quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A LESMA, O CONTRIBUINTE EUROPEU E A UNIÃO COMERCIAL DE ARMAÇÃO DE PÊRA

O candidato a candidato Carneiro Jacinto tem andado por Armação de Pêra visando apoiar os comerciantes, face à verdadeira tempestade que se avizinha!

Que seja Benvindo!

Não podemos começar sem, de um ponto de vista, digamos que, macro-económico, nos regozijarmos pelo facto, uma vez que estas obras (sobretudo as infraestruturas respectivas) são estruturais para Armação de Pêra, são necessárias há muito, muito tempo, são merecidas há muito, muito tempo, em função da receita que a Vila gera, e do potencial turístico-económico da mesma, tudo isto por direito próprio, realizável com meios próprios face à dimensão da RECEITA e mesmo sem POLIS.

Não queremos, no entanto deixar de agradecer, empenhada e devotamente, aos contribuintes europeus, os meios que nos fazem chegar para acorrer a estas necessidades que ao caso concreto podemos apodar de primárias, uma vez que sem o seu esforço estaríamos conformados ao que realmente a CMSilves nos podia dar, o que vale o mesmo que dizer que seria NADA, E TUDO FICARIA NA MESMA, COMO A LESMA!

Que não venha portanto a nossa senhora presidenta alguma vez arrogar-se no mérito da obra, pois o que pode recolher em resultado da sua acção e responsabilidade directa é a responsabilidade no ATRASO NA REALIZAÇÃO DE OBRA URGENTE!

A Avenida Beira-Mar a ter um nome para a nova roupagem resultante das obras, só poderia ser: AVENIDA DO CONTRIBUINTE EUROPEU !!!!!

Apesar de já nauseados de tanto malhar na CMS e na sua primeira responsável, não nos dão as mesmas descanso, tantas são as omissões que caracterizam esta administração diletante.

Desta feita, vem uma notificação, em cima da hora como é timbre de qualquer relapso, para informar da inevitabilidade dos comerciantes em causa tudo alterarem nas suas vidas empresariais, atendendo ao inicio das obras estruturais que se irão iniciar nos primeiros dias de Novembro.

Assim! Sem mais!

Perdão! Finaliza a famigerada notificação por ALERTAR que assim que as obras adjacentes a cada estabelecimento estiverem concluídas, é HORA DE PAGAR O NOVO LICENCIAMENTO!
Isto é, em acto continuo, vence-se a obrigação de pagar o respectivo licenciamento!

É a velha estória do pato a disparar para o caçador!
Sucede é que da estória todos nos rimos, enquanto na realidade deste caso, todos nos revoltamos!

Brilhante exemplo de despudor – melhor – de total ausência da mais elementar noção de serviço e, pior que tudo, do dever de prestar serviço aos seus mandantes!

A coberto de algumas formalidades legais cumpridas, a população continua a não ser PERDIDA NEM ACHADA para aquilo que directamente lhe diz respeito!

Nem o seu representante – o Presidente da Junta de Freguesia – tem qualquer informação para prestar!

Até onde vai a verdadeira desconsideração democrática pela população, por parte desta gente poucochinha!

Há muito que pensamos, embora nunca o tivéssemos referido por aqui, que os comerciantes de Armação deveriam formar uma ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, a qual, eventualmente, poderia congregar os comerciantes de Alcantarilha e Pêra, ultrapassando-se de vez a visão que não alcança mais que o próprio umbigo, típica do individualismo filho de um quadro de miséria onde os nossos pais nasceram, mas que, em boa verdade e em termos relativos já não nos caracteriza hoje, ganhando dimensão e peso político para defesa dos legítimos interesses econômicos de quem trabalha e vê o resultado do seu suor malbaratado pela negligência, incompetência, obesidade, diletantismo ou voracidade fiscal por parte dos que nos governam local ou nacionalmente.

Sabemos como a nossa economia é exígua, os recursos naturais relativamente parcos e quanto a nós, o seu principal activo são as pessoas.

