O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Por uma Armação de Pêra mais Sustentável: Um Apelo à Participação no Programa Eco-Freguesias XXI

Caro Presidente da Junta de Freguesia de Armação de Pêra, Enquanto cidadã e residente atenta à realidade da nossa freguesia, venho por este meio expressar a minha preocupação com o estado atual de vários aspetos que impactam diretamente a qualidade de vida da nossa comunidade: a manutenção dos espaços verdes, a conservação das calçadas, a limpeza urbana e a gestão de resíduos. São áreas essenciais que, infelizmente, carecem de maior atenção, planeamento e eficácia na sua gestão. Nesse sentido, gostaria de sugerir à Junta de Freguesia a inscrição no Programa Eco-Freguesias XXI, uma iniciativa promovida pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) que visa reconhecer as freguesias que trabalham ativamente para se tornarem mais sustentáveis, quer do ponto de vista ambiental, quer social e económico. A participação neste programa não só permitiria à Junta diagnosticar áreas críticas e definir um plano de ação concreto, como também abriria portas à mobilização da população em torno de um objetivo comum: tornar Armação de Pêra uma Eco-Freguesia. O processo de candidatura é exigente mas enriquecedor, baseado em 10 indicadores que abrangem temas como: Cuidado e valorização dos espaços verdes; Qualidade da gestão de resíduos e limpeza urbana; Envolvimento da comunidade e transparência; Promoção da cidadania ativa e educação ambiental. Esta poderia ser uma excelente oportunidade para inverter a perceção negativa que muitos fregueses têm da atual gestão do espaço público, mostrando um compromisso sério com a melhoria contínua, a responsabilidade ambiental e a participação dos cidadãos. Enquanto freguesa preocupada e interessada em contribuir, coloco-me à disposição para colaborar, voluntariar-me em ações, ou integrar grupos de trabalho que possam vir a ser criados no âmbito desta iniciativa. Armação de Pêra tem potencial para mais. Com vontade política, envolvimento comunitário e um plano claro, podemos dar passos firmes em direção a uma freguesia mais limpa, verde e cuidada. Apelo, assim, à Junta de Freguesia que abrace este desafio.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Enquanto uns agem, outros calam-se: Armação de Pêra esquecida no combate à insegurança

Enquanto o Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Luís Encarnação, se desloca a Lisboa para reivindicar mais segurança e policiamento para a Praia do Carvoeiro, em Armação de Pêra — uma das zonas balneares mais frequentadas do concelho de Silves — reina o silêncio das autoridades locais. A iniciativa do autarca de Lagoa, que fez questão de reunir pessoalmente com o Comandante Operacional da GNR, Tenente-General Borlido da Rocha, demonstra uma postura ativa, responsável e preocupada com o bem-estar dos residentes e turistas. A reunião visou dar resposta à crescente sensação de insegurança, impunidade e revolta que se vive entre os moradores e empresários locais da vila de Carvoeiro. Enquanto isso, em Armação de Pêra, os relatos de comportamentos ilícitos, desacatos, estacionamento abusivo e a ausência visível de patrulhamento policial continuam a ser ignorados. Nem a Câmara Municipal de Silves, nem a Junta de Freguesia de Armação de Pêra demonstram qualquer tipo de reação ou esforço para reverter este cenário preocupante. Num verão em que o Algarve volta a encher-se de turistas, é inaceitável que localidades com alta densidade populacional sazonal não tenham um plano de reforço de segurança eficaz. Armação de Pêra é, todos os anos, um dos destinos mais procurados por famílias, jovens e visitantes estrangeiros — mas a perceção de segurança tem vindo a degradar-se. Enquanto em Lagoa já se discute policiamento a cavalo, reforço de investigação criminal e patrulhas de apoio ao turista, em Armação de Pêra, a população vê-se sozinha e desprotegida. A passividade dos responsáveis políticos locais, face à evidente degradação do sentimento de segurança, é preocupante e exige uma resposta imediata. A segurança pública não pode ser uma questão secundária nem sazonal, e muito menos um tema ignorado por quem tem o dever de representar e proteger a comunidade. Armação de Pêra não pode continuar esquecida.

