Por: Viriato Soromenho-Marques, in DN de 10.01.13
O relatório
exploratório do FMI foi recebido por um inevitável coro de protestos.
Ele sugere uma espécie de rasgar de ventre nacional, em nome da
"eficiência" do Estado. Contudo, ele apenas confirma o rumo que tem
levado 18 dos 27 países da UE a um agravamento do desemprego e de todos
os outros indicadores sociais. Nem o FMI (e o resto da troika) nem o
Governo português parecem perceber que há limites para a capacidade de
um povo absorver mudanças radicais.
Em 1790, o grande político e
pensador irlandês Edmund Burke condenava a revolução francesa por ver
nela a expressão de uma arrogância da razão. Ela implicaria a crença
ingénua de que a sociedade é uma plasticina que se presta a todas as
modelagens.
Desde a criação de novas religiões, por decreto, até à
reforma agrária feita na ponta das baionetas, como ocorreu na Ucrânia
soviética, em 1930.
Os jacobinos inauguraram "o assalto aos céus", que
se estendeu, depois de muitas dezenas de milhões de vítimas, até à queda
do Muro de Berlim. Burke é justamente considerado como o pai do
pensamento político conservador democrático.
Todavia, ele seria hoje o
primeiro a erguer a sua voz contra a arrogância desta direita,
voluntarista, que quer fazer regressar os europeus ao inferno da pobreza
narrada por Charles Dickens.
Os ditos "neoliberais" imitam hoje, na sua
língua de trapos tecnocrática, a brutalidade arrogante dos engenheiros
de almas do passado. Entregam a propriedade e a dignidade de povos
inteiros ao confisco de uma incompetente elite de banqueiros e
burocratas, em nome de "sociedades abertas".
Com a mesma candura com que
no passado se abriam gulags, em nome da "emancipação humana". Em ambos
os casos, não é a vontade que triunfa, mas o terror nas suas múltiplas e
horrendas máscaras.
Era certamente uma boa aposta da CDU a sua candidatura à Câmara de Silves
ResponderEliminarA presidente da Câmara de Palmela, Ana Teresa Vicente (PCP), vai reformar-se a partir do próximo mês de fevereiro, mas vai manter-se na presidência do município até final do mandato, disse hoje à agência Lusa fonte da autarquia.
Ana Teresa Vicente, de 48 anos, cumpre o terceiro e último mandato como presidente da Câmara de Palmela, pelo que não poderá recandidatar-se ao cargo.
De acordo com o Diário da República de 8 de janeiro, Ana Teresa Vicente vai auferir uma reforma de 1.859,67 euros.
Sobre este assunto, a Câmara Municipal de Palmela informou que "reunindo os requisitos legais exigidos, após 26 anos de trabalho, entendeu requerer a aposentação, que usufruirá apenas quando cessar funções, no final do presente mandato."
Num esclarecimento enviado pela Câmara, acrescenta-se ainda que "o valor fixado para a sua reforma, de acordo com a respectiva carreira contributiva, é de 1800 euros, sujeitos ainda aos descontos legais, e, portanto, não acumuláveis com o seu actual vencimento."
Ana Teresa Vicente é uma das presidentes de câmara do distrito de Setúbal a cumprir o último mandato, a par de Maria Emília de Sousa (Almada), Maria Amélia Antunes (Montijo), Carlos Beato (Grândola), Alfredo Monteiro (Seixal), Vítor Proença (Santiago do Cacém) e Manuel Coelho (Sines)