domingo, 30 de abril de 2017
sábado, 29 de abril de 2017
sexta-feira, 28 de abril de 2017
quinta-feira, 27 de abril de 2017
Lisboa é a nova Miami dos brasileiros ricos (e clínica anti-depressiva da Europa)
Em setembro de 2014, a empresária Andrea Schultz, 40 anos, mudava-se com o marido e as duas filhas adolescentes para uma casa de 550 m² no Belas Clube de Campo, entre Sintra e Lisboa. O imóvel foi personalizado com três suites e quarto para a empregada, ao gosto do casal.
Donos de uma agência de viagem em Curitiba, os Schultz descobriram em Lisboa os atractivos que os brasileiros abastados encontravam na Flórida, EUA, quando decidiam mudar-se e/ou investir fora do Brasil. “Só que aqui é melhor. Temos o idioma comum, facilidade para conseguir visto e até passaporte português”, explica Andrea.
O seu marido, Aroldo, de 48 anos, é um dos 282 brasileiros que obtiveram o Visto Gold, ou seja, Autorização de Residência para Atividade de Investimento em Portugal.
Para ter direito ao visto, é preciso investir 1 milhão de euros, ou adquirir um imóvel que custe pelo menos 350 mil euros (em zonas de reabilitação urbana) ou € 500 mil nas restantes zonas. Ao fim de 5 anos, o investidor pode solicitar cidadania portuguesa.
Este é um direito que os seus descendentes, inclusivamente agora até os netos, estão a requerer cada vez mais. Só no Consulado de Portugal em São Paulo, são concedidas 820 novas cidadanias por mês. Nos últimos cinco anos, foram 40 mil.
“Os dois países estão sempre em contra-ciclo económico e aproveitam oportunidades recíprocas”, avalia Paulo Lourenço, cônsul-geral de Portugal em São Paulo. Hoje, 85 mil brasileiros são residentes regulares em Portugal.
Atentas a esse potencial mercado, as imobiliárias e agências de investimento portuguesas fazem fila para realizar eventos no Brasil.
“Quando vimos os brasileiros a comprar propriedades em Orlando e em Miami, começámos a ir a feiras e a falar com corretores locais para atrair esse perfil de cliente, que poderia achar Portugal interessante”, afirma Gilberto Jordan, director da Planbelas Sociedade Imobiliária, proprietária do empreendimento com campo de golfe onde vivem os Schultz.
Outras 15 famílias brasileiras responderam ao esforço de vendas do Belas Clube. Todas as semanas, recebem visitas de potenciais clientes do Brasil com capacidade de desembolsar 900 mil euros por uma casa.
“Os brasileiros descobriram Portugal há pouco tempo. Tinham um fascínio pelos EUA, só queriam ir para Miami”, diz Pedro Lancastre, diretor da JLL Consultoria Imobiliária. Hoje, o Brasil representa 14% da clientela, seguido da França (7%) e China (3%).
A mudança de destino dos brasileiros faz-se sentir sob a forma de um boom imobiliário, que elevou o preço de imóveis de luxo em Lisboa em 19%, em média, nos últimos dois anos. Um investimento atraente ainda assim, quando se compara o metro quadrado em áreas nobres de Lisboa (€ 8.000), Paris (€ 18 mil) e Londres (€ 27 mil).
Vista para o Tejo
Essa foi a conta que influenciou José Luiz Nogueira, 57, a instalar-se com a família num imóvel de 340 m² no centro histórico de Lisboa, em 2015. Pagou 5.340 euros por m2 de uma imóvel restaurado num edifício de 1840 na Sé, com sete portadas numa varanda voltada para o Tejo e vista lateral para o castelo de São Jorge.
“Financiei uma parte sem a burocracia do Brasil e com juros de menos de 2% por ano”, compara. “Os imóveis no centro chegaram a valorizar 46% entre 2015 e 2016.”
“Recomendamos o investimento em imóveis em Portugal. Você paga barato, está na Europa, adquire património em euros e o retorno varia de 5% a 15%”, diz Renato Breia, 32 anos, sócio da Empiricus, consultoria financeira com filial em Lisboa.
Ao mudar-se para Lisboa há um ano e meio, o economista seguiu o próprio conselho que dá aos clientes: comprou por 270 mil euros um apartamento de 90 m².
Esta leva de brasileiros ricos e de classe média, nos últimos três anos, encontrou em Portugal um Eldorado para fugir da insegurança, do desencanto com a política e da crise.
“É um perfil acolhido com tapete vermelho”, constata Maria Rita Faria, cônsul-adjunta do Brasil em Lisboa. “Aqui, desfrutam do seu nível de vida, as crianças saem sozinhas em segurança, contam com boas escolas internacionais, além de saúde e educação públicas de qualidade.”
Esse pacote fez os Schultz deixarem para trás a famosa qualidade de vida de Curitiba. “Escapámos à violência”, diz Andrea. “Ficávamos em casa, reféns de bandidos.”
Ao trauma da falta de segurança, soma-se a descrença com a classe política. “Só os meus netos terão um Brasil sem corrupção.”
Dono de uma produtora de vídeo em Brasília, José Luiz Nogueira ponderou ir viver para Paris, ao concluir que São Paulo, onde vivia a família, era inviável. Foi convencido pela mulher, Juliana Caus, 38 anos, a estabelecer-se em Lisboa, com os seus 500 mil habitantes, mas com todos os atractivos de uma capital.
“Ganho dinheiro no Brasil e vivo em Portugal”, resume o empresário, que passa 40 dias em Portugal e 20 no Brasil – uma ponte transatlântica que um cálculo de merceeiro prova ser lucrativa: paga 100 euros de condomínio e uma prestação mais barata que o custo de um arrendamento.
“Os meus filhos, com 13 e 10 anos, andam sozinhos de metro”, diz José Luiz Nogueira. “Viver em Lisboa é como dormir no sofá da avó. É uma sensação de pertença.”
Bilionários
A mulher mais rica de Portugal é uma brasileira: Regina Camargo, 66 anos, herdeira da Camargo Corrêa, com uma fortuna estimada em 1,7 mil milhões de euros. Regina e o marido, Carlos Pires, dono da cadeia farmacêutica Raia Drogasil, escolheram viver num prédio no Chiado, a zona nobre de Lisboa, e transferir a residência fiscal para Portugal.
Este é um exemplo do êxodo recente de pesos-pesados do PIB brasileiro para Portugal, que escolhem cada vez mais Lisboa como destino de eleição para as suas vidas.
Até agora, a opção mais habitual era ter residência de verão em Cascais ou no Estoril, especialmente para famílias com laços de sangue em Portugal, como os Diniz e os Setúbal.
Expoentes da nova geração, Ana Maria Diniz, filha mais velha de Abilio Diniz, e o marido, Luiz Felipe D’Ávila, reformaram um imóvel também no Chiado, onde o metro quadrado pode custar até 10 mil euros.
Gilmar Mendes, juiz do Supremo Tribunal Federal, optou pelo Príncipe Real, outra zona nobre, onde comprou um apartamento o ano passado. Com voo directo de Brasília para Lisboa, costuma passar feriados e planeia usufruir mais do imóvel quando se reformar.
“Temos uma comunidade de afectos em Portugal, na cooperação judicial e na educação”, diz. “Além de um clima ameno em qualquer época do ano.”
Altos executivos brasileiros também se dividem entre os dois países. É o caso de Marcos Madureira, 65 anos, vice-presidente do Santander.
Neto de portugueses, o banqueiro restaurou a quinta da família no norte de Portugal. “Vivi seis anos em Espanha e comecei a recuperação da casa que pertenceu ao meu avô. É o meu refúgio para viver entre Brasil e Portugal quando me aposentar.”
Com um pacote de reformas aprovado desde 2012, Portugal começou a tornar-se atractivo para investidores e reformados que, por exemplo, ganham isenção de impostos durante 10 anos ao transferir a sua residência fiscal para Portugal – algo que chegou mesmo a causar a revolta da Ministra das Finanças da Suécia.
Com uma vida cultural intensa, excelente gastronomia e custo de vida relativamente baixo, a capital portuguesa tornou-se um porto seguro também para nórdicos e franceses, atraídos pelo clima ameno, pelas belas praias, e por esses mesmos atractivos fiscais.
