domingo, 19 de dezembro de 2010

Ex-Trabalhadores desempregados da Alicoop pagam dívidas

Ex-Trabalhadores da Alicoop vivem com dificuldades

"Estamos a viver uma situação aflitiva", desabafa Fátima Sequeira, ex-trabalhadora da Alicoop. Ela e mais cerca de 250 colegas subscreveram, em 2008, créditos bancários no valor de 1,7 milhões de euros para ajudar a empresa, e agora estão com dívidas que muitos não conseguem pagar.



Os trabalhadores da Alicoop estão marafados por terem de pagar as dívidas contraídas pela administração.

"Na altura, foi-nos dito pela administração que não havia problemas, que ficávamos com cotas e que quando saíssemos da Alicoop deixaríamos de estar vinculados ao compromisso bancário"




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Portugal é mesmo um pais sui generis!

Aqui acontecem coisas verdadeiramente únicas e muitas vezes para orgulho dos seus naturais, quer sejam dignas de admiração e apreço, quer sejam desprezíveis.

Bastaria recordar a estória de Alves dos Reis e a célebre impressão das 200 mil notas de 500 escudos (cem mil contos)(quase 1% do PIB Português à época -1925-), que é recordada amiúde como um feito digno de exemplo.

Ouvimos recentemente, com lamento, que aquela que foi a maior burla de todos os tempos, a de Alves dos Reis, teria sido ultrapassada, em valor relativo, pelos montantes atingidos no caso BPN, restando-nos, nas palavras do “avaliador”, o facto de ter(em) sido um(ns) português(es) o (s) seu (s) autor(es).

Estes “feitos” são invocados, meio a brincar, meio a sério, mas, pretendendo o contador desvincular-se da evocação expressa de admiração perante a amoralidade, acresce-lhe uma conclusão aparentada com a moral do tipo:”Quem rouba os Bancos, empresta a Deus!”, repudiando implicitamente o aplauso a uma acção do mesmo tipo perpetrada no património de um pobre, o que seria condenável, desprezível, imoral portanto e, desse modo, voltando a integrar-se no domínio do “socialmente correcto”.

Andando por cá há uns anos, temos assistido a bastantes evocações desta natureza e vemos, ouvimos e lemos outras mais que caminham no mesmo sentido e direcção.

Aquilo a que ainda não tínhamos assistido era ao financiamento bancário massivo, de uma empresa tecnicamente falida, pelos seus trabalhadores...

Esta, meus Senhores, coloca bem o nosso concelho no âmago da “tugalidade” a que nos referíamos! O que, por qualquer razão, não será de estranhar!

E, ao seu autor moral, no mais elevado nível da artistice nacional! É obra! E de grande fôlego!

A natureza do assunto é tão fértil que nos deixa sem saber por onde começar.

Diz o Correio da Manhã que desses trabalhadores/financiadores, no desemprego, vêem-se agora a contas com as obrigações decorrentes dos avales prestados, perante a credora Caixa Geral de Depósitos que não teve pudor em reclamar dos mesmos os seus créditos.

Pudor que não teve desde logo ao aceitar tal engenharia financeira, para libertar os fundos, garantidos por economias domésticas cuja receita assentava exclusivamente no emprego instável numa empresa em falência técnica- a financiada-! Convenhamos que se tratou de uma operação de financiamento sui generis

Será que também reteve para si, hipoteca bastante, para garantir os empréstimos, a principal credora Caixa Geral de Depósitos? Parece que sim, que é a principal credora hipotecária! Resta saber se tal garantia abrange os financiamentos aos trabalhadores? Se sim, a atitude é abaixo de vergonhosa!

Mas, antes de continuar a cascar na CGD, importa avaliar a moralidade desta massificação do crédito extensível aos trabalhadores.

Dando como certo o que consta da noticia do CM, de que os trabalhadores deram o seu aval aos empréstimos parcelares no pressuposto de que, uma vez cessado o contrato de trabalho, cessaria automaticamente a sua responsabilidade, estaremos face a um caso de policia, já que se trataria de crime de burla!

