quarta-feira, 31 de maio de 2017
terça-feira, 30 de maio de 2017
segunda-feira, 29 de maio de 2017
domingo, 28 de maio de 2017
Viver à custa dos outros...
Há quem faça disso um programa político: viver à custa dos outros! A defesa é paga pela América. As dívidas serão pagas pelos credores. Os investimentos pelos europeus. Os estrangeiros que paguem a nossa protecção.
Nas vésperas da cimeira da NATO em Bruxelas, o ministro da Defesa português prestou declarações às televisões. Não terão sido esclarecimentos formais, em ocasião oficial, mas o tom é elucidativo. Confirmou o ministro, com um sorriso de boa-fé, que era verdade que Portugal não cumpria os seus deveres para a segurança colectiva, nem sequer o compromisso mínimo estabelecido para a despesa com a defesa nacional, que é de 2% do PIB. Mas disse também que era preciso considerar a nossa contribuição qualitativa! Esta última é um mistério. As ilhas atlânticas? O mar? As praias? Algo que seja só nosso e mais ninguém tenha? Ou um jeito português especial?
Dos 28 membros da NATO, apenas cinco cumprem: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Polónia, Estónia e Grécia. Todos os outros ficam abaixo dos 2%. Como Portugal, com 1,3%. Menção especial para a França, com 1,7%, a Alemanha 1,2%, a Itália 1,1% e a Espanha 0,9%!
Infelizmente, Donald Trump tem razão. Diz ele que os Estados Unidos não estão dispostos a pagar pelos outros sem que estes cumpram os seus compromissos. E ameaça os europeus. Não se sabe bem de quê, mas deve querer dizer coisa má. O problema é que, neste caso, está certo. Cada país membro da NATO tem de pagar pela sua defesa. A maior parte não paga os 2%. Preferem gastar com coisas mais agradáveis e entregar-se à protecção do poderio americano. A ideia é simples: tudo quanto ameaça a Europa ameaça também os americanos. Como estes são mais fortes e mais ricos, eles que se ocupem disso. E nem sequer a União tem uma política própria de defesa, muito menos uma capacidade autónoma.
Pode ainda recordar-se que, há quase vinte anos, a maioria dos partidos parlamentares (se bem me lembro, a única reserva foi do PCP...) acabou com o serviço militar obrigatório. Sem mais. Sem qualquer espécie de ideia sobre o que poderia ser uma contrapartida civil ou de solidariedade. Na verdade, foi a boa demagogia da facilidade e as velhas juventudes partidárias que forçaram a decisão! Mas a ideia estava dada: não se gasta com a defesa, há coisas mais importantes. E, de qualquer maneira, a NATO e os americanos estão aí para nos proteger.
Há actividades assim, em que alguém paga, alimenta ou mantém outrem! Eis uma relação que tem tradicionalmente um nome bem feio... E que se aplica às relações entre americanos e europeus na área da defesa.
Portugal não é um caso raro nem pior do que os outros. Há mais de vinte países da NATO que não respeitam os compromissos nem cumprem as suas obrigações. Dependem dos Estados Unidos. Até ao dia em que Donald Trump lhes dirá: "Não pagam pela vossa segurança? Então deixaremos nós de pagar. Ou não garantimos a vossa liberdade. Ou então exigimos contrapartidas políticas!" Nesse dia, toda a Europa, com excepção da Grã-Bretanha e pouco mais, se elevará contra a prepotência imperialista americana.
Esta atitude não está isolada. Faz lembrar a de tantos que entendem que os credores devem obedecer aos devedores e que aqueles a quem devemos dinheiro têm de fazer o que queremos e aceitar as nossas condições. Há quem faça disso um programa político: viver à custa dos outros! A defesa é paga pela América. As dívidas serão pagas pelos credores. Os investimentos pelos europeus. Os estrangeiros que paguem a nossa protecção. Devem também pagar os juros e as dívidas, assim como aceitar a renegociação e o perdão da dívida. E devem subsidiar o desenvolvimento. Há mesmo quem queira obrigar os estrangeiros a pagar pela educação em Portugal, dado que depois se aproveitam dos emigrantes portugueses, cuja formação foi paga pelo país. É tão conveniente ter o nosso patriotismo pago por outros! E a independência subsidiada!
Os povos e os Estados têm o direito de não pagar a defesa nem as Forças Armadas. Como têm o direito de pedir emprestado a fim de financiar os seus investimentos. Não têm é o direito de exigir que outros os defendam, que outros paguem os seus militares e que outros arrisquem a vida em sua defesa. Nem têm legitimidade para exigir que lhes paguem ou perdoem as dívidas. Em poucas palavras: não têm o direito de viver às custas dos outros, ao mesmo tempo que reclamam a independência e o direito a serem tratados como iguais. Até porque não são iguais. Nem independentes.
Por António Barreto
Nas vésperas da cimeira da NATO em Bruxelas, o ministro da Defesa português prestou declarações às televisões. Não terão sido esclarecimentos formais, em ocasião oficial, mas o tom é elucidativo. Confirmou o ministro, com um sorriso de boa-fé, que era verdade que Portugal não cumpria os seus deveres para a segurança colectiva, nem sequer o compromisso mínimo estabelecido para a despesa com a defesa nacional, que é de 2% do PIB. Mas disse também que era preciso considerar a nossa contribuição qualitativa! Esta última é um mistério. As ilhas atlânticas? O mar? As praias? Algo que seja só nosso e mais ninguém tenha? Ou um jeito português especial?
Dos 28 membros da NATO, apenas cinco cumprem: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Polónia, Estónia e Grécia. Todos os outros ficam abaixo dos 2%. Como Portugal, com 1,3%. Menção especial para a França, com 1,7%, a Alemanha 1,2%, a Itália 1,1% e a Espanha 0,9%!
Infelizmente, Donald Trump tem razão. Diz ele que os Estados Unidos não estão dispostos a pagar pelos outros sem que estes cumpram os seus compromissos. E ameaça os europeus. Não se sabe bem de quê, mas deve querer dizer coisa má. O problema é que, neste caso, está certo. Cada país membro da NATO tem de pagar pela sua defesa. A maior parte não paga os 2%. Preferem gastar com coisas mais agradáveis e entregar-se à protecção do poderio americano. A ideia é simples: tudo quanto ameaça a Europa ameaça também os americanos. Como estes são mais fortes e mais ricos, eles que se ocupem disso. E nem sequer a União tem uma política própria de defesa, muito menos uma capacidade autónoma.
Pode ainda recordar-se que, há quase vinte anos, a maioria dos partidos parlamentares (se bem me lembro, a única reserva foi do PCP...) acabou com o serviço militar obrigatório. Sem mais. Sem qualquer espécie de ideia sobre o que poderia ser uma contrapartida civil ou de solidariedade. Na verdade, foi a boa demagogia da facilidade e as velhas juventudes partidárias que forçaram a decisão! Mas a ideia estava dada: não se gasta com a defesa, há coisas mais importantes. E, de qualquer maneira, a NATO e os americanos estão aí para nos proteger.
Há actividades assim, em que alguém paga, alimenta ou mantém outrem! Eis uma relação que tem tradicionalmente um nome bem feio... E que se aplica às relações entre americanos e europeus na área da defesa.
