sábado, 30 de abril de 2011

Região de turismo do Estoril

Uma região nossa concorrente!



Para reflectirmos
Síntese da performance de turismo por região


sexta-feira, 29 de abril de 2011

Armação de Pêra: Remendos da treta

Requalificação da frente de mar.
Uma obra que ainda não foi inaugurada, mas já com muitos remendos.

Um pais de loucos (?)....


Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no jornal 
Público, de 2010-06-21



Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.

Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da
Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.



Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes.

Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.


Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade.

Enquanto o legislador se entretém maquinal mente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos
ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.



Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família.

Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e
produtividade.

Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a
casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejada de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão
cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.



Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho
presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição
da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.



Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês,
enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário.
Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.



Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos
números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um
mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência
neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.



E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se
há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.



Pedro Afonso

Médico psiquiatra

“A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas.” (Horácio)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Esta gente(afinal) é do norte...

Com o pedido de publicação, foi-nos remetido este texto, de qualidade diga-se de passagem, do Embaixador Seixas da Costa, dirigido aos Finlandeses através de um diplomata Finlandês.

O assunto merece atenção e outros mais cuidados (designadamente o aproveitamento mediático que está a ser feito do mesmo pelos midea nacionais) mas aquela e aquele que o Embaixador lhe concedeu com delicadeza e acutilância merece, também pela forma, o nosso mais sincero aplauso. Por isso o publicamos.

Naturalmente que, das razões que nos colocam neste estado de necessidade, destacando as que nos dizem obviamente respeito ( o que não nos temos cansado de fazer e concernem, entre outras, à despesa descontrolada) não podemos deixar de destacar aquelas que decorrem da crise internacional, designadamente a financeira, o que só por si justifica outra solidariedade dos parceiros, sem prejuízo de carecer sobretudo de outras políticas bem mais adequadas, que tanto se impõem quanto tardam.

notas pouco diárias do embaixador português em França
terça-feira, 19 de abril de 2011
Carta a um diplomata finlandês

Caro Steinbroken

Por estes dias, recordo as noitadas em que nos cruzávamos nos salões dos Maias, no Ramalhete, às Janelas Verdes, nas tertúlias que o José Maria retratou no livro a que deu o nome daquela família.

Lembro-me da generosidade com que você, diplomata finlandês, era recebido naquele cenáculo, onde, com carinho lusitano mas cosmopolita, entre mesas de whist ou numa ronda de bilhar, ou ouvindo-o a si como "barítono plenipotenciário", procurávamos atenuar a sua nórdica solidão.
Muita água passou sob as pontes. Você regressou aos gelos da sua Finlândia, eu por aqui fiquei, com a escassa fortuna que Celorico me deixou.

Há uns anos, caro Steinbroken, você escreveu-me para Lisboa, dizendo do agrado com que vira Portugal apoiar, com entusiasmo, a entrada do seu país na União Europeia. Elogiou o facto de, ao contrário de outros, não termos achado que a "finlandização" havia sido um imperdoável pecado histórico de agnosticismo estratégico, um genérico triste da "realpolitik". E recordar-se-á de eu lhe ter respondido, na volta do correio, que, conhecendo-o a si, nunca o tivera por seguidor do "better red than dead".

Noutra ocasião, você veio bater-me epistolarmente à porta, pedindo que deixasse cair uma palavra nas Necessidades, com vista a evitar que Portugal cedesse a um compreensível egoísmo, por mor dos fundos estruturais, a ponto de poder criar obstáculos aos Estados bálticos, “primos” da Escandinávia, que queriam então aceder à NATO e à União Europeia. A resposta da nossa diplomacia foi, reconheça, soberba: embora o alargamento fosse um passo que tinha em Portugal um dos países mais prejudicados, adoptávamos uma visão solidária da Europa, pelo que entendíamos que um mínimo de respeito histórico nos obrigava a acolher aqueles Estados no nosso seio. Da caixa de vodka que você me mandou, com um cartão catita, a agradecer a diligência, ainda me resta uma botelha.

Pensava partilhá-la consigo, Steinbroken, numa sua próxima vinda a Portugal, à cata de sol e de olho nos corpos morenos, Chiado abaixo. Passaríamos pelo Grémio, jantaríamos no Tavares e iríamos degustar o resto dos álcoois no meu terraço, Tejo à vista. Eu contar-lhe-ia a poética aventura eleitoral do Alencar, a carreira como banqueiro da besta do Dâmaso, o folhetim da venda da “Corneta do Diabo” à Prisa, a colaboração do Cruges com os “Deolinda”, a agitação do Gouvarinho e de outros tantos, nas lides que levam às Cortes.

Mas, agora, o que me chega? Que você foi ouvido, num dos últimos dias, passeando sob as árvores onde o verde já brota, ali na Promenade, no centro de Helsínquia, recém-saído do spa do vizinho Kämp, de braço dado com um alemão, com tiradas muito pouco simpáticas sobre Portugal e os portugueses. E que dizia você? Que, afinal, o compromisso político que a Finlândia havia dado à estabilidade do euro, que servira para a Grécia e para a Irlanda, poderia já não valer para Portugal. Ao seu lado, o alemão ecoava coisas parecidas, quiçá esquecido que o meu país, como todos os outros parceiros europeus, andou anos a pagar elevadas taxas de juro, para liquidar a fatura da reunificação da Alemanha, que hoje é, como sempre foi, o grande beneficiário do mercado interno europeu.