“Em França, temos depressão económica, crise de identidade e medo do terror”, explica François Manceaux, de 56 anos, um cineasta francês que se divide entre Paris e um apartamento no aprazível bairro da Lapa, em Lisboa.
“Portugal tornou-se uma espécie de clínica anti-depressão da Europa”. E uma espécie de Meca para um mundo em crise.
In: https://zap.aeiou.pt (25.04.2017)
Donos de uma agência de viagem em Curitiba, os Schultz descobriram em Lisboa os atractivos que os brasileiros abastados encontravam na Flórida, EUA, quando decidiam mudar-se e/ou investir fora do Brasil. “Só que aqui é melhor. Temos o idioma comum, facilidade para conseguir visto e até passaporte português”, explica Andrea.
O seu marido, Aroldo, de 48 anos, é um dos 282 brasileiros que obtiveram o Visto Gold, ou seja, Autorização de Residência para Atividade de Investimento em Portugal.
Para ter direito ao visto, é preciso investir 1 milhão de euros, ou adquirir um imóvel que custe pelo menos 350 mil euros (em zonas de reabilitação urbana) ou € 500 mil nas restantes zonas. Ao fim de 5 anos, o investidor pode solicitar cidadania portuguesa.
Este é um direito que os seus descendentes, inclusivamente agora até os netos, estão a requerer cada vez mais. Só no Consulado de Portugal em São Paulo, são concedidas 820 novas cidadanias por mês. Nos últimos cinco anos, foram 40 mil.
“Os dois países estão sempre em contra-ciclo económico e aproveitam oportunidades recíprocas”, avalia Paulo Lourenço, cônsul-geral de Portugal em São Paulo. Hoje, 85 mil brasileiros são residentes regulares em Portugal.
Atentas a esse potencial mercado, as imobiliárias e agências de investimento portuguesas fazem fila para realizar eventos no Brasil.
“Quando vimos os brasileiros a comprar propriedades em Orlando e em Miami, começámos a ir a feiras e a falar com corretores locais para atrair esse perfil de cliente, que poderia achar Portugal interessante”, afirma Gilberto Jordan, director da Planbelas Sociedade Imobiliária, proprietária do empreendimento com campo de golfe onde vivem os Schultz.
Outras 15 famílias brasileiras responderam ao esforço de vendas do Belas Clube. Todas as semanas, recebem visitas de potenciais clientes do Brasil com capacidade de desembolsar 900 mil euros por uma casa.
“Os brasileiros descobriram Portugal há pouco tempo. Tinham um fascínio pelos EUA, só queriam ir para Miami”, diz Pedro Lancastre, diretor da JLL Consultoria Imobiliária. Hoje, o Brasil representa 14% da clientela, seguido da França (7%) e China (3%).
A mudança de destino dos brasileiros faz-se sentir sob a forma de um boom imobiliário, que elevou o preço de imóveis de luxo em Lisboa em 19%, em média, nos últimos dois anos. Um investimento atraente ainda assim, quando se compara o metro quadrado em áreas nobres de Lisboa (€ 8.000), Paris (€ 18 mil) e Londres (€ 27 mil).
Vista para o Tejo
Essa foi a conta que influenciou José Luiz Nogueira, 57, a instalar-se com a família num imóvel de 340 m² no centro histórico de Lisboa, em 2015. Pagou 5.340 euros por m2 de uma imóvel restaurado num edifício de 1840 na Sé, com sete portadas numa varanda voltada para o Tejo e vista lateral para o castelo de São Jorge.
“Financiei uma parte sem a burocracia do Brasil e com juros de menos de 2% por ano”, compara. “Os imóveis no centro chegaram a valorizar 46% entre 2015 e 2016.”
“Recomendamos o investimento em imóveis em Portugal. Você paga barato, está na Europa, adquire património em euros e o retorno varia de 5% a 15%”, diz Renato Breia, 32 anos, sócio da Empiricus, consultoria financeira com filial em Lisboa.
Ao mudar-se para Lisboa há um ano e meio, o economista seguiu o próprio conselho que dá aos clientes: comprou por 270 mil euros um apartamento de 90 m².
Esta leva de brasileiros ricos e de classe média, nos últimos três anos, encontrou em Portugal um Eldorado para fugir da insegurança, do desencanto com a política e da crise.
“É um perfil acolhido com tapete vermelho”, constata Maria Rita Faria, cônsul-adjunta do Brasil em Lisboa. “Aqui, desfrutam do seu nível de vida, as crianças saem sozinhas em segurança, contam com boas escolas internacionais, além de saúde e educação públicas de qualidade.”
Esse pacote fez os Schultz deixarem para trás a famosa qualidade de vida de Curitiba. “Escapámos à violência”, diz Andrea. “Ficávamos em casa, reféns de bandidos.”
Ao trauma da falta de segurança, soma-se a descrença com a classe política. “Só os meus netos terão um Brasil sem corrupção.”
Dono de uma produtora de vídeo em Brasília, José Luiz Nogueira ponderou ir viver para Paris, ao concluir que São Paulo, onde vivia a família, era inviável. Foi convencido pela mulher, Juliana Caus, 38 anos, a estabelecer-se em Lisboa, com os seus 500 mil habitantes, mas com todos os atractivos de uma capital.
“Ganho dinheiro no Brasil e vivo em Portugal”, resume o empresário, que passa 40 dias em Portugal e 20 no Brasil – uma ponte transatlântica que um cálculo de merceeiro prova ser lucrativa: paga 100 euros de condomínio e uma prestação mais barata que o custo de um arrendamento.
“Os meus filhos, com 13 e 10 anos, andam sozinhos de metro”, diz José Luiz Nogueira. “Viver em Lisboa é como dormir no sofá da avó. É uma sensação de pertença.”
Bilionários
A mulher mais rica de Portugal é uma brasileira: Regina Camargo, 66 anos, herdeira da Camargo Corrêa, com uma fortuna estimada em 1,7 mil milhões de euros. Regina e o marido, Carlos Pires, dono da cadeia farmacêutica Raia Drogasil, escolheram viver num prédio no Chiado, a zona nobre de Lisboa, e transferir a residência fiscal para Portugal.
Este é um exemplo do êxodo recente de pesos-pesados do PIB brasileiro para Portugal, que escolhem cada vez mais Lisboa como destino de eleição para as suas vidas.
Até agora, a opção mais habitual era ter residência de verão em Cascais ou no Estoril, especialmente para famílias com laços de sangue em Portugal, como os Diniz e os Setúbal.
Expoentes da nova geração, Ana Maria Diniz, filha mais velha de Abilio Diniz, e o marido, Luiz Felipe D’Ávila, reformaram um imóvel também no Chiado, onde o metro quadrado pode custar até 10 mil euros.
Gilmar Mendes, juiz do Supremo Tribunal Federal, optou pelo Príncipe Real, outra zona nobre, onde comprou um apartamento o ano passado. Com voo directo de Brasília para Lisboa, costuma passar feriados e planeia usufruir mais do imóvel quando se reformar.
“Temos uma comunidade de afectos em Portugal, na cooperação judicial e na educação”, diz. “Além de um clima ameno em qualquer época do ano.”
Altos executivos brasileiros também se dividem entre os dois países. É o caso de Marcos Madureira, 65 anos, vice-presidente do Santander.
Neto de portugueses, o banqueiro restaurou a quinta da família no norte de Portugal. “Vivi seis anos em Espanha e comecei a recuperação da casa que pertenceu ao meu avô. É o meu refúgio para viver entre Brasil e Portugal quando me aposentar.”
Com um pacote de reformas aprovado desde 2012, Portugal começou a tornar-se atractivo para investidores e reformados que, por exemplo, ganham isenção de impostos durante 10 anos ao transferir a sua residência fiscal para Portugal – algo que chegou mesmo a causar a revolta da Ministra das Finanças da Suécia.
Com uma vida cultural intensa, excelente gastronomia e custo de vida relativamente baixo, a capital portuguesa tornou-se um porto seguro também para nórdicos e franceses, atraídos pelo clima ameno, pelas belas praias, e por esses mesmos atractivos fiscais.
“Em França, temos depressão económica, crise de identidade e medo do terror”, explica François Manceaux, de 56 anos, um cineasta francês que se divide entre Paris e um apartamento no aprazível bairro da Lapa, em Lisboa.
“Portugal tornou-se uma espécie de clínica anti-depressão da Europa”. E uma espécie de Meca para um mundo em crise.