Portugal não é um caso raro nem pior do que os outros. Há mais de vinte países da NATO que não respeitam os compromissos nem cumprem as suas obrigações. Dependem dos Estados Unidos. Até ao dia em que Donald Trump lhes dirá: "Não pagam pela vossa segurança? Então deixaremos nós de pagar. Ou não garantimos a vossa liberdade. Ou então exigimos contrapartidas políticas!" Nesse dia, toda a Europa, com excepção da Grã-Bretanha e pouco mais, se elevará contra a prepotência imperialista americana.
Esta atitude não está isolada. Faz lembrar a de tantos que entendem que os credores devem obedecer aos devedores e que aqueles a quem devemos dinheiro têm de fazer o que queremos e aceitar as nossas condições. Há quem faça disso um programa político: viver à custa dos outros! A defesa é paga pela América. As dívidas serão pagas pelos credores. Os investimentos pelos europeus. Os estrangeiros que paguem a nossa protecção. Devem também pagar os juros e as dívidas, assim como aceitar a renegociação e o perdão da dívida. E devem subsidiar o desenvolvimento. Há mesmo quem queira obrigar os estrangeiros a pagar pela educação em Portugal, dado que depois se aproveitam dos emigrantes portugueses, cuja formação foi paga pelo país. É tão conveniente ter o nosso patriotismo pago por outros! E a independência subsidiada!
Os povos e os Estados têm o direito de não pagar a defesa nem as Forças Armadas. Como têm o direito de pedir emprestado a fim de financiar os seus investimentos. Não têm é o direito de exigir que outros os defendam, que outros paguem os seus militares e que outros arrisquem a vida em sua defesa. Nem têm legitimidade para exigir que lhes paguem ou perdoem as dívidas. Em poucas palavras: não têm o direito de viver às custas dos outros, ao mesmo tempo que reclamam a independência e o direito a serem tratados como iguais. Até porque não são iguais. Nem independentes.
Por António Barreto
sábado, 27 de maio de 2017
sexta-feira, 26 de maio de 2017
Lei do alojamento local abre guerra entre proprietários de imóveis...
Uma proposta de lei do PS que ameaça seriamente a "pequena"(?)economia está em curso.
A proposta de lei ao propor que seja o vizinho a decidir, em assembleia de condóminos, se o dono de um apartamento pode ou não usá-lo para alojamento local, está a dividir os proprietários.
Esta proposta vem por em causa a liberdade individual de decisão dos proprietários em poderem escolher o que querem fazer do seu apartamento.
O aluguer de apartamentos a turistas é um negócio que sustenta muitas família em Armação de Pera e uma parte do rendimento é usado para o pagamento das quotas definidas nas assembleias de condóminos.
Se esta proposta vier a ser aprovada acaba o negócio legal do alojamento local e o direito do proprietário individualmente decidir sobre o que é seu, e passa a ser uma assembleia de condóminos que todos sabemos como funciona a de decidir que utilização um proprietário pode dar ao seu imóvel. A assembleia de condóminos serve para gerir espaços comuns da propriedade.
Esta proposta de lei afasta-se qualquer hipótese de um proprietário rentabilizar o seu imóvel, e abre a possibilidade de o vizinho vir a chantagear quem quiser alugar o seu apartamento a turistas, exigindo contrapartidas financeiras para aprovar a utilização de um apartamento, na prática, o alojamento local está condenado, porque apenas conseguiria avançar quem tivesse um prédio inteiro.
O diploma sobre o tema do alojamento local foi entregue pelo PS esta quarta-feira no Parlamento e prevê deixar nas mãos das assembleias de condóminos dos prédios em regime de propriedade horizontal a decisão sobre a existência ou não de frações destinadas ao arrendamento de curta duração a turistas.
Segundo a edição desta quinta-feira do “Jornal de Negócios”, a proposta divide também os partidos políticos. Para o PCP, a iniciativa do PS “faz sentido”, mas para o Bloco de Esquerda “fica aquém do esperado” e vai “criar litigiosidade entre condóminos”.
O diploma assinado por dois deputados socialistas, Carlos Pereira e Filipe Neto Brandão, aponta que aos documentos necessários ao registo de estabelecimento de alojamento local os proprietários tenham também de juntar “a cópia da deliberação da assembleia geral de condóminos que autorize o titular da exploração do estabelecimento a exercer a respetiva atividade”.
O Bloco de Esquerda não ficou contente com a solução encontrada. “É insuficiente e fica aquém do que tinha ficado decidido no grupo de trabalho” criado no Parlamento entre PS e BE para discutir as questões da habitação, diz o deputado bloquista Pedro Soares.
A Associação de Alojamento Local de Portugal já alertou que se o negócios for colocado em risco poderá conduzir ao desemprego, só em Lisboa e no Porto, de mais de 10 mil pessoas, pondo em causa o rendimento principal de mais de 4 mil famílias.
Se esta proposta for aprovada a "guerra" vai chegar a Armação de Pera, cuja economia depende no essencial do rendimento dos imóveis nos "alugueres" de verão.
A proposta de lei ao propor que seja o vizinho a decidir, em assembleia de condóminos, se o dono de um apartamento pode ou não usá-lo para alojamento local, está a dividir os proprietários.
Esta proposta vem por em causa a liberdade individual de decisão dos proprietários em poderem escolher o que querem fazer do seu apartamento.
O aluguer de apartamentos a turistas é um negócio que sustenta muitas família em Armação de Pera e uma parte do rendimento é usado para o pagamento das quotas definidas nas assembleias de condóminos.
Se esta proposta vier a ser aprovada acaba o negócio legal do alojamento local e o direito do proprietário individualmente decidir sobre o que é seu, e passa a ser uma assembleia de condóminos que todos sabemos como funciona a de decidir que utilização um proprietário pode dar ao seu imóvel. A assembleia de condóminos serve para gerir espaços comuns da propriedade.
Esta proposta de lei afasta-se qualquer hipótese de um proprietário rentabilizar o seu imóvel, e abre a possibilidade de o vizinho vir a chantagear quem quiser alugar o seu apartamento a turistas, exigindo contrapartidas financeiras para aprovar a utilização de um apartamento, na prática, o alojamento local está condenado, porque apenas conseguiria avançar quem tivesse um prédio inteiro.
O diploma sobre o tema do alojamento local foi entregue pelo PS esta quarta-feira no Parlamento e prevê deixar nas mãos das assembleias de condóminos dos prédios em regime de propriedade horizontal a decisão sobre a existência ou não de frações destinadas ao arrendamento de curta duração a turistas.
Segundo a edição desta quinta-feira do “Jornal de Negócios”, a proposta divide também os partidos políticos. Para o PCP, a iniciativa do PS “faz sentido”, mas para o Bloco de Esquerda “fica aquém do esperado” e vai “criar litigiosidade entre condóminos”.
O diploma assinado por dois deputados socialistas, Carlos Pereira e Filipe Neto Brandão, aponta que aos documentos necessários ao registo de estabelecimento de alojamento local os proprietários tenham também de juntar “a cópia da deliberação da assembleia geral de condóminos que autorize o titular da exploração do estabelecimento a exercer a respetiva atividade”.
O Bloco de Esquerda não ficou contente com a solução encontrada. “É insuficiente e fica aquém do que tinha ficado decidido no grupo de trabalho” criado no Parlamento entre PS e BE para discutir as questões da habitação, diz o deputado bloquista Pedro Soares.
A Associação de Alojamento Local de Portugal já alertou que se o negócios for colocado em risco poderá conduzir ao desemprego, só em Lisboa e no Porto, de mais de 10 mil pessoas, pondo em causa o rendimento principal de mais de 4 mil famílias.