É triste, caro Steinbroken, é muito triste que a frieza do vosso egoísmo lhes faça esquecer que a solidariedade é uma estrada de dois sentidos. Aqui, por Portugal, estamos a atravessar uma conjuntura difícil. Outras já tivemos, todas ultrapassámos. Mais recentemente, cometemos alguns erros, revelámos fragilidades que a crise sublinhou. Pensávamos poder contar com os amigos. Ao longo dos tempos, aprendemos a ser gratos a quem nos ajuda, a ser-lhes leais quando de nós necessitam. Não somos rancorosos, porque alimentar ressentimentos mesquinhos não está na nossa maneira de ser. E sabe porquê? Porque, na vida internacional, mantemos alguns sólidos valores, os mesmos que nos permitiram sobreviver nove séculos como país, um dos mais antigos do mundo, sabia?

A vossa atitude, a vossa quebra de solidariedade, porque revela o conceito instrumental que têm da Europa, para utilizar uma frase que você repetia, entre outras platitudes árticas, pelas noites do Ramalhete, “c’est très grave, c'est excessivement grave…”.

Receba um abraço, ainda amigo, orgulhosamente (quase) mediterrânico do

João da Ega
Postado por Francisco Seixas da Costa

A não perder também os comentários em : http://duas-ou-tres.blogspot.com/2011/04/carta-um-diplomata-finlandes_19.html#ixzz1K4pkXkOr

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Armação de Pêra: Obras da treta...





Foram gastos mais de 6 milhões de euros na requalificação da frente de mar, mas mais uma vez a Dr.ª Isabel Soares esqueceu-se de gastar uns trocados numa lata de tinta e nuns quilos de cimento para reparação deste “símbolo” da praia de Armação de Pêra.

Colheita de Sangue em Armação de Pêra



Associação dos Dadores de Sangue do Barlavento do Algarve promove uma colheita de sangue no dia 24 de Maio em Armação de Pêra.


A recolha terá lugar na Escola Básica 2.3 António Contreiras das 10:30 às 14:00

terça-feira, 26 de abril de 2011

Em Armação de Pêra a CMS e JF oferece lixo a quem nos visita!

Os turistas que nos visitaram nesta Páscoa e que se deslocaram à nossa praia encontraram este lindo cartão-de-visita.

Isabel Soares e Fernando Santiago, tem por hábito oferecer a quem nos visita lixo, infelizmente a imagem de marca da nossa terra esta começa a estar ligado a este “produto”.






sábado, 23 de abril de 2011

Mobiliário urbano: Reutilização sim, restauro também!

Com o restauro do mobiliário urbano seria um êxito a sua reutilização

A reutilização de mobiliário urbano que se encontre em condições de uso pareçe-nos uma medida de bom senso económico, muito apropriada à conjuntura que vivemos, sendo portanto de consagrar.

É o caso desta "geração" de bancos de jardim que também se encontravam no Largo da Igreja, os quais, não sendo uma obra prima, com o restauro adequado, (o que, pelos vistos, já ia para além do talento autárquico) poderiam ter sido repostos, para prazer dos mais velhos que não têm onde se encostar quando sentados nos blocos de granito.

Apesar da bondade do principio, nem sempre é assim: é o caso dos ecopontos que não mereceram o rejuvenescimento que se justificava numa Vila turística onde foi feito um enorme investimento.

A estética em matéria de ecopontos, em Armação, não mereceu um avo que fosse.É a força de atração do lixo que resiste a sair da cena pública armacenense !

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Obras: qualidade da treta...





Obras de requalificação da frente de mar, uma obra com um ano, mas as deficiências continuam à vista de todos.

Desta vez o revestimento do acesso à praia da "rochinha" foi-se com as ondas.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Manuel Delfino Ribeiro:A devida homenagem da Vila a um Presidente exemplar, mandatário de excelência!

Maio de 1974:Tomada de Posse da Comissão Administrativa da Junta de Freguesia de Armação de Pêra. À esquerda Manuel Delfino Ribeiro, assinando o termo de posse, Luis Ricardo. Junto a Luis Ricardo:Abilio Leote Ribeiro.

Em Dezembro de 1976 realizavam-se em democracia plena, as primeiras eleições autárquicas em Armação de Pêra.

Em resultado do escrutínio sairiam eleitos, como primeiro Presidente da Junta de Freguesia democraticamente eleita em Armação de Pêra, o Snr. Manuel Delfino Ribeiro, como tesoureiro o Snr. Abílio Leote Ribeiro e como secretário o Snr. Rui de Sousa Vilanova.

Pouco tempo depois de tomar posse, o Presidente, Manuel Delfino Ribeiro, filho da terra e homem enraizado profundamente na actividade do comércio do pescado, em cuja actividade atingiu notoriedade nacional, interpretando fielmente as justas aspirações da população que dependia da pesca, determinou-se com entusiasmo em promover a satisfação de algumas necessidades elementares da população.

O tempo era de acção e o Presidente era um empreendedor, generoso e voluntarista.
A premência de certas carências não se compadecia com aturadas reflexões e muito menos com os ditames da burocracia que, embora abalada, sobreviveu à mudança virando a casaca para as cores
democráticas.

Empreendeu assim, logo desde a Comissão Administrativa a que presidiu, entre outras realiz
ações, a construção de um edifício digno, esse sim definitivo, para a instalação da Lota de Pesca.

A justeza dos propósitos, a premência da sua determinação em satisfazê-los, a capacidade de realização, a vontade indómita que o compeliu ao ponto de financiar a própria construção do edifício, fizeram o resto.

E, se é certo que veio, mais tarde, a reaver os custos suportados, é sobretudo certo que todos nós sabemos que estamos a falar de uma atitude impar, a um nível sem qualquer paralelo conhecido na história desta terra.


