sexta-feira, 29 de junho de 2012

O TOQUE FEMININO


Aviso de antemão que esta crónica pode perturbar almas sensíveis, pelo que não é recomendável àquelas e àqueles que, na senda de Edite Estrela, acreditam tão piamente que “haverá mais paz no mundo com mais mulheres em altos cargos políticos” quanto as as senhoras do MNF tinham a crença inabalável no slogan “Angola é nossa!” Começo por uma adivinha: o que têm em comum Margaret Thatcher, Angela Merkel e Christine Lagarde? Em 1º lugar, são mulheres; em 2º lugar, têm poder; em 3º lugar, são reacionárias, se me é permitido ainda usar o termo. Recorde-se que Thatcher, autora do “no such thing as society”, é, das gtrês, embora retirada, a única com pensamento politico

articulado. Merkel limita-se a empurrar(-nos)com a barriga e Lagarde administra dinheiro alheio enquanto nos ameaça com a antiquíssima tirada de Paul Fével, “Si tu ne viens pas à Lagardère, Lagardère ira à toi!”

Entrevejo já algumas das almas sensíveis – femininas, masculinas e/ou “transgéneras” – correndo a diagnosticar-me o mal da misoginia, versão

jewish self-hatred adaptada “ao segundo sexo”. Antes que me condenem a ler de fio a pavio o livro de Cavalcanti Filho onde a “putativa homossexualidade” de Pessoa terá sido finalmente revelada, invoco em minha defesa:onde está o feminine touch de Merkel quando o Ministério da Economia do seu governo chega a propor, como solução para a crise, a formação de “zonas económicas especiais”, variante update do modelo esclavagista em exercício na China? E que dizer das declarações de Lagarde (logo ela que, enquanto funcionária internacional do FMI, não paga impostos) sobre gregos e pretinhos esfomeados do Níger que lhe partem o coração? Desculpem-me o fr

ancês: feminine touch, my ass.

Ana Cristina Leonardo, in Expresso de 02.06.012

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Nação valente e imortal

Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida. Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento. Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos, culpamos logo os governos. Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos,protestamos.

Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estóico silêncio.

Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros,deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade.

O senhor Rui Pedro Soares, os senhores Penedos pai e filho, que isto da bondade as vezes é hereditário, dúzias deles. Tenham o sentido da realidade,portugueses, sejam gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns sacrificados, uns Cristos, que pecado feio, a ingratidão. O senhor Vale e Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O senhor Carlos Cruz, outro santo, bem o explicou em livros. E nós, por pura maldade, teimamos em não entender. Claro que há povos ainda piores do que o nosso: os islandeses, por exemplo, que se atrevem a meter os beneméritos em tribunal. Pelo menos nesse ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito. Um pozinho de consideração por almas eleitas, que Deus acolherá decerto, com especial ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o estou a ver
- Senta-te aqui ao meu lado ó Loureiro
- Senta-te aqui ao meu lado ó Duarte Lima
- Senta-te aqui ao meu lado ó Azevedo que é o mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela nossa interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos, gestores que o céu lhes dê saúde e boa sorte e demais penitentes de coração puro, espíritos de eleição, seguidores escrupulosos do Evangelho. E com a bandeirinha nacional na lapela, os patriotas, e com a arraia miúda no coração. E melhoram-nos obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos banquetes de bem-aventuranças da Eternidade.

As empresas fecham, os desempregados aumentam, os impostos crescem, penhoram casas, automóveis, o ar que respiramos e a maltosa incapaz de enxergar a capacidade purificadora destas medidas. Reformas ridículas, ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas passaremos sem dificuldade o buraco da agulha enquanto os Loureiros todos abdicam, por amor ao próximo, de uma Eternidade feliz. A transcendência deste acto dá-me vontade de ajoelhar à sua frente. Dá-me vontade? Ajoelho à sua frente indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos.
Vale e Azevedo para os Jerónimos, já!
Loureiro para o Panteão já!
Jorge Coelho para o Mosteiro de Alcobaça, já!
Sócrates para a Torre de Belém, já! A Torre de Belém não, que é tão feia.
Para a Batalha.