Ritmos que Ecoam: RUFALGARVE 2025 Traz a Magia da Percussão a Armação de Pêra

Nos dias 11 e 12 de julho, o Algarve volta a vibrar ao som da percussão com mais uma edição do RUFALGARVE – Festival de Percussão, que este ano promete encher de ritmo as localidades de Armação de Pêra e Tunes. O Festival arranca na noite de 11 de julho (sexta-feira), em Armação de Pêra, com um animado Desfile de Percussão pela Avenida do Mar, marcado para as 21h30. Logo depois, às 23h, a festa continua com uma Atuação no espaço do Mini-Golfe, onde o público poderá desfrutar da energia contagiante dos grupos participantes. Este ano, o RUFALGARVE orgulha-se de contar com a participação do grupo anfitrião, os PercuTunes, representando com entusiasmo a prata da casa. A eles juntam-se três grupos convidados, que trarão diferentes estilos e tradições da percussão, prometendo um espetáculo diversificado, enérgico e envolvente. Além de celebrar a música e a cultura popular, o RUFALGARVE tem vindo a afirmar-se como um ponto de encontro entre músicos, público e comunidades locais, criando um ambiente de festa e partilha intergeracional. Fique atento à programação completa e venha sentir o pulsar do verão algarvio ao som da percussão! RUFALGARVE 2025 – Sinta o Ritmo. Viva a Festa.

Armação de Pêra: Onde a Cultura é Espontânea (porque pagar por ela é que era um exagero!)

Junta e Câmara assistem de camarote (gratuito, claro) ao espetáculo gratuito proporcionado por quem realmente faz alguma coisa. Ah, o verão em Armação de Pêra! O cheiro a sardinha na brasa, o barulho ritmado das havaianas a bater no passeio e… a cultura! Ou melhor, aquela cultura que acontece apesar de todas as entidades oficiais. Sim, é verdade: a animação de rua da nossa vila não está nos cartazes, nem nas brochuras da Câmara, muito menos nos orçamentos. É uma manifestação pura de vontade própria — da parte dos artistas, claro, não das autoridades, que já gastaram toda a sua energia a decidir onde plantar palmeiras artificiais. Enquanto a Junta de Freguesia pondera se “evento cultural” rima com “dor de cabeça logística”, os nossos artistas de rua enchem a avenida Beira Mar de música, cor, talento e suor — tudo isso sem receber um cêntimo, porque, convenhamos, quem é que precisa de pagamento quando se tem exposição? (Aquela velha moeda mágica que não paga renda, mas alegra o ego.) Temos estátuas humanas que se mantêm mais imóveis que a agenda cultural da Câmara. Malabaristas que arriscam a vida entre carrinhos de bebé e velhotas decididas. E músicos que tocam com a mesma alma com que o executivo camarário aprova a pintura de mais um muro com cores “alegres”. E se não fossem eles, o que restava? A já tradicional procissão dos passantes, de um lado para o outro na avenida, num ritual hipnotizante que só é interrompido por paragens estratégicas para tirar selfies ou ver se o restaurante da esquina já tem mesa. Aliás, o verdadeiro espetáculo é ver como a Junta e a Câmara conseguem manter-se completamente imóveis e silenciosas perante esta movida cultural. É um talento, diga-se. Se houvesse medalhas para “Observação Passiva de Arte Pública”, já tínhamos atletas olímpicos locais. Portanto, aqui fica o nosso sincero agradecimento — com uma pitada de ironia e uma gargalhada cúmplice — a esses heróis da animação de rua. Obrigado por fazerem aquilo que ninguém vos pediu, ninguém vos paga, mas todos adoram fingir que apoiam. Se precisarem de algo, falem com a Junta. Eles não vão fazer nada, mas pelo menos fingem que tomam nota.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

"O Sonho Verde da Presidente de Silves"


 