A Armação de Pêra real, de sempre, não a Armação “de ninguém” do cosmopolitismo turístico, devedora ao homem, de uma homenagem à altura do singular exemplo de abnegação, realização, generosidade e modelo de autarca em democracia, cumpriu, no passado dia 10 do corrente, dia do 78º aniversário da freguesia, este dever, “imortalizando” o homem e o exemplo com a atribuição do seu nome a uma rua da Vila.


Singela homenagem da terra que, apesar da justiça da mesma ainda em vida, lhe continuará a dever e sobretudo ao exemplo que constituiu, a obrigação da memória futura.


Digna de registo é assim a iniciativa da Assembleia da Freguesia de Armação de Pêra que deu cumprimento à proposta – aprovada por unanimidade – de homenagear justamente o cidadão armacenense: Manuel Delfino Ribeiro, primeiro presidente da Junta de Freguesia, eleito em democracia.


A homenagem só pecou pela falta de precisão no nome do homenageado: Delfino, não Delfin!


A presença no acto do executivo da Junta de Freguesia e da direcção da Associação de Pescadores, é elucidativa sobre a natureza consensual da justa homenagem!

terça-feira, 19 de abril de 2011

FOI PEDIDO O RESGATE - um texto de Medina Carreira


Bom, dado o que está em causa é tão só o futuro dos nossos filhos e a própria sobrevivência da democracia em Portugal, não me parece exagerado perder algum tempo a desmontar a máquina de propaganda dos bandidos que se apoderaram do nosso país. Já sei que alguns de vós estão fartos de ouvir falar disto e não querem saber, que sou deprimente, etc, mas é importante perceberem que o que nos vai acontecer é, sobretudo, nossa responsabilidade porque não quisemos saber durante demasiado tempo e agora estamos com um pé dentro do abismo e já não há possibilidade de escapar.
Estou convencido que aquilo a que assistimos nos últimos dias é uma verdadeira operação militar e um crime contra a pátria (mais um). Como sabem há muito que ando nos mercados (quantos dos analistas que dizem disparates nas TVs alguma vez estiveram nos ditos mercados?) e acompanho com especial preocupação (o meu Pai diria obsessão) a situação portuguesa há vários anos. Algumas verdades inconvenientes não batem certo com a "narrativa" socialista há muito preparada e agora posta em marcha pela comunicação social como uma verdadeira operação de PsyOps, montada pelo círculo íntimo do bandido e executada pelos jornalistas e comentadores "amigos" e dependentes das prebendas do poder (quase todos infelizmente, dado o estado do "jornalismo" que temos).

Ora acredito que o plano de operações desta gente não deve andar muito longe disto:


1. Narrativa: Se Portugal aprovasse o PEC IV não haveria nenhum resgate.
Verdade: Portugal já está ligado à máquina há mais de 1 ano (O BCE todos os dias salva a banca nacional de ter que fechar as portas dando-lhe liquidez e compra obrigações Portuguesas que mais ninguém quer - senão já teriamos taxas de juro nos 20% ou mais). Ora esta situação não se podia continuar a arrastar, como é óbvio. Portugal tem que fazer o rollover de muitos milhares de milhões em dívida já daqui a umas semanas só para poder pagar salários! Sócrates sabe perfeitamente que isso é impossível e que estávamos no fim da corda. O resto é calculismo político e teatro. Como sempre fez.

2. Narrativa: Sócrates estava a defender Portugal e com ele não entrava cá o FMI.
Verdade: Portugal é que tem de se defender deste criminoso louco que levou o país para a ruína (há muito antecipada como todos sabem). A diabolização do FMI é mais uma táctica dos spin doctors de Sócrates. O FMI fará sempre parte de qualquer resgate, seja o do mecanismo do EFSF (que é o que está em vigor e foi usado pela Irlanda e pela Grécia), seja o do ESM (que está ainda em discussão entre os 27 e não se sabe quando, nem se, nem como irá ser aprovado).

3. Narrativa: Estava tudo a correr tão bem e Portugal estava fora de perigo mas vieram estes "irresponsáveis" estragar tudo.
Verdade: Perguntem aos contabilistas do BCE e da Comissão que cá estiveram a ver as contas quanto é que é o real buraco nas contas do Estado e vão cair para o lado (a seu tempo isto tudo se saberá). Alguém sinceramente fica surpreendido por descobrir que as finanças públicas estão todas marteladas e que os papéis que os socráticos enviam para Bruxelas para mostrar que são bons alunos não têm credibilidade nenhuma? E acham que lá em Bruxelas são todos parvos e não começam a desconfiar de tanto óasis em Portugal? Recordo que uma das razões pela qual a Grécia não contou com muita solidariedade alemã foi por ter martelado as contas sistematicamente, minando toda a confiança. Acham que a Goldman Sachs só fez swaps contabilísticos com Atenas? E todos sabemos que o engº relativo é um tipo rigoroso, estudioso e duma ética e honestidade à prova de bala, certo?

