domingo, 29 de junho de 2025

“Papeleiras a Transbordar: É Assim que Servimos Armação de Pêra?”

Armação de Pêra, uma das vilas turísticas mais encantadoras do Algarve, recebe todos os verões milhares de visitantes atraídos pelas suas praias douradas, gastronomia e ambiente acolhedor. No entanto, basta um passeio pelo centro ou pela marginal para perceber uma triste contradição: papeleiras a transbordar, lixo espalhado pelo chão e um cheiro que compromete a experiência de quem cá vive e de quem nos visita. A pergunta impõe-se: é esta a imagem que queremos dar ao mundo? Não se trata apenas de estética — embora a imagem de sacos plásticos e copos de gelado amontoados cause repulsa. Trata-se de saúde pública, de sustentabilidade ambiental e de respeito por uma vila que sobrevive do turismo. Numa época em que se fala tanto de valorização dos territórios e de experiências turísticas autênticas, como pode Armação de Pêra falhar no básico? A recolha do lixo em época alta tem de ser mais frequente. As papeleiras, que são claramente insuficientes para o volume de pessoas, devem ser aumentadas. É uma questão de planeamento e vontade política. As fotografias que circulam nas redes sociais, mostrando a degradação dos espaços públicos, não são apenas embaraçosas — são um aviso. Se não cuidarmos da nossa casa, os turistas vão procurar outras mais limpas e organizadas. E nós, residentes, vamos continuar a pagar o preço do abandono e da má gestão. Armação de Pêra merece melhor. Servi-la bem não passa apenas por cartazes de boas-vindas ou eventos culturais de verão. Passa por garantir que, todos os dias, os espaços públicos estão limpos, seguros e dignos de quem cá vive e de quem cá vem. É tempo de agir. Porque esta não é — nem pode continuar a ser — a forma única de servir Armação de Pêra.

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