Era uma vez uma presidente do município de Silves que, numa noite particularmente inspirada — talvez depois de um chá de lúcia-lima ou de um pastel de nata mais fermentado do que devia — teve um sonho. Sonhou que Armação de Pêra não era apenas um postal de betão racha-ossos, de estradas com mais buracos que queijo suíço e calçadas tão lisas e inúteis que até um caracol escorregava. Sonhou, imagine-se!, que o dinheiro ali arrecadado era... aplicado ali mesmo! Um conceito radical, quase perigoso. Uma utopia fiscal com cheiro a realidade. Eis que, nesse devaneio encantado, surge o lendário Coelhinho Relvinhas — mascote da boa gestão e das zonas verdes, outrora exilado algures entre uma rotunda mal ajardinada e uma promessa eleitoral esquecida. Mão dada com a senhora presidente, lá foram os dois, de saltinho leve e sorriso maroto, passear pelo tão desejado Parque Verde de Armação de Pêra. Um paraíso de árvores felizes, flores sem secura e bancos que não se desmanchavam ao sentar. Riam-se, dançavam, talvez até ensaiassem o hino do concelho, reinventado à base de ukulele e indignação suave. Pela primeira vez, os armacenses no sonho respiravam... oxigénio! E não o fétido perfume dos contentores a abarrotar em pleno verão. Mas, como todos os sonhos bons em terra de má gestão, a presidente acordou. E puff! — o parque sumiu. O coelhinho desapareceu. O cheiro aos contentores voltou mais intenso, talvez ofendido por ter sido ignorado. E os armacenses, como sempre, lá foram passear... aos parques dos concelhos vizinhos, onde a relva não só existe, como é cortada. Fica, pois, a lição: sonhar não paga imposto. Mas a gestão, essa sim, devia pagar multa quando é má. E talvez, só talvez, um dia o Coelhinho Relvinhas troque os sonhos pelas obras. Até lá... força no incenso e no ambientador.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Portugal vai investir mil milhões na Defesa – mas quem protege quem está cá dentro?

Nos últimos dias, o Primeiro-Ministro Luís Montenegro anunciou um reforço de cerca de mil milhões de euros para a Defesa Nacional até ao final de 2025. O objetivo é acelerar aquisições de equipamento militar, modernizar infraestruturas e valorizar os recursos humanos das Forças Armadas, antecipando o que já estava previsto na Lei de Programação Militar. É, sem dúvida, um passo estratégico no atual contexto internacional. A Europa vive tempos de incerteza, a guerra na Ucrânia não dá sinais de trégua, e o reforço da capacidade militar nacional é visto como uma necessidade. Mas há uma questão que não pode continuar a ser ignorada: Onde entra a segurança interna nesta equação? A defesa nacional começa dentro de portas É fácil pensar em Defesa como sinónimo de tanques, caças ou submarinos. Mas a defesa de um país começa no seu próprio território, todos os dias, através das forças de segurança que patrulham ruas, protegem populações, combatem o tráfico e mantêm a ordem. A GNR, por exemplo, é uma peça-chave desta segurança. E, no entanto, os seus postos por todo o país contam com efetivos reduzidos, viaturas obsoletas e instalações degradadas. Um exemplo claro é o posto da GNR de Armação de Pêra. Uma vila que recebe milhares de pessoas no verão e que, ainda assim, conta com poucos militares e um parque automóvel que envergonha qualquer país desenvolvido. Há viaturas a "cair de podre", que precisam de cobrir dezenas de quilómetros. Situação parecida ocorre em várias regiões do país, especialmente no interior e no litoral fora dos grandes centros. Dependência da União Europeia: um alerta vermelho O que é ainda mais preocupante é que a aquisição de viaturas e outros equipamentos básicos tem sido feita, muitas vezes, com fundos da União Europeia. As últimas viaturas entregues às forças de segurança, em 2025, vieram quase todas de projetos financiados por Bruxelas. Isto levanta uma pergunta fundamental: Se a nossa segurança interna depende da aprovação de fundos europeus, o que acontece quando esses fundos não estão disponíveis? Esta dependência não é sinal de uma gestão eficaz — é sinal de um problema estrutural. O risco de esquecer quem está cá dentro Enquanto os olhos do Governo estão postos na aquisição de novos sistemas para a Defesa Nacional, milhares de militares da GNR, da PSP e outros agentes enfrentam desafios diários com meios que envergonhariam qualquer força europeia moderna. É importante reforçar as Forças Armadas, claro. Mas não podemos esquecer que a segurança começa no território nacional, nas vilas, nas aldeias, nas cidades. Sem uma base sólida de segurança interna, qualquer esforço de defesa externa fica incompleto — ou até ineficaz. A conclusão é simples: Portugal precisa investir, sim, mas de forma equilibrada. Não há Defesa Nacional sem segurança interna forte, presente, bem equipada e devidamente valorizada. É hora de olhar para dentro. Porque proteger o país também é proteger quem está cá dentro.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Armação de Pêra em Alerta: A Insegurança Aumenta e a Junta Continua em Silêncio