4. Narrativa: Os mercados castigaram Portugal devido à crise política desencadeada pela oposição. Agora, com muita pena do incansável patriota Sócrates, vem aí o resgate que seria desnecessário.
Verdade: É óbvio que os mercados não gostaram de ver o PEC chumbado (e que não tinha que ser votado, muito menos agora, mas isso leva-nos a outro ponto), mas o que eles querem saber é se a oposição vai ou não cumprir as metas acordadas à socapa por Sócrates em Bruxelas (deliberadamente feito como se fosse uma operação secreta porque esse aspecto era peça essencial da sua encenação). E já todos cá dentro e lá fora sabem que o PSD e CDS vão viabilizar as medidas de austeridade e muito mais. É impressionante como a máquina do governo conseguiu passar a mensagem lá para fora que a oposição não aceitava mais austeridade. Essa desinformação deliberada é que prejudica o país lá fora porque cria inquietação artificial sobre as metas da austeridade. Mesmo assim os mercados não tiveram nenhuma reacção intempestiva porque o que os preocupa é apenas as metas. Mais nada. O resto é folclore para consumo interno. E, tal como a queda do governo e o resgate iminente não foram surpresa para mim, também não o foram para os mercados, que já contavam com isto há muito (basta ver um gráfico dos CDS sobre Portugal nos últimos 2 anos, e especialmente nos últimos meses). Porque é que os media não dizem que a bolsa lisboeta subiu mais de 1% no dia a seguir à queda? Simples, porque não convém para a narrativa que querem vender ao nosso povo facilmente manipulável (julgam eles depois de 6 anos a fazê-lo impunemente).


Bom, há sempre mais pontos da narrativa para desmascarar mas não sei se isto é útil para alguém ou se é já óbvio para todos. E como é 5ª feira e estou a ficar irritado só a escrever sobre este assunto termino por aqui. Se quiserem que eu vá escrevendo mais digam, porque isto dá muito trabalho.

Henrique Medina Carreira
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domingo, 17 de abril de 2011

A saga dos lixos não nos abandona....nem o seu efeito!

Luis Ricardo Patrício, militantemente, remeteu-nos esta carta, reclamação de um cidadão amigo de Armação, por si recebida.

A questão suscitada constitui um lugar comum nas impressões do turista que nos visita. Constitui também um lugar comum no resultado da negligência com que a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal “zelam” pela praia, pela Vila, pelo destino turístico e pela economia da Vila.


Motiva esta realidade também uma palavra para os donos dos animais que se passeiam pela praia e pela Vila.

O amor que muitos cidadãos evidenciam pelos animais é estimável, mas a desconsideração a que votam os demais cidadãos, instituições administrativas, que suportam com os seus impostos e dos demais, a quem, com o seu comportamento anti higiénico e anti social, sobrecarregam com trabalho suplementar de limpeza, é desprezível.


Acusar a Junta de Freguesia e a Câmara de Silves é imprescindível e justo, pois a sua conduta é useira e vezeira pelos caminhos da irresponsabilidade de manter a sua incompetência à vista de todos.


Mas, não será por isso que deverá deixar de ser objecto de acusação, a conduta displicente dos donos dos animais.

Não se justificará, no interesse da eficiência e dos custos das incumbências da Junta e Câmara, desencadear uma campanha de sensibilização dos donos de animais para apanharem os dejectos que os seus animais deixam na via pública ou na praia?

Se não souberem como fazer, por não se tratar de uma campanha eleitoral, contactem as mesmas agencias publicitárias que elas fá-lo-ão com todo o prazer, certamente!


Eis a justificada reclamação:

Boa Tarde a todos,


Mais uma Páscoa se aproxima e com ela as férias tão desejadas por muitos, incluindo os comerciantes expectantes com a possibilidade de poder vir a ter uma facturação adicional que permita continuar com os estabelecimentos abertos e cumprir para com os seus compromissos.


Num momento de crise todos os esforços são poucos para tentar atrair pessoas a cada uma das muitas cidades do Algarve que disputam pela presença destes forasteiros que muito ou pouco sempre deixam algum dinheiro.

Albufeira embeleza os seus jardins, Portimão promove-se com campanhas de marketing impares e nós........

Este fim de semana levei os meus filhos à praia de Armação de Pêra e a verdade é que, não recorrendo a nenhum exagero, desde o passeio, na zona onde estacionei o carro, as ruas, o passadiço da praia e a própria areia da praia, encontrei dejectos de cão (muitos mesmo), fraldas, pensos, garrafas, baldes de lixo cheios......etc. ...

Ao confrontar algumas pessoas locais, disseram-me que a responsabilidade é da Junta de Freguesia.....é da Marinha....é da senhora (Qual senhora???) ....o certo é que é "MERDA" por todo o lado. E ver os miúdos brincar com canas e cócó de cão não é dos melhores cenários de ver garanto-lhes.

Junto algumas fotos.


Conclui que "nós" em Armação de Pêra não precisamos de promover, de nos embelezar, de vestir a melhor roupa para receber as visitas, porque elas bem ou mal tem que vir para aqui porque já cá compraram casa.

Boa, continuem assim, é esse o caminho.


Certamente que todos tem uma boa desculpa, ou porque ainda não é verão, ou porque estamos em crise, ou porque a junta tem a carrinha avariada......Não se esqueçam é que nos concelhos vizinhos também existe a crise e no entanto já estão todos prontos para receber visitas e proporcionar umas boas férias.


Tenho uma casa de férias em Armação de Pêra há 10 anos e para cá venho há 20 anos. Hoje, eu e a minha mulher, decidimos colocar a nossa casa à venda.

João Filipe

Almada

A coisa está preta e Eles continuam a mandar-nos poeira para os olhos!

ou a redefinição do Velho do Restelo?...

As noticias sobre o estado da nossa economia e das contas públicas são, generalizadamente, preocupantes.

Há mesmo quem, com grande qualificação técnica, manifeste, em entrelinhas, sérias reservas sobre a verificação da ajuda europeia. Adiantam mesmo que não se encontra fora de cogitação despedirem-nos do grupo. Outros referem que o FMI tem uma posição mais realista defendendo condições de prazo e taxa de juro mais adequadas ao nosso padecimento, face ao que a própria Europa, mais inquisitorial e punitiva, deseja ver aplicadas.