Fora com o Soldado Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de pacotilha com que os livros de História nos enganaram.

Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando Vara. Haja sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito. Estátuas equestres para todos, veneração nacional. Esta mania tacanha deperseguir o senhor Oliveira e Costa: libertem-no.

Esta pouca vergonha contra os poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão presos como provou o senhor Vale e Azevedo, como provou o senhor Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com fins inconfessáveis. Admitam-no. E voltem a pôr o senhor Dias Loureiro no Conselho de Estado, de onde o obrigaram, por maldade e inveja, a sair.
Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço, no lugar D. José que, aliás, era um pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal, esse tirano. Acabem com a pouca vergonha dos Sindicatos. Acabem com as manifestações, as greves, os protestos, por favor deixem de pecar. Como pedia o doutor João das Regras, olhai, olhai bem, mas vêde. E tereis mais fominha e, em consequência, mais Paraíso. Agradeçam este solzinho.

Agradeçam a Linha Branca. Agradeçam a sopa e a peçazita de fruta do jantar.

Abaixo o Bem-Estar.

Vocês falam em crise mas as actrizes das telenovelas continuam a aumentar o peito: onde é que está a crise, então? Não gostam de olhar aquelas generosas abundâncias que uns violadores de sepulturas, com a alcunha de cirurgiões plásticos, vos oferecem ao olhinho guloso? Não comem carne mas podem comer lábios da grossura de bifes do lombo e transformar as caras das mulheres em tenebrosas máscaras de Carnaval.

Para isso já há dinheiro, não é? E vocês a queixarem-se sem vergonha, e vocês cartazes, cortejos, berros. Proíbam-se os lamentos injustos. Não se vendem livros? Mentira. O senhor Rodrigo dos Santos vende e, enquanto vender, o nível da nossa cultura ultrapassa, sem dificuldade, a Academia Francesa. Que queremos? Temos peitos, lábios, literatura e os ministros e os ex-ministros a tomarem conta disto.

Sinceramente, sejamos justos, a que mais se pode aspirar? O resto são coisas insignificantes: desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao médico e à farmácia, ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem? Da mesma forma que os processos importantes em tribunal a indignação há-de, fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e beijando-nos uns aos outros com os bifes das bocas seremos, como é nossa obrigação, felizes.

(crónica satírica de António Lobo Antunes, in visão abril 2012)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O leque da escolha na solidariedade de Merkl....


ou a antevisão futurista do Certinho e Direitinho...(Merkl dixit)!


Germania (dixit)

- (A):Como as coisas são!
- (B)*: Como a Merkl pretende que as coisas sejam!


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* (ou de como as coisas vão passar a ser!)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Os ajustes directos revistos e actualizados para YESMAN ver...

ou a saga dos descamisados na ponta da espada dos Barbarossa deste concelho




O erudito Captain Barbosso fez um comentário ao ultimo post, levantando a questão do manifesto erro constante da ultima frase do texto, quanto a ajustes directos. De facto o milhão de euros de limite anual para um fornecedor é exclusivo das empreitadas. No fornecimento e aquisição de bens e serviços que um tractor constituiria, o limite efectivamente é de € 206.000,00, contrariamente ao que o snr. Captain Barbosso pretende ensinar.

Não somos juristas, como parece ser o Captain Barbossa, sendo por conseguinte possível o erro quando navegamos por águas, para nós, turvas..., no entanto, como sabemos ler ainda nos podemos dar ao luxo de corrigir alguns aprendizes de feiticeiro.

Porém, adeptos solidários com os Cantinflas da história, lamentamos que o Captain, provavelmente “marinheiro de água doce” tenha posto a tónica na sua erudição jurídica, de duvidosa actualidade, desprezando o essencial que é o teor politico do assunto, o qual, provavelmente fere a sua Dama.