No dia 26 de junho, publicámos aqui um alerta sob o título “Chega de promessas: Armação de Pêra precisa de segurança”. Infelizmente, desde então, em vez de vermos medidas concretas, o que assistimos é a uma escalada preocupante de criminalidade na nossa terra — e à indiferença total por parte dos responsáveis. A população está alarmada e com razão. Só na última semana, tivemos conhecimento de um espancamento brutal na Rua Álvaro Gomes, junto ao restaurante Tinirose. A vítima ficou em coma, com sequelas gravíssimas. É uma situação que ultrapassa todos os limites da tolerância. Também nos chegaram relatos de assaltos a estabelecimentos comerciais, como a loja do cidadão chinês na Rua Vasco da Gama, n.º 30, e ainda o roubo de dinheiro e jóias num apartamento do Edifício Vilamar I. Esta sucessão de crimes está a gerar medo e revolta entre os armacenenses. Enquanto isso, os responsáveis pela Junta de Freguesia mantêm-se “impávidos e serenos”, como se tudo estivesse bem. O atual tesoureiro e candidato à presidência da Junta parece mais empenhado em subir a palcos como apresentador de espetáculos do que em enfrentar a realidade dura que se vive nas ruas. Armação de Pêra não precisa de mais show — precisa de ação, liderança e segurança. A pergunta que se impõe é: quantos casos mais terão de acontecer até que algo seja feito? Estamos a tempo de mudar este rumo. A segurança não pode continuar a ser tratada como um tema secundário. O povo armacenense e os muitos turistas que nos visitam merecem respeito, tranquilidade e proteção. Chegou a hora de exigir mais de quem tem responsabilidades públicas. Não queremos um animador cultural à frente da Junta. Queremos um verdadeiro líder — alguém com coragem, visão e compromisso com a segurança de todos. Chega de silêncio. Chega de omissões. Armação de Pêra exige respostas. E exige já.

Emigrantes, integração e a defesa da nossa gastronomia

Quando se fala de emigração e integração, o debate costuma concentrar-se na língua, nos costumes, ou no respeito pelas leis e valores do país de acolhimento. Mas raramente se fala da integração ao contrário: do impacto da falta de integração do próprio país — neste caso, Portugal — no seu quotidiano, na sua identidade, e, em particular, na sua gastronomia. Em Armação de Pêra, como em muitos outros destinos turísticos do país, os restaurantes enfrentam uma escassez gritante de cozinheiros portugueses. A resposta tem sido recorrer a trabalhadores emigrantes, muitas vezes sem formação na cozinha tradicional portuguesa. Fazem o melhor que podem — e devem ser reconhecidos por isso — mas a verdade é que a nossa cozinha sofre com esta ausência de continuidade. A Dieta Mediterrânica, de que tanto nos orgulhamos e que é reconhecida como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, está a ser lentamente diluída. Em vez do filete de pescada com arroz de tomate, clássico das casas portuguesas, servem-se pratos de peixe indefinido com batatas fritas congeladas. A ditadura da batata frita tomou conta dos menus, como se Portugal tivesse aderido em massa ao “fish and chips”. E não, sardinhas assadas e lulinhas fritas não combinam com batatas fritas. Outro sintoma desta aculturação é a invasão das “tapas” nos menus. Em Portugal sempre se petiscou — com identidade própria, com produtos e receitas únicas. Temos salada de polvo, carapaus alimados, ovas de pescada com cebola e salsa, entre tantos outros. Para que nos serve adotar termos e conceitos de outras culturas, quando a nossa é tão rica e, muitas vezes, ignorada? É importante esclarecer: não se trata de rejeitar a presença de cozinhas internacionais, muito menos dos imigrantes que vivem e trabalham entre nós. Pelo contrário, a diversidade é bem-vinda. Mas há uma linha entre promover essa diversidade e permitir que ela substitua aquilo que é nosso, sobretudo em restaurantes que se apresentam como “tradicionais portugueses”. O turismo é, sem dúvida, um motor económico essencial para Armação de Pêra. Mas ele deve apoiar — e não apagar — a autenticidade local. Os turistas não nos visitam para comer o que já conhecem dos seus países, mas para experimentar o que nos torna únicos. Se deixarmos de ser nós próprios, se destruirmos o nosso património gastronómico, perdemos uma das nossas maiores riquezas. É urgente investir, de forma consistente, na formação dos trabalhadores das nossas cozinhas. Se não temos portugueses suficientes para estas funções, então cabe-nos formar os que cá estão. Integrar também é ensinar. E transmitir a cultura gastronómica local é uma forma poderosa de preservar a identidade. A defesa da nossa gastronomia não se pode limitar a festivais sazonais ou campanhas pontuais. Precisa de uma estratégia a longo prazo, de políticas públicas locais, de envolvimento da comunidade e, acima de tudo, de orgulho no que somos. Porque se não formos nós a cuidar da nossa identidade, ninguém o fará por nós.

