sexta-feira, 1 de agosto de 2025
A genialidade invisível: a solução final para o lixo em Armação de Pera
Há ideias boas, há ideias más… e depois há ideias tão geniais que só podem ter nascido numa reunião de “marting” às 9h da manhã, depois de um pequeno-almoço reforçado de bolas de Berlim e água das pedras.
Conta-se que, em Armação de Pera, havia um problema: as papeleiras viviam num estado de abundância tal, que fariam inveja a qualquer depósito de reciclagem alemão. Sempre cheias, sempre a transbordar, sempre a dar à vila aquele charme pitoresco de aterro improvisado.
Mas eis que os assessores de “marting” da junta de freguesia tiveram um momento eureka.
— “Se as papeleiras estão sempre cheias… porque não acabamos com as papeleiras?”
Silêncio. Depois, aplausos. Era a Mona Lisa da gestão urbana, o Nobel da limpeza, a descoberta do fogo versão 2.0.
Segundo fontes próximas da reunião, houve até quem sugerisse um slogan para a campanha:
“Sem papeleiras, sem problemas!”
Afinal, a lógica é irrefutável: se não há papeleiras, não há papeleiras cheias. E se não há papeleiras cheias, Armação de Pera deixa de ter “má imagem”. Um raciocínio digno de Sócrates (o filósofo, não o outro).
A vila já se prepara para a nova fase de “urbanismo minimalista”: ruas limpas porque, oficialmente, não há sítio para estarem sujas. O lixo? Ora, o lixo não conta. Sem papeleiras, o lixo é invisível — tal como os buracos no Orçamento de Estado.
E a ideia não vai parar aqui. Há rumores de que o próximo passo será retirar os bancos de jardim para acabar com a ocupação de espaços públicos, e quem sabe… demolir as casas para acabar com a crise da habitação.
Armação de Pera entra assim no mapa mundial da inovação. Primeiro vieram os smartphones, depois os carros elétricos… agora, a solução definitiva para o lixo: fazer de conta que ele não existe.
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