segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
II Festival de Bar Inter-Escolas
É já no próximo dia 15 de Março que terá lugar no Multiusos de Albufeira o II Festival de Bar inter escolas. Neste Festival participam alunos provenientes de vários concelhos do Algarve que frequentam os Cursos Profissionais das Escolas Secundárias e dos Cursos de Educação Formação das Escolas Básicas.
Os treinos tem sido intensos e os três melhores alunos do curso, vão estar em representação da nossa escola no Multiusos de Albufeira.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
sábado, 26 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
INSISTINDO NA "PESCADINHA DE RABO NA BOCA" ...
Todos temos a noção de que as coisas vão mal no que toca às contas do Estado. Vemos isso claramente através do aumento dos impostos e contribuições que revelam a premência na receita para fazer face à despesa pública.
A economia sofre penosamente com essa retirada de massa monetária da circulação interna e o fantasma da recessão almoça connosco diariamente.
O governo, finalmente decidiu reduzir nos salários da função pública, evitando o aumento do desemprego neste sector –sobrepovoado em resultado de constituir moeda de troca para os favores políticos – penalizando quem merece e quem não merece.
Decidiu também reduzir as prestações sociais através da redução de circunstâncias aptas a beneficiar de subsídios, designadamente de desemprego, e pensa já em reduzir o período de tempo em que os beneficiários dele poderão usufruir, tudo em ordem a reduzir a despesa pública.
As medidas tomadas, de uma parca imaginação (reduz a despesa, aumenta a receita), prometiam um resultado animador, de uma óptica estritamente financeira.
Porém, não foi o que sucedeu...
Se é facto que o défice das contas publicas, em Janeiro de 2011, foi inferior em cerca de 60% ao de igual período do ano transacto, tal deveu-se sobretudo ao aumento da receita, isto é, ao aumento de impostos (mais 15,1%).
Conclusão os resultados são ainda menos imaginosos: a redução do défice continua a ser feito à conta do aumento da receita, isto é dos impostos a todos nós e pouco ou nada à conta de uma efectiva disciplina de contenção na despesa.
Sabendo nós que por esta via – retirada de massa monetária de circulação – a economia definha.
A economia definhando, não
gera riqueza, ou gera menor riqueza, logo menor receita.
Trata-se de uma verdadeira “pescadinha de rabo na boca”!
Temos também a noção de que, os famigerados mercados são quem define as politicas do nosso estado, porquanto continuando a desconfiar da nossa capacidade de resolver o problema das contas públicas, mantêm acima dos 7% os juros que pagamos pelos empréstimos necessários a mantermo-nos à tona de água e o nosso Governo, por via disso, age tentando demonstrar que somos implacáveis nas medidas tendentes a reduzir o défice.
Sabemos também que enquanto estivermos focados em exclusivo na redução daquelas taxas de juro, tudo o resto que cabe ao Governo é gerir consequências...
Vai sobrar para as regalias de um Estado Social, tal como o conhecemos, o resultado deste imbróglio.
Não será esta uma oportunidade para reformar o conceito, ajustando-o às imposições do presente que o futuro confirmará?
Quem menos duvidar deste cenário, será quem menor grau de frustração sofrerá.
Mas se assim será, não seria mais curial empreenderem-se politicas que tenham isso em consideração, designadamente concentrando-se empenhada e prioritariamente em ponderar sobre o estado social possível adoptando desde logo as alterações inevitáveis a conservá-lo tal como pode manter-se?
Não seria mais curial apoiar-se a dinamização da economia (criação de riqueza)com base nos recursos disponíveis que ainda não dependem dos “mercados”, reflexão, inteligência, decisão e trabalho?
Com base na concentração de esforços nos sectores adoptados como estratégicos? E na melhoria da nossa capacidade de produção e produtividade?
Tudo isto enquanto se vão outros debatendo com a complexidade da tesouraria?
E com o pais envolvido nesse esforço? Não seria conveniente?
Todos admiramos e choramos depois, os heróis! Parece-nos no entanto que o pais, em vez de heróis, precisa é de gente razoável que aja com bom senso e racionalidade e não em função do que a manada dos países desenvolvidos tem feito (que tem sido esperar resultados diferentes permanecendo a fazer as mesmas coisas), apesar da crise e das profundas transformações operadas na economia mundial!
E, quem quer que venha a ser, se tiver uma visão prospectiva do que anda a fazer e do planeta onde vive, tanto melhor!
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Contribuintes sós e mal acompanhados?
O recente caso da cidadã falecida em casa e na mesma “conservada” por vários anos, apesar da determinação kafkiana de um seu familar em ir batendo à porta da lei visando arrombar a porta da casa de sua parente, uma vez detectado e noticiado, motivou já o conhecimento público de um conjunto largo de casos, é certo que menos radicais, mas igualmente elucidativos sobre algumas características das sociedade modernas, com destaque para a solidão, em dramático crescimento.
Cerca de um ano antes, correu pela internet uma noticia atribuida ao New York Times, acerca de uma bizarria semelhante, de algum modo agravada no que à solidão dos que se encontram acompanhados diz respeito, ditando a mesma:
“HOMEM MORTO TRABALHA DURANTE UMA SEMANA
Os Gerentes de uma Editora estão tentando descobrir, porque ninguém notou que um dos seus empregados estava morto, sentado à sua mesa há CINCO DIAS.
George Turklebaum, de 51 anos de idade, que trabalhava como Revisor de Texto numa firma de Nova Iorque há cerca de 30 anos, sofreu um ataque cardíaco no andar onde trabalhava (open space, sem divisórias) com outros 23 funcionários.
