sábado, 28 de fevereiro de 2009

ISABEL SOARES: ON THE ROAD AGAIN!

Não visitávamos o Servir Silves há algum tempo. Lamentavelmente, concluímos desde logo.

O conjunto de informação reportada sobre a vida financeira do município é... de novela venezuelana!

Nada de verdadeiramente novo, mas, uma vez especificado, designadamente ao longo do episódio da Assembleia Municipal de 13 de Janeiro, ganha um tom “sul-americano”ora pela expressão anedótica, ora pela sobranceria e soberba que a protagonista assume, quando interpelada uma assembleia democraticamente legitimada por escrutínio directo e universal.

Para além de ter ficado confirmada a impreparação financeira da gestão municipal e da sua primeira responsável, o que já era conhecido há muito, ficou, também uma vez mais, evidenciada a sua absoluta impreparação democrática para o desempenho de funções públicas.

Esta impreparação para comportamentos básicos em democracia, deveria constituir uma incapacidade eleitoral.

Infelizmente assim não acontece!


Com a generalização do ensino básico, o analfabetismo foi significativamente reduzido em Portugal, mas a iliteracia atinge cerca de oitenta por cento da população. A democracia instalou-se, mas a educação cívica e a cidadania constituem horizontes longínquos que não integram ainda a realidade do português médio, quanto a nós, em percentagem superior à da iliteracia.
Para a construção do País que os de boa fé procuram, quanto a nós, a educação pública deveria preocupar-se tanto com disciplinas como o Português e a Matemática, como com a disciplina da Cidadania.

CARNAVAL: DA ANTIGUIDADE A ISABEL SOARES...

Como facilmente se compreenderá terão havido tantos estudiosos, sobre a origem do Carnaval, quantos os intelectuais foliões. E as pesquisas sobre o assunto foram, provavelmente, tantas quantos os Carnavais.

As conclusões havidas de tanta pesquisa e estudo, geraram múltiplas teses que bem poderão resumir-se nas seguintes.

Há autores que defendem que estas celebrações, festas ou cultos, tiveram a sua origem na Grécia, entre os anos 605 e 527 a.c., com cultos a deuses da agricultura, e cuja finalidade era a de reclamar por boas colheitas.

Outros, acham que se iniciou, muito mais cedo, no Egipto, em homenagem à deusa Ísis e ao Touro Apis.

Na Pérsia, festas da deusa da Fecundidade Naita e de Mira, deus dos Pastores.
Na Fenícia, festa da deusa da Fecundidade Astarteia.
Em Creta, festa da Grande Mãe, deusa protetora da terra e da fertilidade, representada por uma pomba.
Na Babilônia, as Sáceas, festas que duravam cinco dias e eram caracterizadas pelo licenciamento do comportamento sexual e pela inversão dos papéis entre servos e senhores, e pela eleição de um escravo rei que era sacrificado no final da celebração.

Também justificam que poderá ter sido na Roma Antiga, em honra dos deuses Baco e Saturno.
Encontrou-se também o Carnaval associado às Bacanais ou Grandes Dionisíacas (festa da terra, do vinho e das florestas), efectuadas em Roma e na Grécia em louvor de Baco ou Dioniso (com a prova do vinho novo), que decorriam nos três meses de Inverno, celebradas, principalmente, pelos camponeses, que se apresentavam mascarados durante as festividades.

Com o cristianismo, a Igreja Católica transformou alguns desses rituais pagãos em homenagens aos santos, conferindo-lhes um carácter sagrado de acordo com os princípios cristãos.
Vários elementos das antigas festas pagãs, porém, foram preservados.

Esta tradição foi-se espalhando por todo o lado, pela Grécia, por Roma, por Veneza e, já no século VI d.c., as pessoas, no Carnaval, fantasiavam-se, mascaravam-se como forma de se disfarçarem, de se esconderem para poderem criticar os governos, os governantes. Surgem então os carros alegóricos, os desfiles.

Mas todas estas festas mantinham mais ou menos um ponto comum: “Pessoas mascaradas, danças, risos, bacanais, brincadeiras, excesso de bebida e comida, sexo, fantasias e todas essas manifestações de libertinagem e perniciosas”.

Etimologicamente falando, a origem da palavra "Carnaval", também tem várias versões...
Uns acham que deriva de "carne vale" (adeus carne), enquanto outros, justificam que se trata do início do período da Quaresma, época esta espiritual, de privação da carne na alimentação.
Há porém outras interpretações diversas.

De festa meramente pagã, condenada, na época, pela Igreja, passa a celebração mais ordeira, mais civilizada, se assim se pode considerar.

Com bailes, desfiles alegóricos e máscaras, mas com um sentido mais estético, não tão pernicioso.
Toda esta modificação deveu-se ao facto de, no séc. XV, o então Papa, Paulo II, permitir que se realizasse em frente ao seu Palácio, o carnaval romano, mas, de forma a que as pessoas fossem mais contidas nas suas atitudes e comportamentos.

Os Portugueses, também aqui têm uma palavra a ditar para a história. Tendo levado para o Brasil o festejo do Carnaval, fizeram-no tão grande quanto aquele país.