Se esta proposta for aprovada a "guerra" vai chegar a Armação de Pera, cuja economia depende no essencial do rendimento dos imóveis nos "alugueres" de verão.
quinta-feira, 25 de maio de 2017
quarta-feira, 24 de maio de 2017
Manchester, Birmingham é assim
Então, o Reino Unido (RU) decidiu sair da União Europeia. Eu sei, já foi há uns tempos, mas deu-me para lembrar. O RU estava farto da ingerência da Europa. Boris Johnson, um dos campeões do brexit, colou no seu autocarro de campanha, letras gordas: "Cada semana mandamos para a Europa 350 milhões de libras." E prometeu devolver os 350 milhões aos hospitais britânicos. Na verdade, o RU nem um terço pagava à Europa. E, depois do voto, admitiu-se que foi só uma mentirinha eleitoral. Quem não mente em eleições que atire a primeira pedra. Os países felizes podem brincar com a "opressão" europeia, entrar, sair, enfim, desenfastiar-se. Sofrem de falta de problemas. Eles têm uma cidade, Manchester, com os dois mais famosos treinadores do mundo! Tudo lhes corre bem: conseguem lembrar-se de uma só má notícia relacionada com Manchester? Pois é... Há países assim, sortudos, e esses são os mais ciosos das suas tradições e da sua independência. Daí, o brexit. Mudando de assunto e de cidade. Birmingham e o seu bairro Small Heath, 95% de muçulmanos. Piscinas públicas com horários só para mulheres. Escolas públicas onde são as professoras a chamar a atenção das alunas sem lenço na cabeça. As mães, na rua, é de niqab, só um risco para os olhos. Na fábrica, no Ikea, salas de oração. No hospital, os maridos proíbem que médicos homens lhes vejam as mulheres. Já não sei onde eu estava... Ah, já sei, falava de países tão sem problemas que até os inventam.
Por Ferreira Fernandes in DN
Por Ferreira Fernandes in DN
terça-feira, 23 de maio de 2017
segunda-feira, 22 de maio de 2017
domingo, 21 de maio de 2017
Marilu
Ouvir Maria Luís Albuquerque a querer dar lições de economia ou finanças públicas a este Governo (ou a qualquer outro); ouvi-la prever catástrofes, em tom catedrático, e depois, quando as anunciadas catástrofes se revelam afinal sucessos, reclamar para si os louros dos mesmos; ouvi-la criticar as políticas de contenção de despesa pública que anunciou fazer e não fez e preconizar agora o contrário daquilo que defendeu quando no Governo, tudo isso me tira do sério.
Ouvir a desfaçatez com que o governante cujas decisões mais caras nos saíram desde o 25 de Abril pretende dar sermões morais sobre o dinheiro mal gasto dos contribuintes é puro desplante. Ver quem (juntamente com Carlos Costa e Passos Coelho) espetou mil milhões no Banif, para no fim essa banqueta insular ir à falência e custar mais três mil; quem andou anos a fio a assistir impavidamente ao acumular de prejuízos na Caixa Geral de Depósitos; quem se decidiu a experimentar a receita (até hoje, única) de espetar cinco mil milhões na Resolução do BES e na criação do Novo Banco (que rapidamente tratou de os fazer desaparecer), vir agora chorar pelos contribuintes que serão prejudicados pela prorrogação do prazo de pagamento dos quatro mil milhões que o Estado lá meteu pelo Fundo de Resolução (e cuja exigência de pagamento agora levaria à falência o que resta de banca), é verdadeiramente gozar com a nossa cara. Ver a senhora cuja teimosia em enfrentar o Santander na questão dos swaps nos custou mais umas centenas de milhões de euros atrever-se a falar em más decisões contratuais por parte do actual Governo, reflecte bem o seu sentido de responsabilidade política. Ver a senhora que, juntamente com Vítor Gaspar e Passos Coelho, conduziu políticas que forçaram a falência de milhares de empresas viáveis, que mandou para o desemprego 400 mil pessoas e metade disso para a emigração, ter a suprema lata de vir reclamar, por pretensas reformas que não fez, a paternidade da queda da taxa de desemprego abaixo da marca dos 10% e a criação de 120 mil postos de trabalho desde que tivemos a felicidade de nos vermos livres do Governo de que a senhora fazia parte, é apostar na amnésia colectiva. Se tivesse um pingo de pudor político, já se teria há muito calado de vez ou teria emigrado daqui — lá para onde os seus revelados talentos de economista sejam reconhecidos, como fez o seu antecessor. E se o PSD ainda conseguisse manter alguma lucidez de espírito no meio do desnorte em que navega, há muito que a teria reduzido ao silêncio, em lugar de a manter como porta-voz do partido para as questões económicas. Quantos portugueses imagina o PSD que votariam agora num governo chefiado por Passos Coelho, com Maria Luís Albuquerque a ministra das Finanças, Rui Machete a ministro dos Estrangeiros, Miguel Relvas a ministro da Presidência, e por aí fora?
Compreendo que não seja fácil a posição do PSD. Para começar, em circunstâncias bem difíceis, conseguiu ganhar as eleições mas viu-se desapossado do poder que já festejava por uma jogada de mestre de António Costa e uma insólita conspiração de contrários. Mas foi também assim, recorde-se, alinhando numa ainda mais antinatural conspiração de contrários, que PSD e CDS chegaram ao poder, derrubando o Governo do PS. Depois, todas as previsões de desastre anunciadas pelo PSD, o Diabo encomendado por Passos Coelho, o insucesso “matematicamente” garantido por Maria Luís Albuquerque no cumprimento dos 2,5% de défice previstos pelo actual Governo e a anunciada inevitabilidade de um orçamento rectificativo, algures a meio de 2016, tudo saiu, não apenas furado, mas ridicularizado. O défice foi de 2%, o mais baixo da democracia (com o saldo primário mais alto da zona euro); ao contrário do que aconteceu com todos os orçamentos do Governo PSD-CDS, não houve necessidade de qualquer orçamento rectificativo por desacerto entre as previsões e a execução; e, quanto ao Diabo, estamos assim, actualmente: a maior taxa de criação de emprego da zona euro e o a terceira maior taxa de crescimento do PIB na Europa. Enfim, e mais traumático do que tudo, deve ser perceber que isto aconteceu devido a uma combinação entre as medidas virtuosas que o anterior Governo anunciou e não fez (a contenção da despesa pública, que substituiu pelo “enorme aumento de impostos”) e a adopção de outras medidas que eles haviam jurado estarem erradas, como a aposta no relançamento do consumo privado, através da devolução parcial de alguns dos rendimentos mais baixos, que o anterior Governo cortara. Ou seja: de fio a pavio, os factos e os números (que valem bem mais do que os estados de alma ou as promessas eleitorais) provaram que a política económica do anterior Governo estava errada e foi um desastre para o país e para a vida concreta de milhões de portugueses. Não o reconhecer, não aprender com os factos e manter o mesmo discurso, pretendendo ainda que os portugueses lhes reconheçam os méritos das melhoria da conjuntura devido a ter-se feito exactamente o oposto do que preconizavam, ou é desespero ou é má fé.