De entre estas, as empreendedoras, em qualquer domínio, são imprescindíveis ao desenvolvimento. E sucede que, segundo os dados do último Eurobarómetro, a vontade de trabalhar por conta própria dos portugueses é superior à média europeia que é de 45% e a daqueles 78%. Se se conjugarem estes indicadores com o peso que representa o emprego na despesa pública, que tanto deprime esta economia, poderíamos concluir, no plano lógico, que a concertação dos interesses em presença é possível, residindo nos timings respectivos o seu sucesso.

O tecido empresarial português, como de resto o europeu, é profundamente animado pelas micro, pequenas e médias empresas e o seu peso, nas mais diversas escalas, é, invariavelmente, esmagador.

As associações empresariais têm assim, para além das sinergias que a união permite no seu interesse e das suas actividades, a suprema função de aproximar a lei e a intervenção do Estado na economia das condições ideais de articulação de todos esses factores, no interesse geral.

A lei não é um fim em si mesma. É um instrumento das sociedades civilizadas e organizadas para, com exclusiva obediência aos princípios enformadores da constituição material de um Estado de Direito, regular, em beneficio da comunidade, os seus múltiplos interesses e altera-se as vezes que forem necessárias até o conseguir.

Todos os meios legítimos são por conseguinte desejáveis para aproximar o poder político dos cidadãos em geral e dos agentes económicos em particular, visando o aperfeiçoamento da acção do Estado e a melhoria das condições de desenvolvimento e consistência das actividades económicas e por ai, da imprescindível prestação das PME’s, em sede de economia e responsabilidade social.

Não é expectável que as PME’s de per si reúnam condições para o fazer!
Compete às associações desses múltiplos interesses constituírem-se como interlocutores válidos, o que só será possível atingir com percursos de responsabilidade, conhecimento, missão e credibilidade.

Ao Estado competirá construir com elas, ajustadamente, os quadros legais que se imponham. É para isso que ele existe!

Mas disto, a C.M.Silves e a sua Presidenta, jamais perceberão!

Disto o candidato a candidato sabe, porque tem obrigação de saber!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

QUADRO DE HONRA


SÓCRATES E A LIBERDADE,

por António Barreto in 'Publico'

EM CONSEQUÊNCIA DA REVOLUÇÃO DE 1974, criou raízes entre nós a ideia de que qualquer forma de autoridade era fascista. Nem mais, nem menos. Um professor na escola exigia silêncio e cumprimento dos deveres? Fascista! Um engenheiro dava instruções precisas aos trabalhadores no estaleiro? Fascista! Um médico determinava procedimentos específicos no bloco operatório? Fascista! Até os pais que exerciam as suas funções educativas em casa eram tratados de fascistas.

Pode parecer caricatura, mas essas tontices tiveram uma vida longa e inspiraram decisões, legislação e comportamentos públicos.

Durante anos, sob a designação de diálogo democrático, a hesitação e o adiamento foram sendo cultivados, enquanto a autoridade ia sendo posta em causa. Na escola, muito especialmente, a autoridade do professor foi quase totalmente destruída.

EM TRAÇO GROSSO, esta moda tinha como princípio a liberdade. Os denunciadores dos 'fascistas' faziam-no por causa da liberdade. Os demolidores da autoridade agiam em nome da liberdade. Sabemos que isso era aparência: muitos condenavam a autoridade dos outros, nunca a sua própria; ou defendiam a sua liberdade, jamais a dos outros. Mas enfim, a liberdade foi o santo e a senha da nova sociedade e das novas culturas. Como é costume com os excessos, toda a gente deixou de prestar atenção aos que, uma vez por outra, apareciam a defender a liberdade ou a denunciar formas abusivas de autoridade. A tal ponto que os candidatos a déspota começaram a sentir que era fácil atentar, aqui e ali, contra a liberdade: a capacidade de reacção da população estava no mais baixo.

