baixo.
Sendo assim e sem prejuízo da sua utilidade, tornam-se mais concessões que conquistas, sem prejuízo também do facto de terem sido os eleitos que o implementaram.
O que é certo e seguro é que o sistema parece vir a existir e será a participação dos cidadãos que dele fará um êxito ou um flop!
- POR AQUI...
As obras continuam a um ritmo que não temos condições de avaliar.
As condicções de segurança no atravessamento das ruas intervencionadas continuam deploráveis e os riscos para os peões aumentam à medida que aquelas se multiplicam. De pouco valem as reclamações dos moradores perante a total indiferença dos responsáveis. A imbecilidade pré histórica destes senhores (construtores, fiscalização e Câmara) só tem uma excepção: no preço da empreitada, esse é do Sec. XXI! A lei sobre a segurança nas construções é ignorada como se estivessemos na selva. Na selva porém não se pagam impostos e os seus senhores são selvagens!
Para além deste deserto de regras, podemos ainda assegurar o descontentamento dos comerciantes em geral sobre as indefinições acerca do andamento das obras, não lhes permitindo qualquer previsão sobre os impedimentos gerados na sua zona de trabalho.
O presidente da Junta não tem informações credíveis e altera as poucas que tem, como um cata vento.
Os responsáveis da obra não estão por cá e os trabalhadores poucas ou nenhuma informações têm para dar.
A Câmara, apesar do dever de coligir, coordenar e difundir informação com precisão, atenta a relevância económica para os interessados, é como se não existisse!
Os comerciantes, esses, estão entregues à bicharada!
Os princípios da eficiência e os interesses de múltiplas pequenas empresas impedidas de planear o seu futuro próximo de forma a reduzir os seus prejuízos ao mínimo, são, pelos responsáveis, descartados como se de privilégios se tratassem!
Não por esta “piolheira” ser “pobre e mal agradecida”, mas porque a C. M. Silves é habitualmente omissa, sistematicamente ineficiente e absolutamente indiferente ao destino dos agentes económicos de Armação de Pêra.
As condicções de segurança no atravessamento das ruas intervencionadas continuam deploráveis e os riscos para os peões aumentam à medida que aquelas se multiplicam. De pouco valem as reclamações dos moradores perante a total indiferença dos responsáveis. A imbecilidade pré histórica destes senhores (construtores, fiscalização e Câmara) só tem uma excepção: no preço da empreitada, esse é do Sec. XXI! A lei sobre a segurança nas construções é ignorada como se estivessemos na selva. Na selva porém não se pagam impostos e os seus senhores são selvagens!
Para além deste deserto de regras, podemos ainda assegurar o descontentamento dos comerciantes em geral sobre as indefinições acerca do andamento das obras, não lhes permitindo qualquer previsão sobre os impedimentos gerados na sua zona de trabalho.
O presidente da Junta não tem informações credíveis e altera as poucas que tem, como um cata vento.
Os responsáveis da obra não estão por cá e os trabalhadores poucas ou nenhuma informações têm para dar.
A Câmara, apesar do dever de coligir, coordenar e difundir informação com precisão, atenta a relevância económica para os interessados, é como se não existisse!
Os comerciantes, esses, estão entregues à bicharada!
Os princípios da eficiência e os interesses de múltiplas pequenas empresas impedidas de planear o seu futuro próximo de forma a reduzir os seus prejuízos ao mínimo, são, pelos responsáveis, descartados como se de privilégios se tratassem!
Não por esta “piolheira” ser “pobre e mal agradecida”, mas porque a C. M. Silves é habitualmente omissa, sistematicamente ineficiente e absolutamente indiferente ao destino dos agentes económicos de Armação de Pêra.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Good luck, Mr President!
O presidente dos Estados Unidos da América proferiu um discurso inaugural cheio de esperança e de principios.
Independentemente do efeito prático que a gestão do 44º Presidente Americano terá nos EEUU e no mundo, só a evocação dos princípios estruturantes que enunciou constitui um corte com o passado.
A profundidade desse corte está por revelar, no entanto, no que ao enunciado diz respeito estamos perante uma coisa nunca vista, pelo menos durante a nossa existência.
Os valores invocados são tão velhos quanto revolucionários e, se bem que influenciam as sociedades ocidentais, pelo menos desde o século XVIII, nunca entraram, verdadeiramente e a fundo, em muitas delas.
Independentemente do futuro da aplicação prática desses princípios, vê-los expressos no discurso inaugural do lider da mais poderosa nação do mundo é, só por si, a concretização de uma esperança de gerações de cidadãos, tão acalentada quanto mais longe deles viveram e milhões morreram.
Boa Sorte Snr. Presidente! Seja Bem-vindo ao planeta Terra!
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
O FUTURO DA ÁGUA COMEÇA HOJE, CONSIGO...
Se não chegassem os cuidados necessários à preservação do bem água, reduzindo-se o seu consumo não absolutamente essencial ao mínimo, hoje, com a crise soberanamente implantada na nossa economia, temos um impulso fundamental para o melhor destino da economia da água e do bolso do consumidor.
Será assim de utilidade recordar algumas medidas que podemos implementar nas nossas habitações, as quais ajudando o ambiente reflectem-se nos custos mensais da factura relativa à água, esgotos e lixos, serviços que habitualmente são cobrados em função do consumo de água.
A estrutura dos consumos de água numa habitação distribui-se sensivelmente do seguinte modo:
As descargas do autoclismo são um dos usos com grande peso no consumo doméstico, embora tenha uma menor relevância no consumo global.
O consumo de água com o autoclismo deriva não só das descargas associadas à normal utilização da sanita, mas também de utilização inadequada, como sejam as descargas de resíduos sólidos na bacia de retrete e fugas devido a estanquicidade deficiente do aparelho.
O escorrimento continuo de água pela sanita pode atingir mais de 150 litros por dia!
Impõe-se caso se verifique uma situação desta natureza, corrigir imediatamente a deficiência!
Cada descarga do autoclismo gasta de 6 a 10 litros de água!
Deverá assim utilizá-lo só quando estritamente necessário. É ainda possível ajustar o autoclismo para o seu volume mínimo e, ainda pode reduzir o volume colocando garrafas no reservatório.
Não deverá vazar lixo na sanita!
Utilize sempre um balde apropriado a essa finalidade, evitando assim utilizar o volume máximo da descarga.
Reutilize água de outros usos para lavagem da sanita!
Se se esforçar por rotinar estes procedimentos, poderá obter uma poupança potencial de 10 m³/ano/habitação deste bem precioso e uma economia no seu bolso que justifica a alteração dos hábitos.
Será assim de utilidade recordar algumas medidas que podemos implementar nas nossas habitações, as quais ajudando o ambiente reflectem-se nos custos mensais da factura relativa à água, esgotos e lixos, serviços que habitualmente são cobrados em função do consumo de água.
A estrutura dos consumos de água numa habitação distribui-se sensivelmente do seguinte modo:
As descargas do autoclismo são um dos usos com grande peso no consumo doméstico, embora tenha uma menor relevância no consumo global.
O consumo de água com o autoclismo deriva não só das descargas associadas à normal utilização da sanita, mas também de utilização inadequada, como sejam as descargas de resíduos sólidos na bacia de retrete e fugas devido a estanquicidade deficiente do aparelho.
O escorrimento continuo de água pela sanita pode atingir mais de 150 litros por dia!
Impõe-se caso se verifique uma situação desta natureza, corrigir imediatamente a deficiência!
Cada descarga do autoclismo gasta de 6 a 10 litros de água!
Deverá assim utilizá-lo só quando estritamente necessário. É ainda possível ajustar o autoclismo para o seu volume mínimo e, ainda pode reduzir o volume colocando garrafas no reservatório.
Não deverá vazar lixo na sanita!
Utilize sempre um balde apropriado a essa finalidade, evitando assim utilizar o volume máximo da descarga.
Reutilize água de outros usos para lavagem da sanita!
Se se esforçar por rotinar estes procedimentos, poderá obter uma poupança potencial de 10 m³/ano/habitação deste bem precioso e uma economia no seu bolso que justifica a alteração dos hábitos.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
ARMAÇÃO: OBRAS IMPRÓPRIAS PARA FOTOGRAFOS!
Recebemos um mail de um cidadão que denuncia uma situação deveras suspeita.
As suas palavras, que transcrevemos, são tão elucidativas quanto a sua conclusão:
“Sou fotografo amador e vim passar um fim de semana em Armação em casa de amigos. Fiquei deveras surpreendido com as obras que se prolongam pela marginal e aproveitei a oportunidade para fazer uma fotos para a posteridade (daqui a uns anos serão raras). Mais surpreendido fiquei quando um trabalhador-estrangeiro (ucraniano?) ficou todo empertigado comigo, dizendo que era proibido fotografar.
Quando cheguei a casa, contei o caso ao meu amigo Pedro que logo se foi sintonizar nesse blog, enquanto me referia que vocês têm fotografado as obras e tem levantado algumas questões sobre a fiscalização e más práticas construtivas.
Percebi logo onde o trabalhador queria chegar e decidi-me a relatar o sucedido para V/ conhecimento e denúncia cívica, como sugerem ao longo do v/ Blog.
Isto sucedeu, em frente ao Minigolf e é caso para perguntar: será que os trabalhadores estavam a cumprir todas as regras de boa construção?
Obrigado pela atenção que puderem dar ao assunto que penso ser de interesse.
Carlos Manuel Lopes”
Parece-nos que o blog CIDADANIA tem tido os seus visitantes e que as criticas apontadas estão a produzir efeitos!
Não sabemos se os melhores efeitos: boas práticas construtivas, correcção de más-práticas, fiscalização atenta e preventiva?
Sabemos para já que alguém deu instruções aos trabalhadores para proibir fotografias!
É que elas, mesmo depois de tapadas as valas, retratam o que ficou por baixo!
sábado, 17 de janeiro de 2009
ENQUANTO OS CRANIOS ESTUDAM SAIDAS
NÃO SERIA BOM AGIR JÁ SOBRE O QUE ESTÁ MAL?
Noutro dia assistíamos a um programa televisivo acerca da crise e das possíveis medidas de intervenção fiscal que poderiam provocar alguns amortecedores na crise económica e financeira em Portugal.