Teor politico este que consistiu em evidenciar o verdadeiro DESERTO POLITICO em que o poder concelhio se move, absolutamente alheio ao essencial dos seus atributos e competências, perdido pelos corredores do poderzinho dos tiranetes.

Talvez não saiba que a proposta aquisição de um tractor consistia num dispêndio de €11.000,00, já que se sugeriu a compra de um tractor, para não destoar, usado, desde que existisse a retoma do existente.

O problema principal, contrariamente ao que o esclarecido Captain pensa, antes de ser de dinheiro é de atitude.

Na verdade a senhora Presidente da Câmara de Silves não imprime moeda, mas também não se reduz à condicção de tesoureira!

Espera-se mais de uma cidadã eleita pelo povo com a incumbência de administrar uma autarquia, melhor: exige-se mais de uma cidadã que se propôs a administrar uma autarquia!

Do que se sabe de antemão, mas nunca se deve esperar é que tal cidadã ou cidadão se candidate para se pavonear, beneficiar de um estatuto de respeitabilidade que não se preocupa em justificar, usufruir de benesses à conta do erário público, cultivar ódios locais de estimação e almejar, acima de tudo um novo patamar na escala da carreira politica, tratando a autarquia como local de passagem, sendo certo que também aqui se deverá enganar pois mais certo é ser esta a estação do fim da linha que percorre.

Sempre sem uma ideia politica e pior que isso, com uma permanente indisponibilidade para intervir quando o seu contributo poderia ser facilitador, ser proactiva quando se trata de questões efectivamente relevantes do concelho, independentemente da sua dimensão e não quando meramente mediáticas, diletantes ou abjectamente insignificantes politicamente falando.

A falta de dinheiro, independentemente de avaliarmos a sua origem, o que já constitui uma concessão enorme, não justifica a omissão, a incorrecção e o desprezo pelas
reais razões, para curar das quais com dedicação e competência, foi eleita!

Os desvalores que promoveu a valores e pautaram a sua gestão serão o que relevará no epitáfio da sua campa politica.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Querem um tractor? Deêm-lhes o Código da Contratação Pùblica!


Um tractor é um instrumento de trabalho e dificilmente pode ser retirado dele qualquer outro beneficio que não seja o de “burro de carga”.

Esta verdade que é meredianamente pacifica para a generalidade das pessoas, não é, para a intelligentzia da Câmara Silves, tomada como tal.

Quem é esta inteligentzia?

Diz a Wikipedia que o termo intelligentsia ou intelligentzia usualmente refere-se a uma categoria ou grupo de pessoas engajadas em trabalho intelectual complexo e criativo direccionado ao desenvolvimento e disseminação da cultura, abrangendo trabalhadores intelectuais.

Ora, no caso concreto, os trabalhadores intelectuais da Câmara de Silves, a saber: a classe política liderada por Isabel Soares.

Ora a classe política, sobretudo quando no poder, diz a estatística, que corre o risco, alto, da esquizofrenia [alterações do pensamento, alucinações, delírios (alterações do contacto com a realidade)]a qual hoje encarada não como doença, no sentido clássico do termo, mas sim como um transtorno mental, verdadeiramente democrático, uma vez que pode atingir diversos tipos de pessoas, sem exclusão de grupos ou classes sociais, homens ou mulheres em qualquer idade.

Demonstração histórica desse facto é a conhecida frase proferida por Maria Antonieta perante uma das suas camareiras, enquanto a população faminta, frente aos portões de seu palácio, gritava por algo para comer: " Se não têm pão, sirvam brioches".

Esta frase, tornada famosa por ter sido proferida por Maria Antonieta, é bem representativa do desfasamento total da realidade, por parte daquela Soberana.

Desfasamento este que continua característico de muitos titulares dos Orgãos de Soberania, mesmo hoje, na era da sociedade da comunicação e da informação.