Nos dias de hoje, é, certamente, o país onde se comemora mais freneticamente esta festa, pelo impulso que deram na introdução dos seus ritmos sambistas e outros. E decerto pelo calor das gentes, pela mistura de raças e seus ritmos.

Cada país onde se celebra o Carnaval, festeja-o de maneira diferente, dando o seu cunho pessoal com a manifestação das suas tendências culturais.

A partir de 1545, o Carnaval é reconhecido como uma festa popular.

Foi então estabelecido, posteriormente, pelo Papa Gregório XIII as datas desta comemoração. Nunca poderia coincidir com o festejo da Páscoa Católica.

Na sequência de um cálculo, avaliado pelo equinócio da Primavera, o Carnaval deveria ser celebrado sempre no 7ª domingo que antecede ao domingo de Páscoa (Católica).

E assim...até aos dias de hoje o Carnaval continua a ser comemorado um pouco por todo o mundo, talvez por ostentar "alegria" à mistura com um sabor a "anarquia":”É Carnaval, ninguém leva a mal!”.

Depois do Egipto, o primeiro, do segundo em Grécia e Roma Antigas e do terceiro, no Renascimento Europeu, particularmente em Veneza, o Carnaval encontra no Rio de Janeiro o seu quarto centro de excelência resgatando o espírito de Baco e Dionisus e em tese de Hiram Araújo, estudioso do Carnaval e do samba, ao contar uma história que completa seu sexto milénio e que acompanha a própria história da humanidade, a história do Carnaval, considerando os seus Centros de Excelência, dividida em quatro períodos: o Originário, (4.000 anos a.C. ao século VII a.C.), o Pagão, (do século VII a.C. ao século VI d.C.), o Cristão (do século VI d.C. ao século XVIII d.C.) e o Contemporâneo (do século XVIII d.C. ao século XX).


E POR CÁ, NOS DIAS DE HOJE...

Haverá porém uma vocação do Carnaval, ainda não suficientemente estudada, com especial incidência em Portugal.

É o aproveitamento politico do Carnaval! Caracterizado pela “mistura” dos políticos com o povo que a folia permite, fazendo de conta que não têm qualquer responsabilidade no curso das nossas vidas, que são como todos nós, destinatários do que vem de cima.
Expoente desse aproveitamento é o caso, conhecido de gingeira, do Alberto João da famosa ilha da Madeira.

Menos conhecido é o caso de Isabel Soares, mas igualmente vocacionado aos mesmos fins daquela excrescência democrática.

De facto, em 2009, ano de eleições, a Rainha de Silves desfilou no corso armacenense, como se de uma personagem popular se tratasse.

Acompanhada à bateria pelo presidente da junta de freguesia, ufavam, como se de verdadeiros foliões se tratassem.
Nenhum outro carro jorrava confettis e serpentinas como aquele!!!

Com a sua presença secaram a contestação, tão evidente no ano anterior, a propósito do betão e outros que tais que esmagam Armação contra a porta de entrada da sustentabilidade e do direito à estética e à harmonia, dos quais aqueles são serventuários.

À cautela mandam os pregoeiros informar da presença da Senhora Presidenta no corso, para lembrar a todos que no Carnaval do Armacenense, podem ver, ao vivo e a cores, a candidata do poder, à conservação deste nas suas mãos.

Sentindo que Armação "tresmalhava" acautelaram-se impondo a sua participação nestes festejos populares, onde poucos os queriam, para porem "ordem na coisa" e reclamar a "propriedade" deste território que lhes tem sido fiel nas urnas. Só lhes faltou delimitarem a zona como qualquer canídeo.

Os papeis a que se prestam os que se querem eleger, são realmente dignos de espanto!

Que quiseram aqueles candidatos a representantes dos cidadãos-eleitores, demonstrar?

Que são como nós, simples e foliões? Que estão próximos do povo, divertindo-se nas festas populares e por conseguinte intímos dos seus anseios e preocupações?

Não! É muito mais dramático o conteúdo do seu entendimento: O que eles realmente pensam é que “com papas e bolos se enganam os tolos”! Que em períodos de grande afluência e audiência popular, com a sua presença e folia demonstram ao povo que são como ele, simples, que se divertem com coisas simples, participando do seu dia-a-dia!

E, neste desempenho, sempre parece que este "banho de multidão" é motivado pela sua presença!

O seu ego, agradeçe!

Que poderemos nós concluir perante tal aproveitamento?

Que para palhaços têm pouco talento! Que para quem pede têm pouca humildade! E, conhecendo nós o mérito que lhes assiste para responsáveis do concelho e da freguesia, que é muito pouco, não lhes vislumbramos outra vocação que não para...reformados deste triste trecho da nossa história!

O Carnaval que nos desculpe desta sua utilização para fins contrários à sua história e autenticidade, não obstante termos por certo e seguro que estes "foliões tóxicos" não conseguirão desvirtuar o verdadeiro sentido da festa popular.