In: https://zap.aeiou.pt (25.04.2017)
quarta-feira, 26 de abril de 2017
terça-feira, 25 de abril de 2017
segunda-feira, 24 de abril de 2017
domingo, 23 de abril de 2017
O Telemóvel, usado em excesso, é prejudicial à saúde!
“Pela primeira vez a nível mundial, um tribunal reconhece uma relação causal entre o uso inapropriado do telemóvel e um tumor cerebral”, frisam os advogados dos arguidos
por Alexandre Costa in: Expresso, 21.04.2017
Num veredicto inédito, um tribunal da cidade italiana de Ivrea determinou esta quinta-feira a atribuição de uma pensão de 500 euros mensais a um executivo, por considerar que os longos períodos passados por este a falar ao telemóvel, por causa do seu trabalho, lhe causaram um tumor cerebral.
Roberto Romeo, de 57 anos, testemunhara no julgamento que ao longo de 15 anos passou diariamente cerca de três horas ao telemóvel devido ao seu trabalho na Telecom Italia. “Não tive alternativa senão usar o telemóvel para falar com colegas e organizar o trabalho – durante 15 anos, fazia chamadas o tempo todo, de casa e do trabalho”, afirmou.
“A determinada altura, comecei a sentir o meu ouvido direito a ficar bloqueado o tempo todo e o tumor foi diagnosticado em 2010. Felizmente era benigno, mas eu já não consigo ouvir nada do lado direito porque na operação tiveram de remover o meu nervo acústico”, acrescentou.
Um especialista médico calculou que com o tumor Romeo tenha perdido 23% das suas funções corporais, o que levou o juiz a determinar que passe a beneficiar da pensão atribuída a acidentes de trabalho.
“Pela primeira vez a nível mundial, um tribunal reconhece uma relação causal entre o uso inapropriado do telemóvel e um tumor cerebral”, referem os seus advogados Stefano Bertone e Renato Ambrosio, numa declaração.
Sem querer demonizar os telemóveis, Romeo considera que “todos nós temos de estar mais conscientes sobre o modo como os utilizamos”.
A maioria dos estudos sobre este tema refere que o uso moderado dos telemóveis não representa risco substancial para a saúde, mas alguns especialistas frisam que ainda é cedo para se saber dos efeitos de uso intensivo a longo prazo.
por Alexandre Costa in: Expresso, 21.04.2017
Num veredicto inédito, um tribunal da cidade italiana de Ivrea determinou esta quinta-feira a atribuição de uma pensão de 500 euros mensais a um executivo, por considerar que os longos períodos passados por este a falar ao telemóvel, por causa do seu trabalho, lhe causaram um tumor cerebral.
Roberto Romeo, de 57 anos, testemunhara no julgamento que ao longo de 15 anos passou diariamente cerca de três horas ao telemóvel devido ao seu trabalho na Telecom Italia. “Não tive alternativa senão usar o telemóvel para falar com colegas e organizar o trabalho – durante 15 anos, fazia chamadas o tempo todo, de casa e do trabalho”, afirmou.
“A determinada altura, comecei a sentir o meu ouvido direito a ficar bloqueado o tempo todo e o tumor foi diagnosticado em 2010. Felizmente era benigno, mas eu já não consigo ouvir nada do lado direito porque na operação tiveram de remover o meu nervo acústico”, acrescentou.
Um especialista médico calculou que com o tumor Romeo tenha perdido 23% das suas funções corporais, o que levou o juiz a determinar que passe a beneficiar da pensão atribuída a acidentes de trabalho.
“Pela primeira vez a nível mundial, um tribunal reconhece uma relação causal entre o uso inapropriado do telemóvel e um tumor cerebral”, referem os seus advogados Stefano Bertone e Renato Ambrosio, numa declaração.
Sem querer demonizar os telemóveis, Romeo considera que “todos nós temos de estar mais conscientes sobre o modo como os utilizamos”.
A maioria dos estudos sobre este tema refere que o uso moderado dos telemóveis não representa risco substancial para a saúde, mas alguns especialistas frisam que ainda é cedo para se saber dos efeitos de uso intensivo a longo prazo.
sábado, 22 de abril de 2017
Alguém tem de pôr ordem no saudável negócio das comunicações, porque os consumidores sozinhos não conseguem!
A Meo também foi multada, em 120 mil euros, por não ter publicado informação adequada sobre um tarifário
A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) multou a NOS em 210 mil euros por esta ter prestado "informações falsas" e por os funcionários do call center [centro de atendimento] terem assediado uma cliente idosa e doente com diversas ofertas.
De acordo com informação da Anacom sobre contraordenações, foi aplicada à NOS uma "coima única de 210.000 euros" por "se ter provado que a arguida prestou, por escrito, a seis clientes e, oralmente, a um cliente, informações falsas, designadamente sobre a exigência de penalizações por incumprimentos de período de fidelização em situações em que tais incumprimentos não se verificavam, sobre a cobrança de mensalidade do serviço prestado que deveria ser gratuita e sobre a falta de assinatura de formulário de denúncia que não era verdadeira".
Também ficou provado que "funcionários do call center'da arguida, agindo em seu nome e por sua conta, assediaram com diversas ofertas comerciais uma cliente idosa e doente", bem como funcionários de lojas e do centro de atendimento, "agindo em seu nome e por sua conta, desrespeitaram procedimentos definidos pela Anacom para a cessação dos contratos por iniciativa dos assinantes", refere o regulador.
Foi ainda aplicada uma coima de 158.650 euros à NOS e uma pena de admoestação por não ter cumprido o regulamento da portabilidade.
Por sua vez, a Meo, da PT Portugal, viu ser aplicada pela Anacom uma coima de 120 mil euros por não ter publicado informação adequada e completa sobre o tarifário aplicável às chamadas para o 1896 na Internet.
In: DN de 21.04.2017
A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) multou a NOS em 210 mil euros por esta ter prestado "informações falsas" e por os funcionários do call center [centro de atendimento] terem assediado uma cliente idosa e doente com diversas ofertas.
De acordo com informação da Anacom sobre contraordenações, foi aplicada à NOS uma "coima única de 210.000 euros" por "se ter provado que a arguida prestou, por escrito, a seis clientes e, oralmente, a um cliente, informações falsas, designadamente sobre a exigência de penalizações por incumprimentos de período de fidelização em situações em que tais incumprimentos não se verificavam, sobre a cobrança de mensalidade do serviço prestado que deveria ser gratuita e sobre a falta de assinatura de formulário de denúncia que não era verdadeira".
Também ficou provado que "funcionários do call center'da arguida, agindo em seu nome e por sua conta, assediaram com diversas ofertas comerciais uma cliente idosa e doente", bem como funcionários de lojas e do centro de atendimento, "agindo em seu nome e por sua conta, desrespeitaram procedimentos definidos pela Anacom para a cessação dos contratos por iniciativa dos assinantes", refere o regulador.
Foi ainda aplicada uma coima de 158.650 euros à NOS e uma pena de admoestação por não ter cumprido o regulamento da portabilidade.
Por sua vez, a Meo, da PT Portugal, viu ser aplicada pela Anacom uma coima de 120 mil euros por não ter publicado informação adequada e completa sobre o tarifário aplicável às chamadas para o 1896 na Internet.
In: DN de 21.04.2017
sexta-feira, 21 de abril de 2017
quinta-feira, 20 de abril de 2017
quarta-feira, 19 de abril de 2017
terça-feira, 18 de abril de 2017
O que nos interessa o que diz esta gente? Nada!
Dizemos nós: |
O que vimos, quase em uníssono foi de que não havia qualquer hipótese de obter o défice abaixo dos 3% devido á política do governo de devolver os rendimentos retirados pela troika e o anterior governo. A economia não ia crescer, as exportações iam diminuir o investimento ia estagnar, ou seja: um verdadeiro desastre!
A oposição até descansou porque sinceramente acreditou na verdadeira impossibilidade do cumprimento do défice, o aumento das exportações e também a redução do desemprego. O mesmo fez a EU, o FMI, as agências de notação da dívida pública e bem assim a UTAO e, claro e como é habitual o Conselho de Finanças Públicas, bem como os economistas habituais. Tipos de “grande “nível. O Daniel Bessa disse que pagava um almoço se o défice fosse conseguido sem o aumento do IVA (não se sabe se efectuou o pagamento prometido), O Snr Duque, José Gomes Ferreira, J Vieira Pereira.