O Governo do concelho, pela omissão do tratamento e satisfação de interesses vitais das populações, ou de interesses económicos sérios das mesmas, do concelho e do País, ou pelo mau tratamento dos mesmos, são expressão actual daquela sobranceria esquizóide, pelos vistos tão comum às Monarquias como às Repúblicas, aos executivos nacionais como locais, ao passado como ao presente, às Rainhas por vontade de Deus como às "Rainhas" por adulteração da vontade do Povo.

O que tem isto que ver com tractores? É simples:

Como é sabido, a associação de Pescadores de Armação de Pêra interpelou a Câmara, pessoalmente e por escrito, dando conta da obsolescência do tractor (usado)que a Câmara colocou, provisoriamente ao seu serviço há um ano e meio.

Serviço este imprescindível à sua faina, isto é, ao desenvolvimento regular da actividade piscatória, isto é, imprescindível à actividade económica que desenvolvem num sector altamente deficitário da nossa economia (recorde-se que Portugal é o segundo maior consumidor de peixe per capita e despende milhões e milhões de euros em importação de pescado), pescadores estes que não são um encargo para os cofres do Estado porque correm o risco da fome mas não correm o risco de sobrecarregar a segurança social com subsídios de desemprego, para conforto dos funcionários públicos que não vêm naqueles o perigo da diminuição do pecúlio do orçamento geral do estado que lhes garante o salário.

Ora, se estivéssemos a tratar com gente racional e razoável, seria natural esperar uma resposta pronta por parte das instancias políticas do concelho face ao prejuízo social e económico que representa o impedimento objectivo do desenvolvimento normal da actividade piscatória que a imobilização do tractor obsoleto existente determina de facto.

Na verdade, a impossibilidade de ir ao mar, para além da ausência de receita na economia pessoal daqueles que dependem da actividade piscatória, o que incomodaria, em qualquer parte do mundo, qualquer governo em exercício racional de funções, determinará certamente, numa economia ofegante como a nossa, redução da oferta alimentar nacional, teoricamente aumento de importações, redução da receita fiscal, etc., etc., em suma, na situação de crise económica e social em que se encontra este pais e o Algarve, onde a mesma é particularmente agravada, constitui um verdadeiro desastre, perante o qual só uma classe politica esquizoide pode manter-se impávida e serena!

Evidências disso?

A resposta que a associação teve ao pedido de troca do tractor por outro, usado, que permitisse desenvolver a sua actividade, foi que:

1) A venda do tractor obsoleto carece de hasta pública;
2) A aquisição de um tractor do modelo adequado aos fins em vista deve obediência às regras da contratação pública;
3)O tratamento contabilístico da venda do tractor obsoleto e a aquisição do seu substituto tem regras contabilísticas distintas.

Isto é, perante uma população faminta e sabendo da ausência de pão suficiente no palácio, Maria Antonieta sugere à sua camareira que forneça brioches, como se o problema fosse a falta ocasional de pão suficiente e a fome estrutural do povo se resolvesse com os brioches que existiriam na sua despensa real.

A nossa Rainha perante a impossibilidade dos pescadores irem ao mar, responde com uma lição de direito público!

Só pode ser esquizofrenia, porque outra coisa constitui crime de deslealdade perante os seus mandantes!

Curioso não deixa de ser ter-se esquecido que a contratação pública permite o ajuste directo com qualquer fornecedor até um milhão de euros num exercício!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

señor Presidente: es usted un hijo de puta. Usted y sus ministros.

Se lo digo así, de entrada, porque sé que nunca va a leerme, como nunca lee usted libros, ni nada más que periódicos deportivos como usted mismo ha confirmado, jactándose, como buen español de ser un ignorante. No se engañe, por eso lo han votado tanta gente. Perdonen los demás el exabrupto, pero es que está demostrado que somos lo que nuestros padres nos han educado, y si usted y sus ministros son como son, es porque sus madres muy bien no lo han hecho. A pesar de los colegios de pago, de pertenecer a la oligarquía de épocas dictatoriales, etc.