POR ISSO SINTO INCÓMODO em vir discutir, em 2008, a questão da liberdade. Mas a verdade é que os últimos tempos têm revelado factos e tendências já mais do que simplesmente preocupantes. As causas desta evolução estão, umas, na vida internacional, outras na Europa, mas a maior parte residem no nosso país. Foram tomadas medidas e decisões que limitam injustificadamente a liberdade dos indivíduos. A expressão de opiniões e de crenças está hoje mais limitada do que há dez anos. A vigilância do Estado sobre os cidadãos é colossal e reforça-se. A acumulação, nas mãos do Estado, de informações sobre as pessoas e a vida privada cresce e organiza-se. O registo e o exame dos telefonemas, da correspondência e da navegação na Internet são legais e ilimitados. Por causa do fisco, do controlo pessoal e das despesas com a saúde, condiciona-se a vida de toda a população e tornam-se obrigatórios padrões de comportamento individual.

O CATÁLOGO É ENORME. De fora, chegam ameaças sem conta e que reduzem efectivamente as liberdades e os direitos dos indivíduos. A Al Qaeda, por exemplo, acaba de condicionar a vida de parte do continente africano, de uma organização europeia, de milhares de desportistas e de centenas de milhares de adeptos. Por causa das regulações do tráfego aéreo, as viagens de avião transformaram-se em rituais de humilhação e desconforto atentatórios da dignidade humana. Da União Europeia chegam, todos os dias, centenas de páginas de novas regulações e directivas que, sob a capa das melhores intenções do mundo, interferem com a vida privada e limitam as liberdades. Também da Europa nos veio esta extraordinária conspiração dos governos com o fim de evitar os referendos nacionais ao novo tratado da União.

MAS NEM É PRECISO IR LÁ FORA. A vida portuguesa oferece exemplos todos os dias.
A nova lei de controlo do tráfego telefónico permite escutar e guardar os dados técnicos (origem e destino) de todos os telefonemas durante pelo menos um ano. Os novos modelos de bilhete de identidade e de carta de condução, com acumulação de dados pessoais e registos históricos, são meios intrusivos. A vídeovigilância, sem limites de situações, de espaços e de tempo, é um claro abuso. A repressão e as represálias exercidas sobre funcionários são já publicamente conhecidas e geralmente temidas A politização dos serviços de informação e a sua dependência directa da Presidência do Conselho de Ministros revela as intenções e os apetites do Primeiro-ministro. A interdição de partidos com menos de 5.000 militantes inscritos e a necessidade de os partidos enviarem ao Estado a lista nominal dos seus membros é um acto de prepotência. A pesada mão do governo agiu na Caixa Geral de Depósitos e no Banco Comercial Português com intuitos evidentes de submeter essas empresas e de, através delas, condicionar os capitalistas, obrigando-os a gestos amistosos. A retirada dos nomes dos santos de centenas de escolas (e quem sabe se também, depois, de instituições, cidades e localidades) é um acto ridículo de fundamentalismo intolerante. As interferências do governo nos serviços de rádio e televisão, públicos ou privados, assim como na 'comunicação social' em geral, sucedem-se. A legislação sobre a segurança alimentar e a actuação da ASAE ultrapassaram todos os limites imagináveis da decência e do respeito pelas pessoas. A lei contra o tabaco está destituída de qualquer equilíbrio e reduz a liberdade.

NÃO SEI SE SÓCRATES É FASCISTA. Não me parece, mas,sinceramente, não sei. De qualquer modo, o importante não está aí. O que ele não suporta é a independência dos outros, das pessoas, das organizações, das empresas ou das instituições. Não tolera ser contrariado, nem admite que se pense de modo diferente daquele que organizou com as suas poderosas agências de intoxicação a que chama de comunicação. No seu ideal de vida, todos seriam submetidos ao Regime Disciplinar da Função Pública, revisto e reforçado pelo seu governo. O Primeiro-ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas.

TEMOS DE RECONHECER: tão inquietante quanto esta tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder é a falta de reacção dos cidadãos. A passividade de tanta gente. Será anestesia? Resignação? Acordo? Só se for medo...