Ele morreu tranquilamente na segunda-feira, mas ninguém notou até ao sábado seguinte pela manhã, quando um funcionário da limpeza o questionou, porque ainda estava a trabalhar no fim de semana.
O seu chefe, Elliot Wachiaski, disse:
“O George era sempre o primeiro a chegar todos os dias e o último a sair no final do expediente, ninguém achou estranho que ele estivesse na mesma posição o tempo todo e não dissesse nada. Ele estava sempre envolvido no seu trabalho e fazia-o muito sozinho.”
A autópsia revelou que ele estava morto há cinco dias, depois de um ataque cardíaco. “
A noticia circulou acrescida da exploração humorística do grotesco, sugerindo a ficção dos factos narrados:
“SUGESTÃO: De vez em quando acene para os seus colegas de trabalho.
Certifique-se de que eles estão vivos e mostre que você também está!”
“MORAL DA HISTÓRIA:
Não trabalhe demais. Ninguém nota mesmo...”
No caso português, que entre outras virtualidades tem aquela de nos fazer acreditar que a
noticia do New York Times é verdadeira, dado o longo período de tempo em que o cadáver esteve “retido” dentro de casa, a tónica foi colocada na ineficiência dos instrumentos que a pesada e dispendiosa máquina da justiça põe à disposição dos cidadãos que a sustentam, por um lado, e por outro na excepção que a eficácia da administração fiscal representa hoje em dia, naquela grande família da justiça.
De resto, justificadamente, embora se tivesse assistido, aqui ou ali, a uma breve reflexão sobre a solidão nas sociedades modernas.
Pudera, nesta matéria como em muitas outras relativas a eficiência e eficácia, a sociedade americana ( e todas as outras ditas realmente desenvolvidas) está muito “à frente” e vai-nos “iluminando o caminho”, que percorremos, aparentemente, sem má consciência.
O humor, no caso americano, pareceu perder a irreverência crítica que lhe é habitualmente associada para ganhar (???) a equivalência à resignação perante aquilo que parece uma inevitabilidade: a solidão nas sociedades modernas e desenvolvidas, nas quais aquela atinge a sua fase suprema, tal qual como no episódio relatado pela noticia do New York Times.
A eficácia da administração fiscal num contexto de ineficiência da justiça, no caso português, pareceu ganhar a equivalência à crueldade perante aquilo que parece uma inevitabilidade: a redução do défice das contas públicas far-se-á através da desconsideração do principal activo com que o pais conta: as pessoas, tal como em qualquer sociedade feudal ou Estado Policia.
Temos todos assim razão, pelo menos neste particular, para estar optimistas: por este caminho vamos chegar rapidamente à fase suprema da solidão que é aquela dos que se encontram acompanhados!
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
domingo, 20 de fevereiro de 2011
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Pescadores: Contribuições ou Confisco?
As associações de pescadores do Algarve decidiram lutar contra o novo regime contributivo para a segurança social previsto no Código Contributivo.
Como primeira medida decidiram convocar uma concentração de pescadores no próximo dia 21 de Fevereiro, pelas 11 Horas, frente às instalações do Centro Distrital de Segurança Social de Faro, na Rua Pintor Carlos Porfírio.
Em boa hora o fizeram e, por este meio evidenciam encontrarem-se conscientes das alterações (profundas) introduzidas por aquele Código Contributivo em vários domínios, em particular na vida contributiva dos trabalhadores independentes, estatuto que aquele Código faz especialmente abranger os proprietários de embarcações de pesca local e costeira, ainda que integrem o rol de tripulação, que exerçam efectiva actividade profissional nestas embarcações.
Os pescadores, como a generalidade dos cidadãos compreendem, defendem e reivindicam os benefícios de um Estado Social.
Sabem por isso que um Estado Social é suportado pelos cidadãos-contribuintes através dos impostos e contribuições que pagam com vista a suportar o sistema implementado pelo dito Estado que se pretende social.
Sucede que o Estado que se pretende Social tem o dever de gerir a incidência da receita, a sua medida e o resultado da sua cobrança – a receita propriamente dita - com responsabilidade, competência e numa medida economicamente sustentável para os diversos contribuintes e categorias de contribuintes.
As dificuldades decorrentes do défice e do endividamento, de per si, não podem justificar, nem justificam uma carga e pressão fiscais que esmaguem a actividade económica, logo o rendimento dos agentes económicos e, a prazo, a receita fiscal que incide sobre o mesmo. Porque desse modo, é pior a emenda que o soneto!
O bom senso impede-o, a sanidade mental de todos nós carece do mesmo como de pão para a boca e a economia reclama-o como condição sem a qual não pode sustentar todo o sistema.
Existe assim, como na generalidade da natureza, um limite para tudo.
Esta ordem natural das coisas parece não ter aplicação efectiva no que à despesa do Estado diz respeito. Daí o estado de agonia em que Portugal se encontra, tal como os cidadãos-contribuintes, aliás.
Em matéria de receita porém, a Constituição da República, muito bem, prevê que os impostos só podem incidir sobre o lucro real. Excluindo assim, por principio e expressamente, qualquer outra forma de encontrar a medida do imposto.
O imposto só deverá existir se existir lucro e só na medida deste será encontrado, obtido e pago!
Num Estado de valores e não de oportunidades é assim que deverá ser!
Daí que as circunstâncias decorrentes do défice e do endividamento, condicionando inevitavelmente todos os contribuintes portugueses, não possam motivar o derrube dos valores em nome do mal estar das contas do deve e haver, as quais não foram geridas com competência, responsabilidade e parcimónia.
Daí também que todas as formas de antecipar imposto (por exemplo: pagamentos por conta, rendimento presumido)firam valores essenciais (e constitucionais) mesmo quando justificados pela emergência do estado deplorável das contas públicas.
