sexta-feira, 29 de julho de 2011

Paulo Silva e os momentos de desânimo de um resistente!

O cidadão Paulo Silva, ao longo do seu último post, coloca o dedo na ferida!

Silves não tem projecto, nem lideres que o possam conceber ou sequer estimular a sua concepção.

E, neste deserto, a responsabilidade de Isabel Soares não é exclusiva! Lamentavelmente!

O deserto a que nos referimos também não é exclusivo de Silves: estende-se ao resto do Pais e é o mesmo que tem derrotado muitos expoentes da cultura, da cidadania e da história de Portugal. Alexandre Herculano que o diga, para citarmos só um deles, sem prejuízo da grandeza da resistência de muitos outros.

Os senhores Passos Coelho e António José Seguro que nos perdoem, mas não nos conseguem estimular, muito menos entusiasmar e ainda menos acreditar que serão portadores, finalmente, de um projecto para Portugal, de um conceito estratégico para este Pais que, por acaso, é o nosso!

E cansa, acreditem que cansa vermos esta “sucessão, sucessiva de sucessos (eleitorais) que se sucedem sem cessar: um naipe de lideres que de lideres só têm a chefia de uma corja activa de medíocres [com excepções ( que confirmam a regra) daqueles que não o sendo, se deixam inebriar pelos perfumes da mediocridade de que o poder politico é fértil] cuja principal motivação é a de se alaparem a qualquer estrutura de poder institucional que lhes permita tratar da sua vidinha!

O que torna o caso do deserto silvense menos dramático ou só relativamente dramático.

Resistir por isso é antes de mais um acto de determinação contra o cansaço pessoal, o alheamento e a alienação, caro Paulo Silva. É, depois, uma rebelião contra a letargia que a frustração gerada pela sistemática acção politica inconsequente e intestina, gera em qualquer cidadão bem intencionado, desmobilizando-o. É, também, a reacção serena e firme ao sentimento de não pertença que esta gentinha incrustada por camadas – quais recifes naturais – que, objectivamente, se organizam como fortalezas do inacessível : a sociedade aberta de cujas ameaças, tão bem fala Karl Popper.

“No passarán!” diria Dolores Ibárruri, La Passionaria, um bom exemplo que constitui um tónico para o cansaço que não param de tentar infligir ao cidadão-contribuinte-eleitor-consumidor-utente.



Dizemos nós que, afinal, resistir é tão antigo como abusar de uma posição dominante. A nós cabe escolher qual o papel que queremos desempenhar nesta tão antiga luta contra o obscurantismo e os poderes que, apesar da sua frequente legitimidade formal, se encontram inumeras vezes ao serviço daquele!

Por tudo isto: ânimo Paulo Silva! Na realidade, nada do que elenca e conclui no seu post constitui verdadeiramente uma surpresa! Não acha?

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