António Barreto in 'Publico'

domingo, 26 de outubro de 2008

16 PROVAS DE PARANÓIA CONSUMISTA

Temos para nós e temos feito disso suficiente alarde neste sitio, que o sistema de desenvolvimento em que vivemos se encontra esgotado, quais calças do aniki bóbó que não aguentam mais remendos, por muito sofisticados que sejam os nomes que lhes dão.

Mais referimos a presente crise financeira e a económica, que esperamos não se avizinhe, são apenas manifestações de um sistema de desenvolvimento que – a ter sentido, que não tem – tende para o absurdo, por pretender atingir uma realidade contra natura!

Um bom exemplo do ridículo a que algumas condutas, que tendem a generalizar-se, atingem, é bem patente na utilização desenfreada que os Portugueses – realidade que naturalmente conhecemos melhor – fazem do telemóvel.

É certo que as operadoras promovem investimento, dão emprego (muitas vezes em condições deploráveis, como é o caso dos call centers respectivos), pagam impostos, dinamizam o mercado da publicidade e do marketing.
É claro que as tarifas que utilizam em Portugal foram apenas acauteladas pelo deus Mercado, o qual, sendo imperfeito em qualquer parte do mundo – como está demonstrado – em Portugal não passa mesmo uma entidade virtual, até há bem pouco tempo, quando o Secretário de Estado responsável pelos direitos dos consumidores decidiu intervir, colocando as operadoras tendencialmente no seu lugar, a bem da racionalidade dos preços ao consumidor.
É certo também que aquelas tem lucros avultados, uns mais socialmente úteis por que ficarão por cá (TMN ou Optimus), outros menos (Vodafone) por que são exportados para os países de origem do investimento, para mal da nossa balança comercial.

Igualmente certo é que, noutros países bem mais desenvolvidos e ricos, a utilização deste extraordinário meio de comunicação por parte dos consumidores é bem mais parcimoniosa e racional.

Deixamos um texto que um visitante do blog “apanhou” na internet, o qual é bem ilustrativo da paranóia em que andamos por cá, no que respeita aos telemóveis e outros que tais:



TU SABES QUE ESTÁS A FICAR LOUCO, EM PLENO SÉCULO XXI, QUANDO:


1. Envias um e-mail ou usas o GTalk para conversar com a pessoa que trabalha na mesa ao teu lado;

2. Usas o telemóvel na garagem de casa para pedir a alguém que te ajude a levar as compras;

3. Esquecendo o telemóvel em casa (coisa que não tinhas há 10 anos atrás), ficas apavorado e voltas para buscá-lo;

4. Levantas-te pela manhã e quase que ligas o computador antes de tomar o café;

5. Conheces o significado de tb, qd, cmg, mm, dps, k, ...;

6. Não sabes o preço de um envelope comum;

7. A maioria das piadas que conheces, recebeste por e-mail (e ainda por cima ris sozinho...);

8. Dizes o nome da tua empresa quando atendes ao telefone em tua própria casa (ou até mesmo o telemóvel!!);

9. Digitas o '0' para telefonar desde tua casa;

10. Vai para o trabalho quando está a amanhecer, voltas para casa quando anoitece de novo;

11. Quando o teu computador pára de funcionar, parece que foi o teu coração que parou;

11. Estás a ler esta lista e a concordar com a cabeça e sorrir;

12. Estás a concordar tão interessado na leitura que nem reparaste que a lista não tem o número 9;

13. Retornaste à lista para verificar se era verdade que faltava o número 9 e nem viste que há dois números 11;

14. E AGORA ESTÁS A RIR DE TI MESMO!!!

15. Já estás a pensar para quem vais enviar esta mensagem;

16. Provavelmente agora vais clicar no botão 'Reencaminhar'... é a vida!...que mais poderias fazer?... foi o que eu fiz também!...


Feliz modernidade :-)

sábado, 18 de outubro de 2008

Saída para a Crise: A Fé no Sistema Financeiro!