Todos são unânimes acerca da responsabilidade incontornável da classe política nacional nas razões profundas da crise, assim como na subalternidade do seu poder no futuro próximo. Quanto a este em particular outros colocam sérias reticencias acerca do futuro do estado social e adivinham a natureza verdadeiramente simbólica das futuras pensões de reforma daqui a 10, 20, 30 anos, acusando os governantes de opacidade estrutural e deslealdade na omissão de aviso e verdade aos cidadãos, principais interessados, cerceando-os de meios de informação que lhes permitam orientarem as suas vidas e economias pessoais em conformidade. Falam ainda de uma nova divisão administrativa que conduza à “fusão” de várias autarquias (como nós, armacenenses, os percebemos e quão certos estão).

Tudo isto é triste, tudo isto é fado!

O Ministro das Finanças alemão e o líder partidário finlandês candidato eleitoral pelo partido de os “Verdadeiros Finlandeses”, por razões de politica doméstica ou outras que sejam, têm mostrado ao mundo também o conceito em que têm os portugueses, que é baixo.

Mas, convenhamos, os lideres portugueses têm feito por isso.

No entanto, estamos em crer que os portugueses, são muito mais que isso e podem fazer mais e melhor . O mesmo temos dificuldade definitiva em dizer acerca da classe política nacional. Na verdade consideramo-la indigna do povo que têm para governar, com o qual se têm governado.

O triste espectáculo que, apesar de tudo isto, mantêm em cena: Passos Coelho, Cavaco Silva e José Sócrates, é disso prova cabal.

Por tudo isto, Medina Carreira e a sua percepção realista sobre Portugal e a sua classe política é cada vez mais incontornável.

Indesejado como o Velho do Restelo, consegue provar, com a verificação dos seus receios que uma das personagens literárias mais odiada da nossa história, afinal tinha toda a razão, uma vez que, muito sensatamente, provavelmente cumprir Portugal teria trazido melhores resultados a todos nós, que cumprir os descobrimentos...

Sintomática é a reacção mais ou menos generalizada à sua leitura dos factos. Os portugueses não apreciam claramente a dureza da verdade. Nisso se tem acoitado a classe política, fazendo de tudo para irem mantendo o pagode entretido com a leitura distorcida que fazem do essencial.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

“No destino de Portugal reside uma clara advertência a outros países"


O sociólogo Robert Fishman escreve no "The New York Times" sobre o "desnecessário resgate de Portugal" e acusa as agências de notação financeira de distorcerem a percepção que os mercados tinham da estabilidade do País.
Portugal não precisava deste resgate. Foi sobretudo a especulação que precipitou o País para o pedido de ajuda externa. O culpado não foi o governo, mas sim a pressão das agências de “rating”. É esta a opinião de Robert Fishman, professor de Sociologia na Universidade de Notre Dame, num artigo hoje publicado no jornal “The New York Times”.

Na opinião de Fishman - que escreveu, em conjunto com Anthony Messina, o livro intitulado “The Year of the Euro: the cultural, social and political import of Europe’s common currency” -, a solicitação de ajuda externa à UE e ao FMI por parte de Portugal deverá constituir um aviso para as democracias de todo o mundo.

A crise que teve início no ano passado, com os resgates da Grécia e da Irlanda, agravou-se, constata o professor. “No entanto, este terceiro pedido nacional de ajuda não tem realmente a ver com dívida. Portugal teve um forte desempenho económico na década de 90 e estava a gerir a sua retoma, depois da recessão global, melhor do que vários outros países da Europa, mas sofreu uma pressão injusta e arbitrária por parte dos detentores de obrigações, especulações e analistas de “rating” da dívida que, por razões ideológicas ou de tacanhez, conseguiram levar à queda de um governo democraticamente eleito e levaram, potencialmente, a que o próximo governo esteja de mãos atadas”, salienta Robert Fishman no seu artigo de opinião publicado no jornal norte-americano.

O sociólogo adverte que “estas forças do mercado, se não forem reguladas, ameaçam eclipsar a capacidade de os governos democráticos – talvez até mesmo o norte-americano – fazerem as suas próprias escolhas em matéria de impostos e despesa pública”.

"Crise em Portugal é completamente diferente"

Apesar de as dificuldades de Portugal se assemelharem às da Grécia e da Irlanda, uma vez que os três países aderiram ao euro, cedendo assim o controlo da sua política monetária, o certo é que “na Grécia e na Irlanda, o veredicto dos mercados reflectiu profundos problemas económicos, facilmente identificáveis”, diz Fishman, realçando que “a crise em Portugal é completamente diferente”.

Em Portugal, defende o académico, “não houve uma genuína crise subjacente. As instituições económicas e as políticas em Portugal, que alguns analistas financeiros encaram como irremediavelmente deficientes, tinham alcançado êxitos notáveis antes de esta nação ibérica, com uma população de 10 milhões de pessoas, ser sujeita a sucessivas vagas de ataques por parte dos operadores dos mercados de obrigações”.

“O contágio de mercado e os cortes de ‘rating’ , que começaram quando a magnitude das dificuldades da Grécia veio à superfície em inícios de 2010, transformou-se numa profecia que se cumpriu por si própria: ao elevarem os custos de financiamento de Portugal para níveis insustentáveis, as agências de ‘rating’ obrigaram o País a pedir ajuda externa. O resgate confere poderes, àqueles que vão “salvar” Portugal, para avançarem com medidas de austeridade impopulares”, opina Robert Fishman.