Sobretudo quando não se vê, do lado da despesa do Estado, por parte dos Executivos (este ou outro qualquer) em resultado da mesma emergência, sacrifícios exemplares e proporcionais aos da generalidade dos cidadãos-contribuintes.
Por isso temos hoje, de um lado um Estado que gastou mais do que devia e mais do que pode e de outro cidadãos-contribuintes que suportam os encargos de uma despesa desproporcionada à dimensão do que a economia consegue gerar e sem que sobre a mesma tenham qualquer controlo eficaz.
Tudo em resultado da verdadeira “ditadura da tesouraria” que tudo “justifica” designadamente os atropelos aos valores sagrados num Estado de Direito e, como noutros, no caso do regime de contribuições para a segurança social a que pretendem sujeitar os pescadores donos de embarcações de pesca local e costeira, uma ameaça de morte à sustentabilidade da economia deste tipo de pesca, por via da imposição de contribuições baseadas, não no rendimento real, mas nas presunções legais, de rendimento como se estas pudessem, de per si, criar riqueza.
A verificarem-se os efeitos previsíveis da aplicação do novo regime contributivo aos pescadores, poderemos antever o aumento das importações de pescado com os efeitos correlativos na balança comercial através do agravamento do seu défice, o que determinará um maior endividamento externo, o qual, por outro lado se pretende evitar a todo o custo.
Uma politica fiscal cega, determinada exclusivamente pela pressão da tesouraria, para além de injusta, pode ser instrumento do mal que pretende debelar, mas não só. Pode também, através da cura, matar quem nunca morreria da doença!
Por último, mas não por fim, uma palavra para os custos que as obrigações declarativas e outras administrativas implicarão para estes contribuintes e as receitas “extraordinárias” que ocasionarão para a Segurança Social provenientes de todo aquele que não estiver rigorosamente preparado para responder prontamente ao pagamento das contribuições.
Falamos das famosas COIMAS que são um verdadeiro flagelo responsável por milhões de milhões de euros de receita que resulta não da aplicação do imposto a rendimento efectivo obtido pelo contribuinte mas de mera criação administrativa de riqueza onde não a há, como num verdadeiro passe de mágica executado com mão de ferro e com vitimas garantidas à partida (cujo montante efectivo o governo recusa informar)(e que a coberto da sua natureza penal, constitui um verdadeiro confisco já que ultrapassa habitualmente o razoável, sem que muitas vezes provenha de lei oriunda da Assembleia da República que a sustente, como deveria ser, e que converte “toda a sorte de contribuinte” em prevaricador) em resultado de qualquer, micro, pequeno, médio ou grande incumprimento, na maior parte das vezes resultante de incapacidade económica do contribuinte para o pagamento atempado ou de incapacidade económica para dispor do suporte administrativo/declarativo à altura das exigências.
Coimas estas nas quais o novo regime é abundante, o qual, neste momento, já deve ter, a este titulo, muitos milhões de euros para receber dos contribuintes que ainda nem perceberam como a sua vida se transfigurou com a entrada em vigor do Código Contributivo, nem se consciencializaram de que, sem mais, no próximo dia 21 do corrente, já poderão ser devedores de COIMAS e CONTRIBUIÇÕES.
Mesmo sem que tenham pescado um único carapau!
Ora, isto não é razoável;
Isto não está adequado à economia donde provêm a riqueza e o rendimento.
Isto constitui uma verdadeira ameaça à sustentabilidade da profissão e a prazo da captura do pescado nacional pelos nacionais.
Logo, isto é injusto!
Isto não foi objecto do mandato conferido aos eleitos para legislar.
Isto não é, por conseguinte, materialmente democrático.
Isto fede!
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Isabel Soares arguida no processo "Viga d'Ouro"
A presidente Isabel Soares foi constituída arguida no chamado "caso Viga d' Ouro". A confirmação desta situação foi dada pela própria presidente da Câmara Municipal de Silves aos seus vereadores, em reunião do passado dia 15 de Fevereiro.
O Terra Ruiva solicitou um comentário à presidente da autarquia, que esclarece o seguinte:
«Conforme solicitado pelo Jornal Terra Ruiva, seguem-se alguns esclarecimentos sobre o processo Viga d Ouro.
Na sequência de ofícios enviados pela Direcção Geral das Contribuições e Impostos a este Município, inquirindo acerca das relações entre o Município de Silves e a referida empresa, foi por minha iniciativa instaurada uma auditoria interna. Tal auditoria interna culminou na descoberta da prática de várias irregularidades respeitantes à referida Viga d'Ouro, tendo, também por minha iniciativa, sido enviados os referidos relatórios de auditoria a diversas entidades entre as quais a Policia Judiciária e o Ministério Público. Posteriormente e porque o processo tardava em ter desenvolvimentos, cheguei inclusivamente a ter uma reunião com o Sr. Procurador-Geral da República, dando lhe conta da minha preocupação na demora do processo e solicitando os seus bons ofícios, no sentido de acelerar a investigação.
Confirmo que o processo está a ter desenvolvimentos, ainda que isso implique, como sempre soube e como sempre dei conta, que numa fase inicial tal possa implicar a constituição da minha própria pessoa como arguida, o que já ocorreu.
Aguardo serenamente o desenrolar do presente processo, sempre na disponibilidade de ajudar/colaborar com as autoridades competentes.
A Presidente da Câmara Municipal de Silves
Maria Isabel Fernandes da Silva Soares»
O início do caso Viga d' Ouro
O processo inicia-se com uma solicitação efectuada pela Direcção Geral de Finanças, em 1 de Junho de 2006, que inquiria sobre obras municipais realizadas pela empresa Viga d'Ouro, entre o final de 2004 e meados de 2006.