É certo que a conjuntura internacional, em parte, tem ajudado este Governo. Mas também ajudou antes: o petróleo estava igualmente barato, o BCE já comprava dívida portuguesa, as taxas de juro estavam igualmente baixas para os privados e o Estado estava protegido da sua subida pelas condições do resgate da troika e dispondo ainda dos 78 mil milhões que esta nos havia emprestado (e que poderiam e deveriam ter sido usados para sanear a tempo a banca). Não, o que falhou foram as políticas e a teimosia, feita altivez, em insistir nelas e “ir ainda além da troika”, logo que se começou a verificar o efeito devastador que elas tinham sobre toda a economia. Como então aqui escrevi, quem tinha falido era o Estado e, para acorrer à falência do Estado, liquidou-se a economia, sem ao menos reformar o Estado — garantindo aquilo que Paulo Portas havia solenemente prometido: que no final do mandato teriam criado condições para que Portugal nunca mais tivesse de pedir para ser resgatado. Esse perigo mantém-se, porque, infelizmente, também não é este Governo, dependente de dois partidos que só pensam em aumentar a despesa pública, que irá reformar a administração pública e as mentalidades. Em estado de necessidade, quase em rigor mortis, como estávamos em 2011, Passos Coelho e Paulo Portas tinham as condições e o dever de o fazer — o país, grande parte dele, tê-lo-ia compreendido e aceitado. Mas não o fizeram e raras vezes se pode reescrever a história. Hoje, quando o próprio FMI e a Comissão Europeia reconhecem os erros cometidos em Portugal e na Grécia, a posição de trincheira do PSD não tem nada de estóico, apenas teimosia irracional e orgulho suicidário.
É verdade que Passos e Portas governaram em condições de extremas dificuldades — herdadas e que a sua estratégia ainda agravou mais. Mas também isso não serve de desculpa, pois eles quiseram governar, sabendo ao que iam. No momento em que os dois partidos da direita se juntaram aos dois de extrema-esquerda para chumbarem o PEC4 de José Sócrates (que fora aprovado em Bruxelas e Berlim), eles sabiam três coisas: que a única alternativa que restava era um pedido de resgate à troika; que José Sócrates se demitiria; e que era muito provável que, nessas condições, PSD e CDS ganhassem as eleições e assumissem o governo. Não foram, pois, ao engano nem por sacrifício patriótico: foram por vontade de poder. O que é legítimo, mas não pode depois ser usado como desculpa para as dificuldades da governação.
Por Miguel Sousa Tavares in Expresso
Ouvir a desfaçatez com que o governante cujas decisões mais caras nos saíram desde o 25 de Abril pretende dar sermões morais sobre o dinheiro mal gasto dos contribuintes é puro desplante. Ver quem (juntamente com Carlos Costa e Passos Coelho) espetou mil milhões no Banif, para no fim essa banqueta insular ir à falência e custar mais três mil; quem andou anos a fio a assistir impavidamente ao acumular de prejuízos na Caixa Geral de Depósitos; quem se decidiu a experimentar a receita (até hoje, única) de espetar cinco mil milhões na Resolução do BES e na criação do Novo Banco (que rapidamente tratou de os fazer desaparecer), vir agora chorar pelos contribuintes que serão prejudicados pela prorrogação do prazo de pagamento dos quatro mil milhões que o Estado lá meteu pelo Fundo de Resolução (e cuja exigência de pagamento agora levaria à falência o que resta de banca), é verdadeiramente gozar com a nossa cara. Ver a senhora cuja teimosia em enfrentar o Santander na questão dos swaps nos custou mais umas centenas de milhões de euros atrever-se a falar em más decisões contratuais por parte do actual Governo, reflecte bem o seu sentido de responsabilidade política. Ver a senhora que, juntamente com Vítor Gaspar e Passos Coelho, conduziu políticas que forçaram a falência de milhares de empresas viáveis, que mandou para o desemprego 400 mil pessoas e metade disso para a emigração, ter a suprema lata de vir reclamar, por pretensas reformas que não fez, a paternidade da queda da taxa de desemprego abaixo da marca dos 10% e a criação de 120 mil postos de trabalho desde que tivemos a felicidade de nos vermos livres do Governo de que a senhora fazia parte, é apostar na amnésia colectiva. Se tivesse um pingo de pudor político, já se teria há muito calado de vez ou teria emigrado daqui — lá para onde os seus revelados talentos de economista sejam reconhecidos, como fez o seu antecessor. E se o PSD ainda conseguisse manter alguma lucidez de espírito no meio do desnorte em que navega, há muito que a teria reduzido ao silêncio, em lugar de a manter como porta-voz do partido para as questões económicas. Quantos portugueses imagina o PSD que votariam agora num governo chefiado por Passos Coelho, com Maria Luís Albuquerque a ministra das Finanças, Rui Machete a ministro dos Estrangeiros, Miguel Relvas a ministro da Presidência, e por aí fora?
Compreendo que não seja fácil a posição do PSD. Para começar, em circunstâncias bem difíceis, conseguiu ganhar as eleições mas viu-se desapossado do poder que já festejava por uma jogada de mestre de António Costa e uma insólita conspiração de contrários. Mas foi também assim, recorde-se, alinhando numa ainda mais antinatural conspiração de contrários, que PSD e CDS chegaram ao poder, derrubando o Governo do PS. Depois, todas as previsões de desastre anunciadas pelo PSD, o Diabo encomendado por Passos Coelho, o insucesso “matematicamente” garantido por Maria Luís Albuquerque no cumprimento dos 2,5% de défice previstos pelo actual Governo e a anunciada inevitabilidade de um orçamento rectificativo, algures a meio de 2016, tudo saiu, não apenas furado, mas ridicularizado. O défice foi de 2%, o mais baixo da democracia (com o saldo primário mais alto da zona euro); ao contrário do que aconteceu com todos os orçamentos do Governo PSD-CDS, não houve necessidade de qualquer orçamento rectificativo por desacerto entre as previsões e a execução; e, quanto ao Diabo, estamos assim, actualmente: a maior taxa de criação de emprego da zona euro e o a terceira maior taxa de crescimento do PIB na Europa. Enfim, e mais traumático do que tudo, deve ser perceber que isto aconteceu devido a uma combinação entre as medidas virtuosas que o anterior Governo anunciou e não fez (a contenção da despesa pública, que substituiu pelo “enorme aumento de impostos”) e a adopção de outras medidas que eles haviam jurado estarem erradas, como a aposta no relançamento do consumo privado, através da devolução parcial de alguns dos rendimentos mais baixos, que o anterior Governo cortara. Ou seja: de fio a pavio, os factos e os números (que valem bem mais do que os estados de alma ou as promessas eleitorais) provaram que a política económica do anterior Governo estava errada e foi um desastre para o país e para a vida concreta de milhões de portugueses. Não o reconhecer, não aprender com os factos e manter o mesmo discurso, pretendendo ainda que os portugueses lhes reconheçam os méritos das melhoria da conjuntura devido a ter-se feito exactamente o oposto do que preconizavam, ou é desespero ou é má fé.
É certo que a conjuntura internacional, em parte, tem ajudado este Governo. Mas também ajudou antes: o petróleo estava igualmente barato, o BCE já comprava dívida portuguesa, as taxas de juro estavam igualmente baixas para os privados e o Estado estava protegido da sua subida pelas condições do resgate da troika e dispondo ainda dos 78 mil milhões que esta nos havia emprestado (e que poderiam e deveriam ter sido usados para sanear a tempo a banca). Não, o que falhou foram as políticas e a teimosia, feita altivez, em insistir nelas e “ir ainda além da troika”, logo que se começou a verificar o efeito devastador que elas tinham sobre toda a economia. Como então aqui escrevi, quem tinha falido era o Estado e, para acorrer à falência do Estado, liquidou-se a economia, sem ao menos reformar o Estado — garantindo aquilo que Paulo Portas havia solenemente prometido: que no final do mandato teriam criado condições para que Portugal nunca mais tivesse de pedir para ser resgatado. Esse perigo mantém-se, porque, infelizmente, também não é este Governo, dependente de dois partidos que só pensam em aumentar a despesa pública, que irá reformar a administração pública e as mentalidades. Em estado de necessidade, quase em rigor mortis, como estávamos em 2011, Passos Coelho e Paulo Portas tinham as condições e o dever de o fazer — o país, grande parte dele, tê-lo-ia compreendido e aceitado. Mas não o fizeram e raras vezes se pode reescrever a história. Hoje, quando o próprio FMI e a Comissão Europeia reconhecem os erros cometidos em Portugal e na Grécia, a posição de trincheira do PSD não tem nada de estóico, apenas teimosia irracional e orgulho suicidário.