Debate de qualidade, sereno e elevado. Participantes com experiência em várias vertentes e valências da questão. Dois ex Secretários ou Sub secretários de Estado dos assuntos fiscais, um economista e um jurista da área da fiscalidade.
Todos fizeram intervenções de qualidade, com bom suporte técnico e atendendo à exposição mediática, o seu bom nome técnico e a natureza de um programa de televisão, até nos pareceram sinceros. A cada medida que avançavam com vista a intervir na economia, dinamizando-a, o próprio ou um seu colega de programa reportava os efeitos negativos da outra face da moeda.
Foram feitas análise lúcidas e ditas verdades, mas, de facto, nenhuma delas reuniu o consenso dos presentes. Aparentemente esgotaram, embora pela rama, as saídas que a fiscalidade pode propiciar neste contexto de crise. Baixar este ou aquele imposto representava para cada um dos intervenientes a solução melhor dentro do possível, sempre visando amortecer o fenómeno do desemprego previsto.
Ficou bem patente, a segurança na inventariação exaustiva das terapias disponíveis, as quais são, para os especialistas, facilmente inventariáveis, pois não são muitas, quer a insegurança quanto aos seus efeitos.
Este programa de televisão bem poderia ser, dada a categoria dos intervenientes, uma reunião do Conselho de Ministros, a segurança na inventariação seria a mesma e a insegurança nos efeitos prováveis igualmente.
A noção de preenchimento, retirada pelo espectador, por virtude da qualidade do programa, contrastava com a noção de vazio resultante da evidente complexidade das intervenções possíveis e a debilidade dos efeitos das medidas realizáveis, na inversão do curso da crise.
Algo nos disse que a diferença apenas iria consistir na segurança fantasiosa de Sócrates, entrevistado à saída daquele Conselho de Ministros, como é seu timbre a dizer qualquer coisa, certa ou errada.
Uma ou outra das verdades porém foi retida e deve ser compartilhada.
Dizia o jurista que o Estados/os Governos, quando legislam têm sobretudo em vista a meia dúzia de empresas que conseguem ver o Terreiro do Paço, isto é as habituais EDP, GALP etc.
Que não conhecem a realidade da economia real das micro pequenas e médias empresas, que empregam mais de 70% da mão-de-obra, cujo desemprego se teme.
Pois claro, o Estado não vai promover despedimentos, as grandes empresas aguentam-se pois o mercado interno é suficiente para não promoverem desemprego de monta. Quem resta então?
A ECONOMIA REAL, PARA QUEM OS GOVERNOS NÃO LEGISLAM, PORQUE A DESCONHECEM!
Na verdade todos os que se lembram do rol de primeiros ministros desde o 1º Governo Constitucional, só três conheciam a economia real por nela intervirem profissionalmente há muitos anos: Nobre da Costa, Maria de Lurdes Pintassilgo e Pinto Balsemão. Todos os outros nunca trabalharam na economia real [se estivermos a esquecer algum, pedimos desculpa ao próprio e damos um rebuçado a quem adivinhe outro!].
Assim iremos ter o desprezo habitual pela economia real, cujo empreendorismo e eficiência são testados a sangue suor e lágrimas e demonstrado pela sua própria existência neste contexto de adversidade estrutural.
Um amigo um dia disse-nos que um pequeno empresário que vença em Portugal, venceria muito melhor e mais facilmente numa economia saudável. Com uma diferença, com a sua capacidade de trabalho e sacrifício, com muita naturalidade atingiria, para alem do sucesso óbvio, um nível económico inimaginável em Portugal.
Apesar de ser um convite expresso a abandonar de vez o pais que não sustentou os seus emigrantes apesar destes o terem sustentado a ele durante séculos, o que nos deixa sempre algum remorso, NÃO PODEMOS ESTAR MAIS DE ACORDO!
Outra noticia clara e incontestada que resultou de uma das intervenções mais qualificadas foi o facto de, em sede de IMT, a variável “VALOR DE MERCADO” na construção do valor a liquidar pela transmissão, ser UMA COISA QUE NINGUÉM SABE O QUE É; que seja o que for DEVIA REFLECTIR A QUEDA GENERALIZADA DO VALOR DO IMOBILIÁRIO A QUE TODOS ASSISTEM, dinamizando um sector fundamental da nossa economia débil, e PASME-SE dada a natureza indefinida do conceito É SEGURAMENTE INCONSTITUCIONAL, segundo foi peremptoriamente afirmado.
Na verdade, já referimos, em post anteriores, as verdadeiras atrocidades na liquidação de IMT em Silves, o qual é feito para certos imóveis por valores até 90% superiores ao valor real da transacção. Sendo que, em casos conhecidos, imóveis exactamente iguais, no mesmo edifício, continuaram e continuam por vender exactamente ao mesmo preço que em 2006.
Estamos certos que alguma coisa tem de mudar nos impostos e mais ainda na voracidade fiscal. Também sabemos que esta pescadinha-de-rabo-na-boca, tem de ser manobrada com mestria. Mas, do QUE TEMOS A CERTEZA ABSOLUTA é que o momento, ainda antes de qualquer mexida, é ABSOLUTAMENTE PROPICIO A CORRIGIR INJUSTIÇAS, quando ainda por cima podem estimular o mercado, com a oferta quase paralizada.
Para estas coisa simples, que os responsáveis deviam também pedir aos funcionários que descobrissem, como pedem que inventem receita, não precisamos de crânios especialmente dotados. Não será verdade meus Senhores? Se assim é, porque esperam para agir?
Noutro dia assistíamos a um programa televisivo acerca da crise e das possíveis medidas de intervenção fiscal que poderiam provocar alguns amortecedores na crise económica e financeira em Portugal.
Debate de qualidade, sereno e elevado. Participantes com experiência em várias vertentes e valências da questão. Dois ex Secretários ou Sub secretários de Estado dos assuntos fiscais, um economista e um jurista da área da fiscalidade.
Todos fizeram intervenções de qualidade, com bom suporte técnico e atendendo à exposição mediática, o seu bom nome técnico e a natureza de um programa de televisão, até nos pareceram sinceros. A cada medida que avançavam com vista a intervir na economia, dinamizando-a, o próprio ou um seu colega de programa reportava os efeitos negativos da outra face da moeda.
Foram feitas análise lúcidas e ditas verdades, mas, de facto, nenhuma delas reuniu o consenso dos presentes. Aparentemente esgotaram, embora pela rama, as saídas que a fiscalidade pode propiciar neste contexto de crise. Baixar este ou aquele imposto representava para cada um dos intervenientes a solução melhor dentro do possível, sempre visando amortecer o fenómeno do desemprego previsto.
Ficou bem patente, a segurança na inventariação exaustiva das terapias disponíveis, as quais são, para os especialistas, facilmente inventariáveis, pois não são muitas, quer a insegurança quanto aos seus efeitos.
Este programa de televisão bem poderia ser, dada a categoria dos intervenientes, uma reunião do Conselho de Ministros, a segurança na inventariação seria a mesma e a insegurança nos efeitos prováveis igualmente.
A noção de preenchimento, retirada pelo espectador, por virtude da qualidade do programa, contrastava com a noção de vazio resultante da evidente complexidade das intervenções possíveis e a debilidade dos efeitos das medidas realizáveis, na inversão do curso da crise.
Algo nos disse que a diferença apenas iria consistir na segurança fantasiosa de Sócrates, entrevistado à saída daquele Conselho de Ministros, como é seu timbre a dizer qualquer coisa, certa ou errada.
Uma ou outra das verdades porém foi retida e deve ser compartilhada.
Dizia o jurista que o Estados/os Governos, quando legislam têm sobretudo em vista a meia dúzia de empresas que conseguem ver o Terreiro do Paço, isto é as habituais EDP, GALP etc.
Que não conhecem a realidade da economia real das micro pequenas e médias empresas, que empregam mais de 70% da mão-de-obra, cujo desemprego se teme.
Pois claro, o Estado não vai promover despedimentos, as grandes empresas aguentam-se pois o mercado interno é suficiente para não promoverem desemprego de monta. Quem resta então?
A ECONOMIA REAL, PARA QUEM OS GOVERNOS NÃO LEGISLAM, PORQUE A DESCONHECEM!
Na verdade todos os que se lembram do rol de primeiros ministros desde o 1º Governo Constitucional, só três conheciam a economia real por nela intervirem profissionalmente há muitos anos: Nobre da Costa, Maria de Lurdes Pintassilgo e Pinto Balsemão. Todos os outros nunca trabalharam na economia real [se estivermos a esquecer algum, pedimos desculpa ao próprio e damos um rebuçado a quem adivinhe outro!].
Assim iremos ter o desprezo habitual pela economia real, cujo empreendorismo e eficiência são testados a sangue suor e lágrimas e demonstrado pela sua própria existência neste contexto de adversidade estrutural.
Um amigo um dia disse-nos que um pequeno empresário que vença em Portugal, venceria muito melhor e mais facilmente numa economia saudável. Com uma diferença, com a sua capacidade de trabalho e sacrifício, com muita naturalidade atingiria, para alem do sucesso óbvio, um nível económico inimaginável em Portugal.
Apesar de ser um convite expresso a abandonar de vez o pais que não sustentou os seus emigrantes apesar destes o terem sustentado a ele durante séculos, o que nos deixa sempre algum remorso, NÃO PODEMOS ESTAR MAIS DE ACORDO!
Outra noticia clara e incontestada que resultou de uma das intervenções mais qualificadas foi o facto de, em sede de IMT, a variável “VALOR DE MERCADO” na construção do valor a liquidar pela transmissão, ser UMA COISA QUE NINGUÉM SABE O QUE É; que seja o que for DEVIA REFLECTIR A QUEDA GENERALIZADA DO VALOR DO IMOBILIÁRIO A QUE TODOS ASSISTEM, dinamizando um sector fundamental da nossa economia débil, e PASME-SE dada a natureza indefinida do conceito É SEGURAMENTE INCONSTITUCIONAL, segundo foi peremptoriamente afirmado.