domingo, 6 de julho de 2025

12 de Outubro: O Dia em Que Armação de Pêra Pode Mudar de Rumo

Chegou o momento de decidir. No próximo 12 de outubro, os mais de 5.000 eleitores de Armação de Pêra têm uma missão essencial: votar. Não é apenas mais uma eleição. É a oportunidade de pôr fim à estagnação e abrir caminho a uma nova visão para a nossa terra. Armação de Pêra merece mais. Merece liderança, ação e compromisso com as pessoas. Merece uma freguesia cuidada, viva, com oportunidades reais para quem cá vive e trabalha. Merece escutar os seus cidadãos – não apenas em tempos de campanha, mas todos os dias. 🚨 Chega de promessas vazias. Chega de mais do mesmo. 📅 Marque esta data: 12 de outubro. Este é o dia em que pode virar a página e dizer: basta! É tempo de mudança. Cada voto conta. Cada escolha tem peso. E é com a força de todos que podemos devolver esperança, dignidade e progresso a Armação de Pêra. 🔁 Está na hora de mudar. Está na hora de fazer história. Está na hora de escolher um novo rumo.

sábado, 5 de julho de 2025

"Mais no fim do mês, menos no fim do ano: o efeito perverso da nova retenção de IRS"

O governo anunciou com pompa e circunstância a descida do IRS e a alteração das tabelas de retenção na fonte, uma medida que, à primeira vista, agradou a muitos portugueses. Com mais dinheiro disponível todos os meses, muitos celebraram o alívio imediato no orçamento familiar. Mas agora, passados os meses de euforia silenciosa, chega a ressaca: milhares de portugueses estão a descobrir que deixaram de receber o tão esperado reembolso de IRS — e, em muitos casos, ainda têm de pagar. Durante anos, os reembolsos foram vistos como uma espécie de “subsídio de férias involuntário” — um balão de oxigénio para despesas imprevistas, para a poupança, ou para aquela escapadinha de verão. Ora, com as novas regras, esse dinheiro deixou de ser “retido em excesso” ao longo do ano, o que significa que os contribuintes o receberam antecipadamente... e gastaram-no. Resultado: agora que o fisco faz as contas finais, o reembolso desapareceu e, para muitos, deu lugar a uma fatura inesperada. A maioria dos portugueses não tem formação fiscal e não acompanha as alterações técnicas às tabelas de retenção. Não é por ignorância, é porque não tem de ser obrigação de cada cidadão ser especialista em impostos. Cabe ao Estado — neste caso, ao Governo — comunicar de forma clara, transparente e pedagógica as consequências destas mudanças. Isso não aconteceu. Em termos macroeconómicos, é verdade que o consumo privado não desceu. O dinheiro que antes era retido pelo Estado foi usado ao longo do ano. Mas, ironicamente, regiões como o Algarve — particularmente zonas como Armação de Pêra, que dependem do consumo sazonal e do turismo interno — estão agora a sentir o impacto. Se as famílias gastaram mais no dia a dia, há menos margem para férias e escapadinhas. A medida que dava a sensação de “dinheiro extra” acabou por minar o próprio setor que mais beneficia do rendimento disponível no verão. Mais preocupante ainda é o desequilíbrio psicológico que esta alteração criou: muitas famílias fizeram planos com base no hábito — “no IRS recebo sempre uns trocos” — e agora veem-se a braços com contas por pagar ou férias por cancelar. Isto não é apenas um problema económico, é uma questão de confiança entre o Estado e o cidadão. Sim, a lógica da nova retenção é tecnicamente mais justa — paga-se o imposto mais próximo do que se deve realmente — mas é essencial que mudanças deste tipo venham acompanhadas de informação clara, campanhas públicas e até simuladores acessíveis. Porque mais de 50% da população portuguesa, segundo os dados, tem dificuldades em compreender conceitos básicos da fiscalidade. E não podemos legislar como se todos fossem especialistas. Uma boa política fiscal não é só aquela que alivia o bolso. É a que protege o contribuinte da surpresa — e o informa com verdade. Mais do que baixar impostos, é preciso não baixar os braços no dever de explicar.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Não Aconteceu no Algarve, Mas Podia Ter Acontecido: Um Espelho Trágico do SNS