Alegadamente por dificuldades dos serviços municipais, a Câmara não dá resposta às Finanças e estas insistem, a 3 de Julho, dando à autarquia um prazo de dez dias para responder sobre as questões relacionadas com obras de remodelação da rede de águas e esgotos em várias localidades do concelho.
O caso torna-se público e a 5 de Junho de 2006, a presidente Isabel Soares abre um inquérito para o apuramento dos factos. Em consequência do inquérito realizado, conclui-se que, não foram encontrados os contratos de adjudicação de todas as obras entregues à Viga d' Ouro, nem foram apresentados os elementos necessários para o concurso, e surgem diferenças entre os valores das propostas apresentadas e as adjudicações.
O inquérito revela ainda que durante o período inquirido - cerca de 12 meses - registou-se a execução de 135 obras, o que em média significa a realização de 11 obras por mês, mas nenhuma delas aparece publicada no Diário da República, nos termos da lei, regista-se também que as obras eram fraccionadas, por forma a não ultrapassarem o valor que a lei obriga à realização de concurso. No total, durante este período, verifica-se que a Viga d'Ouro realizou obras no valor de cerca de cinco milhões de euros.
No rescaldo do caso, alguns funcionários são acusados de violação do dever de zelo. O PS e a CDU exigem a demissão da presidente Isabel Soares mas esta defende-se alegando que "à data" não detinha a responsabilidade do pelouro financeiro, o que dá origem a uma divergência pública, com o ex-vereador José Paulo Sousa, que entretanto também foi constituído arguido neste processo, assim como o ex-vereador Domingos Garcia.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
ESTE, SIM, É O MEU PAÍS !
"EU CONHEÇO UM PAÍS..."
Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso, In Revista "Exportar"
-Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.
-Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.
-Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
-Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.
-Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
-Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.
-Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.
-Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.
-Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.
Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.
Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os de toda a EU.
Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES.
Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.
Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.
Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.
Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis.
Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.
Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade pelo Mundo.
Eu, Luís Pirão, acrescento mais uns pontos à lista do Nicolau Santos:
- Eu conheço um país que é segundo em net de banda larga na Europa.
- Eu conheço um país que tem uma capital com eventos culturais fantásticos que fazem frente a qualquer cidade do mundo. Que tem potencialidades turísticas ilimitadas com restaurantes para todas as carteiras e com comida deliciosa, assim como alojamento para todas as bolsas e de razoável qualidade. Basta ir a Londres e ver toda a gente a comer sandwiches no jardim pois a alimentação atingiu preços exorbitantes nos restaurantes.
- Eu conheço um país com uma história ímpar que ligou todos os continentes comercialmente pela primeira vez na história da humanidade no século XVI.
- Eu conheço um país que tem a sua selecção de futebol neste mês de Maio no 3.º lugar do ranking mundial em mais de 200 nações, só o Brasil e a Espanha estão à frente com poucos pontos de diferença.
- Eu conheço um país que conquistou meio mundo no século XVI com base no respeito pelos outros povos, com base nas trocas comerciais, com base na diplomacia.
- Eu conheço um país que venceu os seus compatriotas espanhóis pela força de vontade de um homem chamado Nuno Alvares Pereira e que permitiu a paz para a nação se lançar nos descobrimentos marítimos.
Eu Jorge Macedo, acrescento mais uns pontos à lista do Nicolau Santos e do Luís Pirão:
- Eu conheço um País que está a criar um medicamento que previne e combate a obesidade.
- Eu conheço um País que produz os melhores sapatos do mundo.
- Eu conheço um País que produz os fatos usados na Fórmula 1 e nos astronautas da NASA.
- Eu conheço um País que produz o melhor software de GPS do mundo.
- Eu conheço um País que faz os melhores lasers do mundo, utilizados na medicina e na indústria aeroespacial.
- Eu conheço um País que tem um monumento que tem 6 orgãos, sendo o único no mundo (Convento Mafra).
- Eu conheço um País que produz os adereços utilizados pela indústria cinematográfica de Hollywood.
- Eu conheço um País que tem a maior variedade gastronómica do mundo.
- Eu conheço um País que criou a única palete de cores para leitura de daltónicos.
O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive: P O R T U G A L !!!!
Mas é verdade.Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.
Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe: como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo ) .
É este o País de sucesso em que também vivemos, mas nós só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso. É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.
Vamos mudar a nossa mentalidade para ajudarmos o nosso país que tanto precisa de nós, vamos dar o primeiro passo e falar coisas positivas e optimistas.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
domingo, 13 de fevereiro de 2011
O carnaval está a chegar!
sábado, 12 de fevereiro de 2011
O crescimento económico tal como o conhecemos: no fio da navalha!
As Nações Unidas para um cenário de médio crescimento estimam que a população mundial que hoje ronda os 6,5 mil milhões atinja nos próximos 40 anos os 9 mil milhões de habitantes este crescimento populacional incidirá sobretudo nos países menos desenvolvidos.
A classe média mundial também tem vindo a aumentar particularmente nas economias emergentes, a depleção de energia (petróleo), as mudanças climáticas que estão a perturbar o ciclo hidrológico da água e os efeitos da rápida urbanização, tem provocado uma pressão insustentável sobre os recursos naturais disponíveis. Para termos uma noção do problema, em 2000 a população mundial era de quatro vezes maior do que em 1900, mas utilizava 16 vezes mais recursos.