Na verdade, já referimos, em post anteriores, as verdadeiras atrocidades na liquidação de IMT em Silves, o qual é feito para certos imóveis por valores até 90% superiores ao valor real da transacção. Sendo que, em casos conhecidos, imóveis exactamente iguais, no mesmo edifício, continuaram e continuam por vender exactamente ao mesmo preço que em 2006.
Estamos certos que alguma coisa tem de mudar nos impostos e mais ainda na voracidade fiscal. Também sabemos que esta pescadinha-de-rabo-na-boca, tem de ser manobrada com mestria. Mas, do QUE TEMOS A CERTEZA ABSOLUTA é que o momento, ainda antes de qualquer mexida, é ABSOLUTAMENTE PROPICIO A CORRIGIR INJUSTIÇAS, quando ainda por cima podem estimular o mercado, com a oferta quase paralizada.
Para estas coisa simples, que os responsáveis deviam também pedir aos funcionários que descobrissem, como pedem que inventem receita, não precisamos de crânios especialmente dotados. Não será verdade meus Senhores? Se assim é, porque esperam para agir?
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
CARNEIRO JACINTO NUM PARTIDO NACIONAL ???
PARA NOVA ABORDAGEM DA GUERRA LOCAL...
Constou-se recentemente que Helena Roseta e o Bloco de Esquerda estudavam uma estratégia conjunta visando a candidatura à Câmara de Lisboa.
Dentro desta perspectiva há quem defenda que a melhor abordagem para o efeito seria a de constituir um partido novo, nacional, que compreendesse todas as candidaturas independentes do pais identificadas com a “ideologia e tripeça de valores de cidadania” que estiveram na base do movimento lisboeta.
Esta solução reuniria várias vantagens, designadamente aquela de necessitar de apenas 7.500 assinaturas a nível nacional ou aquela de se apresentar com um símbolo único.
Este partido dos pequenos, enjeitados, não institucionais ou tão só independentes, poderia catapultar para o poder autárquico muita gente com valor mas sem padrinho ou herança.
Poderia trazer mais improviso mas também mais verdade, autenticidade e generosidade, e até, muitas vezes, maior representatividade.
Não traria tanto compadrio e mais do mesmo, onde alcançasse o poder.
Afinal, aquilo a que Carneiro Jacinto se propôs!
Não estaria na altura de Carneiro Jacinto abordar a Helena Roseta e o BE, procurando saber do que se passa ou poderá vir a passar?
Constou-se recentemente que Helena Roseta e o Bloco de Esquerda estudavam uma estratégia conjunta visando a candidatura à Câmara de Lisboa.
Dentro desta perspectiva há quem defenda que a melhor abordagem para o efeito seria a de constituir um partido novo, nacional, que compreendesse todas as candidaturas independentes do pais identificadas com a “ideologia e tripeça de valores de cidadania” que estiveram na base do movimento lisboeta.
Esta solução reuniria várias vantagens, designadamente aquela de necessitar de apenas 7.500 assinaturas a nível nacional ou aquela de se apresentar com um símbolo único.
Este partido dos pequenos, enjeitados, não institucionais ou tão só independentes, poderia catapultar para o poder autárquico muita gente com valor mas sem padrinho ou herança.
Poderia trazer mais improviso mas também mais verdade, autenticidade e generosidade, e até, muitas vezes, maior representatividade.
Não traria tanto compadrio e mais do mesmo, onde alcançasse o poder.
Afinal, aquilo a que Carneiro Jacinto se propôs!
Não estaria na altura de Carneiro Jacinto abordar a Helena Roseta e o BE, procurando saber do que se passa ou poderá vir a passar?
sábado, 10 de janeiro de 2009
CLASSE POLITICA E DESPESA PÚBLICA (II)
O que a casa gasta....
A lógica que tem imperado a todos os níveis da Administração central e que comentámos no post anterior não morre solteira!
Na verdade é complementada até ao todo que o Estado constitui, pela versão local, isto é, estende-se harmoniosamente e em total sintonia por toda a Administração local.
E será daqui que devemos partir para compreendermos a maior parte das acções e omissões da classe politica e o resultado das suas gestões bem como o estado das coisas, que não é de hoje.
Por isso será sempre útil recorrer ao ensinamento de Aristóteles:
"Precisamos analisar o todo para depois, compreendermos as partes..." ao qual bem podemos adicionar outro, não menos conclusivo e bem a propósito da matéria em análise, nas palavras de Jean Jacques Rousseau:"Quem mais demora a fazer uma promessa é quem a cumpre mais rigorosamente."
Nestas duas vertentes das conclusões destes dois Sábios bem nos podemos ancorar pois, depois de tudo visto e revisto é ai mesmo que, invariavelmente iremos chegar.
Senão vejamos:
A dívida de curto prazo da Câmara de Silves vai para além dos 18 milhões de euros.
Os prazos médios de pagamento a que a autarquia de Silves habituou os seus fornecedores andará pelos dois anos o que causou e continua a causar, graves problemas financeiros e até económicos aos fornecedores que abastecem ou trabalham para o Município.
Conclusão Primeira: a debilidade da nossa economia e seus agentes é tal que estes, apesar do triste destino das suas facturas, não deixam de fornecer o Município (sem prejuízo de algumas excepções) porquanto a dimensão da economia onde intervêm é tão exígua que se vêm conformados a fornecer o “Estado” uma vez que, se o não fizerem, não têm a quem vender, isto é, não têm como sobreviver!
"Isto sem o Estado não vai lá!", como já antes da crise internacional, dizia Socrates, no Parlamento.
Conclusão Segunda: Precisamente atendendo ao prazo de pagamento, só se não puderem é que deixarão de praticar o preço mais elevado para os seus serviços ou fornecimentos.
Conclusão Terceira: Um prazo de pagamento desta natureza permite violar permanentemente a disciplina orçamental, porquanto permite “empurrar” o custo para a frente, amortizando-o em, pelo menos três orçamentos.
Que melhor prenda poderia esta economia dar aos politicos demagogos?
Conclusão Quarta: As realizações Municipais a que os cidadãos distraídos ou menos informados tendem a imputar à qualidade da gestão no poder são possíveis não pela competência duma gestão rigorosa e competente desses mesmos mandatários, mas constituem resultado do abuso do crédito de que o Estado, apesar de tudo, goza e da ausência de alternativas de fornecimento aos fornecedores cuja oferta excede a procura.
De facto, numa economia saudável e eficiente, a Câmara de Silves ou não tinha quem a abastecesse ou já tinha performances de gestão tão diametralmente opostas às que actualmente dispõe, como o “olho do cuco da feira de Borba”.
Conclusão Quinta: Em permanente défice, a pressão sobre a receita é constante. E quanto maior for o crescimento daquele maior será a intensidade desta.
Atendendo ao facto da receita resultar das contribuições dos cidadãos, quer as resultantes dos impostos, quer as resultantes das prestações de serviços exclusivos, a pressão é, invariavelmente exercida sobre o cidadão-contribuinte-utente.
A este propósito analise-se com atenção o teor dos regulamentos em discussão e facilmente se chegará à conclusão de que a preocupação essencial consiste na obtenção de receita a todo o custo para alimentar a voragem deste monstro despesista.
Conclusão Sexta: Não é por conseguinte indiferente ou de somenos, a qualidade e o rigor da gestão dos mandatários políticos. Na verdade quanto mais incompetentes foram, maior pressão fiscal motivarão. Com uma excepção: quando os mandatários, deparando com uma situação económico-financeira deplorável e confrontados com a inevitabilidade de agir competente e responsavelmente face à perspectiva de insolvência, dificilmente poderão deixar de motivar a pressão fiscal pois é o primeiro instrumento que têm à mão para iniciar uma inversão dos factores.
É o que sucede hoje em dia: uma sucessão de gestões irresponsáveis deixou engordar a despesa até limites superiores às forças da receita que esta pequena economia pode gerar adequadamente. O peso da despesa e a sua rigidez são de tal ordem que o actual Governo, com a batata quente entre mãos, não podia deixar de aumentar a carga e a pressão fiscais desde logo, para entretanto ir tentando amolecer a rigidez da despesa por um lado (alterando os chamados direitos adquiridos reduzindo-os ou evitando ampliá-los por via dos automatismos) reduzindo-a por outro, invariavelmente por intermédio da busca da eficiência no seu seio.
Só que ser responsável e rigoroso não é bem o que está a dar para ser-se politico, pelo menos no conceito que se foi sedimentando ao longo da nossa Segunda República, até hoje. Dai que a tendência para gerar despesa na mira de recolher benefícios ou vantagem politica, se tenha tornado estrutural no nosso sistema democrático.
E a gestão de Silves sendo um bom exemplo disso, não passa de um lugar comum.
Neste sentido assistimos ao pagamento dos tributos da vassalagem politica e à edificação de verdadeiras nomenclaturas através da contratação clientelar e massificada de funcionários na maior Câmara do país – Lisboa – como a encontramos em Silves.
Claro que não é estranha a este sonho generalizado de ascender a funcionário público bem como a sua manipulação no jogo politico enquanto moeda de troca e evidência de poder, a fragilidade da nossa economia e das soluções que oferece à mão-de-obra nacional.
...”de um registo de 386 funcionários em Dezembro de 1994, a autarquia já contabiliza actualmente o número impressionante de 789 funcionários...”.
Com as consequências conhecidas ao nível do peso orçamental na despesa:”- as despesas previstas com pessoal apontam para 13 milhões de euros (acréscimo de 33% relativamente relativamente ao verificado em 2007), encontrando-se associadas à entrada maciça de pessoal (e de famílias quase inteiras) nos quadros da Câmara Municipal...”, como muito bem nota o Dr. Manuel Ramos, mas que o Verador da CDU não pode, em coerência, apontar a esta Câmara como factor caracterizador da sua gestão ou da gestão da sua família politica, porquanto este mal dá em qualquer família, por todo o pais.
O que é facto é que em Silves o número de funcionários tem vindo a aumentar a uma média de um funcionário por semana.
Por isso e sem prejuízo das melhores intenções que a legislação poderá ter tido, o que é facto é que todas as forças políticas representadas na câmara votaram a favor da contratação do empréstimo, sem que conste terem sido aprovadas paralelamente medidas para combater este monstro despesista.