Toda esta gente ficou de boca aberta pelos resultados conseguidos: o melhor défice da 2ª republica, aumento das exportações ao nível das importações o que manteve uma balança equilibrada, redução do desemprego e criação líquida de cerca de 100 mil empregos, etc.
Em vez de reconhecerem que se enganaram, á boa maneira portuguesa, acabaram por justificar que foi conseguido com um milagre como a Prof Teodora e devido a efeitos extraordinários não repetíveis. O problema é que ontem a mesma senhora veio reconhecer que os efeitos extraordinários apenas significavam 0,3%, portanto o défice menos as medidas extraordinárias ficariam mesmo assim, em 2,3% abaixo do compromisso com a EU, o que aliás foi ontem confirmado pelo Eurostat. Claro que agora a referida senhora diz mais prudentemente que as previsões do Governo para 2017 são correctas mas, claro, de 2018 a 2021 já paira outra vez o diabo.
A UTAO diz que a coisa parece negra já em 2017, como habitual, sem que ninguém lhes ligue o mínimo e o FMI, pasme-se, vem hoje dizer que a previsão de crescimento do Governo é demasiado cautelosa e revê em alta o crescimento para 1,7%. A Católica diz que será seguramente acima de 2% e que em 2019 se espera que o desemprego esteja entre 7% e 8%!!!
Pior: a Moody´s, manifestou a possibilidade de rever em alta a notação do país se, entretanto, a questão do sector financeiro, fosse resolvida.
O J. Vieira Pereira escreve um artigo no Expresso dizendo que não compreende o optimismo de toda a gente pois a OCDE, contra a corrente, prevê que a coisa não corra bem.
É claro que todos sabemos que o que interessa é a OCDE, que, diga-se de passagem, nunca acerta uma, mas lá safou o Snr Pereira que conseguiu com grande dificuldade encontrar quem não alinhasse com o optimismo reinante.
Em lugar de reconhecerem que falharam rotundamente cada um dá as mais bizarras explicações para desesperadamente justificarem o seu falhanço.
Dizem uns que o Governo só conseguiu estes resultados porque reduziu drasticamente a despesa do Estado!!! Mas então não era isso que os que agora criticam protestavam fazer? Esses que criticam aquando no Governo não conseguiram reduzir como prometeram apenas baixaram os salários e, pelo contrário, resolveram o assunto com um “enorme aumento de impostos”.
Dizem também que o Estado não investiu o suficiente!!! Mas não eram esses que diziam que o Estado não se devia meter na economia, que as obras públicas tinham endividado o país, etc. etc., etc.
Afinal em que ficamos?
Este Governo, á semelhança de outros, tem cometido muitos erros mas os resultados na economia, no défice e mesmo na dívida (tendo em conta os custos de reestruturação da Banca deixada ao “Deus dará” pelo Governo anterior) excedeu todas as expectativas!
Fala-se agora em 1% de défice, crescimento da economia superior a 2%, desemprego entre 7% e 8%, a dívida pública a atingir os 60% do PIB - 15 anos antes do estipulado pela lei do PEC europeu!!!-.
Vamos, no entanto, ouvir os do costume dizer que a coisa vai correr mal, que o Governo não previu uma guerra, um terramoto ou o apocalipse, porque esta gente tomou conta dos media e não nos livramos deles.
O país estar melhor nada significa para eles, só seria importante se essa situação tivesse sido obtida pelos seus partidos favoritos. O que interessa a esta gente os 10 milhões que aqui vivem? Nada!
Devíamos responder da mesma medida e dizer: o que nos interessa o que diz esta gente? Nada!
A imprensa inglesa adora Lisboa. Efeito da Monocle, do The Guardian e com sorte do Brexit
Lisboa tornou-se “um exemplo extraordinário daquilo a que se pode chamar urbanismo Monocle”. Esta é uma das frases do artigo publicado ontem no site do jornal inglês The Guardian em que Lisboa é elogiada como a cidade que esteve de rastos e é hoje a capital do "cool".
“Em Lisboa, as pessoas estão sempre a falar-me sobre surf. É fantástico. As praias estão a 20 minutos do centro histórico lindo e cheio de vida”. Começa assim, o artigo publicado ontem no jornal inglês The Guardian que ao longo de quase 30 parágrafos descreve como Lisboa se transformou numa cidade de rastos na nova capital “cool” da Europa.
Para retratar esta nova Lisboa, Rowan Moore, o jornalista que assina o artigo, falou com um conjunto de pessoas. Patrick, o empreendedor americano que já teve um negócio na Costa Rica e no Bali; Matthieu, um ‘life coach’ francês; Tariq, o inglês especialista em propriedades; Rohan Silva, outro britânico, empreendedor no mercado de tecnologias que, segundo o jornalista do The Guardian, a imprensa inglesa gosta de descrever como “tech scenester”; e Charlie Orford, co-fundador do site de reserva de voos Low Cost Hero.
Falou também com portugueses. João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria; Mariana Pestana, organizadora da Trienal de de Arquitetura de Lisboa em 2013; Mariana Duarte Silva, responsável pelo Village Underground; Ana Jara e Lucinda Correia, arquitetas da Arteria.
Além das pessoas com quem falou, Rowan Moore também falou de outras pessoas:António Costa, a quem é atribuído um conjunto de conquistas, à cabeça. É um primeiro-ministro “pró-empresas”, nas palavras do empreendedor britânico Rohan Silva. Recordando os tempos de Costa como presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o jornalista do The Guardian sublinha o papel que desempenhou no encorajamento a empreendedores criativos e techies, além, claro, do turismo que impulsionou na cidade ao facilitar a abertura de hotéis em edifícios históricos. Lembra ainda que António Costa lançou programas para ajudar crianças e desempregados a aprender a programar. Além disso, acrescenta, criou a Startup Lisboa, com a ajuda de João Vasconcelos e de Graça Fonseca, hoje secretária de Estado da Presidência e vereadora em Lisboa durante o mandato camarário. Além de António Costa, são referidos outros nomes, como o de Vhils, ou locais, como o mercado da Ribeira (‘Time Out Market’) ou a Cozinha Popular.
A tónica geral do artigo é francamente elogiosa para Lisboa, até - ou sobretudo - pela forma como a capital portuguesa reagiu à “pior crise em 100 anos”, de acordo com João Vasconcelos, os anos em que , diz o The Guardian, "pessoas dormiam em carros porque tinham sido forçadas a sair das suas casas". O artigo cita o novo clima psicológico que se vive no país e a forma como isso tem impacto na economia: “As mudanças económicas já não são algo que nos acontece. Há algum controlo”, afirma Mariana Pestana.
O jornalista do The Guardian, que publica o artigo na secção de Arquitetura, afirma que Lisboa se tornou “um exemplo extraordinário daquilo a que se pode chamar urbanismo Monocle” [em referência à revista inglesa que tem publicado vários artigos e suplementos patrocinados sobre a capital portuguesa].
Quase no final, o artigo dá voz algumas críticas, protagonizadas pelas arquitetas Ana Jara e Lucinda Correia. Em causa está a subida de preços no mercado imobiliário, o impacto que está a ter no afastamento das pessoas do centro da cidade e o efeito dos golden visa em todo este processo. Mariana Duarte Silva corrobora esta visão: “As pessoas estão a ser empurradas para fora das suas casas e as lojas tradicionais estão a fechar. Mas o primeiro-ministro está muito consciente disso”.
No fim, o artigo relembra a capacidade de Lisboa em mimetizar outras cidades. A ponte 25 de Abril que espelha a Golden Gate de São Francisco ou o Cristo Rei que emparelha com o Cristo Redentor do Rio de Janeiro.
Agora, nesta nova Lisboa, Londres é a grande inspiração, mas com um olho em Silicon Valley, por causa das empresas de garagem que se tornaram em gigantes da tecnologia, e em Miami a pensar nos reformados do norte da Europa. Algures neste triângulo acontece o Brexit. Em Lisboa há quem espere que essa seja uma oportunidade real de a cidade ser mais que um destino cool. Uma expetativa do país inteiro, na realidade.
In: Sapo 24, de 17-04-2017
segunda-feira, 17 de abril de 2017
O futuro do turismo está no combate à sazonalidade
Plano para o sector até 2027 aposta no crescimento fora da época alta, no alargamento da actividade a mais regiões do país e na melhoria das qualificações e salários dos trabalhadores do sector.