Quando a burocracia e a frieza substituem o cuidado e a empatia, morrem mais do que vidas — morre a confiança. Não aconteceu no Algarve. Mas podia. E, com o estado a que chegou o Serviço Nacional de Saúde, é quase certo que voltará a acontecer — em qualquer ponto do país. Uma mulher grávida andou mais de três horas à procura de uma urgência que a recebesse. No final, o bebé morreu. E o que ouvimos da boca da responsável governamental? Que a assistência foi "adequada" e que os procedimentos foram "cumpridos". Dizer isto já seria grave na boca de qualquer político. Mas ouvir tais palavras frias e burocráticas de uma mulher, uma mãe — alguém que se presume compreender o drama de outra mulher em desespero — é profundamente monstruoso. A resposta desumaniza, não só o caso concreto, mas todos os que enfrentam diariamente um sistema que já não responde, já não protege, já não cuida. Não costumo escrever sobre política nacional. Mas há momentos que transcendem a política. Há respostas que não podem passar em branco. Há omissões que são, por si só, atos de violência. A política de saúde não pode ser uma máquina de desculpas. Quando um bebé morre por falta de resposta do Estado, não há relatório que justifique. Não há protocolo que conforte. O mínimo que se exige é empatia. O mínimo. Quando governar se torna uma questão de gerir danos de imagem e não de cuidar das pessoas, o problema não é só do SNS. É um problema de humanidade. E, honestamente, alguém que responde a uma tragédia destas com frieza técnica e frases ensaiadas não merece continuar a ocupar um cargo de responsabilidade pública. Não por vingança. Mas por justiça. Por dignidade. Por respeito às vidas que se perderam — e às que ainda se podem perder.

Armação de Pera: De olhos postos na areia: esgotos de terraços continuam a correr para a praia – agora através de um tubo enterrado

Depois das denúncias públicas feitas nos dias 14, 22 e 28 de junho sobre os esgotos provenientes da limpeza de terraços a correr diretamente para a praia, verificámos recentemente uma "solução" que mais parece uma tentativa de encobrimento do problema: os resíduos continuam a ser descarregados, mas agora através de um tubo discretamente enterrado na areia. A situação, longe de estar resolvida, levanta ainda mais preocupações ambientais e legais. A aparente tentativa de esconder o escoamento de águas residuais não resolve a questão da contaminação do solo e da orla costeira – apenas a dissimula. Recorde-se que qualquer solução que envolva a infiltração de esgotos nos terrenos arenosos junto à praia poderá estar sujeita à aprovação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), especialmente tratando-se de zona costeira e de eventual contaminação de águas subterrâneas. Coloca-se agora uma nova questão: Estão a Câmara Municipal de Silves e a Junta de Freguesia informadas desta alteração? E, se sim, concordam com esta solução subterrânea que apenas desvia o problema da vista, sem o eliminar? Os cidadãos têm o direito de exigir respostas. É fundamental garantir que práticas deste tipo não se tornem norma e que o ambiente costeiro seja devidamente protegido. Pedimos esclarecimentos às autoridades competentes e apelamos à intervenção da APA para avaliar a legalidade da solução implementada.

"Obras Milionárias e Tesourinhos Infinitos: Crónica de um Casino que nunca mais é inaugurado"

O emblemático Casino de Armação de Pêra era anunciado a 15 de janeiro de 2024, no sempre otimista site do Município de Silves que anunciava, em tom triunfante, o arranque da reabilitação do edifício, com um custo superior a dois milhões de euros. Dois milhões. Prometiam que em 10 meses estaria tudo pronto. Pois bem: estamos em julho de 2025, os 10 meses já foram, voltaram e até já trouxeram lanche — e o Casino continua fechado, envolto em silêncio e tapumes. Que se passou? O tempo passa mais devagar em Armação? Os meses por aqui têm 60 dias? Ou será que os prazos em obras públicas servem apenas para dar um ar de seriedade aos comunicados de imprensa? É claro que há quem se ofenda por denunciarmos estas situações. Mas como não o fazer? Pedem-nos que sejamos brandos, que sejamos compreensivos, que sejamos… cúmplices? Não, obrigado. Enquanto as promessas forem feitas com tinta dourada e cumpridas com tinta invisível, cá estaremos. Tal como Joana Marques com os Anjos: nós não inventamos o conteúdo — limitamo-nos a comentá-lo. E para quem acha que “não temos mais nada que fazer”, deixamos o convite: resolvam os problemas, cumpram os prazos, ponham o Casino ao serviço da comunidade — e prometemos calar-nos por um dia ou dois. Talvez até elogiemos. Mas até lá… bem-vindos ao Cassino da Desilusão, aberto 24 horas no coração de Armação. Entrada livre. Saída, só com paciência.