Se fossem empresários e as suas empresas espelhassem uma situação desta natureza, o caminho que seguiriam seria o da insolvência. Na avaliação da situação, o juiz do respectivo processo, face à lei, acusá-los-ia de comportamento doloso, exactamente, sentenciando uma insolvência dolosa.
A lei que a classe politica criou para a avaliação da conduta empresarial, não se lhe aplica, nem na letra, nem no espirito!
A lógica da gestão politica muito poderia beneficiar se se convertesse numa lógica empresarial!
Conclusão Sétima: Ao cidadão-contribuinte-utente-eleitor compete resistir por todas as formas que os seus poderes permitam, à carga e pressão fiscais que não sejam adequados à economia, sobretudo quando se sabe que a sua premência ou urgência resultam essencialmente das necessidades geradas por más práticas politicas, ineficiências características de gestões diletantes, perdulárias, irrresponsáveis, incompetentes e até ilegais e, ou inconstitucionais.
Entretanto, neste momento cada residente no Concelho de Silves já deve mais do que 600 euros, os quais ser-lhe-ão debitados, quer queiram, quer não, até integral pagamento!
Conclusão Oitava: A concessão deste empréstimo para colocar os pagamentos a fornecedores em dia, se por um lado é, em si, adequada, porquanto a economia privada suportou necessidades públicas muito para além do razoável e o retorno desse dinheiro para o giro económico é uma das poucas terapias consensuais para abrandar a degenerescência da situação de crise em que nos encontramos, por outro constitui um prémio à má gestão do concelho, um incentivo ao endividamento, o que, em ano de eleições, corresponde a “pôr o lobo no galinheiro”, a fazer perdurar a lógica da incontinência orçamental e a prática mercantilista da caça ao voto e da sustentação de nomenclaturas, a manutenção da ineficiência na gestão dos recursos públicos o que determinará a pressão da pressão fiscal até ao confisco, o qual aliás é anti-constitucional!
O que aconteceria a uma estrutura empresarial que visasse tão só empregar a familia e os amigos?
Ultimas conclusões:
Primeira certeza: A despesa de funcionamento da câmara continua a subir de forma exponencial.
Segunda certeza: Não se verificam melhorias na eficiência dos serviços mais básicos prestados pela Câmara em Armação de Pêra – que é o caso que melhor conhecemos - não existe um serviço de recolha de lixo eficaz, o serviço de distribuição de água deixa muito da desejar, a maioria das ruas estão cheias de buracos, não se antevê uma descentralização de serviços para a freguesia para que os armacenenses não sejam obrigados a deslocarem-se a Silves para tratar de assuntos do seu interesse.Mesmo com dinheiro (dos fundos europeus) a prestação das empreiteira é deficiente e as leis e regulamentos não são respeitados.
A lógica que tem imperado a todos os níveis da Administração central e que comentámos no post anterior não morre solteira!
Na verdade é complementada até ao todo que o Estado constitui, pela versão local, isto é, estende-se harmoniosamente e em total sintonia por toda a Administração local.
E será daqui que devemos partir para compreendermos a maior parte das acções e omissões da classe politica e o resultado das suas gestões bem como o estado das coisas, que não é de hoje.
Por isso será sempre útil recorrer ao ensinamento de Aristóteles:
"Precisamos analisar o todo para depois, compreendermos as partes..." ao qual bem podemos adicionar outro, não menos conclusivo e bem a propósito da matéria em análise, nas palavras de Jean Jacques Rousseau:"Quem mais demora a fazer uma promessa é quem a cumpre mais rigorosamente."
Nestas duas vertentes das conclusões destes dois Sábios bem nos podemos ancorar pois, depois de tudo visto e revisto é ai mesmo que, invariavelmente iremos chegar.
Senão vejamos:
A dívida de curto prazo da Câmara de Silves vai para além dos 18 milhões de euros.
Os prazos médios de pagamento a que a autarquia de Silves habituou os seus fornecedores andará pelos dois anos o que causou e continua a causar, graves problemas financeiros e até económicos aos fornecedores que abastecem ou trabalham para o Município.
Conclusão Primeira: a debilidade da nossa economia e seus agentes é tal que estes, apesar do triste destino das suas facturas, não deixam de fornecer o Município (sem prejuízo de algumas excepções) porquanto a dimensão da economia onde intervêm é tão exígua que se vêm conformados a fornecer o “Estado” uma vez que, se o não fizerem, não têm a quem vender, isto é, não têm como sobreviver!
"Isto sem o Estado não vai lá!", como já antes da crise internacional, dizia Socrates, no Parlamento.
Conclusão Segunda: Precisamente atendendo ao prazo de pagamento, só se não puderem é que deixarão de praticar o preço mais elevado para os seus serviços ou fornecimentos.
Conclusão Terceira: Um prazo de pagamento desta natureza permite violar permanentemente a disciplina orçamental, porquanto permite “empurrar” o custo para a frente, amortizando-o em, pelo menos três orçamentos.
Que melhor prenda poderia esta economia dar aos politicos demagogos?
Conclusão Quarta: As realizações Municipais a que os cidadãos distraídos ou menos informados tendem a imputar à qualidade da gestão no poder são possíveis não pela competência duma gestão rigorosa e competente desses mesmos mandatários, mas constituem resultado do abuso do crédito de que o Estado, apesar de tudo, goza e da ausência de alternativas de fornecimento aos fornecedores cuja oferta excede a procura.
De facto, numa economia saudável e eficiente, a Câmara de Silves ou não tinha quem a abastecesse ou já tinha performances de gestão tão diametralmente opostas às que actualmente dispõe, como o “olho do cuco da feira de Borba”.
Conclusão Quinta: Em permanente défice, a pressão sobre a receita é constante. E quanto maior for o crescimento daquele maior será a intensidade desta.
Atendendo ao facto da receita resultar das contribuições dos cidadãos, quer as resultantes dos impostos, quer as resultantes das prestações de serviços exclusivos, a pressão é, invariavelmente exercida sobre o cidadão-contribuinte-utente.
A este propósito analise-se com atenção o teor dos regulamentos em discussão e facilmente se chegará à conclusão de que a preocupação essencial consiste na obtenção de receita a todo o custo para alimentar a voragem deste monstro despesista.
Conclusão Sexta: Não é por conseguinte indiferente ou de somenos, a qualidade e o rigor da gestão dos mandatários políticos. Na verdade quanto mais incompetentes foram, maior pressão fiscal motivarão. Com uma excepção: quando os mandatários, deparando com uma situação económico-financeira deplorável e confrontados com a inevitabilidade de agir competente e responsavelmente face à perspectiva de insolvência, dificilmente poderão deixar de motivar a pressão fiscal pois é o primeiro instrumento que têm à mão para iniciar uma inversão dos factores.
É o que sucede hoje em dia: uma sucessão de gestões irresponsáveis deixou engordar a despesa até limites superiores às forças da receita que esta pequena economia pode gerar adequadamente. O peso da despesa e a sua rigidez são de tal ordem que o actual Governo, com a batata quente entre mãos, não podia deixar de aumentar a carga e a pressão fiscais desde logo, para entretanto ir tentando amolecer a rigidez da despesa por um lado (alterando os chamados direitos adquiridos reduzindo-os ou evitando ampliá-los por via dos automatismos) reduzindo-a por outro, invariavelmente por intermédio da busca da eficiência no seu seio.
Só que ser responsável e rigoroso não é bem o que está a dar para ser-se politico, pelo menos no conceito que se foi sedimentando ao longo da nossa Segunda República, até hoje. Dai que a tendência para gerar despesa na mira de recolher benefícios ou vantagem politica, se tenha tornado estrutural no nosso sistema democrático.
E a gestão de Silves sendo um bom exemplo disso, não passa de um lugar comum.
Neste sentido assistimos ao pagamento dos tributos da vassalagem politica e à edificação de verdadeiras nomenclaturas através da contratação clientelar e massificada de funcionários na maior Câmara do país – Lisboa – como a encontramos em Silves.
Claro que não é estranha a este sonho generalizado de ascender a funcionário público bem como a sua manipulação no jogo politico enquanto moeda de troca e evidência de poder, a fragilidade da nossa economia e das soluções que oferece à mão-de-obra nacional.
...”de um registo de 386 funcionários em Dezembro de 1994, a autarquia já contabiliza actualmente o número impressionante de 789 funcionários...”.
Com as consequências conhecidas ao nível do peso orçamental na despesa:”- as despesas previstas com pessoal apontam para 13 milhões de euros (acréscimo de 33% relativamente relativamente ao verificado em 2007), encontrando-se associadas à entrada maciça de pessoal (e de famílias quase inteiras) nos quadros da Câmara Municipal...”, como muito bem nota o Dr. Manuel Ramos, mas que o Verador da CDU não pode, em coerência, apontar a esta Câmara como factor caracterizador da sua gestão ou da gestão da sua família politica, porquanto este mal dá em qualquer família, por todo o pais.
O que é facto é que em Silves o número de funcionários tem vindo a aumentar a uma média de um funcionário por semana.
Por isso e sem prejuízo das melhores intenções que a legislação poderá ter tido, o que é facto é que todas as forças políticas representadas na câmara votaram a favor da contratação do empréstimo, sem que conste terem sido aprovadas paralelamente medidas para combater este monstro despesista.
Se fossem empresários e as suas empresas espelhassem uma situação desta natureza, o caminho que seguiriam seria o da insolvência. Na avaliação da situação, o juiz do respectivo processo, face à lei, acusá-los-ia de comportamento doloso, exactamente, sentenciando uma insolvência dolosa.
A lei que a classe politica criou para a avaliação da conduta empresarial, não se lhe aplica, nem na letra, nem no espirito!
A lógica da gestão politica muito poderia beneficiar se se convertesse numa lógica empresarial!
Conclusão Sétima: Ao cidadão-contribuinte-utente-eleitor compete resistir por todas as formas que os seus poderes permitam, à carga e pressão fiscais que não sejam adequados à economia, sobretudo quando se sabe que a sua premência ou urgência resultam essencialmente das necessidades geradas por más práticas politicas, ineficiências características de gestões diletantes, perdulárias, irrresponsáveis, incompetentes e até ilegais e, ou inconstitucionais.
Entretanto, neste momento cada residente no Concelho de Silves já deve mais do que 600 euros, os quais ser-lhe-ão debitados, quer queiram, quer não, até integral pagamento!