Consumindo os países desenvolvidos muito acima das possibilidades do planeta e procurando os países em vias de desenvolvimento recuperar o seu atraso, a capacidade, que os ecossistemas têm de produzir materiais biológicos úteis, e em simultâneo a de absorverem os resíduos gerados pela actividade do ser humano, não será suficiente para sustentar o crescimento e os recursos existentes, incluindo a água, esgotar-se-ão rapidamente.
O modelo de desenvolvimento que temos seguido baseia-se na perspectiva de que os recursos naturais e especialmente os energéticos eram infinitos e baratos. Já todos percebemos e sentimos que isso não é verdade, a energia “barata” baseada nos hidrocarbonetos especialmente o petróleo tem os dias contados e as energias provenientes de outras fontes, representam neste momento só cerca de 17% do total da energia utilizada a nível mundial.
Tradicionalmente a riqueza dum país ou região é medido através do Produto Interno Bruto (PIB), este indicador pode medir a riqueza de um país ou região, mas não consegue avaliar problemas com o congestionamento ou a poluição, subprodutos do PIB.
Estamos sobre o fio da navalha, não será possível manter por mais tempo este tipo de crescimento infinito num planeta finito, porque os combustíveis fósseis e muitos minerais estão a esgotar-se e menos energia implica menos actividade económica. Por outro lado os impactes provocados no ambiente, devido à extracção ou ao uso desses recursos, incluindo a queima dos combustíveis fósseis tem provocado um aumento significativo nos custos, devido aos esforços que são feitos para os evitar e na reparação de estragos provocados por eventos extremos que são hoje cada vez mais frequentes.
O sistema financeiro não foi capaz de se ajustar a esta realidade, onde à escassez de recursos e o aumento dos custos ambientais são hoje uma certeza. Demonstrou também uma incapacidade intolerável para lidar com a dívida que se acumulou ao longo das últimas décadas.
Neste paradigma por muito que não queiramos interiorizar é hoje uma realidade, o petróleo barato acabou e como a nossa economia funciona essencialmente com petróleo, entramos num túnel, onde dificilmente e com este modelo de desenvolvimento se verá uma luz lá no fundo.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Excerto de "Os Lusiadas", na mais recentemente conhecida versão popular!
I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas.
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano.
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV
E vós, ninfas do Douro onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
Ao recebermos esta "preciosidade" não podémos deixar de a partilhar convosco!
Naturalmente que não o fazemos por mal querer ou à obra ou ao seu autor, mas por admirar sinceramente todos aqueles que se sabem rir de si próprios!
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Crónica: Um segredo de um casamento feliz.
Confesso que a minha ambição era a mais louca de todas: revelar os segredos de um casamento feliz. Tendo descoberto que são desaconselháveis os conselhos que ia dar, sou forçado a avisar que, quase de certeza, só funcionam no nosso casamento.
Mas vou dá-los à mesma, porque nunca se sabe e porque todos nós somos muito mais parecidos do que gostamos de pensar.
O casamento feliz não é nem um contrato nem uma relação. Relações temos nós com toda a gente. É uma criação. É criado por duas pessoas que se amam.
O nosso casamento é um filho. É um filho inteiramente dependente de nós. Se nós nos separarmos, ele morre. Mas não deixa de ser uma terceira entidade.
Quando esse filho é amado por ambos os casados - que cuidam dele como se cuida de um filho que vai crescendo -, o casamento é feliz. Não basta que os casados se amem um ao outro. Têm também de amar o casamento que criaram.
O nosso casamento é uma cultura secreta de hábitos, métodos e sistemas de comunicação. Todos foram criados do zero, a partir do material do eu e do tu originais.
Foram concordados, são desenvolvidos, são revistos, são alterados, esquecidos e discutidos. Mas um casamento feliz com dez anos, tal como um filho de dez anos, tem uma personalidade mais rica e mais bem sustentada, expressa e divertida do que um bebé com um ano de idade.
Eu só vivo desta maneira - que é o nosso casamento - vivendo com a Maria João, da maneira como estamos um com o outro, casados. Nada é exportável. Não há bocados do nosso casamento que eu possa levar comigo, caso ele acabe.
O casamento é um filho carente que dá mais prazer do que trabalho. Dá-se de comer ao bebé mas, felizmente, o organismo do bebé é que faz o trabalho dificílimo, embora automático, de converter essa comida em saúde e crescimento.
Também o casamento precisa de ser alimentado mas faz sozinho o aproveitamento do que lhe damos. Às vezes adoece e tem de ser tratado com cuidados especiais. Às vezes os casamentos têm de ir às urgências. Mas quanto mais crescem, menos emergências há e melhor sabemos lidar com elas.
Se calhar, os casais apaixonados que têm filhos também ganhariam em pensar no primeiro filho que têm como sendo o segundo. O filho mais velho é o casamento deles. É irmão mais velho do que nasce e ajuda a tratar dele. O bebé idealmente é amado e cuidado pela mãe, pelo pai e pelo casamento feliz dos pais.
Se o primeiro filho que nasce é considerado o primeiro, pode apagar o casamento ou substitui-lo. Os pais jovens - os homens e as mulheres - têm de tomar conta de ambos os filhos. Se a mãe está a tratar do filho em carne e osso, o pai, em vez de queixar-se da falta de atenção, deve tratar do mais velho: do casamento deles, mantendo-o romântico e atencioso.
Ao contrário dos outros filhos, o primeiro nunca sai de casa, está sempre lá. Vale a pena tratar dele. Em contrapartida, ao contrário dos outros filhos, desaparece para sempre com a maior das facilidades e as mais pequenas desatenções. O casamento feliz faz parte da família e faz bem a todos os que também fazem parte dela.