"Armação, esse paraíso intocável (de críticas)"

Fomos recentemente brindados com uma mensagem inflamável (e um tanto inflamada) de um armacenense muito ofendido, que, julgando ser um assíduo leitor do blogue Cidadania, decidiu fazer justiça com as próprias palavras — chamando-nos nomes que, por pudor e bom gosto, optamos por não reproduzir aqui. Afinal, há crianças que podem estar a ler. Aparentemente, este nosso leitor considera que não temos mais nada que fazer do que apontar o dedo a tudo o que vai mal em Armação de Pêra. Como se isso fosse um problema! Ora bolas, se há coisa que esta terra não nos deixa, é falta de material. Armação é o Netflix dos "tesourinhos deprimentes": há sempre um novo episódio, uma nova personagem secundária que se julga protagonista, ou um cenário decrépito que ainda assim leva orçamento camarário para figurar como "melhoria urbana". Dirão: “Mas porquê tanto azedume?” Não é azedume, é realismo com sabor a limão — ácido, sim, mas refrescante. À semelhança de Joana Marques com os Anjos, também nós não saímos à caça de polémicas: elas aparecem, vestem-se mal, estacionam em cima do passeio e fazem selfies junto a rotundas artisticamente duvidosas. Se há quem se ponha a jeito, não somos nós que vamos virar a cara. Seria uma indelicadeza jornalística. A verdade, caro armacenense indignado, é que enquanto os verdadeiros problemas desta vila continuarem a ser tratados com a mesma eficácia com que se limpa uma sarjeta em agosto, nós cá estaremos, de lupa na mão e ironia na ponta dos dedos. No dia em que Armação for um exemplo de boa gestão, civismo e visão urbana… prometemos dedicar-nos a atividades menos espinhosas. Tipo sudoku. Ou origami. Ou até, imagine-se, elogiar! Até lá, estimado leitor, o melhor que tem a fazer é preparar-se: o verão ainda agora começou, e Armação ainda tem muito para nos oferecer — nem que seja mais um “tesourinho” para a coleção. Com estima e um leve sarcasmo, Os chatos do costume

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Em Armação de Pera: "Compre Local, Ignore o Local!"

As eleições estão à porta — ou talvez à soleira, com um pé já lá dentro — e eis que os senhores da Junta de Freguesia decidem lembrar-se que Armação de Pêra existe. A vila, até então esquecida em modo sesta prolongada desde o verão passado, reaparece como palco de slogans fresquinhos, diretos do departamento de marketing de última hora: “Em Armação de Pêra? O comércio é local!” Ah, que maravilha. Afinal, bastava atravessar a Rua do Comércio para salvar a economia, o ambiente, a identidade cultural, o planeta Terra e, quem sabe, a alma do comércio tradicional. Sim, é reconfortante saber que, ao comprar um café aguado ou uma t-shirt "I ❤ AP" por 18€, estamos, segundo a Junta, “a contribuir para a sustentabilidade” — ignorando, claro, o lixo a esvoaçar nas ruas, os passeios esburacados dignos de trilhos de montanha, e as passadeiras tão gastas que já são praticamente um teste de visão. E não se preocupe se não encontrar estacionamento no verão. É só mais uma forma criativa da freguesia promover o turismo de aventura. Afinal, quem precisa de um parque ordenado quando pode ter emoção grátis a cada manobra? E é agora, quando o outono eleitoral se aproxima, que o comércio local volta a ser “o coração da vila”, mesmo que o resto do corpo esteja com falta de pulso. É bonito ver tanto amor... sazonal. Sim, compre local. Valorize quem cá está o ano inteiro. Mas exija mais do que frases feitas e sorrisos em época de votos. Porque Armação de Pêra merece mais do que uma boa campanha publicitária: merece investimento, dinamismo e respeito contínuo. Resumindo um novo rumo.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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