
Vimos, com esperança, os jornais anunciarem um conjunto de medidas tendentes a diminuir o peso da crise nas estruturas empresariais, com vista a conter a inevitabilidade do desemprego.
Ouvimos falar também que as medidas tem um peso extraordinário no orçamento geral do estado, agravando o seu défice.
As falências sucedem-se às dez por dia, em Portugal. O desemprego sobe vertiginosamente. Aqui e lá fora. Os clientes de Portugal também se retraem e agravam o défice da balança comercial, o qual, com o colapso da nossa principal exportadora (Quimonda) poderá atingir níveis nunca antes esperados. O turismo, exportador número um de Portugal, encontra-se perante uma expectativa deprimida, a qual, a concretizar-se, agudizará a situação.
“Eu tenho uma empresa com cinco colaboradores com idades compreendidas entre os 36 e os 43 anos.
Nenhum deles se encontra contratado a termo.”, dizia-nos um amigo outro dia. E continuou:” Não vejo que vantagem me poderão trazer as recentes medidas criadas pelo governo, senão construir um puzzle, despedindo quem me interessa, com custos elevados de imediato e admitindo gente que não me dá garantias e de quem dificilmente precisarei nos próximos tempos, parta beneficiar a longo prazo de uma redução de custos fixos absolutamente recomendável e necessária.”
As medidas contra ciclo empreendidas pelo Governo ajudarão certamente alguma coisa e alguém mas, estamos crentes, que dificilmente poderão inverter os números que as insolvências atingem diariamente.
O governo, instado a agravar o seu défice por via da despesa forçada a que se encontra obrigado e pela redução da receita decorrente da recessão e do decesso de tantos contribuintes, tem uma certeza: a pressão fiscal não pode abrandar, sob pena de se agravarem todos os dados deste cenário.

Não se encontram longe os dias em que as teses neoliberais sustentavam que um cenário deste tipo tinha virtualidades enormes: as empresas que soçobravam robusteciam as que se mantinham, agora mais fortes.
Nesta lógica simples assentaram outras “certezas” que atribuíram ao determinismo mecânico do mercado que relegava o actor humano para um papel de espectador passivo e cujo resultado se encontra bem à vista.
Os que são a favor da pressão na cobrança fiscal que conhecemos ( da esquerda à direita) e os que se opõem à pressão na cobrança fiscal nos termos a que temos assistido (da esquerda à direita) arrolam os seus argumentos, fazendo ressaltar, de acordo com a bondade das suas teses, os aspectos que mais as servem.
Um observador popular, pouco versado em receitas e despesas, assegura que ”Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.”.
Quem terá razão? Uns, outros, todos?
Algumas certezas porém, temos:
Portugal tem muito pouca economia. Um pequeno sopro lá fora é uma tempestade cá dentro. E lá de fora, hoje em dia, vêm tempestades enormes.
As medidas anticrise são bem vindas, são pesadas para o erário público, mas, infelizmente, pouco significativas.
A pressão da cobrança fiscal com base numa carga fiscal exagerada exauriram os reduzidos capitais prórpios das micro, pequenas e médias empresas e das pessoas.
E sem alguma recuperação nos principais clientes de Portugal, dificilmente veremos este cenário alterar-se.Isto é, sem uma perspectiva de produção e criação de riqueza muito dificilmente a veremos e, muito menos, distribuida.
Sem prejuízo da tese “ou há moral ou comem todos” em que assenta a pressão fiscal e os mais elevados princípios em que assenta a legitimidade e obrigatoriedade das contribuições de todos para a construção do Estado, a distribuição de riqueza e a solidariedade típicos de um estado de direito social, não prescindimos da opinião de que a carga fiscal não se encontra adequada à dimensão desta economia (portuguesa) e à sua natureza pouco desenvolvida e dependente e, por consequência a pressão da cobrança fiscal é exagerada.
Exagero reforçado pela ansiedade determinada pelas consequências dos défices sobre cuja origem poucos reflectem, menos interferem e tantos acentuam.

Como dirá o mesmo observador popular: "Não será melhor cuidar da galinha dos ovos de ouro, para que ela os continue a pôr, antes de lhe impôr a produção de uma determinada quantidade de ovos por dia?"
A economia, segundo alguns autores não deve ser acusada de se ter sobreposto à politica. Dizem estes que o politico continua a dominar a economia, mas encontrando-se aquela ao serviço de interesses específicos e particulares, coloca a economia que condiciona, não ao serviço de todos, mas tão só de alguns.
Mas concluem mais. O caminho para o desenvolvimento humano não está assim em instaurar o primado do politico sobre a economia, mas o primado dos cidadãos sobre a politica para que esta reflicta realmente os interesses gerais e democráticos e não os particulares de alguns.
8 comentários:
Esta Nação aguentará como aguentou, ressuscitará e prosperará. Por isso, antes de mais, deixem-me afirmar a minha firme convicção de que a única coisa que devemos ter medo é do próprio medo - do terror sem nome, irracional, injustificado, que paralisa os esforços para converter a retirada num avanço
Sabias palavras as do anónimo é bem verdade que após a tempestadde vem à costa o peixe mais graúdo
Alguém já viu o capital a produzir? Imaginem dois coelhos numa cova, de certeza que vão sair coelhinhos, mas se puserem duas notas de cem euros, imaginam que vão sair notas de vinte? O capital nada faz. Agora é tempo de devolverem a quem deu a sua vida ao trabalho», defendeu Louçã.
Este Concelho afundar-se-à, a única coisa de que tememos são as decisões da Isabelinha que gasta o dinheiro que é de todos com o único propósito a sua eleição.
ASAE deteve sete por abate clandestino em Messines
Matadouro clandestino
Sete pessoas foram detidas pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), durante uma operação de combate ao abate clandestino de animais para consumo humano, que decorreu ontem, domingo, na zona de S. Bartolomeu de Messines.
Segundo a ASAE, a operação foi feita após diligências realizadas ao longo de um mês que envolveu investigação no terreno e vigilância de locais. Foram também apreendidos 290 caprinos e ovinos.
No momento da intervenção, verificou-se que estavam a ser abatidos vários caprinos e ovinos, com destino ao consumo público, acrescenta a ASAE em comunicado.
Foi ainda apreendido diverso material como facas, afiadores, peles e ainda três viaturas que estavam a ser utilizadas para o transporte dos animais.
Os detidos e diverso material foram presentes ao Tribunal de Silves, dado estar-se em presença de um crime público. O valor total dos bens apreendidos orça em 18.785 euros.
Claro, fecharam o matadouro.
Não temos onde cair mortos e só podemos comer de fraque. Este é o Portugal no seu melhor.
GNR deteve dois jovens assaltantes
A Guarda Nacional Republicana (GNR) de Armação de Pêra deteve ontem dois jovens, de 19 e 20 anos, suspeitos de terem efectuado diversos furtos no interior de estabelecimentos comerciais e de restauração nesta vila.
Foram-lhes apreendidos diversos produtos supostamente provenientes dos furtos, que ocorreram desde o início deste ano, tendo sido ambos constituídos arguidos.
Foi o corolário de uma investigação empreendida pela GNR que já decorria há algum tempo. Iniciada devido a queixas de diversos comerciantes, que se queixavam do furto de bebidas, tabaco e equipamentos de som , entre outros materiais, a investigação culminou com a detenção destes dois jovens residentes na zona de Armação de Pêra.
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