Íamos nós começar por dizer que não tínhamos com este texto qualquer pretensão a sermos tidos como qualificados em matéria económica, quando demos conta de que aqueles que são tidos como tal pela generalidade dos ignorantes na matéria, não só estão na base do estado das coisas financeiras, como, como se isso não chegasse, do alto das suas cátedras, apresentam-se muito pouco capazes de serem categóricos relativamente a qualquer terapia para a grave crise financeira que atravessamos.

Afinal ou somos TODOS relativamente ignorantes ou relativamente competentes para falar de economia.

Do alto das suas cátedras referem a natureza de filigrana do sistema financeiro mundial, da sua extrema fragilidade e de, carecer, para funcionar perfeitamente da harmonia de um relógio suíço!

O sistema financeiro a Confiança, a Fé, o Jogo e o Vício


António Borges, um professor e economista de renome, explicava-nos no Expresso que o sistema financeiro internacional conjuga duas características, qual delas a mais explosiva, por um lado, é de uma fragilidade de cristal e por outro de uma complexidade de filigrana. Enfim uma filigrana de cristal!
Por outro lado falou em inovação e da forma como a inovação em produtos financeiros é fundamental ao desenvolvimento e, numa palavra: à “ampliação” da riqueza, nesta economia do Sec. XXI.
Quanto a nós ao desenvolvimento de uma riqueza virtual, sem correspondência na economia real. Dai o verdadeiro problema.
Que grau de confiança conseguiu atingir esta Banca no mercado? Afinal, pugnando pela absoluta necessidade de confiança no sistema financeiro que vai nu, elevada a N, uma vez que a sua natureza, hoje em dia, é a de uma filigrana de cristal, não constitui um verdadeiro reconhecimento de que devemos ou temos de ter confiança mesmo sem o sistema financeiro ser digno de confiança?
Em boa verdade está aquele ilustre Professor e tantos outros que afinam pelo mesmo diapasão, mais a falar de FÉ do que de confiança!
Curiosamente, a sofisticação do sistema financeiro atribuída à modernidade que o Sec. XXI exige, pelo que ficou demonstrado, mais não passa de que uma via muito antiga de obter (?) rendimento: O JOGO! E dai que lhe chamem justamente de Capitalismo de Casino!

A sucessiva intermediação financeira, qualquer tenha sido o crédito concedido prime ou sub prime, existiu e a Banca que o concedeu ganhou com isso. E para continuar a ganhar com isso arriscou o que podia e o que não podia até ficar exaurida de fundos e crédito em verdadeiro estado de insolvência!
É como se a banca (do casino) tivesse perdido a cabeça e entrado no próprio jogo como um vulgar viciado!

Conclusões elementares mas cristalinas

Com competência em matéria económica ou com falta dela, atenta a relatividade da mesma face ao resultado que se encontra à vista, tornam-se imperativas algumas conclusões de uma pureza cristalina:

1.- Se um sujeito ou um grupo de sujeitos engendrassem um esquema semelhante em pequena escala para obterem proveito ilegitimo, seriam muito naturalmente acusados e condenados por burla e associação criminosa o que não vai suceder porque a associação é de um sem numero de sujeitos e instituições que se torna, na prática, impossível condenar esta larga quantidade de gente.

2.- Mais curioso ainda é o facto de, entre outras razões, não vir a acontecer por constituir uma ameaça à saúde e estabilidade do próprio sistema financeiro, que ameaçaram letalmente.

3.- A fragilidade do sistema financeiro é enorme e excede largamente o grau elementar de segurança que as instituições financeiras deveriam estar obrigadas para poderem operar livremente e acima de qualquer suspeita com o dinheiro dos outros.

4.- Os economistas são, comprovadamente, perigosos e devem ser tidos como tal!

5.- As instituições financeiras não são, por principio, pessoas de bem nem se deve subentender que, no âmbito da sua actividade, usam dos critérios de gestão e prudência de bons pais de família, pelo que não devem gozar generalizadamente desse estatuto/conceito, como aconteceu até há bem pouco tempo.