Conclusão Oitava: A concessão deste empréstimo para colocar os pagamentos a fornecedores em dia, se por um lado é, em si, adequada, porquanto a economia privada suportou necessidades públicas muito para além do razoável e o retorno desse dinheiro para o giro económico é uma das poucas terapias consensuais para abrandar a degenerescência da situação de crise em que nos encontramos, por outro constitui um prémio à má gestão do concelho, um incentivo ao endividamento, o que, em ano de eleições, corresponde a “pôr o lobo no galinheiro”, a fazer perdurar a lógica da incontinência orçamental e a prática mercantilista da caça ao voto e da sustentação de nomenclaturas, a manutenção da ineficiência na gestão dos recursos públicos o que determinará a pressão da pressão fiscal até ao confisco, o qual aliás é anti-constitucional!
O que aconteceria a uma estrutura empresarial que visasse tão só empregar a familia e os amigos?
Ultimas conclusões:
Primeira certeza: A despesa de funcionamento da câmara continua a subir de forma exponencial.
Segunda certeza: Não se verificam melhorias na eficiência dos serviços mais básicos prestados pela Câmara em Armação de Pêra – que é o caso que melhor conhecemos - não existe um serviço de recolha de lixo eficaz, o serviço de distribuição de água deixa muito da desejar, a maioria das ruas estão cheias de buracos, não se antevê uma descentralização de serviços para a freguesia para que os armacenenses não sejam obrigados a deslocarem-se a Silves para tratar de assuntos do seu interesse.Mesmo com dinheiro (dos fundos europeus) a prestação das empreiteira é deficiente e as leis e regulamentos não são respeitados.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
COM PAPAS E BOLOS SE ENGANAM OS TOLOS ... E OS ESPERTOS TAMBÉM (I)
Pagar a tempo e horas é bom, mas ser eficiente é melhor!
Bem aproveitada pela Câmara Municipal de Silves(CMS) a oportunidade propiciada pelo programa “Pagar a Tempo e Horas”, na sequência do qual desencadeou a aprovação do pedido de empréstimo de 15 milhões de euros, que teve lugar no passado dia 5 de Janeiro, por unanimidade, na sua reunião extraordinária.
Sobretudo se olharmos ao facto exclusivamente do prisma da simplicidade do acto, devidamente descontextualizado do todo que é a economia e finanças da autarquia.
Do ponto de vista da economia nacional e da sua sustentabilidade a medida é de louvar embora vise colmatar ineficiências que são, claramente, de condenar.
Na verdade o atraso endémico (em termos de administração central, pois no caso das administrações locais o assunto muda de figura) e sistemático no pagamento por parte do Estado aos seus fornecedores [mal que, na sua génese, é comum a grandes empresas, apesar das particularidades que assume neste caso] resulta, no caso da administração central e pelo menos hoje em dia, não tanto da falta de dinheiro – pois são exorbitantes os resultados da cobrança fiscal em 2008, sobretudo no contexto de recessão que constitui facto de há muito público e notório embora só hoje reconhecido oficialmente – mas sobretudo pela ineficiência da administração pública nos processamentos relativos ao circuito até ao pagamento.
Verdadeiramente lamentável quando todos (?) sabemos que o principal peso no Orçamento Geral do Estado, entre outros, responsável primeiro do défice habitual, consiste precisamente no excesso de funcionários (computa-se tal excesso em mais de 250.000 funcionários) da Administração Pública.
Nestas circunstâncias, as dificuldades no pagamento atempado das obrigações do Estado perante os seus fornecedores, não resulta, claramente, da falta de mão-de-obra!
Talvez resulte do excesso dela, para mal dos pecados de todos nós, pois não são só os fornecedores que sofrem com isso, mas a economia em geral.
Em qualquer dos casos e em conclusão resulta, sem dúvida, da ineficiência da Administração Pública.
Esta questão não é de somenos, porquanto é por virtude de excessos desta natureza (excesso de pessoal, profunda iniquidade na distribuição de direitos sociais suportados pelo Estado, entre os cidadãos com emprego privado e os cidadãos funcionários públicos) que a carga e pressão fiscais, têm, necessariamente de se manter a todo o vapor e para o futuro certamente com recurso à energia nuclear, atento agora o extraordinário esforço na recuperação da Banca e na despesa pública, com vista à sustentabilidade do sistema financeiro e ao estimulo à economia, respectivamente.
Pagar aos fornecedores insere-se assim nas medidas destinadas a estimular a economia, injectando-lhe dinheiro, neste caso que é devido há muito, a essa mesma economia.
Se a subtracção desse dinheiro à economia, no caso de Silves por um período superior a dois anos contados do vencimento das facturas, é verdadeiramente irresponsável, inconsciente e, atendendo à disponibilidade do dinheiro, social e economicamente criminosa, porquanto revela o verdadeiro autismo do Estado face à sociedade civil e à economia, para quem deveria estar prioritariamente vocacionado para atender, quando, pelo contrário se encontra virado exclusivamente para si próprio e para a sustentação e conservação dos privilégios dos seus agentes, políticos ou administrativos. [naturalmente que sem prejuízo dos direitos sociais que garante independentemente da iniquidade que promove no seio dos cidadãos, do emprego que mantém, directa ou indirectamente, na sua dependência (cerca de 4,5 milhões de portugueses)].
A conservação do status quo na Administração Pública como se nada fosse constitui, a prazo, um verdadeiro atentado à manutenção deste Pais enquanto tal, independente!
Este Estado de avestruzes para avestruzes e a classe politica que o povoa são, evidentemente, os responsáveis pelo estado estrutural da nossa economia incipiente, o qual ninguém afronta, pois a manutenção dos níveis da despesa são essenciais à sua reeleição cíclica. Enfim: “Com papas e bolos se enganam os tolos!” mas, afinal, os espertos também, uma vez que, neste jogo, todos perdem. Uns sempre, outros com intervalos efémeros de vitórias pírricas.
[Segue]
Sobretudo se olharmos ao facto exclusivamente do prisma da simplicidade do acto, devidamente descontextualizado do todo que é a economia e finanças da autarquia.
Do ponto de vista da economia nacional e da sua sustentabilidade a medida é de louvar embora vise colmatar ineficiências que são, claramente, de condenar.
Na verdade o atraso endémico (em termos de administração central, pois no caso das administrações locais o assunto muda de figura) e sistemático no pagamento por parte do Estado aos seus fornecedores [mal que, na sua génese, é comum a grandes empresas, apesar das particularidades que assume neste caso] resulta, no caso da administração central e pelo menos hoje em dia, não tanto da falta de dinheiro – pois são exorbitantes os resultados da cobrança fiscal em 2008, sobretudo no contexto de recessão que constitui facto de há muito público e notório embora só hoje reconhecido oficialmente – mas sobretudo pela ineficiência da administração pública nos processamentos relativos ao circuito até ao pagamento.
Verdadeiramente lamentável quando todos (?) sabemos que o principal peso no Orçamento Geral do Estado, entre outros, responsável primeiro do défice habitual, consiste precisamente no excesso de funcionários (computa-se tal excesso em mais de 250.000 funcionários) da Administração Pública.
Nestas circunstâncias, as dificuldades no pagamento atempado das obrigações do Estado perante os seus fornecedores, não resulta, claramente, da falta de mão-de-obra!
Talvez resulte do excesso dela, para mal dos pecados de todos nós, pois não são só os fornecedores que sofrem com isso, mas a economia em geral.
Em qualquer dos casos e em conclusão resulta, sem dúvida, da ineficiência da Administração Pública.
Esta questão não é de somenos, porquanto é por virtude de excessos desta natureza (excesso de pessoal, profunda iniquidade na distribuição de direitos sociais suportados pelo Estado, entre os cidadãos com emprego privado e os cidadãos funcionários públicos) que a carga e pressão fiscais, têm, necessariamente de se manter a todo o vapor e para o futuro certamente com recurso à energia nuclear, atento agora o extraordinário esforço na recuperação da Banca e na despesa pública, com vista à sustentabilidade do sistema financeiro e ao estimulo à economia, respectivamente.
Pagar aos fornecedores insere-se assim nas medidas destinadas a estimular a economia, injectando-lhe dinheiro, neste caso que é devido há muito, a essa mesma economia.
Se a subtracção desse dinheiro à economia, no caso de Silves por um período superior a dois anos contados do vencimento das facturas, é verdadeiramente irresponsável, inconsciente e, atendendo à disponibilidade do dinheiro, social e economicamente criminosa, porquanto revela o verdadeiro autismo do Estado face à sociedade civil e à economia, para quem deveria estar prioritariamente vocacionado para atender, quando, pelo contrário se encontra virado exclusivamente para si próprio e para a sustentação e conservação dos privilégios dos seus agentes, políticos ou administrativos. [naturalmente que sem prejuízo dos direitos sociais que garante independentemente da iniquidade que promove no seio dos cidadãos, do emprego que mantém, directa ou indirectamente, na sua dependência (cerca de 4,5 milhões de portugueses)].
A conservação do status quo na Administração Pública como se nada fosse constitui, a prazo, um verdadeiro atentado à manutenção deste Pais enquanto tal, independente!
Este Estado de avestruzes para avestruzes e a classe politica que o povoa são, evidentemente, os responsáveis pelo estado estrutural da nossa economia incipiente, o qual ninguém afronta, pois a manutenção dos níveis da despesa são essenciais à sua reeleição cíclica. Enfim: “Com papas e bolos se enganam os tolos!” mas, afinal, os espertos também, uma vez que, neste jogo, todos perdem. Uns sempre, outros com intervalos efémeros de vitórias pírricas.
[Segue]
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
ÁGUA E IMPOSTOS: REMENDOS NÃO SÃO SOLUÇÃO!
Os impostos, como a àgua, são bens escassos e finitos!
A água é um recurso limitado e o crescimento sustentado do Algarve está dependente deste recurso natural, o qual, como sabemos, não é abundante na nossa região, especialmente nas bacias das ribeiras onde a água é mesmo um bem escasso!