“A crise não resulta da actuação de Portugal. A sua dívida acumulada está bem abaixo do nível de outros países, como a Itália, que não foram sujeitos a avaliações [de ‘rating’] tão devastadoras. O seu défice orçamental é inferior ao de vários outros países europeus e tem estado a diminuir rapidamente, na sequência dos esforços governamentais nesse sentido”, refere o professor, que fala ainda sobre o facto de Portugal ter registado, no primeiro trimestre de 2010, uma das melhores taxas de retoma económica da UE.

Em inúmeros indicadores – como as encomendas à indústria, inovação empresarial, taxa de sucesso da escolaridade secundária e crescimento das exportações -, Portugal igualou ou superou os seus vizinhos do Sul e mesmo do Ocidente da Europa, destaca o sociólogo.

Porquê os "downgrades?"

“Então, por que motivo é que a dívida soberana portuguesa foi cortada e a sua economia levada para a beira do precipício?”, questiona-se Fishman.
Na sua opinião, há duas explicações possíveis. Uma prende-se com o cepticismo ideológico do modelo económico misto de Portugal, com o apoio aos empréstimos concedidos às pequenas empresas, de par com umas quantas grandes empresas públicas e um forte Estado Providência, explica.

A outra explicação está na “inexistência de perspectiva histórica”. Segundo Fishman, os padrões de vida dos portugueses aumentaram bastante nos 25 anos que se seguiram à Revolução dos Cravos, em Abril de 1974, tendo havido na década de 90 um acelerado aumento da produtividade laboral, do investimento de capital por parte das empresas privadas, com a ajuda do governo, e um aumento dos gastos sociais. No final do século, Portugal tinha uma das mais baixas taxas de desemprego da Europa, sublinha também o professor.

Mas, realça, o optimismo dos anos 90 deu origem a desequilíbrios económicos e a gastos excessivos. “Os cépticos em torno da saúde económica de Portugal salientam a sua relativa estagnação entre 2000 e 2006. Ainda assim, no início da crise financeira mundial, em 2007, a economia estava de novo a crescer e o desemprego a cair. A recessão acabou com essa recuperação, mas o crescimento retomou no segundo trimestre de 2009”, refere.

Assim, no seu entender, “não há que culpar a política interna de Portugal. O primeiro-ministro José Sócrates e o PS tomaram iniciativas no sentido de reduzir o défice, ao mesmo tempo que promoveram a competitividade e mantiveram a despesa social; a oposição insistiu que podia fazer melhor e obrigou à demissão de Sócrates, criando condições para a realização de eleições em Junho. Mas isto é política normal, não um sinal de confusão ou de incompetência, como alguns críticos de Portugal têm referido”.

Europa poderia ter evitado o resgate

E poderia a Europa ter evitado este resgate?, questiona-se. Na sua opinião, sim. “O BCE poderia ter comprado dívida pública portuguesa de forma mais agressiva e ter afastado a mais recente onda de pânico”.

Além disso, Fishman afirma que é também essencial que a UE e os EUA regulem o processo utilizado pelas agências de “rating” para avaliarem a qualidade da dívida de um país. “Ao distorcerem as percepções do mercado sobre a estabilidade de Portugal, as agências de notação financeira – cujo papel na aceleração da crise das hipotecas ‘subprime’ nos EUA foi extensamente documentado – minaram a sua retoma económica e a sua liberdade política”, acusa o académico.

“No destino de Portugal reside uma clara advertência a outros países, incluindo os Estados Unidos. A revolução de 1974 em Portugal inaugurou uma vaga de democratização que inundou o mundo inteiro. É bem possível que 2011 marque o início de uma vaga invasiva nas democracias, por parte dos mercados não regulados, sendo Espanha, Itália ou Bélgica as próximas vítimas potenciais”, conclui Fishman, relembrando que os EUA não gostariam de ver no seu território o tipo de interferência a que Portugal está agora sujeito – “tal como a Irlanda e a Grécia, se bem que estes dois países tenham mais responsabilidades no destino que lhes coube”.

O Receituário Grego do FMI

O que nos irá sair na rifa?




Sector Público

· Corte do subsídio de férias e natal para todos os empregados públicos que ganhem mais de 3000€/mês brutos. Quem ganhar menos de 3000€ vai receber 250€ pela Páscoa, 250€ no Verão e 500€ no Natal;

· Reduzir os subsídios de 8 a 20% no sector público estado e 3% nas empresas públicas

· Uniformizar todos os salários pagos pelo estado;

· Congelar todos os salários do sector público até 2014.



Sector Privado

· Chegou-se a um acordo colectivo, assinado em 15 de Julho, pelo qual os empregados do sector privado na Grécia continuam a receber o seu salário anual em 14 pagamentos (chegou a ser sugerido passar para 12 pagamentos). Não houve aumentos em 2010 e prevê-se aumentos de 1.5 a 1.7% para 2011 e 2012 - muito abaixo da inflação actual que ronda os 5.6%.

· Imposição de um imposto aplicado uma única vez às empresas que tenham tido mais de 100 000€ de lucro em 2009:

o 100 000 a 300 000: 4%;

o 300 001 a 1 000 000: 6%;

o 1 000 001 a 5 000 000: 8%;

o Mais de 5 000 000: 10%.



· Alargar os limites pelos quais os empregadores podem despedir funcionários:

· Empresas com até 20 empregados: sem limite;

· Empresas com um número de empregados entre 20 e 150: até 6 despedimentos por mês;

· Empresas com mais de 150 empregados: até 5% dos efectivos ou 30 despedimentos por mês.