6.- Enquanto não se puser, decididamente, este sistema de desenvolvimento em causa, o sistema financeiro e a sua regulação, têm de ser sujeitos a UMA TERAPIA DE CHOQUE que os reveja profundamente e adapte à necessária estabilidade e segurança das poupanças dos depositantes, designadamente mediante avaliação prévia aos produtos financeiros comercializados, como se de MEDICAMENTOS se tratassem!

Correndo atrás do prejuízo

Os contribuintes, entretanto, vêem-se na conformidade de ter de socorrer o seu agressor (o sistema financeiro), sob pena de se verem confrontados com a economia real e a simplicidade da sua elementaridade, para a qual não se encontram preparados, destinatários privilegiados que têm sido de algumas das virtualidades da economia virtual.
Sucede é que os contribuintes, que sustentam o Estado Social, dificilmente podem, em simultâneo, ocuparem-se da doença e da cura.

O Estado providência, suado de estopinhas, com esta crise (que é só mais uma das suas doenças), corre o risco sério de colapsar, e resista ou não às maleitas de que padece, agora acrescidas, é um modelo – à falta de outro melhor - que não podemos perder de vista, o qual deve constituir o Norte no emaranhado deste atoleiro.
Quer subsista como mera referencia de um paradigma ensaiado mas perdido, quer se mantenha adaptado ao possível com amputações mais ou menos profundas no essencial da sua bondade, vai ter que se repensar profundamente, sobretudo na vertente das excrescências que gerou ao ponto de o intoxicarem até ao estado de
moribundo.

A presente crise constitui por conseguinte e antes de outras consequências com que esperamos não ter de lidar, uma ameaça ao Estado Providência, mas também uma oportunidade para repensar o sistema de desenvolvimento em que, mais ou menos activamente, nos encontramos todos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Um Filme de Terror pela via do Humor Britânico

A origem da crise financeira mundial gerada pelo crédito hipotecário conhecido pelo sub prime, encontra-se descrita de forma nua e crua nesta entrevista, a qual constituiria uma verdadeira obra-prima do humor britânico, não fosse tratar-se de um verdadeiro filme de terror!

sábado, 4 de outubro de 2008

TEMPOS DE MUDANÇA!

No contexto da presente situação financeira internacional o nosso Ministro da Economia anunciou recentemente qualquer coisa como o fim da era da prosperidade.

Por um lado, no desconhecimento sobre a sua real competência e condições para levar por diante as suas atribuições e por outro no conhecimento da complexidade da economia nos dias que correm, não podemos deixar de ter de agradecer a crueza dos seus vários, embora sibilinos, avisos à navegação.

Este ultimo a que nos referimos – o fim da era da prosperidade – porém, não pode deixar de merecer outros comentários.

Na verdade, em nosso entender estamos e há muito, a presenciar, não ao fim de uma era, mas ao fim de um episódio, requentado, de um sistema de desenvolvimento caduco, esgotado, mas reinventado permanentemente na mira de uma sobrevivência, nos mesmos moldes, de impossível realização, apesar dos esforços de branqueamento dos imaginosos maquilhadores militantes.

Diríamos que as calças do Aniki Bóbó já não suportam mais remendos! Estão de tal sorte puídas que a sua estrutura original não aguenta mais, as soluções antigas.

E foi realmente uma solução nova aquela que representou a intervenção do Estado Americano na sua economia, injectando-lhe 700 mil milhões de dólares, em socorro das grandes instituições financeiras privadas, contra toda a sua doutrina liberal e práticas ancestrais coerentes com a mesma.

A este facto absolutamente inédito, alguns imputaram a responsabilidade de ter posto fim ao capitalismo, pelo menos na pureza do entendimento que os americanos perfilhavam.