A empresa Águas do Algarve e os Municípios, entre outras razões pelo menos por isso mesmo, deveriam ser proactivos a aconselhar os seus clientes sobre a forma mais eficiente de pouparem água, uma vez que as campanhas de alerta aos consumidores no sentido da redução dos consumos, não deveriam ser exclusivas dos períodos de seca.
Independentemente disso, sem prejuízo do dever permanente de alerta, os cidadãos-consumidores, visando poupar água, terão necessariamente de modificar alguns dos seus hábitos, o que sabemos não ser fácil neste contexto de elevação do consumo em geral ao altar de uma santidade, apesar do sério revés que a presente crise representa para esse modelo de vida.
O imperativo ambiental a que nos referimos é de extraordinária importância e deve ser enquadrado em termos estratégicos, em harmonia com as disponibilidades e reservas de água do País, porquanto poupar água corresponde a um interesse económico a nível nacional, pois as poupanças potenciais de água estão estimadas em cerca de 0,64% do PIB.
Corresponde também, a um interesse económico óbvio dos Municípios Algarvios e da empresa Águas do Algarve - para além de um dever de gestão diligente e responsável - por permitir uma maior racionalidade de investimentos, aproveitando melhor as infra-estruturas existentes.
Na verdade, por cá pelo extremo sul, as perdas de água dos sistemas públicos de abastecimento representam mais de 50 % do consumo total, quer isto dizer que os Municípios pagam à empresa Águas do Algarve o dobro da água que é facturada e, por via disso, nós os cidadãos-consumidores, pagamos o DOBRO do seu custo de produção.
Corresponde, entre outras razões também por isso, a um interesse económico imediato dos cidadãos-consumidores, já que a eficiência pública pode (deve) permitir uma redução dos encargos com a utilização da água dado o menor volume consumido (virtualmente facturado) e a provável descida de escalão, mantendo-se a qualidade de vida de cada agregado familiar.
Como cidadãos-contribuintes-consumidores, não vemos as entidades que gerem os sistemas públicos de abastecimento de água e muito especialmente no que nos toca, a Câmara de Silves, tomarem as medidas necessárias para promover internamente e junto dos seus clientes a redução dos consumos de água.
Ora, se por um lado, podemos ser nós actores dessa mudança de comportamentos, implementando na nossa habitação medidas tendentes a reduzir os consumos, designadamente através de medidas relativamente acessíveis, como por exemplo substituindo as máquinas de lavar mais antigas por equipamentos que consumem menos água, ou substituir as torneiras por dispositivos mais eficientes, por outro não podemos deixar de reclamar veementemente contra todas as más práticas da administração central ou local exigindo a eficiência das suas prestações na execução das incumbências a que se encontram adstritos por via do facto de terem sido eleitos, curiosamente ou não, afinal para isso mesmo.
Com esta economia em recessão e tendo-se decidido pela terapia Keinesiana do investimento público, bom seria que se investisse também na utilização eficiente do recurso àgua aproveitando para poupar na despesa gerada pela ineficiência, a qual só nesta sede poderia evitar-se em 0,64% do PIB e deixar-nos a todos, bem menos desconfortáveis para o futuro que é certo!
A classe politica, como os cidadãos-consumidores, também deve preocupar-se mais com a eficiência dos consumos que gera (a despesa) porquanto a moda do gastar para além das possibilidades do que se produz, foi "chão que deu uvas" e a solução sistemática do esmifrar dos recursos do cidadão-contribuinte, tal como o consumo irresponsável da àgua, já não é solução, pois quer um quer o outro, são bens escassos e finitos!
A água é um recurso limitado e o crescimento sustentado do Algarve está dependente deste recurso natural, o qual, como sabemos, não é abundante na nossa região, especialmente nas bacias das ribeiras onde a água é mesmo um bem escasso!
A empresa Águas do Algarve e os Municípios, entre outras razões pelo menos por isso mesmo, deveriam ser proactivos a aconselhar os seus clientes sobre a forma mais eficiente de pouparem água, uma vez que as campanhas de alerta aos consumidores no sentido da redução dos consumos, não deveriam ser exclusivas dos períodos de seca.
Independentemente disso, sem prejuízo do dever permanente de alerta, os cidadãos-consumidores, visando poupar água, terão necessariamente de modificar alguns dos seus hábitos, o que sabemos não ser fácil neste contexto de elevação do consumo em geral ao altar de uma santidade, apesar do sério revés que a presente crise representa para esse modelo de vida.
O imperativo ambiental a que nos referimos é de extraordinária importância e deve ser enquadrado em termos estratégicos, em harmonia com as disponibilidades e reservas de água do País, porquanto poupar água corresponde a um interesse económico a nível nacional, pois as poupanças potenciais de água estão estimadas em cerca de 0,64% do PIB.
Corresponde também, a um interesse económico óbvio dos Municípios Algarvios e da empresa Águas do Algarve - para além de um dever de gestão diligente e responsável - por permitir uma maior racionalidade de investimentos, aproveitando melhor as infra-estruturas existentes.
Na verdade, por cá pelo extremo sul, as perdas de água dos sistemas públicos de abastecimento representam mais de 50 % do consumo total, quer isto dizer que os Municípios pagam à empresa Águas do Algarve o dobro da água que é facturada e, por via disso, nós os cidadãos-consumidores, pagamos o DOBRO do seu custo de produção.
Corresponde, entre outras razões também por isso, a um interesse económico imediato dos cidadãos-consumidores, já que a eficiência pública pode (deve) permitir uma redução dos encargos com a utilização da água dado o menor volume consumido (virtualmente facturado) e a provável descida de escalão, mantendo-se a qualidade de vida de cada agregado familiar.
Como cidadãos-contribuintes-consumidores, não vemos as entidades que gerem os sistemas públicos de abastecimento de água e muito especialmente no que nos toca, a Câmara de Silves, tomarem as medidas necessárias para promover internamente e junto dos seus clientes a redução dos consumos de água.
Ora, se por um lado, podemos ser nós actores dessa mudança de comportamentos, implementando na nossa habitação medidas tendentes a reduzir os consumos, designadamente através de medidas relativamente acessíveis, como por exemplo substituindo as máquinas de lavar mais antigas por equipamentos que consumem menos água, ou substituir as torneiras por dispositivos mais eficientes, por outro não podemos deixar de reclamar veementemente contra todas as más práticas da administração central ou local exigindo a eficiência das suas prestações na execução das incumbências a que se encontram adstritos por via do facto de terem sido eleitos, curiosamente ou não, afinal para isso mesmo.
Com esta economia em recessão e tendo-se decidido pela terapia Keinesiana do investimento público, bom seria que se investisse também na utilização eficiente do recurso àgua aproveitando para poupar na despesa gerada pela ineficiência, a qual só nesta sede poderia evitar-se em 0,64% do PIB e deixar-nos a todos, bem menos desconfortáveis para o futuro que é certo!
A classe politica, como os cidadãos-consumidores, também deve preocupar-se mais com a eficiência dos consumos que gera (a despesa) porquanto a moda do gastar para além das possibilidades do que se produz, foi "chão que deu uvas" e a solução sistemática do esmifrar dos recursos do cidadão-contribuinte, tal como o consumo irresponsável da àgua, já não é solução, pois quer um quer o outro, são bens escassos e finitos!
domingo, 4 de janeiro de 2009
(AQUILO QUE PARECIA SER UM) ATAQUE SOEZ A PRINCIPIOS DEMOCRÁTICOS
Lisete Romão: Combatente ou personagem de Ópera Bufa?
O Vereador Manuel Ramos deixou-nos [uma vez mais], no último post no Blogue do Verador, a noticia de que a Senhora Presidenta, está disposta a não sujeitar à apreciação e votação na Assembleia Municipal, os projectos de Regulamentos (11 diplomas).
Diligente e competentemente, expressa o seu desacordo e junta parecer jurídico suscitado, em circunstâncias semelhantes, junto da CCDR- Lisboa e Vale do Tejo, do qual resulta inequivocamente, de forma sucinta, que todos os regulamentos Municipais com eficácia externa, encontram-se sujeitos à aprovação por parte da Assembleia Municipal.
Alinhavando um conjunto de razões lógicas assentes numa interpretação meramente literal dos dispositivos legais em causa, conclui, no sentido que, democraticamente, é único: o poder legislativo cabe à assembleia!
A pretendida usurpação dos poderes exclusivos da Assembleia por parte do Executivo Municipal (ENTRETANTO DESMENTIDA PELO VEREADOR DA CDU), para além de ser politicamente lamentável e democraticamente inaceitável é preocupante uma vez que evidencia, uma vez mais, se ainda resistissem dúvidas, a omissão grave de princípios democráticos por parte dos seus responsáveis, os quais se vão manter no poder até ao fim do mandato, se nenhum escândalo rebentar até lá, ao qual não consigam fazer frente, projectando ainda candidatarem-se a novo mandato.
Tratando-se de um principio democrático sagrado, o que os fará decidirem-se a cometer este “crime de lesa-democracia”?
Por um lado e sempre, pela crença na indiferença/ignorância do cidadão-eleitor face ao facto e aos valores infringidos.
Por outro, eventualmente, por mero dislate autoritário!
Por fim, eventualmente, para não correrem riscos de retardar a aprovação dos Regulamentos.
Esta última especulação ganha alguma credibilidade quando se constata que foram colocados em discussão 11 Regulamentos em simultâneo que o Executivo pretende ver aprovados, de uma vez e num ápice. Certamente para discutir nenhum!
Que esconderão estes Regulamentos, que aplicação concreta de relevância visam assegurar com rapidez?
São questões legitimas que o cidadão pode e deve colocar quando a discussão de um instrumento legislativo não é sujeito à Assembleia dos seus representantes!
E, como diz o povo, quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele!
Da CDU, soubemos que levantou a questão, numa das sedes que lhe competem![VINDO A ESCLARECER PUBLICAMENTE QUE OS REGULAMENTOS(COM EFICÁCIA EXTERNA, COMO É O CASO)IRÃO À ASSEMBLEIA MUNICIPAL PARA DISCUSSÃO E APROVAÇÃO]
Do PS, designadamente de Lisete Romão, nada sabemos!
Esta senhora candidata, não tem um blog ou equivalente, para conhecermos o que pensa, que bandeiras defende e que batalhas trava, que justifiquem, a prazo, o voto na sua candidatura.