· Redução das indemnizações por despedimento, que também poderão ser pagas bimensalmente;

· Pessoas jovens, com menos de 21 anos podem ser contratadas durante um ano recebendo 80% do salário mínimo (592€). O pagamento da segurança social também será apenas de 80% e findo o ano de contrato têm direito a ingressar nos centros de emprego;

· Pessoas com idades entre os 15 e os 18 anos podem ser contratadas por 70% do salário mínimo, o que dá 518€;

· Os empregados considerados redundantes não podem contestar o despedimento a menos que o empregador concorde;

· Empregados pela primeira vez, com menos de 25 anos, podem ser pagos abaixo do salário mínimo;

· Pessoas que auto empregadas com OAEE (sistema de seguro para empresários em nome individual), que por qualquer motivo não tenham trabalho, são cobertos pelo seguro durante até dois anos desde que:

· Tenham trabalhado um mínimo de 600 dias, mais 120 por cada dia acima dos 30 anos até terem chegado aos 4500 dias ou 15 anos de trabalho;

· Não estejam segurados por um seguro do sector público.



· Liberalização das profissões ou sectores fechados (são aquelas profissões ou sectores que necessitam de autorizações do estado ou que estão altamente reguladas, tais como notários, farmácias, cirurgiões, etc). Esta medida não foi implementada dado que há processos a decorrer no Tribunal Europeio;

· Cancelar o segundo pagamento de pagamentos de solidariedade

· Aumentar as contribuições para a segurança social em 3%, tanto para empregados como empregadores.



Impostos

· IVA: todas as taxas de IVA foram aumentadas 10%: 5 para 5.5%, 10% para 11% e 21 pra 23%;

· Imposto sobre tabaco, bebidas alcoólicas e combustíveis: imposto adicional de 10%;

· Imposto em automóveis de luxo (novos e usados): 10 a 40% baseado no valor em novo e no valor de mercado;

· Publicidade na TV: toda a publicidade na TV está sujeita a um imposto de 20% a partir de 2013;

· Imposto especial de 1% para aqueles que tenham um rendimento líquido de 100 000€ ou mais.

Pensões/Reformas


Notar que a reforma do sistema de pensões já tinha sido discutida muito antes da entrada do FMI, mas nunca tinha sido implementada. A Grécia tem uma percentagem desproporcionada de população idosa, cerca de 2.6 milhões e uma população activa na ordem dos 4.4 milhões, isto para uma população total de 11.2 milhões. Isto obriga o estado a contrair empréstimos para puder efectuar os pagamentos mensais.
A 8 de Julho aprovou um conjunto de princípios depois de terem sido efectuadas mais de 50 emendas à lei. As medidas mais importantes foram:

· Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas que recebam mais de 2 500€/mês brutos. Aqueles que ganhem menos de 2500€ vão receber 200€ pela Páscoa, 200€ pelo Verão e 400€ no Natal;

· Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas com menos de 60 anos, excepto para aqueles que tenham o número mínimo de anos de contribuição, tenham menos dependentes ou estudantes com menos de 24 anos a viver na mesma casa;

· Todas as pensões congeladas até 2013;

· Calculo das pensões tendo em conta toda a carreira contributiva. Vai estar em vigor um sistema de transição até 2015;

· Passagem da idade de reforma no sector público e privado para os 65 anos;

· Ajustes da idade de reforma tendo em conta a esperança média de vida a partir de 2020;

· As pessoas podem-se reformar a partir dos 60 anos com penalizações de 6% por cada anos, ou aos 65 anos com pensão completa depois de 40 anos de serviço. A partir de 2015 ninguém abaixo dos 60 se poderá reformar;

· Os trabalhadores que tenham trabalhos de desgaste rápido podem reformar-se a partir dos 58 anos (antes era 55) a partir de 2011;

· Desconto para um fundo de solidariedade social (LAFKA), a ser feito pelos pensionistas que ganhem mais de 1400€, a partir de 1 de Agosto de 2010:

o 1401 a 1700: 3%;

o 1701 a 2300: 5%;

o 2301 a 2900: 7%;

o 2901 a 3200: 8%;

o 3201 a 3500: 9%;

o Mais de 3500: 10%.



· Aumento da idade de reforma para mães trabalhadoras:

· No sector privado: para 55 (era 50) em 2011, 60 em 2012 e 65 em 2013;

· No sector público: para 53 em 2011, 56 em 2012, 59 em 2013, 62 em 2014 e 65 em 2015;

· Com três filhos: 50 em 2011, 55 em 2012 e 60 em 2013.



· Retirada da pensão aos ex-empregados públicos que sejam apanhados a trabalhar e tenham menos de 55 anos; Corte em 70% se tiverem mais de 55 anos e se a pensão for mais de 850€/mês. A partir de 2011;

· Limitar a transferência de pensão de pais para filhos segundo critérios de idade e rendimento, o que inclui o pagamento de 26 000 a filhas divorciadas ou solteiras de empregados bancários e empregados públicos. Se os filhos podem receber duas destas transferências, apenas receberão uma delas, a maior, a partir de 2011;

· A pensão completa pode ser transferida para viúvas(os) se a data da morte ocorreu após cinco anos de casamento e o cônjuge vivo tem mais de 50 anos e se certos parâmetros de rendimentos são cumpridos. No entanto, durante os primeiros três anos após a morte os pagamentos serão retidos;

· Estabelecimento de uma pensão mínima garantida de 360€;

· As pensões não devem exceder 65% do rendimento auferido enquanto se trabalhava (anteriormente este número podia chegar aos 96% baseado nos últimos anos de trabalho e nos mais bem pagos);

· Os que não pagaram segurança social podem receber a pensão mínima desde que tenham mais de 65 anos, não tenham rendimentos e que vivam há mais de 15 anos na Grécia;

· Fusão dos 13 fundos de pensão Gregos até 2018. Os fundos dos trabalhadores por conta de outrem, agricultores, empresários em nome individual e trabalhadores do sector público, serão integrados na segurança social até 2013;

· Reduzir o número de fundos que servem os advogados, engenheiros, jornalistas e médicos;

· Reforma completa das condições de reforma dos militares e forças de segurança o que inclui aumentar a idade de reforma e a remoção de bónus especiais;


Governo italiano protege empresas estratégicas!

