quinta-feira, 16 de junho de 2011

Não chega serem agora (obrigatoriamente) meninos de coro!

Os tempos recentes não tem sido muito convidativos para escrever. Cedemos à imobilização do espanto, gerada pelo espetáculo a que temos assistido, no qual, infelizmente, todos somos parte.

Como já dissemos oportunamente: estes tipos não nos parecem capazes de nos surpreenderem pela positiva.

Para que não restem duvidas à navegação: é com pesar que assim pensamos. Muito mais gostaríamos que trouxessem, fossem quem fossem, boas novas, competência, trabalho e sobretudo mais de outras coisas a que a classe política nunca nos habituou; não vale a pena citá-las pois todos sabemos o que tem faltado.

Esta “nova corrida, nova viagem”, agora atiçada pelo desenho feito previamente pelo FMI, trás-nos algumas garantias: a despesa vai reduzir-se. O mesmo irá, muito provavelmente, acontecer com a receita se a recessão vier a fixar-se, mesmo apesar do inevitável aumento dos impostos.

Lá irão mais algumas empresas públicas para a privatização; aquelas que devem e as que não deviam ir. Contingências da divida que abarca muitos défices que, “cantando e rindo”, foram sendo acumulados, ante a complacência, senão mesmo o estimulo, da classe politica dirigente de todos os partidos. Aquela mesma que agora, transfigurada, vai fazer milagres e contorcionismos a que não tem estado habituada.

Não fora a camisa de forças com que o FMI vestiu o pais e diríamos que seria mais do mesmo.

No entanto, o que realmente nos parece é que isto não vai lá só com bons comportamentos do governo. É preciso muita inovação e coisas antigas também: falar verdade, seriedade, regulação financeira séria, mobilização da comunidade para a participação, uma visão estratégica para o pais e comunicação séria.

Tudos coisas a que não estamos habituados e que nos habituariamos facilmente. Naturalmente em prejuízo dos interesses da classe política que, nesta bagunça, faz melhor passar gato por lebre, nos seus comportamentos, propostas, performances, enfim na cristalização da partidocracia que tem regido o nosso pais.

Esperar o contrário do passado é legitimo pois a isso temos todo o direito ainda que também com mais obrigações, mas estas de cidadania não de submissão.

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