LUÍS VILLALOBOS 16 de Março de 2017, in Público
O combate à sazonalidade do turismo não surge como principal tópico da nova estratégia para o sector até 2027, mas foi o elemento mais focado pela secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, na apresentação oficial do documento que decorreu em Lisboa, enquadrado na BTL – Feira Internacional do Turismo.
Só com mais turismo ao longo do ano, sublinhou a secretária de Estado, é possível haver “empregos qualificados e sustentados”, e evitar, por exemplo, que haja despedimentos em massa em Outubro, após a época balnear. O mesmo tema foi abordado pelo presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, ao falar da sazonalidade como um adversário da empregabilidade.
Numa sala cheia, preenchida por profissionais ligados ao sector, foi depois a vez do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, destacar a importância do sector para as contas do país, com os dados a saltar à vista: no ano passado, depois de batidos novos recordes, as receitas turísticas chegaram aos 12,7 mil milhões de euros, e o objectivo é que esse valor cresça 7% ao ano, até atingir os 26 mil milhões em 2027 (um cenário mais negativo, com taxas de 5%, leva o montante até aos 20,6 mil milhões).
Aqui, entra em campo a importância da menor sazonalidade, e do alargamento da actividade turística a regiões com pouca procura. É que se os meses de Junho, Junho, Agosto e Setembro são os mais proveitosos, é preciso não esquecer que a maioria das dormidas ocorre junto ao litoral (ou seja, praias, logo, mais propício à sazonalidade), e concentra-se em regiões como Algarve e Lisboa.
Neste caso, a ideia é apostar no património histórico-cultural e natural e ir ajustando a oferta à procura com produtos específicos (por exemplo, com percursos pedestres e de ciclismo). E se pouco há de novo aqui, o objectivo é meritório: alargar a actividade económica e potenciar o número de dormidas para chegar aos 80 milhões (mais 31 milhões dormidas, com um crescimento de 4,2%).
Depois, fazer com que a receita média suba de forma mais expressiva do que as dormidas, ou seja, que cada turista gaste um pouco mais. Aqui, voltamos ao desafio da sazonalidade.
O objectivo é, em dez anos, reduzir o índice que mede a sazonalidade de 37,5% para 33,5%, fazendo assim diminuir o peso da época balnear (em 2005, estava nos 36,8%). Isso faz-se, por exemplo, com eventos como o da Websummit, que se realizou em Novembro do ano passado em Lisboa. Olhando para dos dados do INE referentes aos proveitos em estabelecimentos hoteleiros, verifica-se que, nesse mês, houve em Lisboa um aumento de 32% das receitas face a Novembro de 2015. E é essa, aliás, a ideia do Governo e o Turismo de Portugal, já que parte da estratégia passa por destacar o país enquanto “destino internacional de congressos e eventos culturais e desportivos”, além de reforçar a internacionalização de Portugal “enquanto destino turístico para visitar, investir, viver e estudar”.
Turismo ao longo do ano
Outra parte da estratégia passa por atingir os mercados que melhor se adequam à menor dependência dos meses quentes do Verão. Além do reforço dos mercados estratégicos (como Espanha, Brasil, Irlanda ou os da Escandinávia), pretende-se dinamizar os “mercados de aposta”, como a China, EUA e Índia, os “mercados de crescimento”, como Itália, Suíça, Rússia ou Canadá, e os “mercados de actuação selectiva”, como Japão, Coreia do Sul e países da península arábica.
Com mais dormidas e mais receitas, e turistas ao longo de todo o ano em mais zonas do território, ficaria facilitada a intenção de “aumentar as habilitações da população empregada” no sector. A meta é duplicar o nível das habilitações, passando o peso dos que têm o ensino secundário e pós-secundário dos actuais 30% do total para mais de 60%.
Ao mesmo tempo que se aposta na qualificação, também os salários devem sofrer alterações, para melhor. De acordo com o documento apresentado esta quarta-feira, o rendimento médio anual de um trabalhador na hotelaria e restauração é “cerca de 33% inferior ao do conjunto da economia”.
No seu discurso, a secretária de Estado do Turismo sublinhou o tom positivo ao destacar que, no ano passado, “dois terços do crescimento” do sector em 2016 ocorreram fora da época alta. “Estamos a conseguir trazer mais turistas ao longo do ano”, afirmou, enquadrando a tendência com dados como as novas ligações aéreas e a abertura de unidades hoteleiras (46 no ano passado). E houve até lugar para números frescos: os dados do INE, divulgados esta quarta-feira, deram nota de um novo crescimento, de 12,6%, nas dormidas em Janeiro, com destaque para os estrangeiros (mais 17,6%).
No entanto, há também ameaças e riscos, desde o impacto do “Brexit” a potenciais dificuldades de “afirmação e desenvolvimento do destino Portugal enquanto mercado europeu perante o crescimento da procura por destinos fora da Europa e emergência de novos destinos”, passando pela “possibilidade de sobrecarga turística em determinados locais/destinos”.
LUÍS VILLALOBOS 16 de Março de 2017, in Público
O combate à sazonalidade do turismo não surge como principal tópico da nova estratégia para o sector até 2027, mas foi o elemento mais focado pela secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, na apresentação oficial do documento que decorreu em Lisboa, enquadrado na BTL – Feira Internacional do Turismo.
Só com mais turismo ao longo do ano, sublinhou a secretária de Estado, é possível haver “empregos qualificados e sustentados”, e evitar, por exemplo, que haja despedimentos em massa em Outubro, após a época balnear. O mesmo tema foi abordado pelo presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, ao falar da sazonalidade como um adversário da empregabilidade.
Numa sala cheia, preenchida por profissionais ligados ao sector, foi depois a vez do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, destacar a importância do sector para as contas do país, com os dados a saltar à vista: no ano passado, depois de batidos novos recordes, as receitas turísticas chegaram aos 12,7 mil milhões de euros, e o objectivo é que esse valor cresça 7% ao ano, até atingir os 26 mil milhões em 2027 (um cenário mais negativo, com taxas de 5%, leva o montante até aos 20,6 mil milhões).
Aqui, entra em campo a importância da menor sazonalidade, e do alargamento da actividade turística a regiões com pouca procura. É que se os meses de Junho, Junho, Agosto e Setembro são os mais proveitosos, é preciso não esquecer que a maioria das dormidas ocorre junto ao litoral (ou seja, praias, logo, mais propício à sazonalidade), e concentra-se em regiões como Algarve e Lisboa.
Neste caso, a ideia é apostar no património histórico-cultural e natural e ir ajustando a oferta à procura com produtos específicos (por exemplo, com percursos pedestres e de ciclismo). E se pouco há de novo aqui, o objectivo é meritório: alargar a actividade económica e potenciar o número de dormidas para chegar aos 80 milhões (mais 31 milhões dormidas, com um crescimento de 4,2%).
Depois, fazer com que a receita média suba de forma mais expressiva do que as dormidas, ou seja, que cada turista gaste um pouco mais. Aqui, voltamos ao desafio da sazonalidade.
O objectivo é, em dez anos, reduzir o índice que mede a sazonalidade de 37,5% para 33,5%, fazendo assim diminuir o peso da época balnear (em 2005, estava nos 36,8%). Isso faz-se, por exemplo, com eventos como o da Websummit, que se realizou em Novembro do ano passado em Lisboa. Olhando para dos dados do INE referentes aos proveitos em estabelecimentos hoteleiros, verifica-se que, nesse mês, houve em Lisboa um aumento de 32% das receitas face a Novembro de 2015. E é essa, aliás, a ideia do Governo e o Turismo de Portugal, já que parte da estratégia passa por destacar o país enquanto “destino internacional de congressos e eventos culturais e desportivos”, além de reforçar a internacionalização de Portugal “enquanto destino turístico para visitar, investir, viver e estudar”.
Turismo ao longo do ano
Outra parte da estratégia passa por atingir os mercados que melhor se adequam à menor dependência dos meses quentes do Verão. Além do reforço dos mercados estratégicos (como Espanha, Brasil, Irlanda ou os da Escandinávia), pretende-se dinamizar os “mercados de aposta”, como a China, EUA e Índia, os “mercados de crescimento”, como Itália, Suíça, Rússia ou Canadá, e os “mercados de actuação selectiva”, como Japão, Coreia do Sul e países da península arábica.
