sábado, 15 de dezembro de 2012

Abéculas: as nossas e as outras são inseparáveis!

“Considerando que o espólio estava devidamente catalogado, descontando o material que foi para Faro, importa saber se o restante ainda se encontra dentro das quatro paredes do edifício do Museu?
E, quem é o responsável pelo espólio que lá permaneceu?
Aguardo assim que esta minha chamada de atenção, seja correspondida com os devidos esclarecimentos, e tomadas as medidas que se impõe para a manutenção e segurança do que ainda resta do Museu da Cortiça, distinguido em 2001 com o prémio Luigi Micheletti para melhor museu industrial da Europa. “
diz Fernando Serpa, em agonia, no blog “vereador c.m. Silves”.

Em 24 de Maio deste ano postámos um texto(Museu da Cortiça. Futuro à guarda de um Ourives ou de um Pedófilo?), já então a propósito da inquietação (fundada, de resto) do Vereador F. Serpa acerca do futuro do Museu da Cortiça/ Fábrica do Inglês.

Ironizámos então acerca dos sentidos disponíveis na estrada da solução do problema e o papel de alguns escolhos que iam surgindo pelo caminho. Da Lei ao interesse público, fizemo-los passar pela lupa do nosso ponto de vista.

Hoje a preocupação de F. Serpa inspira-nos de novo...

Como é possível que o Vereador da CMS desconheça (e com ele a grande maioria de nós), objectivamente, onde param as reservas do Museu da Cortiça?

Um Vereador da CMS não tem acesso a esta informação que existindo, não lhe é fornecida?

A CMS não sabe, pura e simplesmente, o que se passa com aquele espólio?

A CMS sabe o que se passa mas não quer responder para não dar a “vantagem” à oposição de “liderar” a defesa daquele património?

O Curador do Museu e seu empenhado defensor não sabe o que se passa com tal património, ou sabendo não esclareceu o Vereador?

O assunto em questão não diz respeito à opinião pública local, regional ou nacional e por isso ninguém se preocupa em esclarecer este apelo público?

É segredo de Estado?

Há abandono ou descaminho do espólio necessariamente com negligência ou dolo?

Há ou existem interesses económicos que pretendem manter-se ocultos, não sendo conveniente à sua estratégia de opacidade, confrontar a opinão pública com o abandono a que tais reservas se encontram votadas e, ou, a insusceptibilidade de, pelo caminho que já percorreram, voltarem a reunir-se em Museu?

Ou será apenas  que todos os mangericos responsabilizáveis só nos querem fazer uma surpresa zelando ufanosamente por abrir um dia destes o Museu da Cortiça em muito melhores condições de segurança, estabilidade e esplendor, ao serviço do público ?

Meus senhores, responsabilizáveis e irresponsabilizáveis pela omissão em causa, esta simples nota de desconhecimento e ausência de resposta pronta constitui abandono e é, infelizmente, significativa acerca de como tratamos o que prezamos e tem valor e é estimável.

Também esclarece da importância que a comunidade dos cidadãos tem para aqueles, ou que por ela foram eleitos e por ela são pagos, ou que por ela são “apenas” pagos para zelarem por valores que se lhes encontram confiados.

Enquanto tratarmos os interesses da comunidade dos cidadãos, em casos como este e por maioria de razão, nos outros que assolam diariamente os telejornais, com este exemplar nível de lealdade, competência, profissionalismo e zelo, não só não teremos futuro, como permaneceremos merecedores das Abeculas Salassié (s) que por cá andam, pois seremos tão bons quanto elas!

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