Mistificação a que se deu curso assente – disso não temos qualquer dúvida – no pressuposto da ignorância dos avalistas quanto à natureza do aval!

O autor moral deste logro não pôs à disposição dos trabalhadores um advogado que esclarecesse a natureza da responsabilidade que aqueles assumiam? Se o fez, o esclarecimento não foi cabal!

O autor moral deste logro, na sua azafama salvadora, não deu contra garantias aos trabalhadores: Porque não uma segunda ou terceira ou quarta hipoteca?
Porque não acções representativas do capital da empresa, designadamente as de sua propriedade? Porque não um aumento de capital?

Porque não hipoteca do seu património pessoal? Porque o não tem na sua titularidade? Esta pergunta carece de resposta pública porquanto a massificação do dano a tanto obriga!

Voltando à CGD: quem aprovou esta operação? Será útil saber o seu nome para se saber se ainda tem poderes para tratar assim o dinheiro do Banco dos contribuintes.

A novela porém ainda não terminou. Parece que do grupo de empresas nem todas têm património, mas todas têm dividas!

E há bancos sem garantias hipotecárias! E a maioria dos trabalhadores são empregados da empresa ou empresas que têm património.

Parece também que os Bancos têm-se batido pela fusão das empresas. Trata-se de garantirem os seus créditos à conta das empresas que têm património. Trata-se de fazer hoje, o que deveriam ter feito quando concederam os créditos, à posteriori portanto!

Só que a maioria dos trabalhadores que, pela Lei, se encontram garantidos, antes do credor hipotecário, nas empresas que têm património, se permitirem tais fusões, bem podem dizer adeus aos seus privilégios, com os quais “honrariam” as suas obrigações bancárias de garantes.

Vender o sonho da viabilização e a miragem do emprego é a melhor engenharia para a Banca entretanto ir assegurando à posteriori o que não fez à anteriori, nas costas dos trabalhadores que neste caso, foram muito para além da exploração que consta dos livros.

O que é que andam a fazer os sindicatos pelos interesses dos trabalhadores? Politica?

A CGD por seu turno, se obedecer aos interesses corporativos reclamados pelos seus colegas banqueiros, aceitando a fusão, operará um mal maior já que, para além da aprovação desta operação bizarra, criará condições de incumprimento definitivo aos seus clientes trabalhadores/financiadores/avalistas, os quais à conta dos privilégios, ainda poderiam honrar as dividas que lhes impingiram!

Por seu lado, o autor moral deste “genocídio” não se pode gabar de ter ludibriado os Bancos, não podendo assim autoproclamar-se de autêntico “Herói Tuga”, mas tão só de o ter feito no património dos pobres, logo um verdadeiro “Vilão Tuga”. Espera-se, justamente, que por tal acção, ainda que criminalmente seja relevada, seja proscrito socialmente com todas as consequências!

Este é Portugal no seu melhor!

13 comentários:

  1. Na altura andaram a lamber as botas ao patrão Silva agora queixam-se, se tivessem feito como eu que não assinou o papel agora não estavam na lama.

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  2. umas lamberam botas outras lamberam outras coisas

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  3. Quando os maus estão no poder, o crime aumenta; mas as pessoas honestas viverão o suficiente para ver a queda dos maus. Pv 29:16 Rei Salomão

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  4. Que formosa aparência tem a falsidade.
    (William Shakespeare)

