sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

OS ECONOMISTAS SÃO TIPOS PERIGOSOS!

Tenho um amigo que me diz que os economistas são tipos perigosos.
Tenho outro que afirma que os economistas são aqueles que hoje estão a explicar as razões porque não aconteceram as suas previsões.
Brincadeira à parte e, salvo excepções que sempre existem, os economistas da nossa praça realmente não têm dado conta do recado.

A maior parte dos economistas comentadores são ou foram membros do Governo sem que, durante os seus mandatos, tenham feito algo que tire o país do atoleiro.

No entanto, diariamente temos que “aturar” as suas lições ao Governo actual de como proceder.

Vemos o Dr. Augusto Mateus alinhar pelo lado dos liberais ( ou neo-liberais ), esquecendo, no entanto que, enquanto Ministro comprou a fábrica de Setúbal com dinheiros públicos (o que a Renault agradeceu porque certamente não encontraria comprador para instalações tão grandes para um país como Portugal), para aparentemente cumprir algum “plano da pólvora”. O que aconteceu é que mais uma vez foi tudo por água abaixo e se atirou dinheiro à rua.

O Prof. César das Neves foi assessor de Cavaco Silva, campeão do liberalismo, o qual após oito anos de Governo, ainda deixou o Estado a controlar muitas empresas que foram privatizadas pelos Governos seguintes.

O Dr. Catroga, não se vislumbra o que fez pelo país como Ministro das Finanças, a não ser gastar mais do que estava autorizado pelo Orçamento aprovado na Assembleia da República, tendo para o efeito aprovado um Orçamento Rectificativo, endividando ainda mais o Estado.

O Dr. Bagão Félix que afirma que os portugueses devem desconfiar do “actual” Governo, foi o tal que , enquanto Ministro de Santana Lopes enganou os portugueses dizendo que a crise tinha passado e aprovou um Orçamento que após alguns meses estava esgotado e, mais uma vez, teve que se aprovar um Orçamento rectificativo.

Foram também ilustres economistas (entre eles o Dr. António Borges ) que há muito pouco tempo propunham, face à falência do sistema de Segurança Social, que o mesmo deveria ser parcialmente privatizado, devendo os cidadãos investir nos Fundos que o mercado oferecia.
Perante a situação actual de insolvência absoluta dos referidos fundos, podemos bem avaliar acerca dos magníficos resultados em que tal ideia, a ter sido posta em prática, teria importado!

O que é incrível é que estes senhores que vêem a solidez dos seus conceitos, reduzida a cacos pelas realidades da vida e da economia, continuam a debitar opiniões e a abusarem como Catilina, da nossa paciência.
Agora criticam os governos por intervirem na Economia, com a possível excepção da Banca, e mesmo assim, criticando as entidades e os modos de interferência do Estado nas mesmas.
Ou seja, ainda não reconheceram, como fez o Snr. Greenspan, que humildemente reconheceu publicamente no âmbito de um inquérito, que, efectivamente, se tinha enganado.
Ora, é esta humildade que falta aos “nossos” economistas que continuam a barafustar contra aqueles que não alinham na cartilha da mão invisível.

O problema desta gente, entre outros, é que concebem a Economia como uma ciência (que pelos vistos não é, ou se é, eles não a dominam) numa espécie de relação com a arte industrial (onde a plasticidade das operações buscam a originalidade duma obra de arte original e única), que colocam no centro do mundo, o qual deve girar à sua volta.

Nesta gravitação, o Homem encontra-se ao seu serviço a pretexto de lhe ser essencial!
Na verdade, não é como pensam e se mais provas fossem necessárias, a recente crise internacional, pela sua profundidade demonstra que, por maiores que sejam os seus cérebros e saberes, dominam tanto a economia como o homem domina o mar.

Esqueceram por tempo demais que a economia é obra do Homem e deveria estar sempre ao seu serviço. Não o contrário, cujo ensaio deu no que está à vista desarmada!