Com mais dormidas e mais receitas, e turistas ao longo de todo o ano em mais zonas do território, ficaria facilitada a intenção de “aumentar as habilitações da população empregada” no sector. A meta é duplicar o nível das habilitações, passando o peso dos que têm o ensino secundário e pós-secundário dos actuais 30% do total para mais de 60%.
Ao mesmo tempo que se aposta na qualificação, também os salários devem sofrer alterações, para melhor. De acordo com o documento apresentado esta quarta-feira, o rendimento médio anual de um trabalhador na hotelaria e restauração é “cerca de 33% inferior ao do conjunto da economia”.
No seu discurso, a secretária de Estado do Turismo sublinhou o tom positivo ao destacar que, no ano passado, “dois terços do crescimento” do sector em 2016 ocorreram fora da época alta. “Estamos a conseguir trazer mais turistas ao longo do ano”, afirmou, enquadrando a tendência com dados como as novas ligações aéreas e a abertura de unidades hoteleiras (46 no ano passado). E houve até lugar para números frescos: os dados do INE, divulgados esta quarta-feira, deram nota de um novo crescimento, de 12,6%, nas dormidas em Janeiro, com destaque para os estrangeiros (mais 17,6%).
No entanto, há também ameaças e riscos, desde o impacto do “Brexit” a potenciais dificuldades de “afirmação e desenvolvimento do destino Portugal enquanto mercado europeu perante o crescimento da procura por destinos fora da Europa e emergência de novos destinos”, passando pela “possibilidade de sobrecarga turística em determinados locais/destinos”.
domingo, 16 de abril de 2017
Com a ajuda dos turistas que gostam da pinga: Portugal debita 54 Litros, por habitante, por ano!
Portugal é o país com maior consumo de vinho por habitante, com 54 litros por pessoa e por ano.
A seguir no ranking estão França, Itália, Suécia, Suíça, Bélgica e Argentina, Alemanha e Austrália (27 litros), de acordo com o relatório anual de conjuntura da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).
Espanha é o 8.º país com maior consumo por habitante (25,4 litros), seguida de dois países onde não se cultivam vinhas: Holanda e Reino Unido.
No entanto, a procura de vinho aumentou apenas 0,4% a nível mundial, em 2016, para os 242 milhões de hectolitros, em linha com a estagnação verificada desde a crise de 2008.
Foi na China onde se verificou o maior aumento no consumo (+6,9% para 17,3 milhões de hectolitros), seguida da Itália (+5,3% para 22,5 milhões) e dos EUA (+2,5% para 31,8 milhões).
Já a produção de vinho caiu 3%, para 267 milhões de hectolitros, devido sobretudo a condições climáticas pouco favoráveis em alguns dos principais países produtores, como o Chile, a Argentina ou o Brasil. A OIV refere que os três maiores produtores continuam a ser Itália (50,9 milhões de hectolitros, mais 2%), França (43,5 milhões, menos 7%) e Espanha (39,3 milhões, mais 4%). Os EUA reforçaram a sua posição, com 23,9 milhões (+10%), bem como a Austrália que produziu 13 milhões (+9%).
O comércio internacional de vinho caiu 1,2%, em 2016, situando-se nos 104 milhões de hectolitros, mas em valor subiu 2%, para 29 mil milhões de euros.
Espanha voltou a ser o maior exportador em quantidade, com 22,3 milhões de hectolitros, mas França liderou no valor das vendas ao exterior, com 8255 milhões de euros. Portugal foi o 9.º maior exportador (2,8 milhões de hectolitros, por 734 milhões de euros).
In: Jornal de Noticias, 16.04.2017
A seguir no ranking estão França, Itália, Suécia, Suíça, Bélgica e Argentina, Alemanha e Austrália (27 litros), de acordo com o relatório anual de conjuntura da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).
Espanha é o 8.º país com maior consumo por habitante (25,4 litros), seguida de dois países onde não se cultivam vinhas: Holanda e Reino Unido.
No entanto, a procura de vinho aumentou apenas 0,4% a nível mundial, em 2016, para os 242 milhões de hectolitros, em linha com a estagnação verificada desde a crise de 2008.
Foi na China onde se verificou o maior aumento no consumo (+6,9% para 17,3 milhões de hectolitros), seguida da Itália (+5,3% para 22,5 milhões) e dos EUA (+2,5% para 31,8 milhões).
Já a produção de vinho caiu 3%, para 267 milhões de hectolitros, devido sobretudo a condições climáticas pouco favoráveis em alguns dos principais países produtores, como o Chile, a Argentina ou o Brasil. A OIV refere que os três maiores produtores continuam a ser Itália (50,9 milhões de hectolitros, mais 2%), França (43,5 milhões, menos 7%) e Espanha (39,3 milhões, mais 4%). Os EUA reforçaram a sua posição, com 23,9 milhões (+10%), bem como a Austrália que produziu 13 milhões (+9%).
O comércio internacional de vinho caiu 1,2%, em 2016, situando-se nos 104 milhões de hectolitros, mas em valor subiu 2%, para 29 mil milhões de euros.
Espanha voltou a ser o maior exportador em quantidade, com 22,3 milhões de hectolitros, mas França liderou no valor das vendas ao exterior, com 8255 milhões de euros. Portugal foi o 9.º maior exportador (2,8 milhões de hectolitros, por 734 milhões de euros).
In: Jornal de Noticias, 16.04.2017
sábado, 15 de abril de 2017
FRANÇA RECUPERA LIDERANÇA DOS EMISSORES PARA PORTUGAL EM RECEITAS TURÍSTICAS
21-02-2017 in Presstur
França recuperou em 2016 a liderança dos mercados emissores para Portugal em receitas turísticas, uma posição conquistada em 2012, 2013 e 2014, e perdida em 2015 para o Reino Unido, segundo dados do Banco de Portugal recolhidos pelo PressTUR.
Os gastos em Portugal dos residentes em França ascenderam ao valor recorde de 2.277,28 milhões de euros em 2016, um aumento de 270,89 milhões de euros face ao ano anterior, com o qual superou o Reino Unido como principal mercado emissor em receitas turísticas para Portugal.
Os gastos dos franceses em 2016 em Portugal representaram 17,96% das receitas turísticas totais, enquanto os gastos dos britânicos representaram 17,88%, com 2.266,79 milhões de euros, mais 259,53 milhões de euros que em 2015.
Espanha foi o terceiro maior emissor das receitas turísticas portuguesas no ano passado, com 1.640,82 milhões de euros, mais 183,93 milhões de euros que em 2015, com uma quota de 12,94%.
Os gastos em Portugal dos residentes na Alemanha alcançaram os 1.482,20 milhões de euros, mais 221,96 milhões de euros que em 2015, representando assim 11,69% das receitas totais.
Os residentes nos Estados Unidos fecharam o Top5 dos principais emissores para Portugal em receitas turísticas em 2016, com 593,42 milhões de euros, mais 62,90 milhões de euros, 4,68% das receitas totais.
Seguiram-se a Holanda, com 585,67 milhões, mais 76,55 milhões que em 2015, o Brasil, com 399,78 milhões de euros, mais 23,99 milhões, a Bélgica, com 388,11 milhões de euros, mais 34,14 milhões que um ano antes, a Suíça, com 352,68 milhões, mais 60,18 milhões, e a Irlanda, com 312,97 milhões, mais 43,11 milhões que em 2015.
Entre os dez maiores emissores para Portugal em receitas turísticas em 2016, só o Brasil não alcançou um montante recorde, ficando aquém do máximo alcançado em 2013, de 404,43 milhões de euros.
Os residentes na Holanda e os residentes na Suíça, por sua vez, nunca representaram tanto em receitas turísticas para Portugal como em 2016, designadamente com 4,62% e 2,78% das receitas totais.
França, líder nas receitas em 2016, ganhou quota face a 2015 em 0,44 pontos percentuais, mas ficou aquém do seu recorde, em 2013, em que representou 18,04% das receitas turísticas em Portugal.
França recuperou em 2016 a liderança dos mercados emissores para Portugal em receitas turísticas, uma posição conquistada em 2012, 2013 e 2014, e perdida em 2015 para o Reino Unido, segundo dados do Banco de Portugal recolhidos pelo PressTUR.