Verá usted, señor presidente. Lo que más me molesta no es que usted sea un bastardo malnacido, sino un ignorante, y sobre todo un mentiroso. Se presentó a unas elecciones diciendo que no haría cosas que ahora hace. Dijo hace tiempo que la posibilidad de una amnistía fiscal le parecía injusta y absurda, y no ha tardado ni tres meses en recurrir a esta medida de forma injusta y absurda, como señala el diputado de IU Alberto Garzón al que usted y sus secuaces ningunean como a cualquier otro que no sea seguidor suyo. Ésa es la democracia que ustedes entienden, ignorar a los representantes de la ciudadanía que no les afín. Usted dijo que la Sanidad y la Educación no se tocaban, y la han tocado pero bien. A la banca nada, y eso que los grandes expertos en economía señalan que, o le metemos mano a sus amigos de las finanzas, o nos vamos a pique.

Le voy a explicar unas cuantas cosas dado que usted es un ignorante que lee prensa deportiva en lugar de libros de historia, economía o política. Durante los años 20 hubo gente que tuvo la genial idea de crecer mucho, por encima de sus posibilidades como ahora tienen ustedes tan de moda decirnos. Tanto que incluso a Churchill, para salir de la situación de postguerra, se le ocurrió revalorizar la libra, lo que trajo bajada de sueldos y aumento de las horas de trabajo. No sólo no se creció por encima de lo esperado sino que destruyó la posibilidad de crear un modelo sostenible de crecimiento basado en el consumo, lo que permite terciarizar una economía y hacerla verdaderamente competitiva. Eso es ser un país desarrollado y no ganar mundiales de fútbol. Cuando llegó la crisis del 29 y la posterior recesión mundial en los 30, en un país tan poco sospechoso de socialista, comunista o lo que ustedes quieran, como EEUU, decidieron adoptar una cosa llamada New Deal, que consistió, entre otras cosas, en subir los sueldos y bajar las horas de trabajo. Como consecuencia, había más puestos de trabajo para cubrir esas horas de menos, y los que salían de su trabajo lo invertían en consumo, lo que reactivó la economía y permitió al país dar un definitivo empujón hacia arriba para salir victorioso de una Guerra Mundial que libró en tres continentes.

Por si usted no lo sabe, las medidas que está ejecutando han conseguido lo contrario. Hablo en pasado porque tal vez no lo sepa, pero no hay nada nuevo en los famosos "recortes". Argentina, Chile, Polonia, Rusia y así hasta un largo etc de países engrosan una horrible lista de fracasos de las políticas neoliberales de Milton Friedman y el Consenso de Washington que desde los 70 llevan intentando hacernos creer que sumergir a un país en el shock económico es una salida a la crisis. Jamás las medidas de la Escuela de Chicago han funcionado. Jamás un país ha salido de la crisis de esa forma. Jamás una sociedad se ha beneficiado de ello. Por el contrario, ha generadosuicidios, deterioro del Estado del Bienestar (que ustedes insisten en decir que se ha terminado mientras vemos cómo crece y se desarrolla en otros países de nuestro entorno) y ha destruido el futuro de numerosas generaciones.

Usted miente, señor Presidente, y es sumamente peligroso. Porque el anterior era un inútil, pero usted es un pirómano en mitad de un incendio. El otro creía vivir en el País de las Maravillas y usted nos está sumiendo en el País de los Horrores. Toda política fiscal que no se base en la generación de riqueza, toda medida relativa al empresariado que no atienda prioritariamente a las empresas que cotizan más del 60% de sus ganancias en forma de sueldos e impuestos en España (y no Repsol, que solamente invierte un 20% y ahora la defienden como española; hay empresas extranjeras que reparten más beneficios al conjunto del país), todo lo que no sea alumbrar un futuro basado en la investigación y no en el trabajo precario, es destruir el futuro del país. A usted y sus secuaces se les llena la boca diciendo que hay que fomentar el emprendedorismo, y en lugar de ello desarrollan un plan basándose en los ideales especulativos de los dirigentes de la CEOE cuyo historial de empresas arruinadas por la especulación de la que ellos salen indemnes mientras el Estado se hace cargo de los parados que dejan es absolutamente bochornosa. Eliminan de todo plan de emprendedores la posibilidad del emprendedor social y generan únicamente una nueva casta de tiburones amparados en una reforma laboral neofeudal.