Os livros que li dão a ideia de que os casamentos felizes dão muito trabalho. Mas se dão muito trabalho como é que podem ser felizes? Os livros que li vêem o casamento como uma relação entre duas pessoas em que ambas transigem e transaccionam para continuarem juntas sem serem infelizes. Que grande chatice!
Quando vemos o trabalho que os filhos pequenos dão aos pais, parece-nos muito e mal pago, porque não estamos a receber nada em troca. Só vemos a despesa: o miúdo aos berros e a mãe aflita, a desfazer-se em mimos.
É a mesma coisa com os casamentos felizes. Os pais felizes reconhecem o trabalho que os filhos dão mas, regra geral, acham que vale a pena. Isto é, que ficaram a ganhar, por muito que tenham perdido. O que recebem do filho compensa o que lhe deram. E mais: também pensam que fizeram bem ao filho. Sacrificam-se mas sentem-se recompensados.Num casamento feliz, cada um pensa que tem mais a perder do que o outro, caso o casamento desapareça. Sente que, se isso acontecer, fica sem nada. É do amor. Só perdeu o casamento deles, que eles criaram, mas sente que perdeu tudo: ela, o casamento deles e ele próprio, por já não se reconhecer sozinho, por já não saber quem é - ou querer estar com essa pessoa que ele é.
Se o casamento for pensado e vivido como uma troca vantajosa - tu dás-me isto e eu dou-te aquilo e ambos ficamos melhores do que se estivéssemos sozinhos -, até pode ser feliz, mas não é um casamento de amor.
Quando se ama, não se consegue pensar assim. E agora vem a parte em que se percebe que estes conselhos de nada valem - porque quando se ama e se é amado, é fácil ser-se feliz. É uma sorte estar-se casado com a pessoa que se ama, mesmo que ela não nos ame.
Ouvir um casado feliz a falar dos segredos de um casamento feliz é como ouvir um bilionário a explicar como é que se deve tomar conta de uma frota de aviões particulares - quantos e quais se devem comprar e quais as garrafas que se deve ter no bar, para agradar aos convidados.
Dirijo-me então às únicas pessoas que poderão aproveitar os meus conselhos: homens apaixonados pelas mulheres com quem estão casados.
E às mulheres apaixonadas pelos homens com quem estão casadas? Não tenho nada a dizer. Até porque a minha mulher continua a ser um mistério para mim. É um mistério que adoro, mas constitui uma ignorância especulativa quase total.
Assim chego ao primeiro conselho: os homens são homens e as mulheres são mulheres. A mulher pode ser muito amiga, mas não é um gajo. O marido pode ser muito amigo, mas não é uma amiga.
Nos livros profissionais, dizem que a única grande diferença entre homens e mulheres é a maneira como "lidam com o conflito": os homens evitam mais do que as mulheres. Fogem. Recolhem-se, preferem ficar calados.
Por acaso é verdade. Os livros podem ser da treta mas os homens são mais fugidios.
Em vez de lutar contra isso, o marido deve ceder a essa cobardia e recolher-se sempre que a discussão der para o torto. Não pode ser é de repente. Tem de discutir (dizê-las e ouvi-las) um bocadinho antes de fugir.
Não pode é sair de casa ou ir ter com outra pessoa. Deve ficar sozinho, calado, a fumegar e a sofrer. Ele prende-se ali para não dizer coisas más.
As más coisas ditas não se podem desdizer. Ficam ditas. São inesquecíveis. Ou, pior ainda, de se repetirem tanto, banalizam-se. Perdem força e, com essa força, perde-se muito mais.
As zangas passam porque são substituídas pela saudade. No momento da zanga, a solidão protege-nos de nós mesmos e das nossas mulheres. Mas pouco - ou muito - depois, a saudade e a solidão tornam-se insuportáveis e zangamo-nos com a própria zanga. Dantes estávamos apenas magoados. Agora continuamos magoados mas também estamos um bocadinho arrependidos e esperamos que ela também esteja um bocadinho.
Nunca podemos esconder os nossos sentimentos mas podemos esconder-nos até poder mostrá-los com gentileza e mágoa que queira mimo e não proclamação.
Consiste este segredo em esperar que o nosso amor por ela nos puxe e nos conduza. A tempestade passa, fica o orgulho mas, mesmo com o orgulho, lá aparece a saudade e a vontade de estar com ela e, sobretudo, empurrador, o tamanho do amor que lhe temos comparado com as dimensões tacanhas daquela raivinha ou mágoa. Ou comparando o que ganhamos em permanecer ali sozinhos com o que perdemos por não estar com ela.
Mas não se pode condescender ou disfarçar. Para haver respeito, temos de nos fazer respeitar. Tem de ficar tudo dito, exprimido com o devido amuo de parte a parte, até se tornar na conversa abençoada acerca de quem é que gosta menos do outro.Há conflitos irresolúveis que chegam para ginasticar qualquer casal apaixonado sem ter de inventar outros. Assim como o primeiro dever do médico é não fazer mal ao doente, o primeiro cuidado de um casamento feliz é não inventar e acrescentar conflitos desnecessários.
No dia-a-dia, é preciso haver arenas designadas onde possamos marrar uns com os outros à vontade. No nosso caso, é a cozinha. Discutimos cada garfo, cada pitada de sal, cada lugar no frigorífico com desabrida selvajaria.
Carregamos a cozinha de significados substituídos - violentos mas saudáveis e, com um bocadinho de boa vontade, irreconhecíveis. Não sabemos o que representam as cores dos pratos nas discussões que desencadeiam. Alguma coisa má - competitiva, agressiva - há-de ser. Poderíamos saber, se nos déssemos ao trabalho, mas preferimos assim.