É verdade que Passos e Portas governaram em condições de extremas dificuldades — herdadas e que a sua estratégia ainda agravou mais. Mas também isso não serve de desculpa, pois eles quiseram governar, sabendo ao que iam. No momento em que os dois partidos da direita se juntaram aos dois de extrema-esquerda para chumbarem o PEC4 de José Sócrates (que fora aprovado em Bruxelas e Berlim), eles sabiam três coisas: que a única alternativa que restava era um pedido de resgate à troika; que José Sócrates se demitiria; e que era muito provável que, nessas condições, PSD e CDS ganhassem as eleições e assumissem o governo. Não foram, pois, ao engano nem por sacrifício patriótico: foram por vontade de poder. O que é legítimo, mas não pode depois ser usado como desculpa para as dificuldades da governação.
Por Miguel Sousa Tavares in Expresso
sábado, 20 de maio de 2017
sexta-feira, 19 de maio de 2017
quinta-feira, 18 de maio de 2017
O Plano de Pormenor da Praia Grande: e os impotentes
O atual executivo municipal permanente confirma que "não se revê no conteúdo do Plano de Pormenor da Praia Grande, defendendo, antes, um projeto diferente e sustentável, que vá ao encontro do turismo de natureza, em detrimento da construção em massa, implicando a destruição de zonas sensíveis do ponto de vista ecológico".
Na sequência de notícias vindas a público a propósito da comercialização de um mega projeto turístico e imobiliário, localizado na Praia Grande, no concelho de Silves, o Município de Silves, enquanto entidade pública com atribuições e competências em matéria de ordenamento do território e urbanismo, esclareceu em comunicado que o referido projeto turístico e imobiliário, que inclui três hotéis de 4 e 5 estrelas e seis aldeamentos turísticos, num total de 3997 camas e 184.064 m2 de área de construção, assim como um campo de golfe com 18 buracos, insere-se no âmbito da execução do Plano de Pormenor da Praia Grande, que foi aprovado por deliberações da Câmara Municipal de Silves e da Assembleia Municipal de Silves, em novembro e dezembro de 2007.
O mesmo comunicado revela ainda que em abril de 2011, a empresa “Finalgarve - Sociedade de Promoção Imobiliária e Turística, S.A.”, apresentou, junto do Município de Silves, uma proposta de reparcelamento para execução da Unidade de Execução 1 do Plano de Pormenor da Praia Grande, que possui uma área territorial de 105 hectares, e que prevê a construção de três hotéis e dois aldeamentos turísticos, num total de 1847 camas, um lote comercial e um campo de golfe.
Nesta sequência a Câmara Municipal de Silves decidiu, em agosto de 2011, "dar início à execução do Plano de Pormenor da Praia Grande, e aprovar uma operação de reparcelamento/loteamento do solo em novembro de 2012, e aceitado por deliberações de 11 de setembro de 2013 e de 09 de julho de 2014, os projetos das obras de urbanização para execução da Unidade de Execução 1".
Paralelamente, em outubro de 2013, a autarquia acrescenta que "foi emitida pelo então Secretário de Estado do Ambiente uma declaração de impacte ambiental condicionada favorável, no âmbito do procedimento de avaliação de impacte ambiental do projeto", pelo que no decorrer destes factos, a “Finalgarve - Sociedade de Promoção Imobiliária e Turística, S.A.”, requereu, em 1 de julho de 2016, a emissão do alvará de licença urbanística".
Até ao momento, o referido alvará de obras não foi emitido, apesar da sua emissão consubstanciar um ato legalmente devido, atendendo ao conjunto de atos e decisões anteriormente tomadas pela Câmara Municipal.
Por outro lado, a autarquia diz no mesmo comunicado "que decorrem atualmente ações judiciais que contestam a legalidade do Plano de Pormenor da Praia Grande, dos termos de execução da Unidade de Execução 1 desse plano urbanístico, e da declaração de impacte ambiental, cujo desfecho incerto pode influenciar o projeto urbanístico, ainda que, até ao momento, não tenha havido qualquer ordem judicial de suspensão dos atos de aprovação praticados".
O atual executivo municipal permanente confirma que "não se revê no conteúdo do Plano de Pormenor da Praia Grande, defendendo, antes, um projeto diferente e sustentável, que vá ao encontro do turismo de natureza, em detrimento da construção em massa, implicando a destruição de zonas sensíveis do ponto de vista ecológico".
Finalmente é descrito no mesmo documento, que neste processo decisório, onde já existem compromissos urbanísticos assumidos por anteriores executivos, participam igualmente os vereadores não permanentes, "que têm tido uma opinião e um sentido de voto maioritário distinto do executivo municipal".
in "Algarve Primeiro"
Na sequência de notícias vindas a público a propósito da comercialização de um mega projeto turístico e imobiliário, localizado na Praia Grande, no concelho de Silves, o Município de Silves, enquanto entidade pública com atribuições e competências em matéria de ordenamento do território e urbanismo, esclareceu em comunicado que o referido projeto turístico e imobiliário, que inclui três hotéis de 4 e 5 estrelas e seis aldeamentos turísticos, num total de 3997 camas e 184.064 m2 de área de construção, assim como um campo de golfe com 18 buracos, insere-se no âmbito da execução do Plano de Pormenor da Praia Grande, que foi aprovado por deliberações da Câmara Municipal de Silves e da Assembleia Municipal de Silves, em novembro e dezembro de 2007.
O mesmo comunicado revela ainda que em abril de 2011, a empresa “Finalgarve - Sociedade de Promoção Imobiliária e Turística, S.A.”, apresentou, junto do Município de Silves, uma proposta de reparcelamento para execução da Unidade de Execução 1 do Plano de Pormenor da Praia Grande, que possui uma área territorial de 105 hectares, e que prevê a construção de três hotéis e dois aldeamentos turísticos, num total de 1847 camas, um lote comercial e um campo de golfe.
Nesta sequência a Câmara Municipal de Silves decidiu, em agosto de 2011, "dar início à execução do Plano de Pormenor da Praia Grande, e aprovar uma operação de reparcelamento/loteamento do solo em novembro de 2012, e aceitado por deliberações de 11 de setembro de 2013 e de 09 de julho de 2014, os projetos das obras de urbanização para execução da Unidade de Execução 1".
Paralelamente, em outubro de 2013, a autarquia acrescenta que "foi emitida pelo então Secretário de Estado do Ambiente uma declaração de impacte ambiental condicionada favorável, no âmbito do procedimento de avaliação de impacte ambiental do projeto", pelo que no decorrer destes factos, a “Finalgarve - Sociedade de Promoção Imobiliária e Turística, S.A.”, requereu, em 1 de julho de 2016, a emissão do alvará de licença urbanística".