Ustedes se olvidan que los países desarrollados como EEUU, Alemania, Francia, etc., invierten entre el 2'6 y el 3'4% del PIB en I+D+I. España no sólo necesita un esfuerzo superior (en torno al 6%) para ponerse a su altura sino que ustedes nos bajan la inversión del 1'3% al 0'9%. Para entendernos, usted que sólo lee sobre deportes, es la diferencia entre inventar un coche, y fabricarlo. Quien lo inventa tiene los beneficios de todos y cada uno de los coches que se venden. Quien lo fabrica sólo de las unidades que salen de su fabrica. ¿Dónde se inventan los coches? En Alemania, por citar un caso. ¿Dónde se fabrican? En España, Polonia o Rumania. Es evidente de quiénes estamos más cerca, pues. Al darle el hachazo que usted le ha dado a la investigación nos condena a ser un país de camareros, portaequipajes, y por supuesto de trabajadores poco o nada cualificados que trabajemos para empresas extranjeras a sueldos miserables mientras tenemos la moneda de los países con mejor calidad de vida. Si seguimos en el euro es para vivir como ellos, no para que ustedes nos hagan vivir como en Botsuana con precios de París.

Usted nos está suicidando económicamente. Tal vez no sepa quién es Paul Kruggman, pero es Premio Nobel de Economía. Para él es evidente que usted nos miente o no quiere darse cuenta de que no estamos ni siquiera en recesión, sino en fase de depresión, y sus medidas nos hunden cada vez más. Ha aceptado ser el banco de pruebas del FMI, cuyas medidas ya arruinaron a varios países, pregunte si no por Grecia o Italia donde están fracasando estrepitosamente. Usted no le dice a la gente que estamos metidos en una III Guerra Mundial cuyas armas no son de fuego, sino que tienen a forma de experimentos socio-económicos, donde los tanques son agencias de calificación de la deuda, donde los países utilizan a los ciudadanos para intereses ajenos a estos, y donde, al final, la gente está muriendo y sufriendo, como en cualquier guerra. Usted nos dice que es bueno meter a cuarenta alumnos por clase, que es bueno que haya menos profesores, menos médicos, menos atención sanitaria, y a veces pienso que simplemente usted es gilipollas, que no puede ser que actúe con maldad. Y créame, lo sigo pensando. Los malos seguramente son otros, usted no tiene la inteligencia suficiente para darse cuenta de todo eso. Sí la tiene, en cambio, para saber que todo esto puede traer revueltas sociales, agitación en la calle. Por eso va a aprobar una medida por la cual será terrorismo y condena criminal resistirse a la voluntad del Gobierno expresada en sus brazos de coerción, es decir, al policía. Como yo le estoy diciendo esto, seguramente me acusará de terrorismo por incitar a la gente a decirle a usted las verdades a la cara.

Señor Presidente, usted no quiere decirlo porque la Führer Merkel le amenaza desde el IV Reich que se ha instalado. No es una exageración, oiga, que lo dice hasta el Financial Times que como todo el mundo sabe es muy de izquierdas sin duda. Estamos metidos en mitad de una III Guerra Mundial, vuelvo a repetírselo, y no es una idea únicamente mía, sino de gente de esa que ha estudiado, tiene doctorados, ha dado clase en varias universidades, ha viajado por el mundo, ha leído mucho, mucho, habla varios idiomas, ha vivido diferentes procesos de crisis y recuperación, y a algunos también les gustan los deportes. Pero también ven que ustedes nos metieron una primera fase de Movimientos Financieros que ahogaron nuestra economía y ahora nos meten en una fase de Posiciones para hundirnos en el shock, en el miedo, en la angustia.

