terça-feira, 27 de abril de 2010

Não me tirem Armação de Pêra


TORQUATO DA LUZ

Tirem-me tudo: os dedos, os anéis,
a reserva de sonho e de quimera,
mas não sejam cruéis,
não me tirem Armação de Pêra.

Não me tirem o resto da infância
que sei ter deixado aqui
nem esta luz que à distância
me segue desde que parti.

Não me tirem o verde-azul do mar
nem os barquinhos balançando à espera
dos turistas que hão-de ir visitar
as furnas de Armação de Pêra.

Mas sobretudo não me tirem este sol
e a caldeirada do Serol.

DO SEU BLOG OFÍCIO DIÁRIO

1 comentário:

  1. Bom poeta e jornalista, natural de Alcantarilha, que bem o conheci e apreciei, como director do " O Jornal Novo", no Diário de Noticias e ainda na Agência Lusa.
    Fez poemas lindos sobre Armação de Pêra e dos seus sentimentos e emoções.
    Tenho saudades de o recordar. Tal como Moura Lapa, António Pereira, Cândido Guerreiro e outros, que tão bem teceram as palavras em harmoniosos versos, odes e poemas que glorificam Armação de Pêra e o Algarve.

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