O que conduziu a este atoleiro será certamente de complexidade bastante para nos deixar a todos de boca aberta.
Mas, certamente, mais a uns que a outros!
Uns dos boquiabertos foram os que acreditaram que as entidades reguladoras estavam lá para isso mesmo, para zelar pelo cumprimento das regras, pela materialidade dos produtos e das operações, pelo interesse público em suma.
Outros, menos boquiabertos, foram aqueles que estando no poder ou nas suas imediações, quer do Estado quer das próprias instituições, financeiras ou reguladoras, de há muito desenvolvendo uma actividade cúmplice com a natureza virtual desta economia e com os ganhos absurdos, desadequados e tantas vezes criminosos conheciam a inconsistência gelatinosa deste verdadeiro jogo do empurra.

A tudo isto foi assistindo uma classe politica estereotipada que se habituou a administrar a coisa publica com a irresponsabilidade de quem gere levianamente bens alheios e a autoridade e prepotência de quem é proprietário, em propriedade vertical.
Mal vão portanto quer o sistema de desenvolvimento a que aportámos, quer aqueles que escolhemos para o vigiar!
Sendo que estes são necessariamente os responsáveis por aquele!

A crise é, assim, antes de mais, politica!

Se a questão financeira internacional não é de somenos, atentas as suas reais e sobretudo as potenciais consequências, a focalização dos cidadãos deve, quanto antes, centrar-se – se pretendermos alterar alguma coisa de essencial – quer na busca de um outro sistema de desenvolvimento, quer, sobretudo, na eleição de uma classe politica que leal, democrática e determinadamente se empenhe nessa busca.

Ainda no caso americano, o slogan CHANGE (mudança) adoptado por Barack Obama, pareceu-nos interessante e provavelmente será eficaz, do ponto de vista do marketing politico, mas, honestamente, cremos que, quando foi criado, não comportava muito mais que isso. Tivemos mesmo total dificuldade em descortinar uma ideia que fosse, nas poucas vezes que o ouvimos... mas, como conhecemos todos bem, o seu oposto, a ideia de mudança vingou aparentemente não pelos novos caminhos que exibia, mas sobretudo pelos caminhos que, implicitamente, prometia abandonar.

Hoje, porém, aquele conceito, é capaz de ter ganho alguma consistência, face à crise financeira e às associadas crises do sistema e de valores e a mudança que se exigirá a Barack Obama uma vez eleito, ultrapassará em muito o mais que ele terá alguma vez imaginado.
Será pouco para quem espera muito e muito para quem espera pouco!

Rodando o periscópio a 180º graus, no caso da nossa micro realidade concelhia, a mudança impõe-se, curiosamente, com, relativamente idêntica, premência.

Por um lado, por todas as razões decorrentes do facto de não nos poder ser indiferente o rumo da economia global, face à dependência que temos da mesma em geral e muito particularmente no Algarve que tem no turismo a sua actividade económica principal.
Quer, sobretudo, por outro lado, por termos no poder politico uma representante daquela classe politica estereotipada, na versão autárquica, absolutamente incapaz de um qualquer rasgo ou visão alternativa ao ramerrame da pequena politica politiqueira que conduza ao poder, o qual constitui, nesta perspectiva, um fim em si mesmo e não um meio para implementar politicas.

Da sua prestação resulta essencialmente a pouca competência para atribuições de gestão e administração elementares, mesmo no quadro deste modelo de desenvolvimento.
Estão ai os casos de incapacidade absoluta para a gestão do lixo, do território, como no caso de Vale Fuzeiros, dos recursos europeus, pelo não aproveitamento ou mau aproveitamento dos fundos, do orçamento municipal, pela desastrosa situação financeira que motivou, do urbanismo, de que é paradigmático o caso de Armação de Pêra e da sua própria credibilidade enquanto cidadã-eleita, como constituem exemplos os verdadeiros escândalos em que se deixou enredar.

Não há duvida portanto que a mudança se impõe em Silves, e, com slogan eficaz ou não, quem se candidatou a protagonizá-la foi o cidadão Carneiro Jacinto!

Dele ainda não conhecemos tantas ideias quanto gostaríamos e urge que as dê a conhecer aos cidadãos-eleitores do concelho. Conhecemos bem porém, o verdadeiro deserto que temos e a sua total impreparação para lidar com as responsabilidades do poder, tal como hoje em dia devem ser entendidas.