Não sabemos o que terá em vista para essa finalidade (para além da sua entrevista ao decano e isento jornalista Arthur Ligne), mas sabemos que a afronta aos princípios democráticos que o Executivo de Silves anuncia, bem devia e podia ser uma digna bandeira de uma batalha reveladora, sobre se é uma personagem inspirada pelo fundador nº 1 do partido que representa – um combatente da democracia - ou se visa meramente vencer uma derradeira etapa de prestígio pessoal de cariz local, na sua carreira de funcionária pública/partidária, como se de uma grand finale duma ópera bufa se tratasse a sua candidatura!
[EM FUNÇÃO DA CORRECÇÃO DECORRENTE DO 1º COMENTÁRIO A ESTE POST, DECIDIMOS DAR-LHE A DEVIDA PUBLICIDADE NESTE MESMO POST, A PARTIR DO SEU CONHECIMENTO]
O Vereador Manuel Ramos deixou-nos [uma vez mais], no último post no Blogue do Verador, a noticia de que a Senhora Presidenta, está disposta a não sujeitar à apreciação e votação na Assembleia Municipal, os projectos de Regulamentos (11 diplomas).
Diligente e competentemente, expressa o seu desacordo e junta parecer jurídico suscitado, em circunstâncias semelhantes, junto da CCDR- Lisboa e Vale do Tejo, do qual resulta inequivocamente, de forma sucinta, que todos os regulamentos Municipais com eficácia externa, encontram-se sujeitos à aprovação por parte da Assembleia Municipal.
Alinhavando um conjunto de razões lógicas assentes numa interpretação meramente literal dos dispositivos legais em causa, conclui, no sentido que, democraticamente, é único: o poder legislativo cabe à assembleia!
A pretendida usurpação dos poderes exclusivos da Assembleia por parte do Executivo Municipal (ENTRETANTO DESMENTIDA PELO VEREADOR DA CDU), para além de ser politicamente lamentável e democraticamente inaceitável é preocupante uma vez que evidencia, uma vez mais, se ainda resistissem dúvidas, a omissão grave de princípios democráticos por parte dos seus responsáveis, os quais se vão manter no poder até ao fim do mandato, se nenhum escândalo rebentar até lá, ao qual não consigam fazer frente, projectando ainda candidatarem-se a novo mandato.
Tratando-se de um principio democrático sagrado, o que os fará decidirem-se a cometer este “crime de lesa-democracia”?
Por um lado e sempre, pela crença na indiferença/ignorância do cidadão-eleitor face ao facto e aos valores infringidos.
Por outro, eventualmente, por mero dislate autoritário!
Por fim, eventualmente, para não correrem riscos de retardar a aprovação dos Regulamentos.
Esta última especulação ganha alguma credibilidade quando se constata que foram colocados em discussão 11 Regulamentos em simultâneo que o Executivo pretende ver aprovados, de uma vez e num ápice. Certamente para discutir nenhum!
Que esconderão estes Regulamentos, que aplicação concreta de relevância visam assegurar com rapidez?
São questões legitimas que o cidadão pode e deve colocar quando a discussão de um instrumento legislativo não é sujeito à Assembleia dos seus representantes!
E, como diz o povo, quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele!
Da CDU, soubemos que levantou a questão, numa das sedes que lhe competem![VINDO A ESCLARECER PUBLICAMENTE QUE OS REGULAMENTOS(COM EFICÁCIA EXTERNA, COMO É O CASO)IRÃO À ASSEMBLEIA MUNICIPAL PARA DISCUSSÃO E APROVAÇÃO]
Do PS, designadamente de Lisete Romão, nada sabemos!
Esta senhora candidata, não tem um blog ou equivalente, para conhecermos o que pensa, que bandeiras defende e que batalhas trava, que justifiquem, a prazo, o voto na sua candidatura.
Não sabemos o que terá em vista para essa finalidade (para além da sua entrevista ao decano e isento jornalista Arthur Ligne), mas sabemos que a afronta aos princípios democráticos que o Executivo de Silves anuncia, bem devia e podia ser uma digna bandeira de uma batalha reveladora, sobre se é uma personagem inspirada pelo fundador nº 1 do partido que representa – um combatente da democracia - ou se visa meramente vencer uma derradeira etapa de prestígio pessoal de cariz local, na sua carreira de funcionária pública/partidária, como se de uma grand finale duma ópera bufa se tratasse a sua candidatura!
[EM FUNÇÃO DA CORRECÇÃO DECORRENTE DO 1º COMENTÁRIO A ESTE POST, DECIDIMOS DAR-LHE A DEVIDA PUBLICIDADE NESTE MESMO POST, A PARTIR DO SEU CONHECIMENTO]
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
TODOS AO MOLHO E FÉ EM DEUS!
Projecto (?) Regulamento Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos e Higiene Urbana
A nota justificativa do projecto de regulamento vem revelar que não existia um regulamento municipal relativamente à gestão de resíduos e higiene urbana e que os procedimentos de gestão dos resíduos do município se deverão adaptar ao estipulado no presente documento.
Era patente que relativamente à gestão de resíduos sólidos não existia um plano estratégico municipal disso é revelador a forma como é gerido o sistema de recolha dos resíduos, especialmente aqui em Armação de Pêra, pois durante o ano o sistema não é brilhante e no período de maior afluência de turistas o sistema não funciona de forma eficaz e muito menos de forma eficiente. Atinge frequentemente as raias da verdadeira vergonha!
Recordamos que a freguesia de Armação de Pêra contribuí com uma fatia substancial na componente fixa da tarifa até agora cobrada sem que dai obtenha quaisquer benefícios de uma eficiente limpeza e recolha de resíduos.
Como poderão ser definidas tarifas se não foi elaborado um programa que inclua todas as actividades referentes à recolha e transporte dos resíduos sólidos, nomeadamente as operações financeiras, as estruturas, a necessidade de mão-de-obra, os contratos, o equipamento e manutenção? Esta é a questão de fundo que se deve colocar!
Do nosso ponto de vista, sem esse plano elaborado, vamos continuara a ver as nossas ruas atafulhadas de lixo; a não ser que os residentes ou os turistas que nos visitem decidam ir depositar os resíduos que produzam num recipiente de um dos concelhos limítrofes, se quisermos cumprir o artigo 17º n.º 3 do projecto de regulamento. A Câmara de Silves agradece!
Por outro lado, vimos com agrado que o regulamento contemple disposições relativas à recolha dos dejectos dos animais!
O regime tarifário a aplicar ao Serviço de Gestão de Resíduos Sólidos deverá ser transparente e reflectir nas tarifas uma gestão eficiente. Não compreendemos por isso o que está proposto no artigo 28º quanto à cobrança uma tarifa que será fixada baseada nos escalões do consumo de água?
No caso dos resíduos sólidos, a tarifação por escalões não faz sentido, especialmente se o valor for estabelecido em função do consumo de água!
A utilização dos escalões prende-se com uma medida de utilização racional da água, o cidadão-consumidor já vê reflectido este princípio vertido na factura da água!
Será que a elaboração e apresentação pública de todos estes regulamentos em simultâneo só terá como objectivo um discussão superficial e apressada para fazer passar um conjunto de medidas cujo único objectivo é a arrecadação de receitas a qualquer preço sem ter em atenção o essencial: uma gestão eficiente do dinheiro dos contribuintes e um serviço de qualidade?
Parece-nos que sim!
A nota justificativa do projecto de regulamento vem revelar que não existia um regulamento municipal relativamente à gestão de resíduos e higiene urbana e que os procedimentos de gestão dos resíduos do município se deverão adaptar ao estipulado no presente documento.
Era patente que relativamente à gestão de resíduos sólidos não existia um plano estratégico municipal disso é revelador a forma como é gerido o sistema de recolha dos resíduos, especialmente aqui em Armação de Pêra, pois durante o ano o sistema não é brilhante e no período de maior afluência de turistas o sistema não funciona de forma eficaz e muito menos de forma eficiente. Atinge frequentemente as raias da verdadeira vergonha!
Recordamos que a freguesia de Armação de Pêra contribuí com uma fatia substancial na componente fixa da tarifa até agora cobrada sem que dai obtenha quaisquer benefícios de uma eficiente limpeza e recolha de resíduos.
Como poderão ser definidas tarifas se não foi elaborado um programa que inclua todas as actividades referentes à recolha e transporte dos resíduos sólidos, nomeadamente as operações financeiras, as estruturas, a necessidade de mão-de-obra, os contratos, o equipamento e manutenção? Esta é a questão de fundo que se deve colocar!
Do nosso ponto de vista, sem esse plano elaborado, vamos continuara a ver as nossas ruas atafulhadas de lixo; a não ser que os residentes ou os turistas que nos visitem decidam ir depositar os resíduos que produzam num recipiente de um dos concelhos limítrofes, se quisermos cumprir o artigo 17º n.º 3 do projecto de regulamento. A Câmara de Silves agradece!
Por outro lado, vimos com agrado que o regulamento contemple disposições relativas à recolha dos dejectos dos animais!
O regime tarifário a aplicar ao Serviço de Gestão de Resíduos Sólidos deverá ser transparente e reflectir nas tarifas uma gestão eficiente. Não compreendemos por isso o que está proposto no artigo 28º quanto à cobrança uma tarifa que será fixada baseada nos escalões do consumo de água?
No caso dos resíduos sólidos, a tarifação por escalões não faz sentido, especialmente se o valor for estabelecido em função do consumo de água!
A utilização dos escalões prende-se com uma medida de utilização racional da água, o cidadão-consumidor já vê reflectido este princípio vertido na factura da água!
Será que a elaboração e apresentação pública de todos estes regulamentos em simultâneo só terá como objectivo um discussão superficial e apressada para fazer passar um conjunto de medidas cujo único objectivo é a arrecadação de receitas a qualquer preço sem ter em atenção o essencial: uma gestão eficiente do dinheiro dos contribuintes e um serviço de qualidade?
Parece-nos que sim!
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
ARMAÇÃO DE PÊRA: SWIM FOR SHOES
Um sapatinho à medida do nosso pé!