Os gastos em Portugal dos residentes em França ascenderam ao valor recorde de 2.277,28 milhões de euros em 2016, um aumento de 270,89 milhões de euros face ao ano anterior, com o qual superou o Reino Unido como principal mercado emissor em receitas turísticas para Portugal.
Os gastos dos franceses em 2016 em Portugal representaram 17,96% das receitas turísticas totais, enquanto os gastos dos britânicos representaram 17,88%, com 2.266,79 milhões de euros, mais 259,53 milhões de euros que em 2015.
Espanha foi o terceiro maior emissor das receitas turísticas portuguesas no ano passado, com 1.640,82 milhões de euros, mais 183,93 milhões de euros que em 2015, com uma quota de 12,94%.
Os gastos em Portugal dos residentes na Alemanha alcançaram os 1.482,20 milhões de euros, mais 221,96 milhões de euros que em 2015, representando assim 11,69% das receitas totais.
Os residentes nos Estados Unidos fecharam o Top5 dos principais emissores para Portugal em receitas turísticas em 2016, com 593,42 milhões de euros, mais 62,90 milhões de euros, 4,68% das receitas totais.
Seguiram-se a Holanda, com 585,67 milhões, mais 76,55 milhões que em 2015, o Brasil, com 399,78 milhões de euros, mais 23,99 milhões, a Bélgica, com 388,11 milhões de euros, mais 34,14 milhões que um ano antes, a Suíça, com 352,68 milhões, mais 60,18 milhões, e a Irlanda, com 312,97 milhões, mais 43,11 milhões que em 2015.
Entre os dez maiores emissores para Portugal em receitas turísticas em 2016, só o Brasil não alcançou um montante recorde, ficando aquém do máximo alcançado em 2013, de 404,43 milhões de euros.
Os residentes na Holanda e os residentes na Suíça, por sua vez, nunca representaram tanto em receitas turísticas para Portugal como em 2016, designadamente com 4,62% e 2,78% das receitas totais.
França, líder nas receitas em 2016, ganhou quota face a 2015 em 0,44 pontos percentuais, mas ficou aquém do seu recorde, em 2013, em que representou 18,04% das receitas turísticas em Portugal.
sexta-feira, 14 de abril de 2017
quinta-feira, 13 de abril de 2017
quarta-feira, 12 de abril de 2017
Confirmado! Afinal “Shit happens”, tanto no Sul, quanto no Norte
In: Jornal de Noticias, 11.04.2017
Alemanha
Pai e filha tomam "banho" de estrume vertido por trator
Um homem e a sua filha adolescente ficaram cobertos por estrume, este sábado, na cidade alemã de Altomünster, estado da Baviera, quando estavam dentro do carro que, para azar dos ocupantes, era descapotável.
Segundo a Associated Press (AP), que deu conta do caso esta segunda-feira, o incidente ocorreu quando um trator que transportava estrume num reboque resvalou e acabou por entornar todo o material orgânico para cima do carro estacionado.
Consequentemente, dadas as características do veículo, os ocupantes, o homem de 52 anos e a filha de 15, ficaram cobertos por estrume "da cabeça aos pés", disse a AP, que acrescenta, citando a polícia do distrito de Dachau - onde ocorreu o incidente - que ninguém ficou ferido.Dizemos nós: Fica por este meio demonstrado o que de há muito é sabido por qualquer observador da natureza humana, meredianamente atento: A merda quando cai no seu caminho, não escolhe hora,local, idade ou nacionalidade da vitima!
Alemanha
Pai e filha tomam "banho" de estrume vertido por trator
Um homem e a sua filha adolescente ficaram cobertos por estrume, este sábado, na cidade alemã de Altomünster, estado da Baviera, quando estavam dentro do carro que, para azar dos ocupantes, era descapotável.
Segundo a Associated Press (AP), que deu conta do caso esta segunda-feira, o incidente ocorreu quando um trator que transportava estrume num reboque resvalou e acabou por entornar todo o material orgânico para cima do carro estacionado.
Consequentemente, dadas as características do veículo, os ocupantes, o homem de 52 anos e a filha de 15, ficaram cobertos por estrume "da cabeça aos pés", disse a AP, que acrescenta, citando a polícia do distrito de Dachau - onde ocorreu o incidente - que ninguém ficou ferido.Dizemos nós: Fica por este meio demonstrado o que de há muito é sabido por qualquer observador da natureza humana, meredianamente atento: A merda quando cai no seu caminho, não escolhe hora,local, idade ou nacionalidade da vitima!
terça-feira, 11 de abril de 2017
Lisboa é a cidade mais cool da Europa. As sete razões da CNN
Da vida noctura à gastronomia, passando pelas ruas, a estação de televisão norte-americana explica por que considera a capital portuguesa um destino de relevo.
In: PÚBLICO 10 de Abril de 2017, 23:32
Lisboa tem estado nas bocas do mundo e tem sido redescoberta pelos milhares e milhares de turistas que visitam a capital portuguesa durante todo o ano. A CNN não vai por menos e diz que Lisboa pode mesmo ser a cidade mais "cool" da Europa. E aponta sete razões específicas que vão da vida nocturna à gastronomia:
1. “Uma vida nocturna que pode ultrapassar a de Madrid.”
O argumento que justifica esta primeira razão apontada pelo canal norte-americano é a duração da noite lisboeta. “Se pensa que Madrid sai à noite até tarde, tente sair em Lisboa”. Afirmando que a noite da cidade portuguesa dura até o sol nascer sobre o rio Tejo, a CNN destaca o Bairro Alto, o Cais do Sodré e a discoteca Lux, que apelida como “o rei dos superclubes de Lisboa”.
2. “Cozinha experimental”
Neste aspecto o canal-americano refere que a capital portuguesa está a largar a fama do bacalhau e das típicas tascas para se tornar num centro da cozinha moderna e sofisticada. E destaca um nome: José Avillez e os seus restaurantes.
3. “Ironia”
Neste ponto é citado Fernando Pessoa. "Tinha-me levantado cedo e tardava em preparar-me para existir”.
Apesar de ter sido o coração do maior império do mundo, Lisboa não se vangloria dos seus feitos e recorre a um mecanismo de defesa utilizado em todo o mundo: a ironia. A CNN reconhece, no entanto, que os anos de austeridade trouxeram de regresso um velho sentimento luso, a melancolia.
4. “Praias e Castelos”
Esta é uma das características mais visíveis de Lisboa. Praias a meia-hora de comboio, no caso da linha de Cascais, um castelo no alto de uma das colinas da cidade e as florestas e palácios de Sintra a 40 minutos de viagem.
5. “Design fabuloso”
“Para onde quer que olhe em Lisboa, o acentuado design contemporâneo é uma marca registada”, diz a CNN. Das peles elegantes, aos rótulos de vinho “arrojados” aos “edifícios espectaculares”, Lisboa é uma cidade “que adora ter bom aspecto”.
6. “Arte”
Fundação Gulbenkian, Museu Berardo, Museu de Arte Antiga ou Museu do Oriente são alguns dos locais que fazem com que os lisboetas tenham acesso a uma rara panóplia de arte à semelhança de cidades como Londres, Paris, Berlim ou Madrid.
7. “Ruas fascinantes”
Passear por Lisboa é uma actividade tudo menos aborrecida. Até as paredes, com os seus típicos azulejos, merecem a atenção de quem vagueia pela cidade.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
domingo, 9 de abril de 2017
sábado, 8 de abril de 2017
sexta-feira, 7 de abril de 2017
quinta-feira, 6 de abril de 2017
quarta-feira, 5 de abril de 2017
Os Spread, a Euribor, a Banca e o lucro que "não pode deixar de existir"! É o lucro por decreto! Que outras actividades gozam deste privilégio?
PEDRO ANDERSSON
In: “Expresso” de 1.4.2017
Se o seu spread é de 0,3% (há quem tenha essa sorte) ou inferior e o indexante é a Euribor a 3 meses, o banco devia estar a amortizar por si uma parte do dinheiro que você lhe pediu para pagar a sua casa
Sim, parece muito estranho. Afinal de contas, fui eu que pedi um empréstimo ao banco – e não o contrário. Mas vivemos em dias estranhos. Veja se está nesta situação: se o seu spread é de 0,3% (há quem tenha essa sorte) ou inferior e tem Euribor a três meses, então de certeza que o banco neste momento devia estar a amortizar por si uma parte do dinheiro que você lhe pediu para pagar a sua casa. Não é normal, mas é o que está muito provavelmente escrito no contrato assinado por si e pelo seu banco.