Solo le deseo que si algún día la sociedad se rebela, salimos a la calle, tomamos los poderes públicos, proclamamos una Asamblea Constituyente, convocamos un referéndum sobre la forma de Estado, disolvemos los partidos actuales y los obligamos a refundarse en partidos que atiendan a las ideologías políticas y no a las económicas, establecemos un sistema de elecciones realmente democráticas, nos salimos de la moneda alemana (llamada también euro) y establecemos pactos bilaterales con los países importantes, invertimos en educación e investigación. Si todo eso pasa y empieza con una mecha que la sociedad enciende. Si pasa y asaltamos su palacete en la Moncloa , ojalá usted esté ya camino del exilio en Berlín.

O lo va a pasar mal. Muy mal.

"Los recortes se aceptan por una de las fuerzas mas importantes de la humanidad, el miedo."

cita José Luis Sampedro

José Luis Sampedro Sáez (Barcelona, 1 de febrero de 1917) escritor, humanista y economista español que aboga por una economía «más humana, más solidaria, capaz de contribuir a desarrollar la dignidad de los pueblos». En 2010 el Consejo de Ministros le otorgó la Orden de las Artes y las Letras de España por «su sobresaliente trayectoria literaria y por su pensamiento comprometido con los problemas de su tiempo». En 2011 recibió el Premio Nacional de las Letras Españolas.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

CASINO:Imóvel de Interesse Municipal em resultado de uma acção EXEMPLAR!

“Por proposta dos Autarcas Socialistas, a Câmara deliberou na passada Segunda atribuir o interesse Municipal ao edifício designado por “Casino de Armação de Pêra” e remeter o dossier para a Assembleia Municipal.


Quero aqui reconhecer a longa e decisiva batalha travada pelos Armacenenses. O empenho do Luís Ricardo na elaboração e apresentação das sucessivas propostas, abaixo assinados … notas de imprensa, idas às reuniões públicas camarárias… As brilhantes e decisivas intervenções da Ana Cristina Santos na Assembleia Municipal, na defesa intransigente deste valioso património, sendo a porta voz de todos nós. A teimosia persistente dos responsáveis do Blog da Cidadania que sempre mantiveram a chama acesa, e o seu alerta para o apetite voraz de quem apenas vê naquele espaço euros, esquecendo que ali também reside a memória de uma comunidade que importa preservar. Aqui fica o meu singelo reconhecimento. Bem hajam! Proposta que a Vereação Socialista levou à Câmara Municipal.”

Fernando Serpa, Vereador da CMSilves, in Blog: “Verador c. m. Silves”



O imóvel conhecido por “Casino de Armação de Pêra” foi finalmente declarado como IMÓVEL DE INTERESSE MUNICIPAL.


Num post de 14 de Janeiro de 2007 com o titulo “Casino de Armação de Pêra: a roleta russa”, o blog Cidadania iniciou uma intervenção pública em defesa do imóvel e da sua conservação ao serviço da economia da Vila, dentro da sua vocação inicial, tentando resgatá-lo de um destino a que já tinha sido votado de há muito: a exclusão e a acelerada degradação até ao abate.


Mantendo a chama acesa entre Janeiro de 2007 e Janeiro de 2011, nesta data demos os primeiros passos no sentido do lançamento de uma Petição Pública que conduzisse à classificação do edifício como de interesse Municipal, visando por este intermédio a sua patrimonialização e com esta uma garantia adicional para a sua conservação e futuro mais cuidado.


Em resultado dos valores em causa e da total identificação da população com a preservação e conservação do imóvel, o interesse generalizado das forças vivas da Vila e do seu primeiro subscritor Luís Ricardo foram imediatos.


Sem embargo das muitas batalhas que a Vila tem, ora em curso, ora por travar, a classificação do Casino com imóvel de interesse Municipal é justa e constitui uma vitória da vontade do povo de Armação, que, desta vez, fez por isso!


