quinta-feira, 27 de março de 2014

Colecção Miró 

COISAS QUE AS TV(S) NÃO CONTAM


No poder: galos de Barcelos ou galos de combate?

A Colecção Miró - um lote de 85 obras - composto por óleos, guaches e desenhos, 
foi adquirido pelo Banco Português de Negócios (BPN), gerido por José Oliveira Costa, 
a um coleccionador japonês em 2006.

Em 2007 a leiloeira Christie's avaliou a colecção em 81,2 milhões de euros e, algum 
tempo depois, a mesma leiloeira avaliou-a em 150 milhões.


Estas avaliações foram feitas quando a colecção pertencia ao BPN, ainda banco privado.


Em Novembro de 2008, o BPN foi "nacionalizado" -apenas o lixo tóxico- e, depois de 
todas as aventuras e desventuras que decorreram da sua nacionalização, a Parvalorem 
-veículo estatal criado para gerir os activos tóxicos do BPN- através da sua administração, tornou à venda da Colecção Miró, uma das suas principais prioridades tendo, no final de 
2013, "fechado" o negócio com a Christie's.


A Parvalorem não cumpriu os prazos legais estabelecidos na Lei de Bases do Património Cultural para pedir a devida autorização para a saída das peças para o estrangeiro e, embora com o parecer negativo da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), a 21 de 
Janeiro de 2014, as obras já estavam expostas na leiloeira Christie’s, em Londres.


Agora vem a notícia mais interessante.Enquanto a Colecção Miró foi propriedade privada,
foi avaliada pela Christie's por valores que ultrapassaram os 150 milhões de euros; agora 
que a mesma colecção é propriedade do Estado Português, a mesma leiloeira avaliou-a em apenas 36 milhões.

Para completar esta palhaçada posso acrescentar que as condições da Christie's são as seguintes: a base de licitação para venda da coleção é de 36 milhões, sendo esta a 
importância a entregar ao Estado Português; tudo o que ultrapassar esse valor será 
propriedade da leiloeira.


Perceberam a jogada?
Uma providência cautelar "barrou" a concretização do negócio 
que, além de ilegal é um crime de lesa-pátria; entretanto, a Christie's já fez saber que 
continua interessada no negócio.
Claro... tenho a certeza que sim...
Alguém tem dúvidas sobre a "transparência" destas negociatas?


Alguém, ainda, duvida de que esta gente, está UNICAMENTE ao serviço de 
interesses obscuros, incompatíveis com o interesse público mesmo que tenhamos 
que ficar sem pele?


Será isto verdade?...
O prof. Marcelo Rebelo de Sousa já deu o "mote", a Parvaloren 
escreveu adar a conhecer tudo aquilo que já é do conhecimento público, mas falta esclarecer 
todo o negócio que todos nós temos obrigatoriamente de conhecer.


A Procuradoria Geral da República não terá o dever de investigar e depois esclarecer o que se 
passou entretanto? ou será que ao cidadão-contribuinte compete tão só pagar as dívidas e todo o aparelho do Estado que lá está para o defender e ao interesse público sem reclamar resultados?

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