A cozinha está encarregada de representar os nossos conflitos profundos, permanentes e, se calhar, irresolúveis. Não interessa. Ela fornece-nos uma solução superficial e temporária - mas altamente satisfatória e renovável. Passando a porta da cozinha para irmos jantar, é como se o diabo tivesse ficado lá dentro.
Outro coliseu de carnificina autorizada, que mesmo os casais que não podem um com o outro têm prazer em frequentar, é o automóvel. Aí representamos, através da comodidade dos mapas e das estradas mesmo ali aos nossos pés, as nossas brigas primais acerca das nossas autonomias, direcções e autoridades para tomar decisões que nos afectam aos dois, blá blá blá.
Vendo bem, os casamentos felizes são muito mais dramáticos, violentos, divertidos e surpreendentes do que os infelizes. Nos casamentos infelizes é que pode haver, mantidas inteligentemente as distâncias, paz e sossego no lar.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Viagens no tempo...na economia doméstica e na pública.
Independentemente da disciplina que as "boas contas" obrigava a tudo e a todos, convenhamos que o resultado da ortodoxia das contas públicas, concedia a Portugal um crédito, nesta sede, hoje, invejável.
Sem pretender, de todo, fazer, a apologia desses tempos de má memória no que ao direito e ás liberdades pessoais e politicas disse respeito, não podemos deixar de reconhecer que, em matéria de credibilidade das contas públicas, tarda a ver-se, e em democracia, uma eficiência equiparável!
Se o mal não é da democracia, como é compreensível e imperativo, será então de quem?
Como curiosidade histórica, reproduzimos o texto que se segue, elucidativo acerca de um dos resultados, em sede de politica externa, dessa politica de "boas contas". As conclusões e o balanço será de cada um dos leitores.
O texto, naturalmente, é da responsabilidade do seu autor.
Quinta-feira, 22 de Abril de 2010
MEMÓRIAS DE UM "PORTUGAL" QUE ERA RESPEITADO
Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.
O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão.
Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente.
Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.
Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo numa altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir, a esta distância, a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.
Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - Não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.
Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.
Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Director-Geral "perpétuo" da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas, ao tempo, por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".
Lembrei-me desta gente e destas máximas quando, há dias, vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado, pública e grosseiramente, pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.
Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses, de hoje, nem esse consolo tem.
Estoril, 18 de Abril de 2010
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
The show must go on!...:Orçamento por môr da Santa ou do Mandrake!!
Achamos que, na blogoesfera concelhia, já quase tudo foi dito sobre a santa aliança entre o PSD e a CDU, no que concerne à aprovação do orçamento concelhio.
No entanto, por temos, inúmeras vezes, assente a lógica do nosso discurso no desvirtuamento do contrato de representação celebrado ciclicamente entre o cidadão eleitor e o seus mandatários políticos, os cidadãos eleitos, ao qual, amiúde, apodamos de deslealdade (que é um crime devidamente tipificado), não podemos, quanto à matéria, ficar-mo-nos pela fábula do Ratinho, recentemente publicada.
O entendimento do PSD, com a CDU, constitui, deveras, um exemplo paradigmático e nuclear de como o pais tem sido gerido.
Acerca do resultado dessa gestão, não valerá a pena falar, pois isso é, de há vários anos a esta parte, noticia diária de telejornal, cujo matraquear, tendo muitos defeitos, parece não ser suficiente para atemorizar os timoneiros da desenfreada navegação em direcção ao “ triangulo das Bermudas”, para onde os espasmos da vertigem suicidária de que padecem os encaminham com vista ao repouso final.
Temos que voltar ao assunto e algo nos diz que este retorno, continuará a verificar-se, uma vez que, os principais interessados, os cidadãos contribuintes, por omissão, continuam a permiti-lo e os seus representantes, por acção, continuam a agir de igual forma.
Poderíamos, usando a lógica einsteiniana, chamar-lhes incompetentes e ou idiotas, com base no facto de continuarem a proceder de igual forma, esperando resultados diferentes..., mas, infelizmente, já é tarde para perdermos tempo com análises que já foram feitas e refeitas, com presunções de inocência que aguardam condenações que o eleitorado não dá ou não pode, no presente contexto, dar, e não vale a pena, uma vez que a degradação do erário público já não se fica só pelo que o português pode reunir em resultado do trabalho e produção própria, mas ultrapassa-o significativamente.
De facto, numa avaliação estática, Portugal encontra-se em estado de insolvência.
Só pelo recurso a uma avaliação dinâmica da nossa economia poderemos pensar que, com uma gestão conservadora e muita sorte ( que é filha do muito trabalho e da produção efectiva) poderemos continuar um estado e economia sustentáveis, numa palavra: um pais independente.
Sim porque do Estado Social já não valerá a pena falar porquanto seria tão insano acreditar que se manterá tal como o conhecemos – a manter-se tanta irresponsabilidade por parte da classe dirigente – tanto quanto jurar a pés juntos que o Pai Natal existe!
Revisitando as entranhas do tumor deste cancro:
As receitas inscritas no orçamento de 2010 andavam pelos 57, 5 milhões de euros e aquelas que efectivamente se realizaram foram de 32,5 milhões de euros.
Sem curar de saber qual foi o défice de 2010, questão que não é de somenos, naturalmente, mas que, para já, para o que aqui interessa, não é o que mais importa, gostaríamos de saber em que é que a prestimosa inteligência da snra presidenta faz assentar a justificação para, em 2011, existirem recursos da receita que possam fazer face a uma despesa de 48,5 milhões de euros?