A Vereação socialista cumpriu o que da mesma se esperava, isto é, que representasse a vontade do povo de Armação. Assim acontecesse sempre (o povo com uma causa justa, pela qual pugna com empenho e dedicação; uma classe política que se assumiu efectivamente como mandatária do povo que representa)e este concelho não apresentaria, certamente, todos os inúmeros défices que exibe!


O mesmo se diga quanto a todos os restantes concelhos do Pais e, por maioria de razão, quanto ao próprio Pais!


Neste sentido, Armação de Pêra, se não por outras razões que não invocando não queremos diminuir, por virtude desta iniciativa, da participação que motivou e teve, e da boa execução do mandato político, constitui um EXEMPLO!


Nos tempos que correm não é coisa pouca!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Para onde vais Portugal, com COVEIROS competentes e ASSESSORES de Merda? Para o buraco?

A internet vai promovendo a difusão de evidências da atenção de muitos e o apelos à Resistência e, ou indignação de todos, perante a irresponsabilidade e, ou, diletantismo daqueles a quem pagamos para serem eficientes, competentes, responsáveis e em transparência!
Eis um fino exemplo disso mesmo e de outras coisas:

CASO Nº 1


Ora atentem lá nesta coisa publicada no Diário da República nº 255 de 6 de Novembro:

No aviso nº........(2ª Série), declara-se aberto concurso no I.P.J.
Para um cargo de "ASSESSOR", cujo vencimento anda à roda de 3500 euros).
Na alínea 7:... "Método de selecção a utilizar é o concurso de prova
pública que consiste na "... Apreciação e discussão do currículo profissional do candidato."


CASO Nº 2

Já no aviso simples da pág. 26922, a Câmara Municipal de Lisboa lança um concurso
externo de ingresso para “COVEIRO”, cujo vencimento anda à roda de 450 EUR mensais.

Método de selecção:

Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita, com a duração
de 90 minutos.*
A prova consiste no seguinte:

*1. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional;
*2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças;
*3. - Estatuto Disciplinar dos Funcionários Públicos.
*4. - Depois vem a prova de conhecimentos técnicos:Inumações, cremações,
exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários ou cendrários.
*5. -Por fim, o homem tem que perceber de transporte e remoção de restos
mortais.*
*6. -Os cemitérios fornecem documentação para estudo.
Para rematar:
se o candidato tiver:
- A escolaridade obrigatória somará + 16 valores;
- O 11º ano de escolaridade somará + 18 valores;
- O 12º ano de escolaridade somará + 20 valores.

*7. -No final haverá um exame médico para aferimento das capacidades
físicas e psíquicas do candidato.

ISTO TUDO PARA UM VENCIMENTO DE €450,00 (?) MENSAIS!
Enquanto o outro, com €3.500,00 de vencimento, só precisa de uma cunha...!!!

Em conclusão:

Para enterrarem os mortos, os Portugueses, não prescindem de gente comprovadamente culta e informada em boas condições físicas e psiquicas, pelo contrário, para contribuir para a administração da coisa pública, pretensamente para melhorarem as condições de vida dos vivos, é absolutamente necessária gente que, independentemente da sua categoria, para cuja demonstração não é exigida qualquer comprovação objectiva, possa ser contratada desembaraçadamente de acordo com critérios definidos pelo Instituto da Cunha e independentemente da sua condição psíquica ou física.

Por estas e por outras é que em Portugal existem Coveiros Cultos e Assessores de Merda.
Se calhar é também por isto mesmo que tantas vezes nos parece estarmos a ser governados por loucos!
Ou não, na verdade, se o objectivo for lançar Portugal num buraco, porque razão haveriamos de exigir maiores qualificações aos coveiros desse designio, quando achamos que não se justificam tantas exigências para aqueles dos simples cemitérios?

Sem mais comentários!

A propósito dos chumbos dos orçamentos



Passou quase um ano, e Isabel Soares habituada às maiorias absolutas, ainda não entendeu, que no concelho de Silves são necessários três para dançar o tango.

domingo, 3 de junho de 2012

Diminuir o nosso ou o dele?


“Diminuir salários não é uma política, é uma urgência”
António Borges