Até ao momento, o referido alvará de obras não foi emitido, apesar da sua emissão consubstanciar um ato legalmente devido, atendendo ao conjunto de atos e decisões anteriormente tomadas pela Câmara Municipal.
Por outro lado, a autarquia diz no mesmo comunicado "que decorrem atualmente ações judiciais que contestam a legalidade do Plano de Pormenor da Praia Grande, dos termos de execução da Unidade de Execução 1 desse plano urbanístico, e da declaração de impacte ambiental, cujo desfecho incerto pode influenciar o projeto urbanístico, ainda que, até ao momento, não tenha havido qualquer ordem judicial de suspensão dos atos de aprovação praticados".
O atual executivo municipal permanente confirma que "não se revê no conteúdo do Plano de Pormenor da Praia Grande, defendendo, antes, um projeto diferente e sustentável, que vá ao encontro do turismo de natureza, em detrimento da construção em massa, implicando a destruição de zonas sensíveis do ponto de vista ecológico".
Finalmente é descrito no mesmo documento, que neste processo decisório, onde já existem compromissos urbanísticos assumidos por anteriores executivos, participam igualmente os vereadores não permanentes, "que têm tido uma opinião e um sentido de voto maioritário distinto do executivo municipal".
in "Algarve Primeiro"
quarta-feira, 17 de maio de 2017
terça-feira, 16 de maio de 2017
segunda-feira, 15 de maio de 2017
domingo, 14 de maio de 2017
sábado, 13 de maio de 2017
sexta-feira, 12 de maio de 2017
quinta-feira, 11 de maio de 2017
quarta-feira, 10 de maio de 2017
Nossa Senhora da Rocha: On the road again!
O
grupo Vanguard Properties, do milionário francês Claude Berda, vai investir 12
milhões de euros na construção do White Shell Beach Resort, junto à
praia de Nossa Senhora da Rocha, no litoral do concelho de Lagoa.
Francisco
Martins, Miguel Saraiva, José Cardoso Botelho e Claude Berda, de pá na mão
A
primeira pedra do empreendimento de luxo foi lançada esta terça-feira, pelo próprio
empresário francês, e ainda por José Cardoso Botelho, diretor geral da Vanguard
Properties em Portugal, e Francisco Martins, presidente da Câmara Municipal de
Lagoa.
Nos
38 mil metros quadrados do terreno, com vista para o mar e situado a escassas
centenas de metros da costa, começam hoje a ser construídos os 55 apartamentos
de tipologias T1 a T2 deste empreendimento turístico de quatro estrelas, que
terá ainda piscinas aquecidas (interior, exterior e de crianças), um spa, ginásio,
campos de ténis e de padel e «muito espaço verde de lazer».
José
Cardoso Botelho, diretor geral do grupo em Portugal, revelou ao Sul Informação
que a Vanguard Properties, que é, neste momento, «o maior promotor imobiliário
português», com «400 milhões de euros já investidos em Portugal» e
investimentos em curso em Lisboa, Comporta e Senhora da Rocha, está «a analisar
três outras oportunidades no Algarve», uma delas também no concelho de Lagoa
(Benagil) e as restantes duas em Armação de Pêra (Silves) e no Vau (Portimão).
Tendo
em conta as restrições à construção e criação de novos empreendimentos, devido às
regras do Protal, o que a Vanguard Properties tem feito é procurar projetos já
licenciados, muitas vezes atualmente nas mãos dos bancos, para os concretizar.
Foi
o que aconteceu com o terreno onde vai agora surgir o White Shell Beach
Resort junto à praia da Senhora da Rocha, que, segundo revelou José Cardoso
Botelho ao Sul Informação, «foi comprado ao Banif», já tendo a construção
«licenciada», o que facilitou e acelerou o processo.
Ainda
assim, a equipa liderada pelo arquiteto Miguel Saraiva teve «seis meses para
fazer um upgrade forte no projeto», para o adaptar às características
dos investimentos de luxo que a Vanguard Properties prefere.
O
arquiteto Miguel Saraiva, da Saraiva + Associados, explicou ao nosso jornal que
o trabalho da sua equipa passou, por exemplo, por «reduzir a área de construção
do projeto original, para aumento da qualidade do espaço urbano, de modo a
criar um produto de excelência com um serviço de excelência».
Os
apartamentos, explicou, dividem-se na realidade em «moradias com apartamentos lá
dentro», de baixa densidade e altura, «porque a morfologia de toda a envolvência
é também de baixa densidade e quisemos respeitar essas características».
Miguel
Saraiva considera que outra das «âncoras» do projeto do White Shell Beach
Resort é o projeto de paisagismo, a cargo da ProAp: «houve um cuidado de
qualidade quase extremo nas áreas comuns e nos espaços verdes», que representam
«uma grande fatia do investimento».
Muito
satisfeito com este importante investimento no imobiliário e no turismo do
concelho de Lagoa está o presidente da Câmara Francisco Martins. «Este é o tipo
de projetos e de investimentos, de luxo, que queremos para Lagoa», disse o
autarca ao Sul Informação.
«Este
foi um projeto acarinhado pela Câmara, até porque estava em risco de se perder
a licença», tendo sido necessário reunir «as três partes» (investidor,
autarquia e CCDRA) para «concretizar este projeto de alta qualidade».
Francisco
Martins manifestou ainda a esperança de que o grupo Vanguard Properties do
milionário francês venha a «abraçar outros projetos no concelho», nomeadamente
os que estão «nas mãos dos fundos imobiliários dos bancos».
A
construção já começou hoje, a cargo da empresa construtora NVE Engenharias,
devendo o empreendimento, na fase de obra, criar 60 postos de trabalho. Quando
estiver em funcionamento, serão criados seis postos de trabalho diretos e
permanentes.
Quem
é Claude Berda
O
empresário francês Claude Berda, naturalizado suíço desde 2013, começou por
desenvolver os seus negócios na área do audiovisual, sendo o fundador e
proprietário do AB Groupe, empresa editora de 21 canais de televisão em França
e detentora de importantes direitos no audiovisual.
O
empresário é ainda responsável por grandes investimentos no setor imobiliário,
em toda a Europa. Só em Portugal, já investiu 400 milhões de euros em Lisboa,
Comporta e Algarve, preparando-se para continuar.
Claude
Berda é considerado um dos 100 homens mais ricos de França, tendo mesmo
assumido a 71ª posição, segundo um site especializado francês.
Por Elisabete Rodrigues • 19
DE ABRIL DE 2017, in: Sulinformação
Portugal investe 20 milhões para turismo “não passar ao lado”
“Can’t skip Portugal” é o lema da campanha lançada pelo Turismo de Portugal e que, durante dois anos, vai ocupar as redes sociais em 20 mercados considerados prioritários como Reino Unido ou China. Além da visita, os vídeos propõem uma mudança de vida.
O Turismo de Portugal lançou esta terça-feira, 9 de Maio, uma campanha publicitária para conquistar mais turistas internacionais. Para tal, vai investir 20 milhões de euros.
"Can’t skip Portugal" é o lema que motiva os quatro vídeos, todos com sensivelmente três minutos, realizados por Pedro Varela. Numa tradução mais livre, a ideia que se pretende passar é a seguinte: não podes passar ao lado, não podes deixar de visitar Portugal.
O esforço publicitário será concentrado, ao longo dos próximos dois anos, nos canais digitais. "O facto de a campanha privilegiar os meios digitais, nomeadamente as redes sociais, significa também uma grande aposta no envolvimento directo das pessoas", justificou o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo.