Vamos por partes. A larga maioria do contratos em Portugal (propostos pelos bancos) dizem que o juro que pagamos é a soma aritmética do spread com o indexante (a Euribor). Como em milhares de casos a Euribor está mais negativa do que o spread, o juro resultante é negativo.
O problema é que quando isso acontece, os bancos páram no zero. É verdade que nunca pagámos tão pouco pelos empréstimos à habitação, mas a verdade é que devíamos estar a pagar ainda menos.
Há casos em que a média da Euribor a três meses já está a -0,316%. Pela lógica, como lhe disse, o banco devia estar a pagar-lhe uma parte do empréstimo que lhe concedeu.
Um cliente bancário confrontou o banco referindo o aviso do Banco de Portugal de 30 de março de 2015 que diz claramente que o que conta é a média dos dois valores, mesmo que sejam negativos. A resposta do banco foi esta: “O juro aplicável ao contrato não pode ser inferior a zero, ainda que a soma aritmética do indexante e do spread conduza a uma taxa negativa.” E a justificação é simples: fazer isso ia “desvirtuar um dos princípios basilares em que assenta o negócio dos bancos, em que o lucro é a sua essência comercial”.
Portanto, no caso deste banco, chegando a zero, daí não passa. Mesmo que o contrato não esteja a ser cumprido.
O que é que o cliente pode fazer? Pode rescindir o contrato. Pois. Mas onde é que eu consigo um spread de 0,3% nesta altura? É com isso que os bancos contam. Têm a faca e o queijo na mão.
No ano passado, o governador do Banco de Portugal voltou ao Parlamento em abril de 2016 e acrescentou que chegando a zero os bancos não deviam assumir os juros negativos. Mas até hoje não há nada escrito do Banco de Portugal sobre esse assunto. Enquanto jornalista, pedi uma declaração por escrito sobre a posição atual do Banco de Portugal – e não recebi nenhuma resposta.
Vamos a contas. Vamos imaginar que uma pessoa tenha pedido 150 mil euros ao banco para comprar casa, com spread de 0,3%. Há dias, a Euribor estava a -0,329%. Pelo que está no contrato, a média aritmética da taxa de juro deveria ser de 0,029% negativa. Ou seja, o banco devia pagar-lhe 43,50 euros por ano. E quanto mais negativa ficar a Euribor mais o banco lhe deverá.
Não é um valor elevado, mas há aqui uma questão de princípio. Se fosse eu a faltar a uma vírgula do meu contrato com o banco, já tinha os advogados dele à perna. E lembre-se deste pormenor quando os bancos vierem com juros negativos nas contas a prazo (há países onde já estão). Aí, a justificação já vai ser diferente e “os princípios basilares” já vão ser outros, digo eu.
Em resumo, de facto não é normal que seja o banco a suportar o nosso empréstimo, mas alguém tem de clarificar esta situação. É que os contratos assinados entre nós e os bancos não estão a ser cumpridos.
Para já, só quem tem Euribor a três meses é que já está nesta situação no mínimo estranha. Mas daqui a alguns meses todos os que têm Euribor a seis meses podem estar também abrangidos. São a grande maioria em Portugal. Se não há limites quando a Euribor sobe, também não devia haver limites quando desce. Ou então mudem as regras.
Veja qual é a sua situação e reclame, se assim o entender, junto do seu banco e do Banco de Portugal. Para memória futura. Pelo menos ficam a saber que está atento.
In: “Expresso” de 1.4.2017
Se o seu spread é de 0,3% (há quem tenha essa sorte) ou inferior e o indexante é a Euribor a 3 meses, o banco devia estar a amortizar por si uma parte do dinheiro que você lhe pediu para pagar a sua casa
Sim, parece muito estranho. Afinal de contas, fui eu que pedi um empréstimo ao banco – e não o contrário. Mas vivemos em dias estranhos. Veja se está nesta situação: se o seu spread é de 0,3% (há quem tenha essa sorte) ou inferior e tem Euribor a três meses, então de certeza que o banco neste momento devia estar a amortizar por si uma parte do dinheiro que você lhe pediu para pagar a sua casa. Não é normal, mas é o que está muito provavelmente escrito no contrato assinado por si e pelo seu banco.
Vamos por partes. A larga maioria do contratos em Portugal (propostos pelos bancos) dizem que o juro que pagamos é a soma aritmética do spread com o indexante (a Euribor). Como em milhares de casos a Euribor está mais negativa do que o spread, o juro resultante é negativo.
O problema é que quando isso acontece, os bancos páram no zero. É verdade que nunca pagámos tão pouco pelos empréstimos à habitação, mas a verdade é que devíamos estar a pagar ainda menos.
Há casos em que a média da Euribor a três meses já está a -0,316%. Pela lógica, como lhe disse, o banco devia estar a pagar-lhe uma parte do empréstimo que lhe concedeu.
Um cliente bancário confrontou o banco referindo o aviso do Banco de Portugal de 30 de março de 2015 que diz claramente que o que conta é a média dos dois valores, mesmo que sejam negativos. A resposta do banco foi esta: “O juro aplicável ao contrato não pode ser inferior a zero, ainda que a soma aritmética do indexante e do spread conduza a uma taxa negativa.” E a justificação é simples: fazer isso ia “desvirtuar um dos princípios basilares em que assenta o negócio dos bancos, em que o lucro é a sua essência comercial”.
Portanto, no caso deste banco, chegando a zero, daí não passa. Mesmo que o contrato não esteja a ser cumprido.
O que é que o cliente pode fazer? Pode rescindir o contrato. Pois. Mas onde é que eu consigo um spread de 0,3% nesta altura? É com isso que os bancos contam. Têm a faca e o queijo na mão.
No ano passado, o governador do Banco de Portugal voltou ao Parlamento em abril de 2016 e acrescentou que chegando a zero os bancos não deviam assumir os juros negativos. Mas até hoje não há nada escrito do Banco de Portugal sobre esse assunto. Enquanto jornalista, pedi uma declaração por escrito sobre a posição atual do Banco de Portugal – e não recebi nenhuma resposta.
Vamos a contas. Vamos imaginar que uma pessoa tenha pedido 150 mil euros ao banco para comprar casa, com spread de 0,3%. Há dias, a Euribor estava a -0,329%. Pelo que está no contrato, a média aritmética da taxa de juro deveria ser de 0,029% negativa. Ou seja, o banco devia pagar-lhe 43,50 euros por ano. E quanto mais negativa ficar a Euribor mais o banco lhe deverá.
Não é um valor elevado, mas há aqui uma questão de princípio. Se fosse eu a faltar a uma vírgula do meu contrato com o banco, já tinha os advogados dele à perna. E lembre-se deste pormenor quando os bancos vierem com juros negativos nas contas a prazo (há países onde já estão). Aí, a justificação já vai ser diferente e “os princípios basilares” já vão ser outros, digo eu.
Em resumo, de facto não é normal que seja o banco a suportar o nosso empréstimo, mas alguém tem de clarificar esta situação. É que os contratos assinados entre nós e os bancos não estão a ser cumpridos.
Para já, só quem tem Euribor a três meses é que já está nesta situação no mínimo estranha. Mas daqui a alguns meses todos os que têm Euribor a seis meses podem estar também abrangidos. São a grande maioria em Portugal. Se não há limites quando a Euribor sobe, também não devia haver limites quando desce. Ou então mudem as regras.
Veja qual é a sua situação e reclame, se assim o entender, junto do seu banco e do Banco de Portugal. Para memória futura. Pelo menos ficam a saber que está atento.
terça-feira, 4 de abril de 2017
segunda-feira, 3 de abril de 2017
Fotografia do "Challet" de Armação de Pêra, vence concurso da especialidade
Diogo Correia venceu o concurso de fotografia “Algarve Genuíno”, promovido pela Câmara de São Brás de Alportel, com a foto “Onda a colidir no paredão centenário do Challet de Armação de Pêra”. Os resultados da segunda edição desta iniciativa, cujo tema foi “À descoberta dos Centros Históricos”, foram relevados na quarta-feira, 29 de Março (Dia Nacional dos Centros Históricos).
In: Sul Informação
In: Sul Informação