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  5. Isto é a clã Soares no seu melhor!!
    Os manos maravilha!!! Isabel e José António Silva!!! só não compreendo é como tamanha desfaçatez ainda continua a ter guarida e protecção, em certas figuras, aparentemente impolutas, da nossa praça! será porque também são "farinha do mesmo saco"?ou porque são ingénuos? ou será que são feitos daquela matéria viscosa e moldável que se adapta a tudo o que lhe cheira a poder? já vimos de tudo neste filme: desde sindicalistas vendidos, presidente da república que não se consegue livrar da lama que lhe mancha a imagem, com representantes e apoiantes desta estripe! mas agora dos políticos locais? ou candidatos a candidatos! será que têm favores em dívida? não sei o que será, mas repugna-me qualquer associação com gente desta! não são companhia recomendável para ninguém.
    Como é possível enganar tanta gente e tantas instituições durante tanto tempo? de Cavaco Silva não é de estranhar! já tinha como ilustres representantes o Sr. Dias Loureiro, o Sr Oliveira e Costa, mais um da mesma laia, pouco afectava: que a CCP tenha eleito como seu presidente, este exemplo de "verticalidade e honestidade" também se compreende; havia lá muita gente arguida no famoso processo da fuga ao IVA da qual o presidente da Alicoop é figura de destaque; os pequenos e médios comerciantes da região que forneciam a dita empresa, ficaram lá todos entalados; pessoas sérias e honestas do concelho ficaram sem as suas economias ao apoiarem o dito cavalheiro e sua mana, na Fábrica do Inglês; os aderentes da Alicoop foram enganados e espoliados; os trabalhadores é o que se sabe! será necessário mais curriculum para lhes erigir um monumento? Ah! resta referir que o concelho de Silves está em franco desenvolvimento, não há dividas a fornecedores a mais de 90 dias, os processos Viga D'ouro e outros, são só um pretexto para pagar uma avença ao ilustre advogado José Manuel Júdice, aliás, feito da mesma matéria que se adapta a tudo o que cheire "sacar".
    Resta-nos a Câmara de Silves, única entidade empregadora do concelho, que já vai para mais de 700 funcionários e se prepara para dar guarida eterna a mais umas quantas famílias de ilustres correlegionários! o erário público logo paga!!!....não sei como, mas logo paga!!!

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  6. "que a CCP tenha eleito como seu presidente, este exemplo de "verticalidade e honestidade" também se compreende; havia lá muita gente arguida no famoso processo da fuga ao IVA da qual o presidente da Alicoop é figura de destaque"

    Essa do IVA está a deixar muita gente surpreendida, será verdade?
    Diz-se tanta coisa que a gente já nem sabe se deve acreditar.
    Há muita sujeira para além da Ali. mas essa é de mestre.

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  7. É um processo que está no tribunal de Ovar, da qual são arguidos as UNIARME, a Alicoop e mais algumas centrais de distribuição, acusadas de do recebimento indevido de reembolsos do IVA, no valor de alguns milhões de euros, bem com, de falsificação de facturas e declarações.
    O processo arrasta-se já alguns anos, entre recursos e mais recursos -é para isso que gastam milhões em gabinetes de advogados célebres- O processo foi desencadeado após a confissão de um dos contabilistas ter denunciado a fraude.

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  8. É preciso descaramento para pedir ao Governo que disponibilize fundos, via IAPMEI, para viabilizar uma empresa falida,que defrauda o Fisco, engana os empregados e os fornecedores, enfim, tudo à sua volta.
    Parece ser um caso de Polícia.
    As vítimas deviam apresentar uma providência cautelar contra o Grupo e sua Administração, o mais rápidamente possível.

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  9. O advogado das "vítimas" está feito com a administração

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  10. Todos os trabalhadores q assinaram os empréstimos sabiam bem o q estavam a assinar

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  11. Ninguém,em pleno juizo,acredita numa coisa dessas.
    Dificil encontrar as palavras adequadas para descrever quem teve coragem agir de forma tão indecente e desumana,com este grupo de trabalhadores.
    Quanto aos defensores dos "geniais" autores deste verdadeiro golpe,resta constatar que estão pouco convictos do que estão a defender,o anonimato é a "capa" da vergonha,calem-se de vez,tenham ,no minimo,respeito pelas dificuldades que criaram a estas pessoas.
    Tenham vergonha!

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