A campanha vai chegar a 20 países. Além dos principais mercados já emissores de turistas para Portugal – Reino Unido, Alemanha, França, Espanha ou Brasil – na lista contam-se países onde Portugal tem feito um esforço para se afirmar como destino: Estados Unidos da América, China, Rússia, Canadá, Índia, Noruega, Dinamarca ou Polónia.
"Este filme foi inteiramente rodado em Dezembro, em pleno Inverno", avisam os quatro vídeos logo no início. Valorizando elementos como a luz, o calor, a água, a natureza e o património arquitectónico, Portugal quer assim afirmar-se como uma alternativa para todo o ano.
Um dos objectivos do país para a próxima década é precisamente atenuar a sazonalidade, passando-a de 37,5 para 33,5%. O feito será alcançado através da diversificação da oferta para lá do sol e praia, factor que os vídeos deixam evidenciar. E também territorialmente, já que todas as regiões portuguesas se fazem representar
A campanha lançada no Teatro São Luiz, em Lisboa, não deixa de piscar o olho aos estrangeiros que querem mudar de vida ou estudar em Portugal, fazendo um contraste com as paisagens cinzentas dos países de origem dos protagonistas dos vídeos.
No ano passado, registaram-se 11,4 milhões os hóspedes estrangeiros nos estabelecimentos hoteleiros nacionais. Pela primeira vez, o número superou o total da população portuguesa, 10,5 milhões. Os estrangeiros já representam sete em cada dez dormidas.
Por Wilson Ledo, in: Negócios.
terça-feira, 9 de maio de 2017
O novo Presidente de França escolheu Lisboa para turismo
A potencialidade do turismo e investimento em Lisboa cresce a olhos vistos, tornando a capital portuguesa um tema recorrente em diversas publicações estrangeiras como CNN, Bloomberg ou Wallpaper. Entre as boas razões para visitar a cidade estão a sua cultura variada, a paisagem magnífica e as ruas singulares, que a coloca a par de outras grandes cidades mundialmente famosas a nível turístico.
A boa fama de Lisboa tem transformado a cidade como principal destino entre os estrangeiros, em especial franceses, que para aqui viaja tanto em busca de mercados para investir (onde se destaca o imobiliário) ou de oportunidades para relaxar.
A popularidade da capital chegou aos ouvidos do novo Presidente da República de França, Emmanuel Macron, que elegeu Lisboa para turismo no final de 2016. Segundo relata o Paris Match, Macron viajou até à cidade com a esposa, Brigitte, para umas curtas férias.
O casal foi visto a passear pelas ruas lisboetas durante alguns dias entre o Natal e a passagem de Ano, antes do regresso ao trabalho - à época, Macron coordenava diversas palestras pelo seu partido En Marche! em diversas cidades europeias.
A visita do atual Presidente reforça assim o potencial que Lisboa oferece para o sector do turismo, cada vez mais apreciado pelos estrangeiros que contribui para o desenvolvimento económico e cultural da cidade.
Fonte texto e imagem: Paris Match
Publicado por Joana Cidades, in: http://www.apartamentos-lisboa.com/p3742-turismo-lisboa-atrai-emmanuel-macron.html
segunda-feira, 8 de maio de 2017
domingo, 7 de maio de 2017
sábado, 6 de maio de 2017
sexta-feira, 5 de maio de 2017
quinta-feira, 4 de maio de 2017
Pouca-terra, pouca-terra:Governo quer promover turismo ferroviário para turistas nacionais e estrangeiros
In Observador de 3. 5. 2017
O Governo pretende promover o turismo ferroviário como forma de levar portugueses e estrangeiros a conhecer o interior de Portugal, afirmou a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.
O Governo pretende promover o turismo ferroviário como forma de levar portugueses e estrangeiros a conhecer o interior de Portugal, afirmou esta quarta-feira a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, durante uma viagem na linha do Douro.
“A preocupação é que o comboio seja um meio de levar as pessoas a descobrir o país. No programa nacional de valorização de coesão territorial e no programa de valorização turística do interior incluímos um projeto que é conhecer Portugal de comboio, de forma a que seja também um instrumento para levar pessoas a ir para o interior e a descobrir o nosso território, quer os portugueses quer os estrangeiros”, declarou a governante.
Ana Mendes Godinho foi uma das passageiras da primeira viagem do histórico Comboio Presidencial, que durante dez dias vai conciliar a visita ao Douro, património da Humanidade, com a alta cozinha, assegurada por cozinheiros distinguidos pelo guia Michelin, combinada com vinhos da região.
Este produto do Comboio Presidencial é também uma forma de atrair e posicionar o turismo ferroviário internacionalmente como uma forma de mostrar que aqui em Portugal há este produto único relacionado com o património ferroviário e com os comboios”, declarou a responsável pelo Turismo.
A secretária de Estado destacou que “cada vez mais, as pessoas estão à procura de produtos autênticos, genuínos, ligados ao território”, enquanto as autoridades têm apostado “na desconcentração da procura que visita e que vem a Portugal para que conheça todo o território nacional, nomeadamente o interior e que acrescente mais valor às regiões”.
A região do Douro, acrescentou, tem registado uma procura crescente de turistas, a começar pelos brasileiros, mas também norte-americanos e franceses. Ana Mendes Godinho sublinhou que o turismo se tem tornado “uma atividade sustentável e não meramente sazonal”.
“Temos aqui um grande destino, em muitos sítios identificado como o segredo mais bem guardado na Europa, com paisagens, vinhos, gastronomia e pessoas únicos e com este património natural e cultural”, comentou, referindo que os socalcos das vinhas “são uma das poucas construções humanas que se veem do espaço”.
O presidente da Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, considerou que o Douro “é uma pérola da promoção turística regional”. “O comboio tem hoje uma participação muito importante na promoção turística regional”, referiu. O responsável adiantou que, no próximo mês, a CP vai anunciar o lançamento de carruagens turísticas para o Porto e Douro, uma oferta para este verão.
O Comboio Presidencial, que circulou até 1970, depois de ter servido monarcas e presidentes portugueses, regressa à circulação durante dez dias, em viagens turísticas, em que são oferecidas refeições de ‘chefs’ com estrelas Michelin, preparadas numa cozinha improvisada no antigo furgão de bagagens e correios.
Até dia 7 de maio, a equipa do ‘chef’ Esben Holmboe Bang (restaurante Maaemo, Oslo, três estrelas) assegura a cozinha – dois dias antes do arranque do evento, o cozinheiro de origem dinamarquesa sofreu uma lesão numa perna e ficou impossibilitado de viajar a partir da Noruega.
Nos dias 10 e 11 de maio, é o português Pedro Lemos (restaurante Pedro Lemos, Porto, uma estrela) quem assume os comandos da cozinha e, de 12 a 14, será a vez de João Rodrigues (restaurante Feitoria, Lisboa, uma estrela). Diariamente, serão servidos 64 menus, com harmonização de vinhos, sendo 500 euros o preço por pessoa.
A viagem na linha do Douro, ao longo de nove horas, faz o trajeto entre a estação de São Bento (Porto) e a Quinta do Vesúvio (Vila Nova de Foz Coa), uma das poucas propriedades que a família Symington – uma das principais produtoras de vinho do Porto – mantém reservada do público, e que era a favorita de Dona Antónia, icónica figura da história do Douro. A organização da iniciativa pretende promover uma nova edição na época das vindimas, entre setembro e outubro deste ano.