Certamente que num poder sobrenatural que desconhecíamos encontrar-se ao seu alcance, ou, no mínimo pelo recurso a um prestidigitador cuja contratação irá realizar a expensas próprias, uma vez que tal custo, pelo menos transparentemente, não se encontra inscrito do lado da despesa no orçamento concelhio para 2011. Na situação económica é que não será concerteza!
(À laia de inconfidência e certamente por via da má língua, já nos tinha constado que a grande ambição da senhora, não se quedava pela Assembleia da República, mas, atenta a milagrosa gestão do concelho durante os seus mandatos, ascendia a vir a ser santificada. Se calhar pela via da crucificação??? O seu próprio nome de baptismo – Isabel - sempre o augurou, terá confessado à boca pequena! E a constante transformação do dinheiro que tem tido à disposição no seu regaço, em rosas, doçura e ilusão, também deixam adivinhar que por ali existe uma vocação evidente que aguarda o reconhecimento de Roma!
Segundo os mais seculares, é na sua queda para a magia que a sua vocação se resta!
Vá lá saber-se quem tem razão!
Que já se constou que contratou os serviços do lendário Mandrake para a apoiar na criação de ilusões no concelho, enquanto por cá andar, é um facto e a evidência imediata está no deve e haver do orçamento de 2011.)
Na verdade tem sido com estas artistíces que se tem malbaratado a parca riqueza nacional, exactamente na distribuição das parcelas orçamentais que permitem a manutenção dos pequenos interesses paroquiais, cuja disponibilidade permite aos caciques locais fazer ver aos seus acólitos (e mantê-los) que merece a pena fazerem os que eles mandam, porque são sempre recompensados. Enfim:"The show must go on!..."!
Nesta marmelada (quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte)(toma lá o presunto, deixa-me ficar com o porco)(não comas amanhã aquilo que podes comer hoje)(o melhor é servires-te já porque amanhã não há) é fácil a gente entender-se! Quem vier atrás que feche a porta!
A soma de milhões destas pequenas concessões orçamentais e de outras por exemplo no emprego asilar na administração pública é, a nível nacional, ABISSAL!
E o buraco que cava nas nossas contas é já quase do tamanho da fossa do MINDANAU!
Estas são as causas próximas de todos os males económicos e financeiros do nosso estranho Pais!
Mas a causa remota está em nós, que o permitimos por omissão!
Em conclusão: se você não guarda o seu lixo em sua casa, porque razão o conserva na casa de todos nós?
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
A fábula fantástica da aprovação dum mau orçamento!
A "moral da estória" insíta nesta fábula aplica-se a todos aqueles que no concelho de Silves acham que a incapacidade de Isabel Soares para construir um orçamento credível e adaptado à crise que atravessamos não os afecta.
A aprovação dum “orçamento” que não reflecte a realidade das receitas, e que foi aprovado através da libertação de mais uns euros para algumas das freguesias do concelho (o que constitui um verdadeiro negócio Limiano, exactamente um tipo de contratualização que urge expurgar de um sistema politico caduco, cuja caducidade a classe politica insiste em não ver...) é mais um embuste para todos os cidadãos e instituições do concelho, que irá continuar a comprometer o futuro de todos.
Porquanto nestas coisas, o que é ruim para um é ruim para todos...
Recordemos a lógica e a pedagogia da fábula do Ratinho:
Um rato, espreitando furtivamente por um buraco na parede da sua residência, assiste às manobras do fazendeiro e sua esposa, abrindo um pacote.
De imediato adivinhou a iguaria que dali iria surgir, e salivou...
Ao constatar que se tratava de uma ratoeira, ficou verdadeiramente aterrorizado!
De imediato virou costas e correu para o pátio da fazenda na mira de avisar todos os restantes habitantes:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa, gritou!!!
A galinha acudindo-lhe, disse:
- Desculpe-me Sr. Rato,entendo que isso seja um grande problema para si, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato, cruzando-se com o porco, disse em sinal de alarme:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!
Depois de assimilar o despropósito do socorro, o porco grunhiu:
- Que tenho eu com isso, oh! snr. Rato? Não vejo o que eu possa fazer por si!
- Fique tranquilo que eu, nas minhas orações, vou pedir por si.
Desesperado o rato virando-se para a vaca, já em agonia, repetiu a noticia alarmante.
A vaca, pachorrenta retorquiu:
- O quê? Uma ratoeira? Por acaso estarei em perigo? Acho que não!
O rato, cabisbaixo, voltou para casa visivelmente abatido, engendrando, desassossegado, maneira de evitar a ratoeira.
A meio da noite ouviu-se um barulho, como se a ratoeira tivesse feito a sua primeira vítima.
Espavorida de medo a muito custo controlado, a mulher do fazendeiro correu para ver o que tinha acontecido.
No escuro, ela não reparou que a ratoeira tinha apanhado a cauda de uma cobra venenosa.
A cobra que apesar de presa pelo rabo mantinha grande liberdade de movimentação, picou a mulher...
Acudindo ao desespero da mulher, o fazendeiro conduziu-a imediatamente ao hospital, donde ela voltou com febre.
Para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha, pensou o marido extremoso.
Daí pegou no cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.
Como a maleita da mulher permanecesse, os amigos e vizinhos chegaram a visitá-la.
Para alimentá-los, o fazendeiro honrado com as visitas, matou o porco, para presentar os amigos com um lauto jantar.
Sucedeu que mulher não melhorou e acabou morrendo.
A afluência dos vizinhos, amigos e familiares para o funeral foi enorme.
O fazendeiro viu-se na obrigação de a todos receber o melhor possivel, e, vai daí, sacrificou a vaca, para alimentar todo aquela gente.
Moral da História:
Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre perigo.
O problema de um pode ser um problema de todos!