Ontem falamos da situação escandalosa que se vive ao
assistir-se à resposta das autoestradas face à redução da procura em resultado
da crise.
Ora se é certo que uma asneira é sempre uma asneira, e que
uma asneira pública ou na órbita pública, assume, invariavelmente, uma dimensão
expressiva porquanto, em geral, tem como destinários uma enormidade de gente
(habitualmente o público), diversamente de uma asneira privada, a qual se
destina a um segmento muito menor de consumidores.
Outras diferenças existem, não de menor importância;
Enquanto os custos de uma asneira privada são, em principio e se não for enorme
como o BPN, suportados pelos asnos que gerem o seu negocio, os custos de uma
asneira pública são suportados pelos asnos que somos todos nós, que o permitimos.
Sendo certo que uma asneira privada, vive em concorrência,
com outras ofertas, melhores, piores ou iguais e confere ao cidadão-consumidor
uma possibilidade de escolha que lhe dá alguma margem de defesa, contrariamente
a uma asneira pública que, habitualmente imposta, reduz muito a capacidade de
escolha do cidadão-utente.
Enfim, entre asneira pública e privada venha o diabo e
escolha!
Vem isto a propósito de um email que nos foi dirigido por um
visitante frequente com pedido de publicação depois de ser dada à noticia um
tratamento jornalístico.
Como estamos em plena época balnear o assunto tem muita atualidade
e não resistimos em trata-lo, uma vez que nos parece revelar, em concurso,
comportamentos comerciais aberrantes e outros estimulantes.
Mais se nos impôs por vermos que Armação, neste concurso,
ficou com a “fava” e Albufeira com o “brinde”.
O nosso visitante vive em Armação de Pêra e é cliente
frequente, de há anos, da concessão de praia da Rocha da Palha (Rochinha do
Luisinho).
Assistindo como assiste aos telejornais, se outras razões
não existissem, que existem, convenceu-se que o preço das sombrinhas, este ano,
não aumentaria, mantendo-se no €12,00/dia, do ano passado, preço este que já
era desajustado em 2012 face à crise que então se sentia claramente.
Qual não foi a sua surpresa quando verificou que este ano, o
famigerado 2013 da era cristã, de crise profunda, o preçário era outro. É hoje
de €16,00, ao invés dos€12,00 de 2012. Repare-se que, mantendo-se o custo dos
factores de produção, se é que alguns não se reduziram, registou-se um aumento
de 33,33%! Extraordinário!!!
Ainda se poderia fundar numa melhoria no serviço? Não é
claramente o caso! O serviço é prestado por amadores, nalguns caso muito pouco
simpáticas, que parecem menores (se for esse o caso numa relação contratual de
legalidade, pelo menos questionável);
Ainda se poderia fundar no aumento do IVA? Não é claramente
o caso! O IVA o ano passado já era de 23% (do que não temos a certeza) mas
ainda que fosse de 13%, não justificaria um aumento superior a 10%, enquanto o
que se verificou foi de 33,33%!
Ainda poderia fundar-se no aumento do horário do usufruto e
serviço à sombrinha? Não, o nosso visitante foi corrido às 18horas!
Ainda se poderia fundar num aumento desmesurado da procura?
A procura não aumentou mantendo-se muitas sombrinhas por alugar!
O que justifica então o aumento do preço das sombrinhas na
concessão da Rocha da Palha? A titularidade de uma concessão que dá ao
concessionário a tez de pequeno imperador no reino do “beautiful people” do
subúrbio em que ele pensa viver, sem enxergar que aquilo que nunca foi, já
deixou de o ser e não voltará mais!
Danado, o nosso visitante decidiu procurar em Albufeira novo
poiso.
Dá por si à primeira com um cartaz na praia informando que a
sombrinha custava €12,00/dia, que quem alugasse sombrinha teria 25% de desconto
nas bebidas, que havia uma “happy hour” com reduções substanciais do preço das
bebidas, e um horário muito mais alargado.
Em Armação parece que se vive no espartilho da antiga
economia de plano, tristemente celebre e inevitavelmente desaparecida por ter
tentado ser alternativa e ter soçobrado aos vícios que gerou e procriou. É que só se dá bem com capelinhas e sem concorrência!
É bem conhecida a preferência do Luisinho por Albufeira para
se divertir. Percebe-se bem porque nunca preferiu Albufeira para montar um
negocio!
Provavelmente porque nunca se deu com a economia de mercado!
É raspar o tacho!
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