O Governo pretende promover o turismo ferroviário como forma de levar portugueses e estrangeiros a conhecer o interior de Portugal, afirmou a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.
O Governo pretende promover o turismo ferroviário como forma de levar portugueses e estrangeiros a conhecer o interior de Portugal, afirmou esta quarta-feira a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, durante uma viagem na linha do Douro.
“A preocupação é que o comboio seja um meio de levar as pessoas a descobrir o país. No programa nacional de valorização de coesão territorial e no programa de valorização turística do interior incluímos um projeto que é conhecer Portugal de comboio, de forma a que seja também um instrumento para levar pessoas a ir para o interior e a descobrir o nosso território, quer os portugueses quer os estrangeiros”, declarou a governante.
Ana Mendes Godinho foi uma das passageiras da primeira viagem do histórico Comboio Presidencial, que durante dez dias vai conciliar a visita ao Douro, património da Humanidade, com a alta cozinha, assegurada por cozinheiros distinguidos pelo guia Michelin, combinada com vinhos da região.
Este produto do Comboio Presidencial é também uma forma de atrair e posicionar o turismo ferroviário internacionalmente como uma forma de mostrar que aqui em Portugal há este produto único relacionado com o património ferroviário e com os comboios”, declarou a responsável pelo Turismo.
A secretária de Estado destacou que “cada vez mais, as pessoas estão à procura de produtos autênticos, genuínos, ligados ao território”, enquanto as autoridades têm apostado “na desconcentração da procura que visita e que vem a Portugal para que conheça todo o território nacional, nomeadamente o interior e que acrescente mais valor às regiões”.
A região do Douro, acrescentou, tem registado uma procura crescente de turistas, a começar pelos brasileiros, mas também norte-americanos e franceses. Ana Mendes Godinho sublinhou que o turismo se tem tornado “uma atividade sustentável e não meramente sazonal”.
“Temos aqui um grande destino, em muitos sítios identificado como o segredo mais bem guardado na Europa, com paisagens, vinhos, gastronomia e pessoas únicos e com este património natural e cultural”, comentou, referindo que os socalcos das vinhas “são uma das poucas construções humanas que se veem do espaço”.
O presidente da Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, considerou que o Douro “é uma pérola da promoção turística regional”. “O comboio tem hoje uma participação muito importante na promoção turística regional”, referiu. O responsável adiantou que, no próximo mês, a CP vai anunciar o lançamento de carruagens turísticas para o Porto e Douro, uma oferta para este verão.
O Comboio Presidencial, que circulou até 1970, depois de ter servido monarcas e presidentes portugueses, regressa à circulação durante dez dias, em viagens turísticas, em que são oferecidas refeições de ‘chefs’ com estrelas Michelin, preparadas numa cozinha improvisada no antigo furgão de bagagens e correios.
Até dia 7 de maio, a equipa do ‘chef’ Esben Holmboe Bang (restaurante Maaemo, Oslo, três estrelas) assegura a cozinha – dois dias antes do arranque do evento, o cozinheiro de origem dinamarquesa sofreu uma lesão numa perna e ficou impossibilitado de viajar a partir da Noruega.
Nos dias 10 e 11 de maio, é o português Pedro Lemos (restaurante Pedro Lemos, Porto, uma estrela) quem assume os comandos da cozinha e, de 12 a 14, será a vez de João Rodrigues (restaurante Feitoria, Lisboa, uma estrela). Diariamente, serão servidos 64 menus, com harmonização de vinhos, sendo 500 euros o preço por pessoa.
A viagem na linha do Douro, ao longo de nove horas, faz o trajeto entre a estação de São Bento (Porto) e a Quinta do Vesúvio (Vila Nova de Foz Coa), uma das poucas propriedades que a família Symington – uma das principais produtoras de vinho do Porto – mantém reservada do público, e que era a favorita de Dona Antónia, icónica figura da história do Douro. A organização da iniciativa pretende promover uma nova edição na época das vindimas, entre setembro e outubro deste ano.
quarta-feira, 3 de maio de 2017
Mulher sem direito a saber o nome do prostituto que a engravidou
Por: Marina Pinto e Pedro Zagacho Goncalves, in :Correio da Manhã de 02.05.2017
Criança de sete anos fica sem conhecer identidade do pai.
Uma mulher alemã, que ficou grávida depois de manter relações sexuais com um prostituto, perdeu a batalha legal para descobrir o nome desse homem. Segundo a BBC, um tribunal de Munique decretou que o hotel onde passaram três noites, em 2010, não tem de lhe revelar o nome do presumível pai da criança. O tribunal alega que o direito do homem à sua privacidade é mais importante do que o pedido de pensão de alimentos que a mulher fez. A sentença foi mantida após recurso e o caso encontra-se agora encerrado.
A alemã, cuja identidade não foi revelada, apenas conhece o acompanhante por ‘Michael’. Contudo, outros três homens chamados ‘Michael’ pernoitaram naquele hotel na mesma altura. Segundo a sentença, cada um dos quatro ‘Michaels’ tem direito "a controlar as suas próprias informações e a proteger o seu casamento e a sua família".
Nove meses depois da estadia no hotel, nasceu Joel, agora com sete anos, que fica sem conhecer a identidade do pai. O tribunal decidiu que a falta de detalhes que a mãe da criança fornece sobre o homem levanta o risco de os dados pessoais "serem simplesmente divulgados ao acaso".
"Nem sequer é certo que o nome ‘Michael’ é de facto o nome do homem em questão", defendem os juízes. O uso de pseudónimos é frequente entre os prostitutos.
As leis de privacidade alemãs estão entre as mais estritas da Europa. Algo que é, em parte, um legado da história. Recorde-se que durante o regime nazi, e mais tarde sob o domínio comunista do leste alemão, houve graves abusos dos direitos humanos. Nesse período, os cidadãos alemães estiveram sob apertada vigilância por parte do governo.
Criança de sete anos fica sem conhecer identidade do pai.
Uma mulher alemã, que ficou grávida depois de manter relações sexuais com um prostituto, perdeu a batalha legal para descobrir o nome desse homem. Segundo a BBC, um tribunal de Munique decretou que o hotel onde passaram três noites, em 2010, não tem de lhe revelar o nome do presumível pai da criança. O tribunal alega que o direito do homem à sua privacidade é mais importante do que o pedido de pensão de alimentos que a mulher fez. A sentença foi mantida após recurso e o caso encontra-se agora encerrado.
A alemã, cuja identidade não foi revelada, apenas conhece o acompanhante por ‘Michael’. Contudo, outros três homens chamados ‘Michael’ pernoitaram naquele hotel na mesma altura. Segundo a sentença, cada um dos quatro ‘Michaels’ tem direito "a controlar as suas próprias informações e a proteger o seu casamento e a sua família".
Nove meses depois da estadia no hotel, nasceu Joel, agora com sete anos, que fica sem conhecer a identidade do pai. O tribunal decidiu que a falta de detalhes que a mãe da criança fornece sobre o homem levanta o risco de os dados pessoais "serem simplesmente divulgados ao acaso".
"Nem sequer é certo que o nome ‘Michael’ é de facto o nome do homem em questão", defendem os juízes. O uso de pseudónimos é frequente entre os prostitutos.
As leis de privacidade alemãs estão entre as mais estritas da Europa. Algo que é, em parte, um legado da história. Recorde-se que durante o regime nazi, e mais tarde sob o domínio comunista do leste alemão, houve graves abusos dos direitos humanos. Nesse período, os cidadãos alemães estiveram sob apertada vigilância por parte do governo.