Numa coisa porém, estão com o Carnaval: Fazem de conta como todos os outros foliões, que são o que não são... no seu caso: próximos, interessados, activos, participantes, atentos e virtuosos!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

BELMIRO COMPETITIVO EM TERRA DE CEGOS...

O Forum para a Competitividade, teve, ontem, o privilégio de contar com mais uma chocante participação reflexiva de Belmiro de Azevedo, o qual não esteve com meias medidas, e disse que a crise do nosso país é uma crise de liderança: no Governo, nos partidos, nos Sindicatos, nos empresários e Associações. Chegou mesmo a afirmar que, sem desprimor para os africanos – acautelou - parecemos um país africano.




Não deixa de nos surpreender este capitão da nossa indústria!

Acaba, apesar das cautelas, por ofender os africanos como se estivéssemos noutros tempos e começa por “morder na mão que lhe dá de comer”: a verdadeira “terra de cegos”que é a nossa pobre economia e realidade enquanto Pais, onde ele teve olho e sobretudo por isso, é rei.
Lugares comuns a certos portugueses quando a vida não lhes corre pelo melhor.

Entrevistado à saída afirmou que a Sonae dá todos os anos mais emprego. Insistindo o entrevistador pergunta-lhe se vai despedir empregados, ao que o Senhor Engº responde que não.
Mas precisou: se a economia o permitir! Isto é, se a economia não o obrigar a tal medida.

Até aqui qualquer um chega...se a economia não regredir e com ela o seu volume de negócios não haverá razão para reduzir empregos. Afinal o que sucede com qualquer empregador, micro, pequeno, médio ou grande. Monsieur de La Palisse não diria melhor.

E, sem estar em causa o mérito da frontalidade, quando usada com rigor, oportunidade e enquanto valor, não vemos que a frontalidade em que é useiro e vezeiro, com ou sem rigor, com ou sem oportunidade, quer como valor quer como desvalor, sendo uma das suas principais característica, seja um dos seus méritos.

Afinal e sem embargo daquele capitão de industria ser pessoa doutros méritos reconhecidos, em que pais que não temperado pelo anedótico(???) apesar de histórico atraso africano teria alcançado o que alcançou, como em Portugal?

Estamos, pelo contrario, plenamente convencidos que se existissem todos os lideres que o snr. Engº diz e bem, não existirem em Portugal para mal dos nossos pecados, a Sonae e o seu próprio líder, nunca teriam atingido o patamar em que se encontram, nesta economia poucochinha!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

ROBIN WOOD: O LOGRO DE ONTEM E O DE HOJE!

Ou de como as verdades de ontem podem ser mentiras hoje

Depois de aturadas investigações, assentes sobretudo na prova feita pelas denúncias de correligionários e escutas telefónicas de legalidade duvidosa, a Scotland yard concluiu que o famoso Robin Wood não passava de um vulgar ladrão.

Contrariando a ideia que, durante séculos, correu como verdadeira, acerca dos fins altruísticos da sua actividade criminosa, visando dar aos pobres o que roubava aos ricos, as autoridades inglesas obtiveram informações fidedignas através daqueles meios, que dão como absolutamente confirmada a existência de várias contas bancárias em paraísos fiscais, abertas com o intuito de branquear capitais e financiar as actividades terroristas do ocidente no médio oriente as quais foram conhecidas até hoje como cruzadas.

Na verdade Robin Wood não passava, à época, de um agente do terrorismo internacional ao serviço do Ricardo Coração de Leão, o qual com o orçamento completamente exaurido encontrou no roubo generalizado perpetrado por aquele vadio e sus muchachos da zona de Sherwood, fonte de rendimento para a sustentação da sua actividade terrorista.

Mais escandalosa foi a conclusão de que o alvo preferencial da acção criminosa dos gatunos de Sherwood, o Xerife de Nottingam, depois das entidades reguladoras da época, terem efectuado aturados estudos económicos e financeiros, terem concluído que a sua fama de rico assentava, não propriamente nos meios financeiros de que dispunha, mas sobretudo na pobreza generalizada da população gerada pelo esforço de guerra com as cruzadas que exauria o orçamento do estado.

O Xerife afinal não passava de um aristocrata rural de 3ª categoria que explorava a agricultura dando emprego a alguns servos da gleba, aliás os únicos que tinham emprego. Enfim não passava de um remediado.

O problema hoje, é explicar ao povo, o recurso ao nome do bandido ao serviço dos bons propósitos anunciados com o aumento da carga fiscal e a verdade que a investigação histórica descobriu.

Na verdade a carga fiscal anunciada como medida Robin Wood afinal dirige-se mais aos remediados que aos ricos, atingindo 0,7% dos contribuintes, e uma receita acrescida miserável.

Tinha no entanto, antes desta descoberta histórica surpreendente, uma utilidade: fazer beneficiar quem a toma do “elevado” conceito em que aquela personagem histórica era tida.
Círculos habitualmente bem informados afirmaram que provavelmente a medida irá cair, até pela pouca receita que faz arrecadar, e naturalmente, pelo efeito negativo que pode adicionar ao conceito que, com a novidade histórica agora difundida, perdeu o seu sentido.