Como seria útil seguir certos exemplos...

Proteger as marcas tradicionais do país e as empresas de sectores “estrategicamente relevantes” é objectivo do conselho de ministros do governo italiano que, através de um novo decreto-lei, adoptou medidas para impedir que investidores estrangeiros se tornem accionistas maioritários das empresas italianas do agronegócio, defesa, energia e telecomunicações e até do… luxo.
 



O decreto foca-se também no princípio da reciprocidade, que permite às empresas italianas alvo de investimentos estrangeiros ditos “agressivos” aplicar acções defensivas em vigor no país de origem dos grupos que as ameaçam com OPA’s.


Esta decisão do executivo italiano surge face ao ataque de empresas francesas à Parmalat e à Bulgari que, sem mecanismos de defesa, foram presa fácil para a Lactalis e a LVMH.
 
O grupo francês LVMH chegou, em Março, a acordo com a Bulgari para controlar a casa italiana de artigos de luxo e, dias depois, da empresa de lacticínios francesa Lactalis comprou 29 por cento da italiana Parmalat.


in: inteligenciaeconomica.com

segunda-feira, 11 de abril de 2011

FMI: Fundo para Menores Incapazes?

Um dos últimos episódios da crise nacional consistiu no pedido de ajuda ao Fundo Europeu e indirectamente ao FMI.


Em si, não nos escandaliza, nem o pedido de ajuda, nem a concessão da mesma.


Escândalo é, sem qualquer dúvida, a conduta dos diversos executivos e da classe politica em geral, que nos conduziu até aqui.


Mais escandaloso é ainda, se possível, o desplante de todos os lideres partidários e da classe politica em geral, a atitude e o discurso face ao “estado de sítio” económico e financeiro em que o pais se encontra.


A oposição, que chumbou o PEC 4 com o único objectivo de motivar a demissão do governo, apesar de saber de antemão que com o adiamento da implementação das medidas previstas no mesmo motivava um elevado acréscimo de prejuízo financeiro ao erário público e sem embargo de poder chegar ao seu objectivo (a demissão do governo) sem prejudicar a implementação imediata do referido plano, não agravando, por outra via, a situação financeira, não o fez, deliberadamente.


O pais e a nação não são, seguramente, as suas prioridades!


O governo que propôs o PEC4 tardiamente, depois de saber muito bem que as medidas previstas no mesmo já se justificavam de há muito, fê-lo depois de o ter negociado em segredo e nas costas de todos, sabendo muito bem que tal facto conduziria, muito provavelmente, ao que conduziu.


A oposição, agindo como agiu, para além do referido adiamento que motivou, deu a possibilidade ao governo de branquear a sua responsabilidade nos diversos défices e de se vitimizar, fazendo a opinião pública e publicada continuarem a concentrarem-se nos aspectos acessórios – as guerrilhas partidárias e as bizantinices constitucionais– em detrimento das questões essenciais como a profunda reforma de que o Estado carece, a conciliação dos interesses aparentemente inconciliáveis da contenção e do crescimento, a obrigatória mudança de paradigma.


O pais e a nação não são, seguramente, as suas prioridades!


A classe politica em geral, face ao presente cenário e apesar do mesmo, continua igual a si própria preparando-se para mais uma campanha eleitoral que pretende igual a todas as outras.


O pais e a nação não são, seguramente, as suas prioridades!


O FMI (para simplificar) não é um mal em si próprio! Nem vem ensinar-nos nada que já não soubéssemos!


Vem apenas garantir aos credores que nos portamos, face às circunstâncias que criámos, de acordo com o senso que se impõe em casas desgovernadas!


Irão os impostos aumentar? Talvez, mas tal só sucederá por termos gasto muito mais do que devíamos e podíamos!


Se a receita vier a aumentar em resultado de mais impostos, tal resulta de uma necessidade dramática e indecente gerada por gestões irresponsáveis e não por causa do FMI.


Irá reduzir-se a despesa? Provavelmente, mas tal só sucederá por termos gasto muito mais do que devíamos e podíamos!


Se a despesa vier a reduzir-se em resultado de cortes absolutamente necessários, tal resulta de uma necessidade de ajustamento entre a riqueza que geramos e o bem estar a que ela dá direito, não por causa do FMI.


O FMI que tem como finalidade garantir aos credores de Portugal que o pais está a gastar de acordo com o que produz, também nos garante a nós que a classe política está conformada pelo mesmo espartilho.


Não nos parece mal de todo, muito pelo contrário, sobretudo atendendo ao facto de já termos concluído que quer o governo, quer as oposições - a classe política em geral- não têm o pais e a nação, seguramente, como suas prioridades!


Portanto, incapazes para nos governarmos, temos a curadoria a que temos (por enquanto) direito: a do FMI!


É insanidade virarmo-nos contra o FMI, sem, pelo menos, nos repensarmos primeiro e, entretanto, demonstrarmos que temos capacidade para sermos autónomos e independentes!


Não nos parece porém que tal estado de consciência seja realizável com esta classe politica!