Para esses economistas aqui vão os meus conselhos:

1. Adoptem a humildade intelectual como método de análise e reconheçam que o “vosso” sistema falhou.
E falhou porque deixaram a economia ao sabor de si própria e, hoje, é mais que claro que nunca, que não há nenhuma mão invisível

2. Não adianta, aliás continuar a defender um modelo de desenvolvimento que está esgotado.
Não é verdade que a “morte” do sistema comunista tenha provado que maniqueistamente, o sistema capitalista “vencedor “ era o único possível, porque é fundado num consumismo exacerbado que, para ser satisfeito, esbulha o planeta dos seus recursos naturais, aumenta a diferença entre ricos e pobres e não é capaz de corresponder aos anseios de paz dos povos.

3. Seria, portanto de grande utilidade que utilizassem os seus vastos conhecimentos, não para arranjar soluções/remendos para o regime actual, mas, pelo contrário a CONSTRUIR um novo modelo económico mais justo e sustentável.

Justificariam, assim, o investimento que neles, como em todos os licenciados, foi feito pelo Estado, isto é: por todos nós!

3 comentários:

  1. Por experiencia propria posso afirmar que são vendedores rafeiros de sonhos.

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  2. Mas porque é que lhes dão tanto crédito? Se calhar sabem mais que os outros que estão calados.
    Não é fácil ser ministro das finanças num pais pobre como este.
    Podiam todos era gastar menos para interesse do contribuinte.

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  3. Socialistas andaram em excursão pelo interior algarvio




    No passado sábado, a Federação do PS Algarve levou os seus membros a visitar o interior do Algarve, como forma de dar a conhecer a realidade da Serra e do Barrocal

    Aproximar a Comissão Política da Federação do PS dos problemas concretos da região, de forma a identificar as principais dificuldades das populações e depois encontrar soluções adequadas, constitui o objectivo das reuniões desconcentradas, que se irão realizar mensalmente, abrangendo todos os municípios algarvios.

    A Rota do Interior foi a primeira, no âmbito do projecto «O PS em Acção», e passou por São Brás de Alportel, Salir, São Bartolomeu de Messines e Monchique.

    «As principais preocupações nas zonas mais afastadas dos centros de decisão prendem-se sobretudo com a necessidade de incutir novo estímulo às actividades económicas, aumentar a habitação social e o apoio social aos mais velhos, condição decorrente da profunda dispersão das povoações», considera Miguel Freitas, líder do PS Algarve.

    Nesta primeira visita dos socialistas, a nota dominante prendeu-se com a futura cadeia do Algarve a ser construída em São Bartolomeu de Messines, no concelho de Silves. Há vinte anos que o esboço do projecto está traçado, mas só agora o PIDDAC inscreveu 50 milhões de euros para as obras, num processo que se deverá começar a concretizar a partir de 2009. No próximo ano, será desbloqueado o primeiro milhão, sendo os restantes atribuídos entre 2010 e 2011.

    O edifício a ser construído em terrenos expropriados pelo Estado, terá a capacidade de acolhimento entre 600 e 800 pessoas, permitindo concentrar toda a comunidade prisional a Sul do país. O projecto, segundo os socialistas, é um dos cinco maiores investimentos a concretizar no Algarve nos próximos quatro anos, e vai criar 450 postos de trabalho, constituindo um foco para o desenvolvimento da economia local, beneficiando principalmente os sectores da restauração e alojamento.

    Em Monchique, onde se reuniu a Comissão Política Distrital, o presidente da Câmara Carlos Tuta fez questão de salientar que pretende continuar a desenvolver esforços no sentido de integrar a rede de esgotos num único colector e resolver o problema das suiniculturas existentes no concelho.

    Dentro do projecto «O PS em Acção» vão seguir-se as Rotas do Guadiana, do Arade, da Costa Vicentina, da Polis Cidades e da Ria Formosa.

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