Umas dezenas de cidadãos ingleses têm o hábito já, de promover anualmente por esta época, uma iniciativa, muito rara entre nós, mas comum nos países do norte da Europa, de se juntarem num encontro informal visando uma acção concreta, com um objectivo muito preciso, de solidariedade social.
Um núcleo pequeno de cidadãos, alavancado por uma necessidade concreta a satisfazer, promove e estimula a participação de todos aqueles que consegue motivar, naturalmente com maior sucesso entre os que têm a mesma formatação – no caso concreto, os ingleses.
Em tom de brincadeira e à laia de galhofa realizam uma tarefa muito séria e da mais relevante importância social e pedagógica: a solidariedade concreta promovida autónoma, originaria e exclusivamente pela sociedade civil.
Desta vez o objectivo foi a angariação de fundos para a compra de sapatos novos para as crianças do lar “A Gaivota” em Albufeira.
Da primeira realização, em 26 de Dezembro, angariaram 600,00 euros!
Para muitos, uma tão grande realização para tão pequeno resultado!
Para outros, uma pequena realização para tão grande resultado.
Para nós uma invejável consciência cívica que os move e pode mover montanhas!
A pedagogia do exemplo vai proliferando através destes novos missionários do norte. Espaçada e lentamente, vão-nos estimulando a encontrarmo-nos connosco próprios.
Deu-se um dia a casualidade de visitar uns amigos, em férias, pela Páscoa, numa aldeia do interior algarvio. Encontrámo-nos no único café da aldeia, onde passámos um fim de tarde frugal em amena cavaqueira.
Vagueando através de um olhar periscópico fixei-me num pequeno anúncio manuscrito, colado na montra do café, que me intrigou reflexivamente e do qual constava: “A quermesse para a compra da prótese para a D. Joaquina, realiza-se no próximo domingo. Traga qualquer coisa de que não necessite”.
Intui de imediato que a iniciativa se deveria a cidadãos estrangeiros!
Perguntei directamente ao dono do café se vivia algum estrangeiro na aldeia, o que me foi imediatamente confirmado: “sim vive um casal de senhores ingleses, idosos, ali mais acima”.
Seguindo o percurso da minha suspeita por etapas, inquiri o meu interlocutor acerca do teor daquele anúncio, face ao que, esclareceu, tratar-se de uma angariação de fundos, com vista à aquisição da dita prótese, para a coitada da criatura, coisa para alguns cinquenta contos…
Finalmente questionei-o sobre quem a tinha promovido e lá me foi confirmado que se tratava de uma iniciativa do casal inglês.
Mais tarde soube que a iniciativa tinha tido inteiro sucesso, adquirindo-se de facto a almejada prótese para a D. Joaquina.
Os habitantes da aldeia, certamente excelentes pessoas, levaram, provavelmente, “uma vida” a lamentar o infortúnio da D. Joaquina. O casal de cidadãos ingleses, integrados na comunidade, face ao infortúnio da D. Joaquina, agiu!
Promoveram a realização de uma quermesse, angariaram dessa forma os fundos necessários e adquiriram a prótese de que tanto precisava a D. Joaquina.
Esta é, quanto a nós a diferença entre a caridade e a solidariedade! Este é um bom exemplo da diferença entre o alheamento e a participação!
Neste episódio presenciámos as raízes do potencial reformador da sociedade civil!
Esta é uma ideia que politicamente temos da sociedade civil, não o espectro de uma sociedade sentada nas poltronas de uma mega sala de espectáculos, ensonada e pronta a ser agitada para acordar quando se aplaude ou se vaia, acompanhando, indiferente, o ecoar do sentido da manifestação ensurdecedora, mas uma plateia, que neste espectáculo, ocupa legitimamente o palco escrevendo a peça enquanto a representa.
Temos para nós que iniciativas desta natureza, na Europa, são mais típicas de alguns países do Norte, os quais, tendo aderido à Reforma (e em Inglaterra com a ajuda inestimável do amor de Henrique VIII a Ana Bolena) se viram livres do jugo de Roma, o que contribuiu, decisivamente, para a construção de sociedades mais participativas, onde chegaram mais cedo as democracias liberais (regime representativo, pluralismo politico, sufrágio universal, liberdade de expressão) e que não tiveram de esperar pelo marxismo para fazer evoluir o conceito de caridade para o de solidariedade.
E fizeram-no criando condições para receberem a lufada de ar oxigenado que as Revoluções Francesa e Americana trouxeram com os direitos do homem e da cidadania.
Nesses países, organizações da sociedade civil, estimulam, promovem e organizam o trabalho voluntário, a solidariedade concreta a expensas da sociedade civil, realizando obras de mérito social de relevante significado cívico e humano.
Essas sociedades, mais desenvolvidas nesta sede, não apresentam as performances diferenciadas que apresentam face ao nosso, habitualmente lastimoso Pais, por acaso!
Por cá, pelos países do Sul da Europa, pelo menos em Portugal, o temor reverencial a Roma, não permitiu alterações significativas ao status quo e o alheamento conservou-se orgulhosamente, em coerência com o modelo católico da autoridade, da hierarquia e da obediência que influenciou e favoreceu quer o poder tradicional quer as oposições antiliberais, de pendor jacobino ou comunista.
Umas dezenas de cidadãos ingleses têm o hábito já, de promover anualmente por esta época, uma iniciativa, muito rara entre nós, mas comum nos países do norte da Europa, de se juntarem num encontro informal visando uma acção concreta, com um objectivo muito preciso, de solidariedade social.
Um núcleo pequeno de cidadãos, alavancado por uma necessidade concreta a satisfazer, promove e estimula a participação de todos aqueles que consegue motivar, naturalmente com maior sucesso entre os que têm a mesma formatação – no caso concreto, os ingleses.
Em tom de brincadeira e à laia de galhofa realizam uma tarefa muito séria e da mais relevante importância social e pedagógica: a solidariedade concreta promovida autónoma, originaria e exclusivamente pela sociedade civil.
Desta vez o objectivo foi a angariação de fundos para a compra de sapatos novos para as crianças do lar “A Gaivota” em Albufeira.
Da primeira realização, em 26 de Dezembro, angariaram 600,00 euros!
Para muitos, uma tão grande realização para tão pequeno resultado!
Para outros, uma pequena realização para tão grande resultado.
Para nós uma invejável consciência cívica que os move e pode mover montanhas!
A pedagogia do exemplo vai proliferando através destes novos missionários do norte. Espaçada e lentamente, vão-nos estimulando a encontrarmo-nos connosco próprios.
Deu-se um dia a casualidade de visitar uns amigos, em férias, pela Páscoa, numa aldeia do interior algarvio. Encontrámo-nos no único café da aldeia, onde passámos um fim de tarde frugal em amena cavaqueira.
Vagueando através de um olhar periscópico fixei-me num pequeno anúncio manuscrito, colado na montra do café, que me intrigou reflexivamente e do qual constava: “A quermesse para a compra da prótese para a D. Joaquina, realiza-se no próximo domingo. Traga qualquer coisa de que não necessite”.
Intui de imediato que a iniciativa se deveria a cidadãos estrangeiros!
Perguntei directamente ao dono do café se vivia algum estrangeiro na aldeia, o que me foi imediatamente confirmado: “sim vive um casal de senhores ingleses, idosos, ali mais acima”.
Seguindo o percurso da minha suspeita por etapas, inquiri o meu interlocutor acerca do teor daquele anúncio, face ao que, esclareceu, tratar-se de uma angariação de fundos, com vista à aquisição da dita prótese, para a coitada da criatura, coisa para alguns cinquenta contos…
Finalmente questionei-o sobre quem a tinha promovido e lá me foi confirmado que se tratava de uma iniciativa do casal inglês.
Mais tarde soube que a iniciativa tinha tido inteiro sucesso, adquirindo-se de facto a almejada prótese para a D. Joaquina.
Os habitantes da aldeia, certamente excelentes pessoas, levaram, provavelmente, “uma vida” a lamentar o infortúnio da D. Joaquina. O casal de cidadãos ingleses, integrados na comunidade, face ao infortúnio da D. Joaquina, agiu!
Promoveram a realização de uma quermesse, angariaram dessa forma os fundos necessários e adquiriram a prótese de que tanto precisava a D. Joaquina.
Esta é, quanto a nós a diferença entre a caridade e a solidariedade! Este é um bom exemplo da diferença entre o alheamento e a participação!
Neste episódio presenciámos as raízes do potencial reformador da sociedade civil!
Esta é uma ideia que politicamente temos da sociedade civil, não o espectro de uma sociedade sentada nas poltronas de uma mega sala de espectáculos, ensonada e pronta a ser agitada para acordar quando se aplaude ou se vaia, acompanhando, indiferente, o ecoar do sentido da manifestação ensurdecedora, mas uma plateia, que neste espectáculo, ocupa legitimamente o palco escrevendo a peça enquanto a representa.
Temos para nós que iniciativas desta natureza, na Europa, são mais típicas de alguns países do Norte, os quais, tendo aderido à Reforma (e em Inglaterra com a ajuda inestimável do amor de Henrique VIII a Ana Bolena) se viram livres do jugo de Roma, o que contribuiu, decisivamente, para a construção de sociedades mais participativas, onde chegaram mais cedo as democracias liberais (regime representativo, pluralismo politico, sufrágio universal, liberdade de expressão) e que não tiveram de esperar pelo marxismo para fazer evoluir o conceito de caridade para o de solidariedade.
E fizeram-no criando condições para receberem a lufada de ar oxigenado que as Revoluções Francesa e Americana trouxeram com os direitos do homem e da cidadania.
Nesses países, organizações da sociedade civil, estimulam, promovem e organizam o trabalho voluntário, a solidariedade concreta a expensas da sociedade civil, realizando obras de mérito social de relevante significado cívico e humano.
Essas sociedades, mais desenvolvidas nesta sede, não apresentam as performances diferenciadas que apresentam face ao nosso, habitualmente lastimoso Pais, por acaso!
Por cá, pelos países do Sul da Europa, pelo menos em Portugal, o temor reverencial a Roma, não permitiu alterações significativas ao status quo e o alheamento conservou-se orgulhosamente, em coerência com o modelo católico da autoridade, da hierarquia e da obediência que influenciou e favoreceu quer o poder tradicional quer as oposições antiliberais, de pendor jacobino ou comunista.